terça-feira, 15 de abril de 2008
Arrepia
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Aberto Para Balanço
Nesse processo a terapia ajudou, as palavras daquelas pessoas ativistas do movimento LGTB ajudou, alguém daquele lugar onde passava as minhas tardes - sem saber, sem querer, por mais distante que fosse de mim - também ajudou. O processo não é o mesmo para todas as pessoas, não corre na mesma velocidade para todos, não começa na mesma hora para todos.
Primeiro me via como bissexual, uma mentira que eu insistia em dizer, eu não estava me aceitando totalmente. Ainda existia culpa por ser o que eu não escolhi ser e estava cansado de lutar contra, no que tange a Deus, algo pecaminoso, desprezível, errado, mal. Mas depois pensei sobre Deus e em outra postagem vocês podem ver o que eu penso dEle. Finalmente, lá no final do ano conto para a terapeuta, "Sou Gay!".
Aquele momento foi intenso. Sentia-me nu, constrangido dum tanto. Era como se eu tirasse minha máscara e mostrasse o meu verdadeiro rosto. Porém era bom, era como se eu me livrasse também de correntes, algumas grades e tivesse então um espaço maior e mais bonito para correr. Digo isso, pois afinal de contas, eu quero um latifúndio para eu viver e nao viver dentro de um armário para sempre.
Lógico, a terapeuta já sabia que eu sou homossexual, nem ela e nem eu gosta muito da palavra gay. Eu fico impressionado com a psicanálise por causa do fato da gente falar muito coisa que não pensa não estar dizendo. Ela, a terapeuta, só estava esperando chegar O MEU TEMPO, para contar a ela, para confirmar a ela. Mas o principal mesmo, a hora primordial, foi eu ter me aceitado. Quando me aceitei não foi como se eu tivesse tirando o mundo das minhas costas, mas pelo menos a Austrália. Aquilo tudo ali me aliviou dum tanto. E falar para ela foi como se eu tirasse quem sabe a Antártida.
Aceitação da condição sexual. Aceitar a condição sexual começa por aceitar a si mesmo e entender que ninguém é culpado por algo que não é que não é sua culpa, até mesmo porque a própria condição sexual não foi escolhida por nós mesmo. Não se sentir culpado por algo que não é controlável. Esses desejos, sexuais principalmente, que vem a nós não são controláveis. Isso é o principal, não podemos aprisionar massacrar a nos mesmo se temos amor próprio.
Bem, o êxtase da confissão na terapia já passou. Hoje fico me indagando se não dá para eu contar para mais alguém sobre a minha condição sexual. Isso vem de uma necessidade que eu tenho de contar para as pessoas que eu acho importante para e que merecem saber. Não acho que devemos gritar ao mundo quem somos o que somos só porque as pessoas em seus casulos predestinados acha isso anormal quando é tão natural. Que heterossexual se apresenta como heterossexual para um desconhecido? "Oi, meu nome é fulano eu sou heterossexual". Eu não sou diferente dos heterossexuais.
Bem fica ai minhas óticas e minhas expectativas. A música é Primeiro de Julho, foi composta pelo saudoso Renato Russo, quem canta é a saudosa Cássia Eller em seu Acústico Mtv. Nossa, como esse Brasil já teve gente boa na música né? Ainda tem é claro, mas convenhamos, Renato, Cássia, Elis que quando morreu eu nem era nascido, Cazuza, enfim, fazem uma falta tremenda.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Eu Sou Egoísta
Se você acha que tem pouca sorte.
Se lhe preocupa a doença ou a morte.
Se você sente receio do inferno.
Do fogo eterno, de Deus, do mal.
Eu sou estrela no abismo do espaço.
O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço.
Onde eu tô não há bicho-papão
Eu vou sempre avante no nada infinito.
Flamejando meu rock, o meu grito.
Minha espada é a guitarra na mão.
Se o que você quer em sua vida é só paz;
Muitas doçuras, seu nome em cartaz.
E fica arretado se o açúcar demora.
E você chora, cê reza, cê pede... implora...
Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho;
Eu quero é ter tentação no caminho.
Pois o homem é o exercício que faz.
Eu sei;
Sei que o mais puro gosto do mel.
É apenas defeito do fel.
E que a guerra é produto da paz.
O que eu como a prato pleno.
Bem pode ser o seu veneno.
Mas como vai você saber... sem tentar?
Se você acha o que eu digo fascista.
Mista, simplista ou anti-socialista.
Eu admito, você tá na pista.
Eu sou ísta, eu sou ego.
Eu sou ísta, eu sou ego.
Eu sou egoísta
Eu sou, sou egoísta... 3 x
Eu sou
Eu sou
Por que não... 5 x
por que por que...
domingo, 23 de março de 2008
Deus, Universo, Religião e Eu.
