sexta-feira, 24 de abril de 2009
A vontade de escrever continua.
terça-feira, 21 de abril de 2009
No final tudo da certo, se não deu certo é porque não chegou ao final
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Da grande amiga
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Escrevendo Cartas e dobrando Tsurus


segunda-feira, 6 de abril de 2009
Eu estou fora do armário?
Não sei responder essa pergunta, pois não sei definir o que é armário e então fica complicado responder sobre algo que eu não tenho uma ideia, ou várias delas, formada. Mas, vou tentar seguir um pensamento linear e tentar responder a pergunta.
Ser homossexual, a minha condição sexual, é algo inaceito socialmente pela maioria das pessoas, tanto é que encontramos nelas muita hostilidade contra as pessoas que estão nessa condição. Por não ser aceito, muitas pessoas optam por esconder a sexualidade.
Em um primeiro momento, as pessoas escondem a sexualidade de si mesmo, a pior fase dado aos sentimentos de culpa, frustração, medo e as ilusões que redundam em mais culpa, frustrações e medos. Essas pessoas talvez sejam o que muitos chamam de enrústidos, não reconhecem e não aceitam a si próprias, muito menos os outros homossexuais.
No segundo momento, as pessoas aceitam a si mesmas, mas decidem não compartilhar isso com ninguém e resolvem viver discretamente. Acho que são essas pessoas as que estão no armário. Porém daí surge uma confusão, estar no armário quer dizer que ninguém sabe da sexualidade do indivíduo, mas e quando ele começa a se abrir para o terapeuta, para algum amigo virtual, procura também um outro “não assumido” nesses batepapos e redes de socialização para juntos permitirem viver o que as emoções e razões podem proporcionar através do corpo com a pessoa do mesmo sexo?
Assumir a sexualidade em uma sociedade intolerante, apesar das exceções ou da intensidade da intolerância, não é algo confortável para muitos e a mim, que não sou diferente, não é interessante. No entanto guardar essa sexualidade para si próprio também não é agradável e faz mal. Vejo que é uma escolha entre o ruim e o pior. Com isso notamos que no nosso caso pode existir um amigo para o qual resolvemos contar e dele conseguirmos apoio, o que é tudo de bom. Mas quando isso acontece continua-se no armário?
Depois desse amigo, vemos que temos mais uns dois que podem saber e contamos, eles também nos apóia, e aparece pessoas importantes também, como os pais e os avós, contamos e eles nos apóiam. Seja terapeuta, amigo ou familiar, quando contamos a sexualidade peço segredo, pois não é bom que todos saibam, ninguém quer sentir preconceitos e sou orgulhoso, não quero nem mesmo ouvir dizer que disseram mal de mim pelas costas. Mas mesmo assim, quando isso acontece continua-se no armário? Mas por quê?
Estou em uma fase em que todas as pessoas que eu acho importantes para mim sabem da minha sexualidade e o mais importante, elas aceitam, algumas não tão bem como é o caso da minha mãe, mas deixa para lá. Nessa situação que me vejo encontro uma autoconfiança e confiança nas pessoas importantes muito grande, a autoestima fica elevada, afinal agora não preciso mentir, omitir e sei com quem posso confiar, independente da minha sexualidade.
Acontece que agora também, conforme for o perfil da pessoa, caso ela perguntem a mim a minha sexualidade não será bem o caso de dizer, mas será o de não mentir, de sugerir já que vejo que dela não surge nenhum preconceito. Ainda não foi o caso disso acontecer, mas embora eu tenha um pequeno receio, sei que provavelmente tomarei essa atitude.
De modo geral não sou assumido. A quantidade de pessoas com quem me relaciono diariamente e que me conhecem em vista da quantidade de pessoas que sabem de mim são poucas, são apenas as mais importantes ou aquelas, que constituem um grupo muito pequeno, que a minha sexualidade, como a de qualquer outro, para elas não importa. Também não quero e não devo sair dizendo a quem perguntar a minha sexualidade, isso não é da conta delas, perguntar não quer dizer que elas mereçam ouvir.
Talvez seja melhor eu deixar a sina de usar rótulos para definir as pessoas e dar moral aos tipos que surgem por aí que utilizam deles, mesmo que na própria comunidade do armário, onde sinto em alguns um “naziarmarismo”. Naziarmarismo? A purificação dos armariados, só pode entrar quem está no armário, sendo que a ideia de armário é vaga e indefinida e como quem que parece estar fora do armário consistisse num perigo aos demais, não importa o histórico, o caráter da pessoa e as relações que ela cultivou ali. Impressiona como as pessoas promovem o preconceito do qual são vítimas e nem se tocam.
domingo, 22 de março de 2009
Do melhor amigo
domingo, 15 de março de 2009
As teorias

quinta-feira, 12 de março de 2009
Você é o meu balão
quarta-feira, 4 de março de 2009
Amanhã ou Depois.
