sábado, 12 de setembro de 2009

O Estado quer roubar meu corpo

E lá está o Estado, baseado em leis, em moral, em religião e outros fatores do tempo em que a ordem não era questionar o poder.

Não questionando o poder foi se permitindo que o Estado hoje escravize, defina ou seja conivente com o que fazem com o corpo.

Existe alguma liberdade na obrigação de apresentação e do serviço militar obrigatório? Existe algum fator humanista em ser obrigado assassinar outra pessoa para defender interesses diversos de quem quer que seja?

Não e não. A lei do serviço militar obrigatório na verdade é só outra confirmação de como o Estado usurpa o poder sobre o corpo, que pertence ao indivíduo.

Ninguém tem obrigação de morrer por um Estado que de caridoso nada tem. Por um Estado, chamado de pátria para ser personificado e assim os idiotas desenvolverem por ele um afeto mais fácil, não se morre, ainda mais quando quem o lidera é quem inventou a guerra e ou quando esse Estado é financiado com quase 40% de impostos.

Serviço militar obrigatório é apenas a forma mais descarada, mas ignorada pela paixão irracional das pessoas, de como o Estado tira das pessoas o poder de decisão e a autonomia delas sobre os próprios corpos.

Defendendo diferentes interesses e convicções, o Estado impede equivalência de direitos, principalmente entre homossexuais e heterossexuais, criminaliza outra vezes quem decide por algo, como consumir narcóticos e tolera outros.

Enfim, não sou ingênuo e não acredito que meu corpo seja totalmente meu, não que outros tenha direitos sobre o que eu faço questão que seja só meu, mas sim porque o corpo é disputado constantemente, pois seu domínio confere poder.

Apesar de tudo, quero dizer que não sou contra o Estado. Sou favorável a um Estado compacto, não mínimo, feito por pessoas e para pessoas defendendo interesses desde que não se passe por cima da liberdade de outras pessoas.

No entanto o Estado não é dono de ninguém e muito menos pode obrigá-las a ceder o mais preciosos bens, a integridada, a liberdade e a vida por interesses alheios.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os filosofos… da rodoviária

O que quero dizer é que eu reconheço que sou limitado, incompleto, ingênuo, inexperiente, jovem – ainda bem, que tenho muito que aprender, que não sou dono da verdade.

Reconheço que devo que devo ter humildade para pensar sobre mim mesmo. Mas e você não tem que ter humildade, se perguntar e se julgar sobre quem você pensa ser e acreditar?

Gosto quando muitas pessoas, os filosofos… da rodoviária, se dão conta que eu tenho medo de todo mundo que tem opinião pronta e formada para tudo, até sobre o que não conhecem e se recusam conhecer.

Tenho medo porque são essas pessoas as que fazem os julgamentos mais ignorantes e mais levianos.

Gosto quando as pessoas questionam até que ponto o que elas dizem ser a opinião delas é delas mesmo, baseando-se no que elas de melhor aprenderam na vida. Aprenderam e não copiaram!

Tudo bem achar o que nos passam algo bom, o que não é certo é querer incorporar essas verdades sem questioná-las sendo que tudo é questionável, até o inquestionável.

Gosto também quando as pessoas pensam que talvez seja tudo passível de questionamentos e que um único olhar não representa a verdade e sim uma verdade quando existem várias perspectivas e assim sendo várias verdades, que embora várias não deixam de ser verdades.

Gosto que as pessoas pensam que seja arrogante pensar que a subjetividade de si próprio é maior do que a das outras pessoas e por isso se é melhor, quando na verdade apenas está, se é que possível estar.

Gosto quando as pessoas pensam se a experiência não deva ser cálculada pelos anos de vida e sim pelo valor que cada uma delas, as experiências, tem para a construção do humano que se é.

Assim sendo talvez pensem que os anos de vida podem ser inuteis para se tornar alguém melhor quando o que contribuiu para isso tenha acontecido uma única vez na vida.

Gosto que as pessoas pensem se não é mais certo pensar que só se conhece quando chegamos perto e esmiuçamos ao invés de pensar que tudo que de longe está a reluzir seja ouro.

