quinta-feira, 18 de junho de 2009
Título é o de menos
terça-feira, 9 de junho de 2009
Homossexualidade X Homossexualismo: o significado dos termos.
Exemplo de quando sinto esse asco são as vezes que utilizam para se referir aos homossexuais o termo homossexualismo. Esse termo foi cunhado após o Século XVIII para designar como doentes as pessoas por serem homossexuais. Com a ciência e seus avanços, no segundo quartel do Século XX foi refutada a idéia de homossexuais como pessoas doentes e o termo homossexualismo passou a ser inadequado, quiçá proibido em laudos científicos.
Assim a quem resolver utilizar o termo homossexualismo para se referir aos homossexuais ignora o saber cientifico, aqui amparado na biologia e na psicologia. A quem insistir no trato dos homossexuais como doentes por serem tais, caberá o ônus da prova. Logo deverá refutar com métodos científicos, que são processos passíveis de repetição e obtenção dos mesmos resultados sempre, uma infinidade de estudos que já foram feitos e dizem o contrário. Isso não é nada fácil e arrisco dizer impossível.
Não sou doente por ser homossexual e me irrita esse modismo, esse senso comum, no uso das palavras para se referir aos homossexuais. O que me irrita bastante nisso não é nem tanto as pessoas que ignoram a diferença entre homossexualismo, doença, e homossexualidade, um comportamento assim como a heterossexualidade. O que me irrita é os meios de grande imprensa, os cientistas sociais que dizem levantar a bandeira da tolerância aos homossexuais utilizar o termo homossexualismo. E o que me irrita mais ainda são os homossexuais saberem a diferença e insistirem no uso do termo homossexualismo para definir a sua sexualidade, homossexuais que certamente não se vêem como doentes.
Tudo bem que quem usa o termo homossexualismo não queira dizer que são doentes, mas as palavras conforme a mente ignorante, conforme o contexto e conforme sua etimologia e o significado que deram a ela preteritamente diz isso sim. É meio caótico, mas o caminho é esse. Aboli o termo homossexualismo do meu vocabulário, assim como viado, bicha, boiola.
sábado, 6 de junho de 2009
Era uma vez...
Mas senta que lá vem história...
Existe uma cidadezinha onde mora um velhinho que por todos é muito querido. No entanto esse velhinho é diferente dos outros velhinhos moradores da cidade. O velhinho não fica na praça olhando o movimento e nem oferece doces para as crianças, também não conta como eram as coisas antes de chegar à cidade, que dizem ser ele o fundador. Também ninguém o vê e nem sabe ao certo onde é a casa dele. Mas mesmo assim as pessoas sabem que ele mora na cidade e ama muito o velhinho.
Para as pessoas conhecerem melhor o velhinho foram escritos alguns livros que foram unidos em um único volume. Esses livros contam algumas coisas que aconteceram antes da cidade existir, das pessoas lá morarem e como o velhinho é bom para a cidade e seus moradores. Porém esses livros foram escritos por pessoas que também moraram na cidade, mas muito depois dela ser construída e que também não conheceram o velhinho vivendo em tempos que já se dizia que o velhinho é muito bom. Mas os moradores não se preocupam com isso, pois para elas esses livros são muito verdadeiros, conforme os próprios livros dizem.
Por ser o velhinho alguém tão querido e admirado, se parecer com ele virou o desejo de muita gente. Para se parecer com o velhinho, muitas pessoas da cidade passaram a fazer várias coisas, mesmo que não fosse à coisa mais fácil, mais óbvia, mais simples e que no final fosse melhor para todos. Algumas pessoas se mancaram disso e por isso deixaram de fazer essas coisas, mesmo que nos livros seja dito que tem que ser feito. Mas ficou tudo bem mesmo assim, pois as pessoas passaram a entender que era necessário saber interpretar os livros.
