sábado, 3 de outubro de 2009

Do melhor amigo II

Hoje no começo da tarde voltava a pé para casa, vinha de uma reunião de estágio. De repente um motoqueiro para ao meu lado, o que serviu para me assustar já que uma vez um deles me deixou no mínimo constrangido.

Mas ainda bem, era o meu melhor, talvez, amigo perguntando se eu estava afim de terminar a caminhada até a minha casa ou se preferia subir na garupa e chegar até ela de moto. Eu escolhi a carona, mesmo que eu não estivesse de capacete.

Bom, a carona foi boa, mas não tão bom quanto poder conversar um pouco com ele, mesmo que breve. Acontece que isso serviu para dar ao resto do meu dia um clima de melancolia.

Gosto muito desse amigo, como amigo, e houve um tempo de nossas vidas que passamos muito do nosso tempo junto, fazendo uma infinidade de coisas, principalmente as mais caseiras como jogar baralho, xadrez e assistir a filmes, nenhum pornô que fique bem claro.

Esse foi, eu acho, o período de nossas vidas em que nossas relações foram as mais estreitas. Hoje ficou diferente, as coisas não são mais como eram antes. Vou pouco a casa dele, nos falamos pouco, nos vemos pouco também.

Uma coisa que mudou muito o meu semblante e garantiu por dias um sono mais leve, foi ter dito a ele que sou gay e ter da parte dele uma reação que se não foi a melhor, foi no mínimo muito boa. Ter dito a ele que sou gay parece não ter provocado nele nenhuma mudança, ele continua agindo naturalmente comigo, é sempre solicito, hospitaleiro e lembra de mim para favores que ele retribuí havendo a possibilidade.

O que parece ter mudado foi a minha segurança quanto ao amigo. Existe em mim uma insegurança quando na presença dele de haver alguma atitude minha, por mais que seja natural, que acabe provocando algum mal entendido, no sentido dele se sentir assediado.

Ele é muito inteligente, crítico, sabe que nossas convicções em muitos casos, como as sociais, são construídas, são relativas e por isso não expressam bem a realidade ou simplesmente não expressam. Mas não sei, tenho medo mesmo assim.

Uma coisa eu já percebi, ultimamente tenho adotado uma conduta mais reservada com relação a ele, embora eu queira me aproximar. Na verdade é medo meu.

Bom, aproveitei a melancolia para dormir no final da tarde, acordei mais melacólico ainda sentindo falta, saudade, de não sei quem. Um vazio que não é só por causa desse amigo, mas por causa de todos.  Isso pouco muda no decorrer do tempo, pois tenho cada vez menos lugares para ir com os amigos.

Não posso negar também que sinto falta do que nunca tive, alguém para contatos mais afetivos e íntimos. Sinto falta disso, mas não é apenas disso, é um mix de tudo mesmo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pensamentos ao assistir Show da Fé

Rádio, televisão, telefone celular, internet wirelles, todos esses serviços  e um série de outros são transmitidos por meios de ondas eletromagnéticas em frequências distintas. Isso todo mundo sabe. O que pouca gente sabe é que para utilizar essas frequências é necessária autorização do Estado, no nosso caso a União através da Anatel, que representa o interesse público.

 

A Anatel, apesar das críticas que se faz, regula e distribuí bem as concessões públicas levando em conta os aspectos de ordem técnica. Quanto aos outros aspectos, como os de ordem social, não é critério dela e sim do Congresso Nacional avaliar na hora de autorizar alguns serviços como rádio e televisão.

Sabemos o Congresso que temos não é? Os deputados e senadores que deixamos nos representar quando não são donos, representam os interesses de emissoras de rádio e televisão, companhias telefônicas, igrejas e afins. Bom, isso não explica tudo, mas explica muito do que vemos e ouvimos na televisão e no rádio.

Como o que se leva em conta na distribuição de outorgas rigorosamente no Brasil são os aspectos técnicos, falta principalmente na nossa televisão aberta e de interesse público os interesses públicos que nossas leis definem bem. Por isso tantos programas com apelo erótico, inclusive entre as crianças, apelo à violência, ao sensacionalismo as custas de humilhações de pessoas e da agressão gratuíta entre elas.

A publicidade dá até medo, propagandas da cervajaria subjulgando a figura da mulher, atrelando o consumo de medicamentos algum glamour, gerando demandas por objetos de consumo cuja falta deprimem as pessoas. Mas a publicidade não dá tanto medo quanto o nosso “soberano” jornalismo monopolizado por cinco grupos nacionais, fora os regionais, caracterizado muitas vezes por abordagens tendenciosas, irresponsáveis e que ainda reclamam não existir liberdade de imprensa no Brasil.