Gosto que as pessoas pensem se talvez não seja megalomania achar que o mundo é maior do que se é quando a nossa ignorância que é grande na verdade e que o mundo é bem menor, bem simples e nós que o tornamos complicado.

De tal maneira pode ser que dê para pensar que não existem fórmulas mágicas e nem equações para se viver, para lidar com o fácil e gestual.

P.S.: Filosofos da rodoviária são aquelas pessoas que se assemelham as que já encontrei não só nas rodoviárias, mas nas mesas de bares, filas de bancos, e afins que puxam conversa comigo e que tem uma visão pronta, inquestionável, inrevogável, para tudo, mesmo que ignore algumas coisas, mesmo que não reconheça que essa ignorância existe.

P.S.:² Talvez eu esteja com paranoia por ter me dado conta que eu já não tenha mais certeza de nada, nem do que é a REALIDADE (que algum filosofo da rodoviária) mandou eu cair amanhã, digo ontem. Só sei que nada sei (foi Aristóteles que disse?).

P.S.:³ Viver é muito complicado, mas quero tentar simplificar.

P.S.:(²)² O menino lá da parada gay me ligou, e eu liguei para ele, ele me mandou SMS, eu mandei SMS de novo. Aproveitamos os bônus da Vivo e hoje matarei aula para vê-lo.

P.S.:(³)² Vamos deixar rolar, o que rolar rolou e o que não rolar é porque não rolou. Falavámos isso ontem quando aproveitávamos os 20 minutos de bônus que a Vivo me deu.

P.S.:(²)³ Hãããããããã éééééér [/Marília Gabriela]

VIVO SINAL DE QUALIDADE )))

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Eu ia e eu fui

E então eu fui a parada gay, com essa experiência aprendi muitas coisas que certamente vão contribuir para o meu processo de auto-construção. No processo de decisão em ir a parada gay, apesar do receio, e ir para ter ficado até o fim, tenho muitas coisas a comemorar. São ilusões que desaparecem, reflexões que faço, novas ideias, novas experiências. Enfim, valeu a pena ter ido a parada gay.

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Sou o da esquerda.

No sábado estava convicto sobre minha decisão, eu iria ao evento supracitado. Não aguentando a expectativa sobre a reação da minha mãe eu contei logo na noite desse dia que iria a parada. Ela perguntou se iria a parada militar e eu seco respondi, a parada gay. O que me surpreendeu foi a reação dela, se ela sentiu ela não demonstrou, sem receios por mim, sem choro e o melhor, sem perguntas excessivas, retóricas e desnecessárias.

Bom, daí acho que minha mãe já evoluiu, mesmo que em partes e eu não tomei noção disso. E agora me questiono se não estou sendo injusto com ela, com o jeito ríspido que a trato quando assunto é a minha sexualidade e se não é o caso de, entrando na onda da nova novela, viver a vida.

No domingo, que é o dia de hoje, lá pelo começo da manhã sonhava que transava, aliás, ia transar com um rapaz que mora aqui perto de casa. O conheci na infância, hoje ele já é adulto, mais velho que eu e bonito, talvez por isso o sonho libidinoso. O sonho ia interessante, problema que na hora do vamos ver minha mãe coloca a televisão na sala berrando na missa de Trindade – GO. Sempre minha mãe.

Enfim, acordei cedo, contra minha vontade e libido. Toquei uma para drenar um pouco da tesão. Tomei banho, me arrumei, almocei pouco e fui à parada. Fiquei na plataforma esperando o meu amigo e sua trupe por mais de hora e vendo as figuras coloridissimas que desembarcava no outro sentido da linha e no meu para irem ao evento.

A fiscal, simpática, com cara de heterossexual fazia suas colocações sobre os homossexuais, sem ser preconceituosas, mas demostrando desconhecimento. Eu apenas explicava algumas coisas que depois ela foi perceber porque explicava com tanta propriedade. Sou gay meu bein!

Subimos para o shopping que existe no centro da cidade, amplamente frequentado pela turma do babado. Foi divertido quebrar o gelo com relação aos amigos do amigo. São comunicativos, barulhentos, estressados, efeminados, divertidos, necessários para o meu processo de deseterossexualização.