Num passado recente, não mais que dois anos, eu tinha religião. Eu era católico romano praticante e fervoroso. Mas foi dentro da própria instituição, como “leigo”, fiel, ovelha a ser conduzida, e nas duas maiores comunidades que congrega participantes dela no Orkut.com que eu comecei a questionar a religião e o Deus que ela se apoderou e disputa com outras a posse. Esse Deus é todo sistemático, cheio de detalhes, exigências, critérios, regrinhas, conceitos.
Desde criança sempre questionei se Deus existia, mas quando me lembrava do pecado que era pensar isso eu desistia, ainda mais por ter medo de ir para o inferno. Mas um dia chutei o pau da barraca e pensei que pelo menos para mim religião é algo totalmente inútil. Elas formatam Deus de um modo e depois modifica, perde perdão a humanidade pelas atrocidades que fazem e andam fazendo e aceitam a ciência que não tem outra base argumentativa a não ser a questionável, para elas, realidade.
Eu nunca tive uma experiência com Deus. Senti-lo, ouvi-lo, vê-lo, enfim nunca aconteceu comigo. E das pessoas que eu conheço e diz nele acreditar nenhuma também teve uma experiência nesses modos, sendo que para elas o simples acaso, uma série de acontecimentos programados individualmente pelas pessoas conhecidentemente, já são uma prova factual da existência de Deus e sua bondade. Quem eu já ouvi falar que teve as experiências mais marcantes com Ele, na maioria das vezes viveu em tempos de ciência limitado, superstições elevadas, em alta e truculência e foram essas pessoas que formataram Deus do jeito que esta colocado a mim.
Um dia fui ao planetário da Universidade onde pegava aulas de astronomia, matéria obrigatória no meu curso. O professor explicava que na ciência quando uma tese não pode ser provada, na ausência de outra que foi provada, ela é utilizada como referência por ser a mais aceitável. Mas a qualquer instante, quando houver outra mais aceitável ou provada ela é substituída. Impressiona-me a humildade que, nas palavras da religião a arrogante ciência tem. A humilde religião quando possui uma tese pouco importa se ela é plausível ou não, a tese fica determinando tudo e tudo a ela deve seguir, e o crime é questioná-la. Pode ser que a Igreja além de Santa seja humana e, portanto errante. Mas não precisa d’eu me empenhar por uma instituição a mim inútil, que ignora até mesmo o factualismo da ciência que não merece crédito por isolar-se do Deus que ninguém nunca viu e basear apenas na realidade, que ignora a ética, preocupada com o bem-estar de alguém resguardando o do outro, ao impor obstáculos as células-troncos e a eutanásia.
Eu não acredito mais em religiões e nem o Deus delas. Na verdade não sei se Deus existe e se ele vai se irritar comigo por eu ser promiscuo, coisa que eu não sou.
Deus? Nessas aulas o professor dizia, embora ainda não fosse provado, existem fortes bases que levam a aceitar a idéia de que o universo possui 15 Bilhões de anos luzes de diâmetro. Que a luz percorre 300.000 km/s. A Terra tem 40.000 quilômetros de diâmetro. Que ela equivale à milésima parte de Júpiter e que o Sol, uma estrela de quinta grandeza, tem 99% da massa do sistema solar. Também o Sol tem 5 bilhões de anos dos 10 bilhões que viverá além de ficar numas beiradas da Via Láctea. Em seu núcleo e em seus espirais estão bilhões de outras estrelas, 100 a 1000 vezes maiores do que o Sol em muitos casos. A Via Láctea deve ter seus 150 milhões de anos de diâmetro, quase dois trilhões de vezes a massa do Sol. Tem como vizinha Andrômeda, que fica há alguns milhões de anos luzes de distância. Ambas estão em um aglomerado de galáxias juntamente com outros milhares de galáxias. Os aglomerados com centenas de outros aglomerados formam os grandes aglomerados. E nos 15 bilhões de diâmetro desse universo achatado existem outros milhões de grandes aglomerados.
Tudo o que é visível no universo equivale 15% da matéria total sendo que o restante é desconhecido ao homem. Como se não bastasse, a humanidade, constituída por 6.5 Bilhões de pessoas, olha só! Finalmente a humanidade consegue grandes números além dos de impacto ambiental, desigualdade, mortes e ganância; sabe muito pouco, infinitamente muito pouco de todo o conhecimento que é possível extrair do universo. Mais impressionante é que toda essa matéria foi no passado apenas uma ponta infinitamente menor do que a cabeça de um alfinete, infinitamente quente e infinitamente densa constituída da mesma coisa, energia. Simplesmente energia. Um dia tudo isso explodiu, o tempo e o espaço foram surgiram, eles não existiam. E nos primeiros milésimos de segundos a maior parte da matéria que existe hoje foi formada a partir daquela energia toda.