Na cidade existem alguns moradores que gostam de usar roupas coloridas, de várias cores ao mesmo tempo, só que a maioria das pessoas usa roupas de uma cor só porque gosta e ou porque nos livros dizem que o velhinho não gosta de roupas coloridas. Por causa disso as pessoas monocromáticas não gostam das pessoas coloridas e as pessoas coloridas dizem que não é assim e mesmo assim usam roupas coloridas. Só que as pessoas monocromáticas não aceitam e dão como motivos os livros, mesmo que as pessoas coloridas digam que é necessário interpretar os livros. Porém a maioria das pessoas monocromáticas não está nem aí, mesmo que no passado em outros casos diferentes elas tenham parado de usar os livros ao pé da letra.
Como o velhinho é muito querido pelas pessoas da cidade, alguns moradores acharam melhor convencer as pessoas de outras cidades a amar o velhinho. Para isso elas passaram a visitar outras cidades e a convencerem os moradores de que os velhinhos em que elas acreditavam não existiam, que o velhinho delas era mau e que elas deveriam amar só um único e verdadeiro velhinho, o da cidade delas. Algumas pessoas de outros lugares acreditavam no mesmo velhinho, só que as pessoas daquela cidade achavam que elas acreditavam de forma errada.
Para as pessoas saírem da cidade e convencer outras pessoas a amarem o velhinho, ou mesmo para dizerem como amar o velhinho, essas pessoas fizeram vários centros de amação ao velhinho pela cidade que passaram a ser sustentado com o dinheiro que muitas pessoas ganhavam com muita dificuldade. Só que as pessoas nunca deixavam de dar dinheiro para sustentar os centros de amação ao velhinho, porque o dinheiro não é mais importante do que o amor, principalmente se for o do velhinho.
Algumas pessoas fazem trocas, mediadas pelos centros de amação geridos por pessoas que amavam e sabiam amar melhor o velhinho de acordo com essas próprias pessoas, para que o velhinho as ajudassem naquilo que elas possuíam dificuldade em conseguir. Muitas vezes essas pessoas conseguem o que tanto desejam. Para isso elas contam com a ajuda de outras pessoas ou as coisas simplesmente acontecem. Mas independente disso, elas agradecem ao velhinho por tudo que há de bom.
Enfim, mas na cidade, e em várias outras cidades em que acreditam no velhinho ou em algum outro velhinho ou velhinha, algumas pessoas começaram a ficar imaginando e tentar saber quem é o velhinho, onde ele mora, porque ele nunca aparece, como é que ele ajuda as pessoas apesar de parecer que outras pessoas que ajudam, a saber como é que pode os livros estarem certos. Claro, essas pessoas não são bem vistas e quem ama o velhinho passou a evitá-las, pois para quem ama o velhinho, os perguntadores são pessoas más e mentirosas.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Datena: fomento aos preconceitos na TV
terça-feira, 19 de maio de 2009
Memórias do vigésimo
Quando completei os 18 anos de vida decidi viver bem com a minha sexualidade. Naquele dia só não imaginei que em tão pouco tempo, dois anos que se completam no dia de hoje, estaria onde estou, principalmente sendo assumido para as pessoas mais importantes, entre elas os meus pais.
Por um lado eu ganhei, por outro perdi e perdi justamente o que eu não queria perder, os tantos amigos que tive no passado. Não, ninguém se afastou de mim por causa da minha sexualidade, sequer sabem dela. Eles podem desconfiar, mas não saber. O que aconteceu é que não vou mais aos lugares que encontrava os amigos, principalmente o colégio e a Igreja.
Não vou mais a Igreja, o lugar que mais me proporcionou amigos, momentos e boas experiências. Não vou mais a Igreja porque não gosto dos fariseus embriagados em seu conservadorismo, em suas teorias a respeito da existência de uma força superiora, um deus, que não consigo acreditar. Não me faz sentido aquilo, nem mesmo as músicas que até hoje liberam em mim os hormônios do prazer. Além disso, o grupo de jovens não será o mesmo, não terá as mesmas pessoas. No fundo, me sinto um estranho, algo externo e estranho ao ambiente de uma Igreja.