Descemos para o parque, onde a parada ia partir. Foi bom, a sombra das árvores, as famílias dos homossexuais trazendo seus filhos e suas crianças para o evento, para desde cedo tirar as mistificações.

Confesso que as pessoas de lá são bizarras comparadas com o que estou acostumado a conviver e ver diariamente. Mas elas deixam de ser bizarras quando nos aproximamos delas, posamos juntos para fotos, brincam e abraçam! São seres humanos de expressões, texturas e emoções humanas! Não tenho mais medo de travestis!

Durante o evento vi algumas pessoas conhecidas de longe. Sabe os professores da universidade que você desconfia? Então, quando você desconfiar da próxima vez é bem provável que acerte e hoje acertei.

Encontrei uma amiga, que não sei se estava perdida, se era simpatizante, se estava com o namorado, se estava porque era do babado também. Só sei que ela estava e me deu beliscadinhos na barriga para dizer – Oi Well. E eu respondi com um sorriso pouco me importando com o que ela vai pensar.

Confesso que pensei no que vão pensar quando notei um velho conhecido, mala sem alça ainda por cima, da Igreja que estava trabalhando na área técnica de um dos trios. Fiquei constrangido, mas a vergonha passou quando o álcool subiu a cabeça, mesmo que eu não tenha feito nada do que me fosse arrepender depois.

Ali, ligeiramente bêbado, beijando o tempo todo a boca de alguém que agora estou esperando me ligar, se é que vai ligar, explorando e descobrindo a liberdade e o tato corporal, entre as amigas de rodinha, lésbicas ou simpatizantes, mas principalmente entre os amigos de rodinha, muito deles gatinhos, foi lindo embalado nos remixes de Lady Gaga, Beyonce, The Pussycat Dolls, olhar o céu azul anil profundo ao entadecer. O céu azul que aparece depois de três dias cinzentos e agradávelmente chuvosos.

O nome é parada do Orgulho LGBT e não teve nenhum discurso político, pelo menos que eu tenha ouvido. Sequer consegui ouvir o Hino Nacional, que não foi entoado pela Vanusa. Teve distribuições de camisinhas e não falaram sobre os projetos que correm no Congresso do Sarney, pelo menos no Senado ele manda e desamanda, que tratem da homofobia e dos direitos civis aos homossexuais. Não falaram das concessões públicas de rádio e TV sendo utilizadas pelos Renatos Aragões e Chicos Anysios da vida para discriminar com seus retardados humores os homossexuais. Muito menos das concessões públicas usadas pelos padres e pastores evangelizarem sua intolerância.

De político não teve muita coisa, que eu tenha visto, porém políticamente incorreto também não. Mas sabe, se pode desfile de 7 de setembro que de político não tem muito, de formação de caráter patriótico – o que acho uma grande besteira – muito menos e que na verdade é incitação aos órgãos estatais de controle e violência, por que não pode a parada do gay? Ganharia-se muito se a parada fosse mais política, pelo menos enre os participantes, mas porque esse pragmatismo em tudo também?

Enfim, mas falar do macro, da política e da mentalidade da sociedade não é bem o caso quando as maiores transformações aconteceu no indivíduo, no caso eu. A partir de hoje posso dizer que tenho menos preconceitos, mais autoconfiança, mais experiência.

E parafraseando o Mal do Castelo Rá-Tim-Bum, eu ia e eu fui.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Eu juro, só não tenho certeza…

Sem querer ser um sofista, mas já sendo, a vida é feita de escolhas. Algumas escolhas são complicadas e decidir o que se fazer, ou não fazer, a respeito dela demanda muita razão, muita paciência e porque não, muita emoção. Outras escolhas são simples, muitas vezes tão simples que nem penso que ela é uma escolha.

Mas enfim, algumas escolhas, mesmos que simples, acabam criando em mim, seja na razão, seja na emoção, um dilema fudido. Não são raras as vezes que eu estou entre a cruz e a espada, a cruz de isopor e a espada de espuma.