Todos os elementos químicos que me formam, sobretudo o carbono são oriundos das reações químicas das estrelas. Sobretudo das gigantes vermelhas. Tudo o que vejo e somos é pó de estrela. Os crentes me disseram que sou a imagem e a semelhança de Deus e que Deus é a energia que criou o universo, que fez a mulher para o homem, que não gosta de promiscuidade e lá no antigo testamento condenou a homossexualidade, aprovou a escravidão, entre outras coisas que a inquestionável ciência de Deus permitiu. Se no começo tudo era energia, a energia formou a matéria da qual me formo. Logo eu sou Deus, todos os homens são Deus, e todos os problemas da humanidade não tem outra origem se não no próprio coração do homem.
Então pouco importa se eu tenho 1,67m de altura, 65 kg, espero com muito custo chegar aos 80 anos de idade lúcido e sadio e vivo em meio a 6,5 Bilhões de outras pessoas em meio a essa quantidade de números astronômico inimagináveis. Eu sou Deus! O senhor da minha vida, a minha maior prisão e o meu maior herói. A quem tudo depende. Sou dono e caçador de mim. O meu corpo é templo de Deus, o meu corpo é totalmente meu. Nunca estarei errado quando amar uma pessoa independente de como ela seja e eu sou, ela também é Deus. Quando eu respeita-la estarei respeitando a e amando a mim também. Nunca mais me sentirei culpado, sujo, imundo, pecador por amar homens.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
O Domínio
Nas luzes azuis do relógio eram 03h55min. Ele estava acordado naquela hora porque não conseguiu dormir. Sua sina era essa há várias noites, ele não possuía rotina e tomado por medo, angústia, depressão, solidão, ficava ali acordado feito um zumbi. Não conseguia parar o pensamento, ao mesmo tempo em que em nada conseguia pensar. Por mais fresca e tranqüila fosse a noite, a sudorese encharcava a sua cama. O silêncio era estridente e dilacerava a sua mente. Cansado daquele inferno levantou-se, acendeu a luz do quarto e caminhou até a janela. Abriu um buraco por entre as abas da persiana e começou a mirar o mundo lá fora. A noite estava fresca, ouvia se apenas cães ladrando, uma motocicleta ao longe, uma ambulância ou viatura e no bairro vizinho uma festa domiciliar na qual desejou estar. Observava as luzes de mercúrio que deixavam à cidade parecendo um tapete em brasas.
Ele, ao olhar para rua, viu um vulto afastando de sua casa. O vulto era elegante, trajava um sobretudo com capuz negro como a noite de qualquer lugar sem tantas luzes como as daquela cidade. O vulto ia embora, mas segundos depois, quando ele estava lá parado contemplando aquele individuo misterioso que se afastava com discrição, o vulto parou e com a mesma discrição e com o mesmo mistério começou a ir em direção a casa onde ele estava. Pânico! Ele foi percebido. Saiu da janela, apagou a luz, tropeçou o mindinho do pé na perna da cama e deitou-se naqueles lençóis mais frescos e menos úmidos. Antes que a dor não intensa, mas muito irritante do dedo lhe dominasse, ele foi tomado pelo medo e pelo arrependimento do que fizera, ou não fez. Ficou pensando no que pode ter acontecido para ser notado, se é que foi notado, e o que poderá acontecer pelos próximos minutos, nas piores das hipóteses.
Antes que terminasse sua linha de raciocínio, foi projetada nas persianas não muito opacas uma sombra que lembrava a feição do vulto. Cobriu-se com a manta como se ela fosse a mais poderosa das fortalezas. O vulto entrou pelo quarto e com facilidade destampou o rosto e o pescoço dele que já suava frio e era letárgico por tanto medo. Os caninos cravados no pescoço e ele sentido o mais intenso e puro dos orgasmos. Aquilo era muito bom. Após um desmaio e um pouco tonto os pensamentos não se fixavam. Estava ele deitado na cama e o vulto sentado na poltrona. Começa então o diálogo...
- Desculpa por...
-...estar me olhando pelo janela.
- Eu sofro...
- ...de insônia.
- Eu fiquei...
- ...com medo.
- Mas eu quis no fundo...
- ... da alma esse instante.
- Droga, pare de adivinhar o que eu falo!
- Desculpa, não posso controlar! É intrínseco a nos lermos os pensamentos alheios, portanto, nenhum segredo, certo?
- Certo, mas fique comigo! Eu te amo!
Eram 04h41min nas luzes azuis do relógio.
- Não dá, tenho poucas horas. Em breve tenho que descansar, em breve será aurora.
- Não, mas fique. Eu amo você!
- Outro dia eu volto!
- Outro dia quando? Eu quero ir com você!