Quanto ao colégio, a esse nunca mais voltarei como estudante e nem como adolescente. Aqueles tempos foram outros, também com suas pessoas, sua nostalgia, essência.
Na universidade tudo é diferente, não conheço todo espaço da instituição que é enorme. As pessoas são isoladas, como já disse outra vez, em seus prédios, ciências, leituras. É meio estranho. Tenho amigos por lá, poucos e proporcionalmente não tanto quanto no ensino médio. Além disso, as amizades não têm aquela passionalidade adolescente, são muito formais e não sei até que ponto vão, tanto é que não confesso minha sexualidade a elas.
Há dois anos, no dia do meu aniversário já teria recebido várias ligações e teria muitos para convidar para um rodízio na pizzaria, hoje é diferente. Talvez não fosse assim se nesse tempo todo que se passou, que me distanciei aos poucos das pessoas, pensasse em cultivar as muitas amizades que tive tendo em mente que tudo que vou me distanciando, vai aos poucos, ficando menor.
Conforta saber que eu não tenho nunca houve atritos com alguém e eu, as amizades sempre foram cordiais. Conforta saber que hoje sobrou as que eu sempre achei melhor. Mas mesmo assim gostava daqueles dias em que as rodinhas de violão, os DVD’s na casa de alguém depois da aula, os almoços de domingo, as caravanas levantavam minha autoestima e fazia eu pensar que não estava passando em branco na vida de ninguém.
Talvez eu peque muito idealizando, idealizando como as coisas deveriam ser para me agradar. É bem verdade que nunca estou satisfeito, existem sempre algo que para mim deve melhorar e não que eu seja infeliz, não me considero infeliz, irei ficar muito incomodado.
Posso concluir usando de umas das mais belas músicas do Lenine, que explica bem o que sinto e o que quero...
“Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa”
sábado, 16 de maio de 2009
Uma crítica que pretende anarquista
Mesmo assim, ninguém por ser homossexual vai ser passivo, efeminado, gostará de divas ou utilizará e se portará espalhafatosamente. Muito menos tem o involuntário papel messiânico de sair às ruas gritando aos quatro cantos sua sexualidade intolerada socialmente e querer a partir disso uma transformação social, política, ou às vezes simplesmente carnaval.
Além disso, quando se vive em uma sociedade heteronormativa é legitimo que muitas pessoas homossexuais escolham viver escondidas, inclusive de suas famílias e amigos, abrindo seus armários para poucas pessoas. Porém, o que falta em muitos armariados é questionar a si mesmos, seus valores, seus padrões antes de se pensarem dignos de acusar algum grupo, muitas vezes semelhantes a si.
Outro dia, quem se dizia contra pessoas taxativas, criou pela N vez um tópico com uma visão determinista, além de pessimista, a respeito da homossexualidade, taxando o mundo homossexual de fútil. Na comunidade surgiu um debate extenso. Muitos concordaram com o autor do tópico, mas a maioria, pelo menos de quem postou, felizmente discordou das taxações e perseguições a um perfil de homossexual, o dos efeminados freqüentadores de baladas, fãs de Mariah Carey e super produzidos.
O que falta aos homossexuais armariados é a percepção de que as mesmas condutas morais que eles usam para discriminar efeminados são as mesmas que a sociedade e as religiões, que insistem em professar, usam para condenar simplesmente pelo fato de serem homossexuais os armariados. O que não pode ignorar também a mudança que esse perfil de homossexual, organizados em seus ativismo conseguiram para mudar para melhor nosso mundo.
Se sentir atraído por efeminados sexualmente ninguém é obrigado, mas respeitá-los enxergando-os no mesmo patamar de importância e dignidade humana que nós é necessário. Até mesmo porque mundo gay é uma concepção heteronormativa e ignorante a respeito da diversidade sexual além de limitada e taxativa. Sem contar que mundo gay é feito pelos gays. Se habitasse no imaginário coletivo de que os homossexuais são sempre discretos, a concepção de mundo gay também mudaria.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Nem tudo precisa de título.