Os problemas e as ausências de interesses públicos na televisão, e as vezes no rádio, não se resume a isso, pois também engloba o fator religioso, que no caso do rádio é ainda maior. Os programas e as emissoras religiosas, com a justificativa de liberdade religiosa, diariamente leva aos rádios e às televisões brasileiras promessas de curas, inclusive a AIDS e a homossexualidade como assisti certa vez no Show da Fé. Também não se pode ignorar as atribuições demôniacas e esteriotipantes que fazem às outras confissões, principalmente as de matriz africana.

Por fim, entre muitas coisas, os nossos programas religiosos aproveitando da ignorância, do desespero das pessoas e  principalmente das concessões públicas, leva a inúmeras pessoas expectativas baseadas em promessas de realização inexplicável ou pouco plausível, além de ilusórias e que criam preconceitos e intolerâncias contra alguns tipos, seja religioso, seja sexual, enfim.

A qualidade da programação de nossa televisão é tosca, é brega e de mal gosto. Essa qualidade em grande parte não tem compromisso com a promoção da cultura, regionalismos, fixação de nossas identidades, soberania, cidadania, informação, imparcialidade, causas sociais, com os preceitos constitucionais e os vigentes em outras leis.

Não justifica a distribuição de concessões públicas, levando em conta apenas os critérios técnicos, os interesses particulares e os de alguns grupos econômicos e políticos. Não justifica em nome da liberdade religiosa tolerar promessas irresponsáveis, discursos estigmatizantes e que ofendem outros grupos.

O Estado é um servidor, existe para prover os interesses da sociedade, não é uma máquina que deve ser dominada por ideias mercadológicos e políticos. Sendo assim cabe ao Estado considerar esses interesses, os sociais, na distribuição de concessões públicas e a nós, enquanto cidadãos, fiscalizar isso, pois para isso pretendemos um Estado que seja democrático e aberto ao diálogo.

Eu sou lindo? Absoluto?

Fiz uma Rev- no texto para tentar torná-lo menos confuso.

Eu fui a parada gay e todo mundo já sabe. Prometi a mim mesmo que iria a parada gay desse ano e iria ver o que é o evento com meus próprios olhos, questionando meus próprios valores para fazer um julgamente mais próximo do justo. Acho que consegui, apesar que fui porque meu amigo D insistiu.

Indo lá para a parada eu conheci os amigos do D, um deles é o P, que como vocês devem se lembrar ficou comigo, mas eu não continuei com ele porque não rolou muita afinidade da minha parte. Tudo bem!

Lá na parada estava também o R, amigo do D, o meu amigo, que notei ser mais reservado, menos falante e que tive a impressão que me olhava como se não tivesse ido para minha cara. Pensei também que o R fosse irmão da amiga simpatizante do D, o meu amigo, e além disso, heterossexual.

Dias depois, no domingo passado para ser mais exato, descubro que o R se chama R e que ele não é heterossexual, é sabão em pó mesmo, muito menos irmão da amiga do D. Descobri porque o R me adicionou deixando um scrap mínimo no orkut, mas que acabei aceitando pelo D, o amigo, e o P, o ex ficante, constar como nossos amigos em comum.

Lá no MSN, que também aceitei, ele me conta que é homossexual mesmo, que não é irmão da amiga do D, me perguntou o que eu achei da parada e então, finalmente, enfim, contudo, todavia, ele chega a um ponto, me pergunta se eu ficaria com ele.

Lembro que na hora eu pensei, “porra, ainda bem que é no MSN essa conversa, tenho tempo para pensar muito bem nas respostas”. Porém sem mentalizar muito respondo que não porque eu fiquei naquele dia e nos que se sucederam com o P, o ex ficante é claro. Então cerrrrto mano! Contornei e ele se deu por satisfeito.

Porém com essa pergunta eu comecei a tomar ideia do porque ele, o R, me adicionou no orkut e pediu para que o adicionasse no MSN, mas o principal, comecei a sacar porque ele me olhava fixamente e eu achava que ele não estava indo com a minha cara lá na parada.

A conversa fluí para outros assuntos, falo da minha graduação e o R não diz a clássica mas você vai ser professor? e ganha créditos comigo. Explico então da faculdade, do curso e ele volta o rumo da conversa para relação e pergunta se eu, que tinha dito que não estou com ninguém, aceitaria ficar com ele.

Lembro que na hora eu pensei, “o quê? Onde você quer chegar companheiro?”. Me levantei, olhei-me no espelho do guarda-roupas, testei ângulos e pensei, “feio eu não estou... (pausa)... hoje”. Contei a Vaca Profana em outra janela no MSN o que estava acontecendo, ao S, um amigo que conheci em São Paulo, também. Por fim perguntei a eles, “eu sou bonito por acaso?”.