O último beijo entre um corpo quente e um corpo frio, entre um corpo duplicado no espelho e outro nada visível. Já era 11h31min nas luzes azuis do relógio, o telefone toca, ele corre para atender.
- Alô?
- Atrasado outra vez!!! Onde você anda com a cabeça...
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Goiânia_Ironias.exe
Acho que está na hora d'eu falar de Goiânia do ponto de quem está aprendendo geografia e que é Homossexual dentro do armário e que tem a esperança de um dia poder assumir e ser aceito. Por mais utópico que isto seja, deixa eu escrever a realidade então...
Bem, Goiânia foi projetada na década de 1930 para 50.000 habitantes até o ano 2.000. A cidade tem 1.200.000 habitantes de acordo com as estimativas de 2.005 do IBGE. Existem vários problemas, mas acho que a cidade é boa e está melhor do que muitas outras cidades de proporção semelhante. Goiânia é a segunda melhor capital em qualidade de vida de acordo com a FGV. Disseram que ela está muito adiantada se comparada até mesmo com Assunción, a capital do Paraguai. Eu gosto daqui, mas existem coisas que poderiam melhorar. O transporte coletivo que já foi melhor num passado próximo, o trânsito, as opções lazer público, o clima, este último apesar de sofrer muita influência humana não é fácil de controlar. Aqui boa parte do tempo é quente e a cidade já foi mais fresca. Ainda assim, o inferno não é permanente. No inverno é quente de dia, frio à noite e seco o tempo todo. O nariz que reclama. Quando chove a temperatura é muito agradável. Mas o que mais me irrita é o pseudo-moralismo e o pseudo-libertarismo, eles são tão falsos em função da imposição um do outro como verdade absoluta. Esses dois males atingem 99% da população. Aqui existem pseudos conservadores e pseudos libertários.
Os libertários são representados por uma pequena parcela da população. Tem representantes na classe operária, que aprende a respeitar os homossexuais através das bichas esteriótipadas das novelas globais, e também na elite econômica e intelectual. O dono de uma das principais rádios da cidade e o um dos maiores jornalista do estado são exemplos. A diferença é que o libertário (entende-se pseudo) proletário possui o senso crítico desprezível e só é libertário enquanto está passando a novela. Também só gosta de ver "viadagem" na novela. Deixa o filho do pedreiro, da operadora de caixa, da costureira, do borracheiro assumir que é gay. No fundo é um conservador que vou tratar a frente. Já o radialista e o jornalista amigo dele, são, se dizem, libertários. Eles criticam o conservadorismo do Papa, sujeito que não gosto também, mas não poupa críticas a parada gay da cidade e dizem achar nojento ver dois homossexuais beijando na boca.
A maioria da população da cidade tem ou diz ter uma religião, quase todo mundo mesmo. São poucos, mas existem muçulmanos e judeus. Outra parte da população pertence a alguma seita fundada por um ex-hippie que hoje não é nada mais do que um charlatão que ganha o dinheiro das trouxas dondocas brancas e elitistas e de seus maridos pederastas e pedófilos. Misturaram nessa seita Buda, Sidarta, alguns deuses indianos, astrologia, alienígenas, reencarnação. Tem muito "seixonoiês" aqui. Existem também alguns "atoas", porém eles não sabem de nada, ninguém sabe, no entanto eles não têm religião, mas não é que tem seus pés atrás com elas, é por preguiça mesmo de freqüentar alguma e/ou por terem raiva de Deus. Mas essas religiões não me chamam a atenção. Chama-me a atenção as religiões de Cristo, ou que dizem ser dele, e os "cristãos". Deixo claro que quem vos escreve gosta do Cristo, mas não dos cristãos.
...
Daí então vem os conservadores, a esmagadora maioria da população. Os conservadores são bem social-democratas. Eles defendem a família, a moral, os bons costumes, a propriedade, a tradição, a honra, vota nos homens de bem da nação, são contra eutanásia, aborto, "homossexualismo", também só pode; e tem religião é claro. Eles são divididos em várias "vertentes" do cristianismo. A maior e mais decadente por aqui, assim como no resto do mundo ainda bem quem sabe, é o catolicismo romano. Boa parte da população tem essa religião, vai uma vez por ano a pé para Trindade, município vizinho onde ocorre uma festa religiosa que em tamanho só fica atrás de Aparecida do Norte em São Paulo. E como sempre, nestas festas tem gente que pouco está se lixando para o Deus e para fé que dizem ter, acreditar. Tem muitas putas por lá, além de esgoto de louça sanitária, montoeira de gente e comida mão feita, mal cozida e mal servida. Ah! mal comida também tamanho é o desperdício e comprometida a qualidade. A maioria dos católicos daqui não é católica. Dizem ser só por convenção ou acomodação mesmo.