Ah! Que vontade de escrever conforme me vem às coisas na cabeça sem me preocupar com a linearidade e com os meus objetivos. Sei lá, falar o que eu tenho pensado nesses dias, mesmo que não tenha pensado muito em mim. Mas tenho que exercitar o pensamento linear e adestrado. Assim também como é interessante falar de mim, pois é o que eu tenho propriedade para bem dizer. Então...
Então que eu falei da última vez das paixões de adolescência, mas essas paixões se foram junto com os medos e as incompreensões que me acompanhavam naquele período da vida. Nunca mais me apaixonei. Bem, não chamo os processos similares a esse de agora de paixão, ainda não.
Que inconclusivo estou.
Lá existem outros que são bonitos também, são de encher os olhos e fazer brotar em mim uma certa carência. Lógico, também imagino-os em diversas situações, de uma simples conversa a respeito do conteúdo, sendo que fico muito feliz quando uma dessa se torna real, até um beijo. Bom que já dá para definir agora quem também é colorido conforme vou lapidando o radar.
Imagino também como deve ser seus abraços, as sensações que passam através do tato vindas de seus corpos. Ok, eu confesso, também os imagino nus, e não me recordo, talvez mais que isso. Tenho a mania de olhar para os dedos para deduzir o tamanho. Claro, contextualizo o tamanho e o formato dos dedos com o biótipo e não me perguntem como, eu costumo acertar o tamanho.
Mas deixo os pensamentos libidinosos para depois. Eu penso muito em todos de lá, mas entre todos alguém se destaca e nesse alguém, que sabe lá o porquê, eu penso mais.
Diferente das paixões de adolescente eu não fico me sentindo ridículo, e não fico pensando tanto assim, não imagino tanto as hipotéticas situações, não fico constrangido assim. Pelo menos por enquanto não. Agora é diferente, sei lá, é muito bom e frustrante também. Ai que porra! Camões! Camões! Camões!
Mas eu não estou apaixonado, mas se continuar irei ficar, pois é um processo isso tudo.
Gosto das tardes de terça e de quinta feiras, só não gosto da disciplina da quinta, mas gosto da turma. São os dias em que o vejo. Saco, cinco metros é muita coisa, melhor é claro que se fosse do outro lado da sala. Porém, mesmo que fosse um metro apenas, na carteira ao lado ainda ficaria distante. A timidez, a cara de pau que não possuo para chegar e puxar conversa torna qualquer distância uma unidade astronômica (distância média da Terra em relação ao Sol).
O gaydar, em estágio beta e que insisto em por para funcionar, o gaydar que não é capaz de me dar resposta alguma. Agora ele ficou um individuo assexuado.
Mas a cada vez que eu o olho fico feliz, me sinto saciado de alguma coisa e fico carente também, querendo algo que não tenho e que sinto falta, ou melhor, nunca tive. Sinto um leve constrangimento pelo medo de que alguém perceba que eu o olho. E olho mesmo, olho com gosto, vou escaneando até a forma como gesticula, o sorriso, o espírito humilde e adocicado, vários signos que se encontro em outra pessoa me lembra ele.
Quando a aula acaba sempre olho para trás. Olho sempre para trás, sempre que algo para mim não terminou, algo que precisa ser resolvido. Fico melancólico e é frio, mas essa é a perspectiva enquanto não tomar iniciativa de ir em busca da realização dos meus desejos.
Último devaneio
DIRIGIR é uma falsa sensação de liberdade. Na pista da direita não se anda com regularidade, sempre haverá alguém andando, saindo, balizando. Na central sempre haverá alguém mais lento que eu e na da esquerda, quando eu pensar que estou rápido, haverá alguém mais rápido que eu chegando por trás e querendo passar. Deixo passar indo para pista central e sendo atravancado pela lesma da frente.