Ganhei uma semana para escolher entre o sim e o não, e escolhi o sim para a parada gay. Parece simples, mas não é. Para mim foi complicado e confesso que ainda estou com vontade de voltar atrás e dizer não. Porém resolvi seguir a propaganda da Visa, que passou no tempo do a vida é agora,  e não colecionar NÃO’s.

Decidi jogar algumas das coisas para cima, questionar, quebrar destruir mesmo que as vezes isso possa fazer mal ou falta, mas se vai, falar agora não passa de hipótese, de possibilidade. Enfim, eu decidi que vou parada gay, ou não.

Vou tentar ser breve, o que dúvido que vou conseguir, e explicar um pouco da minha trajetória de vida e o meu passado recente, ou será que é médio? Assim pode ser que alguém entenda a minha subjetividade e dê um conselho que tornará o meu caminho reto, plano, duplicado, sem radares eletrônicos e taxista, aquela classe filha duma put… que é isso que eles são.

Bom, quando criança eu já me sentia atraído por homens, pelo menos pela estética deles e depois sexual e emocionalmente. Com as mulheres o processo não se repetia da mesma forma, aliás, não se repetia. Fui crescendo em meio a ignorância do que acontecia comigo, em ambiente culturalmente nada propicio, com mistificações – palavra nova que aprendi usar e acho chique – a respeito da homossexualidade e o principal, a homofobia.

Naturalmente, eu que não sou alheio ao meio, fui incorporando isso, os preconceitos, a homofobia e zaz.  Além dos prenconceitos desenvolvi medo de ser identificado como homossexual, e o que mais me marcou para agir assim foram o bulling que sofri na Escola, os preceitos religiosos que já defendi com veemência e o assédio moral e a violência física que sofri da minha mãe quando ela me encontrou brincando de médico, com um outro menino da minha idade.

Cresci com medo de ser o que sempre fui, homossexual, e de ser identificado como tal. Acredito que isso tenha servido apenas para atrapalhar o meu processo de autoentendimento e autoaceitação. Quando me autoaceitei, próximo aos 18 anos de idade, passei a não ter mais vergonha de mim para comigo mesmo, mas das outras pessoas sim. Cheguei até comemorar a revelação da sexualidade a terapeuta, que lógico que já fazia ideia a um bom tempo.

Hoje da vergonha  me resta menos. Não fico constrangido ao falar da sexualidade com outros amigos que sabem e, conforme for, eu até a sugiro em alguns lugares em algum contexto. O que não gosto é que as pessoas que não conheço ou não confio saibam da minha sexualidade, não é da conta delas e acho isso íntimo, ainda mais quando as reações hostis mais do que factuais, são comuns.

Ir até a parada gay é identificar a minha sexualidade, ou sugerir j á que nem tudo que reluz é ouro, aos que por lá estiverem ou passarem. Pessoas com as quais não tenho intimidade, não tenho delas respeito em virtude da devoção e por aí vai.

Também não tenho incorporado totalmente algumas coisas. Algum tempo atrás escrevia neste blog falando do meu armário, situação que acho legitíma, e agora já estou falando de eventos que não combinam muito com quem está nessa condição.

Mas para quê ir até a parada gay então? Quero conhecer o evento para dizer se gosto, para dizer se é bom ou ruim, para colecionar a experiência, matar a curiosidade, para criar um discurso coerente.

Nunca confiei nesses julgamentes publicados na grande mídia criando uma mentalidade negativa a respeito do evento, pois sinto existir uma intencionalidade heteronormativa, até no “sou contra a parada mas respeito os homossexuais”. Ao mesmo tempo acho que tem homossexual que se rendeu a esse discurso mal intencionado quando o adota sem conhecer o evento.

Acho que devo ir ao evento, apesar que tenho comigo o velho pensamento do que os outros vão pensar de mim. Também acho que devo ir para mostrar a mim mesmo quem está no comando da minha vida, se é eu ou o que os outros pensam de mim. Eu deixo de fazer muitas coisas por causa dos outros e o mundo e o tempo são meus.

Chato, chato mesmo só vai ser dizer a minha mãe que eu vou a parada e querer que ela fique numa boa com isso. Ela vai chorar, ela vai berrar. Eu não vou chorar, mas berrar com ela eu vou.