Outra parte dos cristãos é protestante. Esses cristãos se cansaram dos falsos ensinamentos cristãos do catolicismo e foram ser tapados no mercantilismo de outras vertentes cristãs. A mais forte daqui e que está muito na moda é a Fontes da Vida. A assembléia não é aquela ralé mal alfabetizada e mal paga que veio do interior do estado ou de algum outro. Ralé da qual sou filho e nela permaneço até este momento. Quem participa dessa fonte são os alpinistas sociais, talvez sirva a palavra "emergentes" para eu não ficar mais arrogante do que já estou nesse texto, e mais alguns burgueses, que ignoro saber como é que eles não foram pender para a seita daqueles ex-hippies charlatões que eu supra citei. As denominações protestantes são infindáveis e na maioria das vezes, pentecostais. Acho que nem nome mais existe para dar a elas, em breve elas estarão usando nomes celtas, gregos, latinos, indígenas, mandarim por que no português já não existe mais nada, todas possibilidades já se esgotaram. Aliás, quem quiser abrir farmácia, vídeo locadora ou lan house, estabelecimentos nenhum um pouco raros por aqui, vai encontrar forte concorrência nas igrejas evangélicas para alugar uma sala comercial, pois até ex-botecos vira igreja aqui. Resultado, especulação no mercado mobiliário.
De certa forma, alguns desses conservadores, cristãos, não são tão fundamentalistas quanto parece. Os mais enrústidos deles tem até um discurso esperançoso e mais libertário, daria pra falar isso se eu fosse ingênuo né? Dizem que respeitam os homossexuais apesar de achar que é errado e que Jesus tem voltar logo para acabar com isso, com essa pouca vergonha. Só acho estranho é que com tanta gente cristã, preocupada com a moral, os bons costumes, a família, a tradição, os ensinamentos éticos e por ai vai; aqui existir as pencas putas, travecos e michês. Belos michês diga se de passagem, embora eles não sejam o que eu quero - a menos se eles forem de graça e quiser algo mais sério do que promiscuidade. Na Região Metropolitana de Goiânia o que tem muito são casas noturnas e motéis. Isso acontece devido o ISS nesses municípios ser mais barato do que aqui em GYN. Aparecida de Goiânia, cidade conurbada a capital, está com sucesso na guerra fiscal, conquistou desde a Arcom e a Mabel até estabelecimentos da categoria do Real Privé e Casa Nova, centros noturnos de lazer masculino e elitista; sem ignorar também as dezenas de motéis. Nos bairros mais antigos, centralizados e tradicionais, tradicionais não quero dizer que sejam bairros nobres e com fundamentalismo cristão, existem os pontos. No Centro temos a Avenida Paranaíba, a Praça Cívica e a Rua 8. E toda orgia é bem democrática, existe o Cat's Night, cabaré de periferia feita pra peão.
É tudo isso é o que eu, homossexual crítico vejo e levo em conta para sair do armário. Mas o principal mesmo é meus pais. Outra vez falo sobre eles, sem ser tão arrogante quanto fui agora, aja visto que eles são as pessoas que realmente mais amo e mais acredito na reciprocidade deles.
Antes de encerrar a postagem quero deixar meus agradecimentos, infeliz pois sei da injustiça que farei a outras importantes pessoas que me cativaram, a dois amigos meus de armário, o Rod e o Eco. Eco, você chegou há bem pouco tempo e eu já lhe considero um dos meus melhores contatos para teclar, tanto é que você está no grupo de contatos prediletos. E Rod, obrigado mesmo, pelas palavras de estímulo e ainda mais por você ser um dos meus quatro leitores fiéis, acredita eu. Ah também pelas citações.
Aproveito para contar que o Rod e o Eco estudou e estuda respectivamente Geografia.
domingo, 6 de janeiro de 2008
Desfragmentando...
Ah! como que eu queria que as coisas por mais agradáveis que tenham sido fossem diferentes. Poderiam ser mais enérgicas a ponto de me assustar.
O domingo amanheceu, eram 05h30min no relógio do vídeo cassete que só está no meu quarto porque é um aparelho obsoleto. Na verdade eram 06h30min. Eu estou com uma preguiça há um pouco mais de um ano. Por causa dela não consigo fazer coisas ridiculamente simples. Acertar o relógio do vídeo cassete para o horário de verão é uma delas. E são essas coisas que fica me deprimindo e vão se tornando grandes e insuportáveis. Um tropeção e me lembro de um cara...
Indo para a Universidade eu não parava de encarar ele, que não era assim um Brastemp. Mas não sei por que, ele mexeu comigo de tal forma que, por mais que eu tentasse não fazer, eu olhava para ele todo o tempo. Eu olhava pra fora do ônibus, tentava capturar os pensamentos que sempre tenho e que só ouço na solidão introspectiva que tenho no ônibus lotado. Porém, não raro, eu me pegava encarando ele, e não era só olhar para o rosto dele. Olhava para tudo, para o Fila que calçava, o relógio que se não fosse vagabundo seria um Casio. Para a calça, a camiseta preta, apenas preta, muito semelhante a que eu tenho. As mãos morenas, o cabelo liso e baixo. O olhar amigável e safado que não deveria ter mais do que 25 anos.