Bem, o S disse com muitas exclamações que sim. A Vaca Profana disse que melhoramos, ela e eu, muito do Ensino Médio para cá. Enfim, se eu fosse hetero eu dava uns catos na Vaca, mas eu? Bonito?

Contei ao Gato de Cheshire um pouco da conversa com o R e rolou uma confusão danada. Tive que escrever um tratado cartesiano para explicar que nariz de tomada não é porco, eu sei que não é assim, para no fim ele, o Gato, dizer algo na linha de, agora entendi.

Contudo, o R estava lá me esperando e eu dei uma resposta ao se eu ficaria com ele agora que eu estou livre. Eu disse que não, porque eu não poderia retribuir os sentimentos. Simplesmente retribuir, pelo que vi na parada e no orkut, não ia acontecer já que ele não me atraí.

Daí que eu penso que talvez eu não esteja tão mal quanto penso que estou. Pois para mim o R só me adicionou no orkut, pediu para que eu o adicionasse no MSN, mas o principal, ficou durante o tempo que o vi na parada me encarado porque eu despertei algo nele.


Eu sou Well

No meu CrossGol eu vou sair

Vou buzinar os taxistas

Pois eu odeio essa classe, demaiiiiiiiiiissssssss!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mas você vai ser professor?

Sim! Existe uma comunidade no orkut com esse nome cujo título e descrição me inspiram a fazer dessa pergunta, Mas você vai ser professor?, uma constante.

Pode ser uma verdade feita, mas já são quase três anos dentro da Universidade e eu refletindo sobre isso, mesmo assim ainda tenho comigo, Professor é a mais importante classe da sociedade. Lendo vários autores, estudando vários casos de vários países chego a essa conclusão.

Mas não é a importância que o Professor tem que me faz pensar que no final do ano que vem serei um. Quando olho os editais dos concursos e vejo as cargas horárias intensas e os salários de fome eu penso realmente se eu vou ser professor.

Fui até a escola em que estudei todo ensino fundamental, vi vários professores daquele tempo. Era inevitável o “mas você vai ser professor?” que me faziam. Hora com um entusiasmo, outra hora com um certo desdém, do tipo eu colocava tanta fé em você e me vem dizer isso.

Enfim, sempre fui bem quisto pelos professores, mas não será a minha graduação o motivo de mudar esse status entre eles. Assim espero. Mas ali em contato com a escola, com os professores sou bombardeado por várias memórias.

Das memórias tenho boas e más. E o que me levou a voltar àquela escola foram as boas, mas das más eu não esqueço. E falar das memórias ruins não me traz conforto, é meio que um tabu para mim e talvez um dos poucos, se não o único gargalo, que a minha sexualidade ainda tem.

Na escola foram várias as vezes em que cassoaram de mim, quando não me agrediam. Isso fazia com que eu me sentisse a pior das pessoas e chegasse a desejar nunca mais voltar para aquele lugar. Algumas vezes pedi a minha mãe me tirar de lá. Ela fica ofendida também quando dizia o que acontecia, mas mandava eu virar homem.

Quando minha mãe mandava eu virar homem eu ficava pior ainda, pois me sentia abandonado e ainda achava que a culpa era minha. Enfim, existiam momentos que pensar na escola era simplesmente ativar em mim sofrimento, um desejo de não ir.

E de uma coisa eu posso dizer, eu tive de tudo para não me autoaceitar e ser infeliz. Resolver o nó da minha sexualidade me conferiu uma qualidade de vida, uma leveza de espiríto, uma serenidade no sono que as pessoas que mais se gabam de gostar e ou amar a mim não ajudaram em nada.

E então eu penso, mas você vai ser professor? quando penso que vou trabalhar onde estudei sabendo que as crianças que romanticamente a sociedade atribuí uma ingenuidade, uma imacula, que na verdade não existe, fazem julgamentos e atitudes daquilo que em nós adultos se entende como maldade.

Mas não vou me preocupar em responder definitivamente essa pergunta. Vou ser professor, enquanto tiver ânimo, vontade, enquanto não aparecer nada melhor. Mas fiquem tranquilos, não vou quebrar galhos quando tiver atuando profissionalmente, vou fazer o que seja ético sem pensar que eu tenha a messiânica obrigação de quebrar os paradigmas das crianças.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Deus, religião e sexualidade.

Postei numa comunidade aí, achei bom e estou colocando aí.