Na minha relação com a minha mãe muitas coisas são complicadas. Tenho notado que ao longo dos anos a nossa relação que era muito afetiva por parte de nós dois foi se acabando. As manifestações de carinho acontecem apenas por parte dela e mesmo que ela seja carinhosa eu ainda me sinto incomodado. Talvez tenha acontecido em função da definição da minha personalidade que é muito diferente da dela. Não gosto disso e acho que sou muito injusto com a minha mãe.
Por um tempo fantasiei que as coisas entre nós dois poderiam melhorar caso ela soubesse da verdade sobre minha sexualidade. Muitas mentiras e omissões que eu fazia a respeito de mim tendo a sexualidade iriam desaparecer e eu ficaria mais tranquilo, mais sereno. Fiquei mais tranquilo sim e também mais sereno, mas não atingi o objetivo que quis. Continuo agressivo, no entanto agora é diferente.
Certamente fico irritado pela forma como minha mãe age diante da situação. É degradante a forma degenerativa como minha mãe conduz a situação sobre a minha sexualidade. Sem sombras de dúvida ela gosta de mim, mas a felicidade dela está em me ver heterossexual, o que é impossível. Ela não sabe, ela é inocente quanto a isso, ingênua, mas ela me magoa muito quando deseja e reza ao Deus dela para que isso aconteça.
Abstenho-me de fazer muita coisa que eu imaginei que poderia fazer, e posso fazer, quando tivesse saído do armário. São degradantes as perguntas, a comotion (leia-se choro e chantagem sentimental) que minha mãe faz quando eu saio de casa. É uma sabatina pautada em dúvidas sem nexo, expressa com termos degradantes por parte dela ou tom de voz alto e expressões agressivas que preciso fazer para sair de casa sozinho.
Não importa o que se diga e o que se faça por agora, minha mãe acha que sempre vou fazer “safadagem” com alguma bicha (homossexual depravada e que todos percebem a sexualidade) doente que vai me deixar doente também, preferencialmente com AIDS como se fosse essa doença exclusiva aos e a todos homossexuais. E como se não bastasse, ao final me deixar falado, pesadelo para ela. Agora minha mãe deu para escolher até com quem, mesmo que heterossexual, posso assistir filmes que vão ter como temáticas a homossexualidade. Ela tem pavor que eu conte para pessoas como o meu melhor amigo e a mãe dele, que fecharão um ciclo de pessoas para quais acho conveniente contar.
Em função das atitudes da minha mãe e do meu comodismo em enfrentá-las eu fico em casa. Recuso muitos convites de pessoas daqui de Goiânia que poderiam terminar em amizades ou até em uma relação, se for para ser, por causa disso.
***
Falar de si mesmo é importante, pois é ouvimos opiniões sobre nós pautadas no que não percebemos. Também ajuda escrever para os outros tendo a própria vida como base da argumentação. É assim que olhamos para nós mesmos e entendemos melhor como comportamos, pensamos, sentimos, enfim. Faço isso aqui no blog e faço isso na comunidade do Armário.
Na comunidade do Armário falei sobre minha relação com minha mãe, os amigos de lá foram certeiros com os conselhos, me disseram tudo o que eu sabia de certa forma, só não tinha me dado conta que servia para mim e que preciso muito usar. Agora falta por em prática, entender que eu não posso exigir da minha mãe o que ela não consegue. Eu sou o responsável por ter saído do meu armário, diante das pressões prós e contras, e sou também o responsável pelo o que vier agora tendo essa saída como pano de fundo.
Cabe a eu agir da melhor maneira possível para melhorar a situação com a minha mãe.
Na última noite não fiquei até o horário de costume na internet, estava achando aquilo um tédio e morrendo de vontade de me ver ocupado novamente com minha faculdade. Assisti quatro finais de jornais, tentei dormir. O sono não veio e chegou o momento em que liguei meu mp4 que carreguei só com músicas acústicas.
Nisso tocou Amanhã ou Depois da banda gaúcha Nenhum de Nós. Rolou algumas lágrimas ao ouvi-la, pois a música fala bem da minha relação com a minha mãe com uma rica fidelidade. Amanhã ou Depois será a trilha sonora doravante da minha relação com minha mãe. Adoro as metáforas e os seus compositores, ainda mais em boas melodias.
Amanhã ou Depois
Deixamos pra depois uma conversa amiga
Que fosse para o bem, que fosse uma saí da
Deixamos pra depois a troca de carinho
Deixamos que a rotina fosse nosso caminho
Deixamos pra depois a busca de abrigo
Deixamos de nos ver fazendo algum sentido
Amanhã ou depois, tanto faz se depois
For nunca mais... nunca mais
Deixamos de sentir o que a gente sentia
Que trazia cor ao nosso dia a dia
Deixamos de dizer o que a gente dizia
Deixamos de levar em conta a alegria
Deixamos escapar por entre nossos dedos
A chance de manter unidas as nossas vidas
Amanhã ou depois, tanto faz se depois
For nunca mais... nunca mais