Lá na metade da viagem ele percebeu que eu olhava toda hora para ele, na verdade eu o contemplava. Ele começou a dar risos, hora eram risadas. Mas não sabia se era de fato para mim. Fiquei quieto, olhei, mais algumas vezes, mas bem menos. Ele desceu dois pontos antes, três pontos antes de mim que desço dentro do campus. Noutro dia eu pensei bem, ele tinha me correspondido. Sabia que ele estudava ou trabalhava na universidade. Eu já tinha visto ele algumas vezes por lá. E tinha mais certeza que ele morava ali perto. Mas ir atrás dele é o que eu não tinha vontade de alguma. Tampouco fazer sexo com ele.
Eu minto algumas vezes, pequenas mentiras que eu solto por não lembrar a resposta ou simplesmente ter preguiça de falar a verdade, seja por ela ser algo que vai me consumir muita saliva, ou seja, por usar muitos dos meus neurônios. Mas não minto por maldade, é uma seqüela, um vício que tenho vergonha de dizer aqui, mas que falo. Vem dos tempos de criança quando mentia para me defender. Mentir, eu menti o mesmo tanto que todas as crianças mentiram, e, em doses "saudáveis". As mentiras que conto são pequenas.
Minha mãe chega para me contar uma fofoca, que sinceramente é algo que eu não gosto nenhum pouco. Ela pergunta: "Lembra da fulana?". Eu lembro, mas de tanta preguiça para simples coisas eu respondo que não, mas lembro. E também não sei quem é também, tem hora que minha mãe é tão genérica com as coisas, e não quero perguntar e não quero saber do resto da história. Acaba sendo pior, minha mãe vai me torrar os ouvidos contando quem é a pessoa, me mandando recordar de coisas que não tenho a menor vontade.
São esses detalhes inúteis, essa preguiça mórbida para me atentar a detalhes e resolver coisas simplíssimas que me provoca boa parte de estresse. Bem mas não é sobre isto que quero falar. É sobre a viagem, na verdade sobre a letargia.
Viajei para a cidade dos meus avôs. A noite de Natal e de Ano Novo foram semelhantes. Exceto o fato que na primeira eu não estava muito gripado. Na verdade, no Natal não estava nenhum pouco gripado. Fiquei até meia noite e meia com a família. Desejei esses clichês que todo mundo deseja a todo mundo. Mesmo existindo o fato de eu não acreditar na sinceridade de todo mundo e para muitos eu não estar sendo sincero. Sou indiferente, havendo em mim somente solidariedade e respeito à pessoa. Sai com a trupe para o centro da cidade, de 27.000 habitantes. Então pensem como é esse centro.
Eu já tinha bebido um pouco nas duas noites, lá desci a cara sem medo. Entreguei a cam a não sei quem. Era de confiança. O lugar era escuro, abafado por mais que o ar condicionado tivesse a mil. Luzes coloridas circulavam e cortavam o ambiente em três dimensões. Flashes faziam tudo aqui ficar em câmera lenta. Meu corpo estava dançando uma música que não se canta e que não acabava mesmo sendo diferente do jeito de quando começo. A batida era a mesma, não mudava. Ouve uma hora que eu não sentia e não ouvia mais nada. O álcool já tinha me subido a cabeça. Estava muito bom. Não queria mais saber das minhas frustrações. Pouco me importava se eu era O GAY DO ARMÁRIO e que se desse bandeira ali, naquela província, naquele cu que só tem meio de tão grande. Seria o fim da minha vida. Mas eu não ia dar bandeira. Eu estava pouco me importando com as pessoas. Eu estava letárgico a tudo.
Só lembro-me de ter acordado com barulho de panelas caindo, isto na manhã do natal, eu na casa da minha avó. Uma depressão e um medo inexplicável tomaram conta de mim. Eita! vontade desmotivada de chorar que me deu. Segurei-me. Na outra noite lembro-me de voltar pra casa da velhinha arrependido. Gripado, querendo as mesmas sensações de antes, de tão mal que fiquei pensei que teria que de ir embora no SAMU, na única ambulância do serviço na cidade. Orgulho daquela gente. Ainda bem que ninguém percebeu os meus espamos.
Agora tenho medo. Apesar da gripe do Ano Novo, as sensações que eu tenho com o álcool foram boas. Mas vou me controlar, conheço muitos que foram consumidos por ele.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Não consigo odiar ninguém
...
...