Sem contar que sempre que estiver andando em velocidade cruzeiro, com quinta marcha a 60Km/h na via arterial ou 80 Km/h na via expressa, haverá algo, não importa o que, um semáforo, uma rótula, uma anta, uma plaquinha de “Os transtornos passam e os benefícios ficam” para estreitar a pista, com eles a velocidade e redobrar a atenção.
Pois é, o período pós autoescola já passou, acabou um pouco antes do primeiro ano da provisória vencer.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Monte Castelo
Mas quando me apaixonei as coisas não foram agradáveis, muito antes pelo contrário. Eu estava apaixonado por um rapaz, que morava em uma quadra próxima a da minha casa. Estar apaixonado por ele era de tirar o sono, não só porque ele é bonito, hoje mais bonito ainda do que naquela época, porque eu afirmava a mim uma heterossexualidade que só eu bem sei que nunca existiu e então nutrir algo pelo menino em questão é contraditório.
Ficar apaixonado foi a coisa mais confusa que aconteceu no meu mundo. Na época eu ficava pensando no rapaz o tempo todo, imaginava situações, gerava motivos para ir a algum lugar que eu tivesse que passar pela porta de sua casa, onde ele geralmente nos finais de tardes sentava com seus amigos para conversar. Até sozinho em casa ou com alguém, em algum lugar, me comportava como se ele, que até hoje nem me conhece a não ser de vista, fosse chegar e reparar o que eu faço.
Nas situações que eu imaginava eu estava fazendo algo que pudesse impressioná-lo e o tipo de relação que tínhamos era no máximo amizade, mas meu corpo, minhas emoções queriam outras coisas que minha razão rejeitava. Às vezes eu me sentia bem com aquilo, outras não, me sentia culpado, amoral e até inferior por saber que o que eu sentia não era o que eu pensava.
Na situação, que era de conflito, comecei então a fantasiar que realmente eu gostava dele, mas era só dar um tempo ao tempo, aquilo tudo ia passar e eu iria me ver novamente como heterossexual que sempre pensei que fosse, casado, com uma linda família de comercial de margarina. Passou, mas fácil não foi e nem virei o tal heterossexual que pensei que fosse, continuava o mesmo viado de sempre.
Outra vez que eu me apaixonei, ouve um período da minha vida que passei a freqüentar um órgão estadual onde no protocolo trabalhava um homem, que por ter me dado conta de que estava também apaixonado por ele passei a odia-lo. Não gostava de encontrá-lo, não gostava porque o que eu sentia era justamente o contrário, alegria. Dá para entender? Não sei. Além de odiar e amar, me encontrar com o sujeito era constrangedor, me sentia ridículo porque quando estamos apaixonados, queremos impressionar a flor roxa que nasce no coração do trouxa, que sou eu.
Com o tempo a paixão foi passando e nunca mais me apaixonei, pelo menos por heterossexual, ou aparentemente heterossexual. Ainda bem e isso tem explicação, o que eu penso ser explicação.
Finalmente eu comecei a não ter mais medo de mim mesmo, questionei o que eu acreditava e o que eu sentia. Comecei a questionar não tudo, mas muita coisa. Foi daí que afastei da religião, daí que comecei a tolerar, aceitar foi um pouco mais tarde, que eu sou homossexual e tentar acomodar a melhor forma para se viver com essa condição. Fez parte da minha autoaceitação as indagações e os desprezos aos valores religiosos, pilares do meu período de inaceitação.
Sobre se apaixonar, há tempos não me sinto apaixonado e finalmente quando isso acontecer não será mais tão ruim, aliás, será bom, talvez, não sei. Não vou precisar mentir nem para mim e nem para quem eu confio sobre o que eu estou sentindo, pois penso que serei inteligente emocionalmente para não mais se apaixonar por quem for heterosseuxal. Bom também que com esse tal de gaydar dá para saber com certa segurança quem é colorido como eu, e então dar sinal verde ao coração.
Agora o meu objetivo é ter alguém para abraçar agora. Prontofaleibeijomeliga.
(Mystica, eu te amo)
11° Soneto de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?