Mas eu juro que vou a parada gay, só não tenho certeza.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Desabafo: desprezo a religião

Outra vez os homossexuais tem a conquista por maiores direitos civis adiada. Outra vez a justificativa para negar direitos civis, como a união estável entre casais homossexuais, é a defesa da família. Outra vez apresentam como argumentos mentiras e afirmações nunca provadas. Outra vez dizem garantir a nós direitos, mas outra vez nunca tivemos esse direito que afirmam.

Dessa vez a proposta de união estável entre casais homossexuais é negada pela Comissão de Seguridade Social e Família, sendo a pessoa do deputado José Linhares (PP-CE) a personificação disso. Como argumento Linhares diz que a união entre homossexuais não é natural e que uma criança precisa de um homem e uma mulher para educá-la.

Não existe coerência nesses argumentos, milenares e constantemente rechaçados, dados pelo deputado, que é padre. Quem prova que famílias chefiadas por homem e mulher nunca falham na formação da pessoa humana? Quem prova que homem e mulher por si só bastam para criar outra pessoa? Quem explica os casos das pessoas que cresceram em famílias que abandonam esse modelo familiar, nuclear cristão e em vias de se tornar menos comum, mas que demonstram caráter e inteligência superior aos filhos do bons costumes?

Enfim, por que se colocar contra algo argumentando que isso é contrário a natureza? Que estudo de caso existe para determinar no comportamento humano o que realmente é natural? Até que pontos somos naturais e o que se permite que algo não seja natural seja tolerado e outro não?

Certamente, Linhares e seus apoiadores, a bancada protestante e católica bem como os seus fiéis, vão dar como justificativa a moral e os ensinos da Bíblia que leem e o que dizem dizer a fé que professam. Vão justificar assim por pensarem que o quê acreditam seja a verdade absoluta, apesar das contradições, apesar das incoerências, apesar de não conhecerem profundamente outras concepções.

Tudo bem enquanto argumento, mas tudo mal para quando eles impõe através do Estado laico e de suas leis, do poder político, o que pensam como se todos tivessem que aderir ao que acreditam. Agir como agem os religiosos infiltrados no Estado com cargos políticos, usando concessões públicas para faixas de radiofrequência para rádio e televisão não é democracia, não é Estado laico, não é liberdade.

É necessário uma ação por parte dos que não concordam com essa intervenção religiosa, travestida de verdade e protetora do que é certo, se é que é certo, e que atribuí a responsabilidade e criminaliza as maiores vítimas desse processo e dessa mentalidade.

Não se deve tolerar a presença da religião na constituição do Estado, de suas leis e políticas. A religião não é sinônimo de ética e responsabilidade, não existe prova disso, muito menos se o pensamento é cristão. Como cidadão e pessoa humana não se deve tolerar as discrimações dos religiosos que oprimem, humilham, confundem, desprezam, mentem sobre amor, tolerância e liberdade.

A religião é o câncer da humanidade.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Papo Aleatório VI – Não é Proibido

Existem algumas músicas que ouço incansavelmente quando descubro que elas existem. Algumas dessas músicas não são novas e estão lá na biblioteca do meu PC a certo tempo. Outras não estão como é o caso de Não é Proibido da Marisa Monte.

Achei a letra ótima. Tem nela uma vibe, créditos ao Gato de Cheshire, meio pedofila na parte que fala de doces e diversão caso a minha suspeita de que a música esteja falando na verdade de suruba seja... verdadeira. Tudo bem, viagem, viagem.

Bom, mas o reforço nos graves são bons, eu adoro o som do contrabaixo porque ele torna a música gorda. E a bateria atiça um desejo de sair requebrando com os braços para cima igual aquele jacaré do Pica-Pau. Qual o nome dele? Foda-se.

Essa noite eu sonhei que no Brasil existia Maglev saindo da minha cidade e indo a vários outros lugares do país, onde mora gente que eu gosto, mas que não conheço e mesmo assim tenho saudade. O melhor era que a passagem custava mais barato do que uma tarifa de ônibus coletivo daqui. Isso sim era utópico.