Não quero seduzir teu coração turista
Não quero te vender o meu ponto de vista
Eu tive um sonho e há muito não sonhava
Lembranças do futuro que a gente imaginava
Nem sempre foi assim, outro mundo é possível
Pode até ser o fim mas será que é inevitável
Não vá dizer que eu estou ficando louco
Só por que não consigo odiar ninguém
Do goleiro ao centroavante
Do juiz ao presidente
Eu não consigo odiar ninguém
O tempo parou feito fotografia
Amarelou tudo que não se movia
O tempo passou, claro que passaria
Como passam as vontades que voltam no outro dia
Não vá dizer que eu estou ficando louco
Só por que não consigo odiar ninguém
Do goleiro ao centroavante
Do juiz ao presidente
Eu não consigo odiar ninguém
Eu tive um sonho, o mesmo do outro dia
Lembranças do futuro que a gente merecia
sábado, 15 de dezembro de 2007
A Lixeira.
Eu confesso, eu estou no armário, tenho medo de sair daqui e ir pra geladeira como alguns ai dizem. E na verdade eu gostava daquele homem. Mas para não me deixar gostar dele eu resolvi odia-lo, até que consegui, mas os meus desejos eram outros e a verdade nunca saiu do meu coração. Hoje passou, o ódio e a paixão também.
Reduzo lentamente, desço da 3ª para a 1ª marcha. Esterço para direita levemente, metade do carro sobe, pela breve rampa, em cima da calçada. Esterço para esquerda e alinho o resto. Opa! Mais um pouquinho dá! Mais um pouco... freia. Putz!!! Droga derrubou a lixeira.
As lixeiras ficam em nossas calçadas. Geralmente possuem 1,20m de altura por uns 50 cm de largura e comprimento. Mesmo assim não as enxergamos. Nem o desastrado escritor do blog e nem você. Não damos a mínima importância para elas. Não existe Arquitetura & Construção ou Casa & Jardim com sugestões e nem com as tendências mundiais de lixeiras de calçada. Vizinhos não se preocupam se a lixeira do outro é mais bonita, se for não é porque o dono foi mais caprichoso, mas sim por mero acaso. Ninguém tem empenho pela beleza da lixeira. Uma ser mais bonita que a outra é acidente.
Então entendemos porque acidentes como o de hoje acontece. Não é pelo motorista ser barbeiro, mas sim por ele, por cultura, não enxergar a lixeira. Afinal, as pessoas não se importam com as lixeiras. Tanto é que se preocuparam mais com o pára-choque do carro. Eu me preocupei mais, com quanto será gasto pra cobrir o arranhão. Acho que micro pintura resolve, ainda bem, mais ainda bem porque o pára-choque não quebrou. A lixeira ficou quebrada, mas uma hora depois, quando fui tirar o carro da calçada, com cuidado para bater em mais nada; lá estava ela amarrada por arames e pedaços de paus.
Não havia nela sinal de sofrimento. Ela se contenta em ser ignorada, em não ser vista por ninguém, exceto pelos garis que também não são vistos. A lixeira é conformada por ficar ali, sempre parada, sempre na mesma posição, sempre regada pelos cães que demarcam território, no sereno, debaixo do sol infernal, da chuva gélida.
O dono da lixeira só se preocuparia se ela não estivesse mais ali para ser ignorada. Pois sem lixeira ele não pode ignorar os seus lixos composto de usura, segredos, consumismo, futilidades, ignorâncias. Aí sim, eu teria problemas.
Para as pessoas, quem não é hetero é uma lixeira. A lixeira se resume a ser o local pra jogar o lixo fora. E um homossexual a um sujeito que dá a bunda. Mas eu não sou uma lixeira. Quero mais ser o pára-choque.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Carregando...
Esta não é a primeira vez que tento fazer um blog. É a quinta se não estou com as contas erradas. Antes, não levei os outros blogs adiante porque eu tinha apenas a vontade de tê-los. O que escrever não fazia a menor idéia. Tanto é que acabei falando da vaca verde e dos seus fãs provincianos que pintaram a cidade, provinciana também, na cor de seu ídolo. Agora creio saber o que dizer, assim sendo então, um blog de conteúdo. Vamos lá então.
Eu não leio o tanto que tenho vontade de ler, por que é difícil de encontrar um livro que seja suficientemente interessante para eu chegar até o fim de sua história, mas recentemente li um livro até famoso, o Admirável Mundo Novo do inglês Aldous Huxley. A obra é uma ficção onde o protagonista da história, Bernard Marx, é um sujeito que tem tudo o que acharam necessário. Porém, Bernard era insatisfeito com tudo. Como diria Raul, Bernard se perguntava "e daí?" depois que se olhava no espelho e se sentia um grandessíssimo idiota, humano, ridículo, limitado que só usa dez por cento da cabeça animal. Por isso me identifiquei com Bernard, com Raul também, e uso o nome dele como meu pseudônimo.