Para quem não sabe Maglev é o trem magnético, ele não tem rodas e se desloca sobre trilhos magnetizados. A promessa é que ele chegue aos 8000Km/H, mais rápido do que os 2500Km/H do Concorde (in memorian), e tornando raquitico os 850 Km/H da aviação comum.

Por enquanto o Maglev está longe de atingir seus 8000Km/H, ele só vai até 550 Km/H, mais rápido que o TGV da França, ou os 180Km/H que um motor 2.0 atinge facilmente na rodovia quando dirigido por um inconsequente.

Outra vantagem do Maglev é que ele operacionalmente é mais barato do que avião, trem comum e ônibus. Muito melhor do ponto de vista ecológico e mais seguro porque não descarrila. Porém ainda tem muito que evoluir e a instalação é cara.

Bom, mas porque eu estou falando do Maglev? Claro, penso que ser o Brasil um dos pioneiros no desenvolvimente dessa tecnologia nos traria muitos avanços, mas o principal não é esse.

Essa noite eu tive um sonho. Sonhei que todos solitários como eu tinham o Maglev a R$2,25 para ir pela manhã a qualquer lugar do Brasil e a noite estar em casa para ir a Universidade.

Ultimamente tenho me sentindo um sujeitinho tão brega, tão idealizador. Mas tá bom, é até engraçado parafrasear um dos sujeitos que mais admiro e que certamente fazem falta ao Mundo.

Falando em direitos humanos, quero revogar o seguinte artigo do Estatuto do Homem:

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Quem escreveu isso nunca morou em Goiânia, não sabe o tão desagradável é dormir em uma noite quente enquanto que durante o dia sua pele queima e seus olhos e nariz estão a arderem. Manhãs cinzentas de terça-feiras, ainda mais se forem úmidas, são perfeitas por aqui e domingos ensolarados verdadeiros infernos. Pelo menos durante agosto.

domingo, 23 de agosto de 2009

Carta a mim mesmo…

Goiânia, 23 de agosto de 2009.

Aos senhor corpo que me porta, a mente que me conduz e as emoções que me existe…

Faz algum tempo que tenho percebido e atribuído a mim mesmo o que acredito que sejam fracassos, felizmente menores em relação aos sucessos, que tenho obtido na vida. Assim sendo atribuo a mim mesmo o título insuportável, pouco prático, autocrítico e destrutivo, talvez imbuído com alguma falsa modéstia de meu maior inimigo.

Na minha boca, assim como nas minhas veias e artérias, corre o pior veneno a minha felicidade, eu mesmo. Diante disso é certo que eu esteja pensando que o que estou pensando seja algo confrontante com a minha inclinação política, bem como o que penso ser bom, aja vista que esse discurso metaegocentríco que faço tem um caráter semelhante ao indesejado e meritocrático neoliberal e individualista.

De um tempo para cá, que inultimente quero determinar, tenho uma indiposição para fazer acontecer. É como se eu me deixasse levar pela vida boa que de repente eu tive e que aos poucos fui percebendo que se não me esforçasse continuaria com ela.

Tudo bem, reconheço que me esforcei para conseguir coisas que pudessem ser positivas para mim, o falecido, as entrevistas e dinâmicas de grupos com os insuportáveis psicólogos de recursos humanos, as inscrições para concorrer as oportunidades que me foram escancaradas, a tentativa de me socializar com novos grupos, a vontade de retornar para aqueles que só desprezo a fé que possuem e tudo mais.

Contudo, penso ser eu um alguém fraco que não soube correr, pois conta eu bem sei que dá, atrás do que a vida tem a oferecer. Noto que ultimamente me articulo lentamente para conseguir o que quero, que falta persistência e muito mais fé de que as coisas ainda vão dar certo.

Tá bom que não corri atrás do garoto da Universidade essa semana porque eu não o vi, correr atrás entendendo que nesse primeiro momento consiste fazer um reconhecimento de campo e aí sim tomar uma decisão efetiva. Mas confesso que faltou a mim empenho para obter o orkut do moço e permitir que a Mystica contribua para as coisas darem certo.

Nem sempre foi assim, eu sei que fui melhor para ir à ação. Reconheço que nos ultimos tempos tenho evoluído bastante, aliás, tenho sido pessimista inclusive na hora de reconhecer o que é real. Concerteza não sou e não escrevo mais como o sujeito de dois ou três anos atrás.

Seja a hora de se preocupar menos com números e mais com a qualidade talvez, não seja eu um sofista e nem me preocupe a enunciar aqui o que se fazer, eu bem sei o que fazer e não escreva mais uma carta de boa intenção que vai me frustrar no decorrer do tempo caso se não se concretize as belas palavras que um dia pude sugerir a mim.

Sabe, na verdade eu tenho vontade mesmo é de começar tudo, mas é impossível voltar ao passado e começar com a subjetividade que hoje me é inerente, com a intencionalidade que agora tenho querendo que as coisas se deem belas pelo acaso.

Enfim, não vou me despedir porque não estou morrendo e sei que meu pensamento continua, não aqui de forma escrita demonstrando apenas uma sequência e linearidade do que estou a bombardear nas infinitas conexões neurológicas da minha mente. Mas sendo essa uma carta eis, uma despedida simbólica somente para fins de licença poética.

Att,

Meu subjetivo racional e emotivo eu alocado nesse corpo seu corpo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mais eterno do quê dura

Uma reflexão sobre a convivência e o amor baseando em fatos.

 

Quando se mudaram para cá eram um simpático e sereno casal de bons velhos. Retirantes e embora os anos de Planalto Central ainda conservavam o sotaque arrastado do interior do Ceará. A fé protestante se entrelaçava com a humildade, a pouca ciência e achavam tudo biblíco e abençoado, as crianças gritando pela rua, o céu cinza avisando que vai chover. No fundo duas almas leves.

Hoje a velhinha ainda continua com o seu jeito sereno e simpático, mas embora more com a filha caçula e os outros filhos, netos e bisnetos venham visitá-la aos finais de semana, é notável sua solidão e sua carência. Ela não gosta de falar do passado mais como antes, porque quando fala lembra de quem a acompanhou  na maior parte da sua vida. Suspira, os olhos transbordam e solidarizo com ela.

Juntos construíram conseguiram só ao final de suas vidas construir uma casa descente e confortável para viverem. De frente a essa casa, quando saio da minha a vejo sentada que ascena e depois continua a olhar para o infinito. Dá a sensação de que para onde olha é onde está ou por onde se chega ao seu velhinho.

Especulo comigo mesmo o que faz alguém como ela sentir tanta saudade dele. Por que embora esses quatro anos da morte dele, ela ainda está a chorar e ainda lamenta? O que tem no céu e porque olhamos para ele quando desejamos ou sentimos saudade? Será que o céu representa visualmente a distância que ela sente? É saudade ou é amor o que torce a garganta e escorre lágrimas? Ou será que a saudade só existe porque existe primeiro o amor?

Se é amor o que ela sente é então o mais nobres do sentimentos. Sei que isso é brega, mas é sincero, desejo ter alguém para que eu possa, mesmo que isso seja dolorido e mesmo que eu queira ser tão racional e acomedido, ter alguém para chorar assim na mais avançada das idades que eu conseguir viver, caso o meu suspiro venha depois.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O colega da Universidade

Na Universidade existem muitos rapazes bonitos e que são estudantes. Existem uns poucos funcionários públicos jovens e bonitos. Mas funcionários são bem menos do que estudantes.

Mas o meu curso não é bem o lugar em que estão matriculados os rapazes mais bonitos. Eles estão em outros cursos, acredito que nos mais elitizados – entenda os mais concorridos. Apesar disso existem por ali colegas que me são bonitos.

Bom, ultimamente desisti de reparar os outros alunos, assim como todos homens, tentando saber se eles são homossexuais e então pensar se possível. Mas agora eu me dou por vencido, não consigo indentificar quem é colorido ali a menos que alguém me fale ou seja a criatura cheia de trejeitos efeminados.

Assim sendo me vejo numa situação de conflito entre a curiosidade e a insegurança. Tenho medo de me confundir com as expectativas que tenho e acabar me expondo no final, ficando de tal maneira constrangido e constrangendo outras pessoas. Também tenho curiosidade para saber se as minhas expectativas são verdadeiras já que se realmente forem será algo de muito bom grado.