Eu tenho 18 anos, muitos dizem que estou no começo da vida e tenho muita coisa por viver. Pode até ser, e tomara mesmo, mas fato é que nesse tempo todo que já vivi me senti desperdiçado. Acho que não fiz nada a mim que no final eu pudesse realmente dizer a mim mesmo "valeu a pena". Também acho que não fiz nada ao mundo, mas creio que ele não tem feito muito por mim, e quem sabe por assim ser não merece que eu faça algo a ele. Eu tenho uma grande mágoa com o mundo. Eu sou filho único, meus pais nunca se preocuparam em saber o que eu tanto desenhava, nunca disseram que estava bonito. Não me deixaram ir a rua brincar com as outras crianças, tive que ficar dentro de casa vendo teve. Não gostavam muito de quando ocupados, mesmo com as mais fúteis das futilidades, de me dar ouvidos. Sempre me mandava ir ver televisão. Felizmente eu fui persuadido na grande maioria das vezes pela Tv Cultura. Imaginem só eu vendo Dragon Ball?
Na escola, nos primeiros anos não tive muitos colegas. Nem um de ficar conversando o tempo todo, de sermos unha e carne, de sentar sempre perto. As pessoas riam de mim, caçoavam de mim, faziam piadinhas de mim. Faziam isso com todo mundo, mas eu aceitei a opressão. Assim fiquei com um complexo de insegurança e de me fazer ser aceito pelas pessoas. Precisava disputar e conquistar a atenção e a devoção delas. Tudo isto para não me sentir sozinho. Acho que ninguém melhor do que eu sabe o que é ficar sozinho e/ou se sentir entediado. Creio que por ser filho único.
Para isso, fui criando uma fachada para atrair das pessoas estima e atenção. Não deu certo, nem sempre deu certo. Comecei a desenvolver um complexo tosco de ser vitima, fui chorão e fraco. Tanto emocionalmente quanto no critério físico. Apanhei muito na escola. Por medo de levar esporro dos alunos mais fortes, risadas das meninas por eu ser um besta, um bobão, para as professoras não debocharem de mim por eu nunca ter conseguido uma boa caligrafia, pela minha letra ser sempre a mais feia. Não bastava ser legível, quem deveria me amparar me criticou, me deu insegurança por uma coisa que nem para mim e nem para as outras pessoas faz tanta diferença. Também tinha medo por nunca ter entendido qual a vantagem de escrever tudo colorido. Para as pessoas sempre conversarem comigo fui desenvolvendo o complexo de me achar mais inteligente do que todo mundo, exceto a professora. Assim iria ter o ego massageado, seria melhor do que todo mundo por me sentir assim. Na maior parte do tempo até dava certo.
No entanto, o que fiz para mim e para as outras pessoas foi um arranha céu bonito, alto, imponente e digno de vários elogios. Mas não possuía alicerces, fortes fundações. Cada piada, sobre tudo com minha problemática sexualidade, implodia várias pilastras. Cair acho que nunca caí, nem sei que evento poderia figurar como uma queda desse edifício, mas ficava muito abalado. O que fiz foi usar muita tinta para tampar as trincas da fachada e ignorar os problemas na estrutura, nos alicerces, na parte interna do edifício. Somos idiotas por ser assim, somos bestas, bobos, bobões. Clodovil, olha só de quem fui lembrar, falaria também que somos feios por ser assim. Diga-me alguma coisa que é pensando na suspensão e no boa realmente pelo o que ela é por fora. Os carros são projetados de dentro para fora, motor, os cereais e leguminosas são bons não pelas suas espigas e vargens, mas sim pelo valor nutritivo e sabor de suas sementes. Os grandes edifícios são construídos de dentro para fora, pelos alicerces.
Desisti desse edifício, desisti de ser grande e imponente para as pessoas. Edifícios são complexos, sistemáticos, caros e difíceis de serem mantidos. Gosto mais das casas, simples, fáceis, tudo se resolve com facilidade, possuem tudo o que é essencial e não tem o condomínio. Nas casas só pagamos por aquilo que usamos, aquilo que queremos para nós e não o que os outros querem. É isso que tenho tentado ser. Até o ano passado eu era heterossexual, até a metade desse ano comecei a teclar com alguns homens, saí com três dizendo ser bissexual. Semana passada disse para minha psicóloga que sou gay. Ela não acha a palavra gay ideal por está carregada pejorativamente, também penso assim, e acho que não gosto muito da palavra. Estou satisfeito por finalmente não mentir mais para mim. Se me desfiz do arranha-céu e estou construindo uma casa, ao decidir ser sincero, vendo o que eu sinto de verdade e optar por esse sentimento, foi o mesmo que escolher se vou querer uma piscina no meu refúgio ou um painel com uma piscina pintada.