Bem, vamos contar a história pelo começo. No ano seguinte ao que eu entrei na Universidade, novas vagas para o meu curso foram abertas e outra turma foi formada. Com a nova turma veio um novo colega que a partir do segundo semestre cursou algumas disciplinas comigo e participou de eventos também.

Apesar que eu tenho um bom relacionamento com toda a minha turma, acabei me inserido em uma panelinha no começo do curso ainda. Esse novo colega se inseriu na nossa panelinha quando cursou algumas disciplinas conosco e algumas vezes pegou carona com a gente depois da aula.

Principalmente nas caronas notei que ele tinha uma preferência em conversar comigo, princiaplmente para me ouvir. E até hoje nos corredores da faculdade, quando nos encontramos comprimento ele de um jeito tímido e que pode ser talvez confundido com indiferença.

E indiferença é o que me parece ele não ter para comigo, me comprimenta com largo sorriso e sempre citando o meu nome, que eu não gosto.

Que ele seja atencioso só comigo pode ser só impressão minha, pode ser que ele seja antencioso com todos. Mas pode ser que ele seja atencioso só comigo, que é o que mais me parece mesmo que eu não confie em minhas expectativas.

Se ele for antecioso realmente faço uma indagação, por que ele é antecioso comigo? Não é uma inteligência que eu possa ter que o atraía, ou atraí, para conversar comigo, pois não falávamos de assuntos cults, vamos colocar assim.

No meu gaydar eu não confio, mas ele me faz pensar uma coisa. O colega em questão tem suas amizades masculinas, não tem trejeitos efeminados, mas tem alguma coisa que me faz pensar que ele talvez não vá ser heterossexual, que ele pode ser homossexual, ou bi, só que discreto, o que eu acho adorável.

Então eu penso que ele seja homossexual, ou bi, e tem um gaydar competente que me detectou. Me detectando isso deve repercutir nele uma afinidade que deve ficar só na afinidade mesmo ou talvez numa amizade ou até algo mais.

Se isso mesmo eu não sei, sou sonso para perceber essas coisas e sou tímido. Fico constrangido, eu sou daqueles que díficilmente toma iniciativa, porém com uma vantagem, não me martirizo caso o que eu queira, pense ser o melhor, não aconteça.

Pois bem, daí que eu não sei até quando vou aguentar essa curiosidade retida pela insegurança. Pois tenho medo de correr atrás, ir me aproximando, começar a acreditar, a acreditar e chegar na hora cair do cavalo. Cair do cavalo é o cara falar que não é homossexual e acabe expondo minha condição, o que não é bom para eu que prezo uma descrição.

Ao mesmo tempo também penso que tudo pode ser expectativa, pois se o coleguinha for mesmo colorido e estiver interessado também ele poderia ter tomado iniciativa, partindo do pressuposto que ele se interessa por mim a mais tempo do que eu venho desconfiando desse interesse. Pode ser também que ele não tenha iniciativa e seja um medroso como eu.

Enfim, eu queria sintetizar o que eu penso a respeito dessa sinuca de bico e aqui estou. Vamos ver se eu vou colocar outro NÃO na minha coleção, nesse caso o das respostas que NÃO procurei.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Windows Live Writer no Blogger

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Essa fotografia foi feita com a câmera do meu antigo Samsung X660 com resolução de 1,3Mpx. Na época só a Vaca Profana, entre as pessoas mais importantes da minha vida, sabia da minha homossexualidade. Foi nessa época também que comecei a ler Psicologia da Educação e estudar a história e a compartimentação espacial do meu estado. As melhores disciplinas que fiz no 4º semestre.

Essa foto foi tirada ano passado mais ou menos nessa época. Lembro da ambiente mais agradável que é o Bosque dos Buritis, no Centro de Goiânia, devido à sombra e ao silêncio das árvores e o principal, a úmidade provocada pelo chafariz da fotografia.

Na verdade o que menos quero com essa postagem é falar dessa imagem. Quero mesmo é testar o Windows Live Writer e ver se ele se sai como uma ferramenta funcional e prática para postar no blog. Se você estiver lendo essa postagem é porque deu certo.