Ruim de pegar assunto que fale de religião é que as crenças costumam ser deterministas e na hora de julgar a fé alheia comete-se muitos equívocos, pois se utiliza sempre a própria fé como pressuposto. Por isso que tem quem diga que todo ateu no momento de aperto recorre a Deus. Ledo engano.


O dilema entre ser bissexual, ou homossexual que não influência muita coisa nesse julgamento, é se é possível viver bem com a sexualidade e acreditar em Deus.


Indo do pressuposto que Deus é diferente de religião, é possível sim. Porque Deus, ou a determinação que se quiser dar a ele, é uma abstração que varia conforme a cultura, o tempo, a sociedade, a história, o grupo, o interesse, as idéias das pessoas e a subjetividade de cada um. Ou seja, cada um, ou cada grupo, religioso por exemplo, definem Deus conforme suas peculiaridades, porque Deus é uma definição mais variável e flexivel.


Dessa forma é possível acreditar em Deus sem entrar em conflito com a própria sexualidade, desde que a concepção que se faz a respeito de Deus tolere a sexualidade do indivíduo.


Quanto às religiões, o assunto é mais complicado, pois muitas delas, principalmente as grandes confissões como a muçulmana, a judia e as variadas cristãs fazem um definição de Deus como não tolerante a nada que não seja heterossexual.


Portanto, uma pessoa, que antes de ser católica é um bissexual, entra em conflito com o que prega sua religião, já que ela é algo mais normativo e definido em relação a Deus e que não tolera as práticas não heterossexuais.


Sobre a parte da religiãofobia, eu confesso que tenho, pois vejo a religião como uma ameaça as minhas liberdades individuais, além de uma punição ao que foge do meu controle e escolha, a minha sexualidade, e me obriga a viver de uma forma sofrível e injusta com isso tendo como justificativa argumentos relativos, simplistas, determinista, impositivos e, na maior parte das vezes, incompravados.

Exemplo disso é a mobilização que a bancada religiosa faz no Congresso Nacional para impedir leis que punam a homofobia, equiparem os direitos civis, criem condições para adaptação a diversidade de identificação de gênero, cujos argumentos são pautados na bíblia, na defesa da família cristã, como se todos fossem cristãos e como se homossexuais fossem perigo a eles, atribuíndo a nós desvio de caráter, perversão, doença, pedofilia, disturbio, transtornos sem nenhuma propriedade técnica e comprovação cientifica.


Além disso as religiões utilizam concessões públicas de radiofrequência de rádio e televisão para, entre muitos absurdos, veícularem propaganda homofóbicas e visão conturbadas.


Por isso vejo que acreditar em uma religião, católica, evangélica, enfim é dar apoio a um movimento contrário ao próprio indivíduo, porque antes de ser católico ou evangélico, a pessoa é em primeiro caso bi/homossexual tanto quanto é branco, negro, mestiço, isto é, partindo do pressuposto que religião seja uma construção social e a sexualdiade, assim como a cor da pele, algo inerente ao individuo, que é o que acredito ser no meu caso.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Papo Aleatório VIII – Um dia nublado

Bom, não é nada, é só vontade de escrever mesmo. Eu recomendo que você não leia essas baboseiras

Eu estou bem, me sinto mais livre agora. Ele logou, eu falei que da minha parte não dá para rolar. Pedir para ele esperar seria egoísmo da minha parte para o que agora e nem sei quando dá para acontecer. Por enquanto eu prefiro só a amizade.

Ele não fez escândalo, disse que tudo bem, mas acha que estou apaixonado por outro. Quem dera, se eu tivesse apaixonado por outro eu falaria também. Mas não foi mesmo. Feliz eu sei que ele não ficou, nem sei como ele dormiu já que acho que ele botou fé na relação.

Bem, eu recolhido em mim mesmo dormi muito bem essa noite. Acordei às  08:00 horas – sim eu sou um estudante universitário que não procura emprego porque tem medo de entrevistas, dinâmicas de grupo, não aguenta as desculpas esfarrapadas que dão quando não querem contratar, psicólogos de RH e ninguém sabe – e noitei que o céu estava nublado.

Fui até a janela, me senti livre quando pensei que não tinha que mentir para ninguém e que tudo ia dar certo agora, mesmo que eu acordasse às 08:00 horas da manhã. 

Deitei na cama outra vez e continuei olhando pela janela, que fica aberta a noite toda, pensei nas massas de ar, nos impactos ambientais, na impermeabilização do solo, no oiti – acho que é esse nome – cuja a copa está bem mais alta comparado ao ano passado e que o irritante do meu vizinho fica colocando o carro dele na sombra.

Imagem

Foto que eu tirei agorinha….

Isso que eu não entendo, ele tem uma calçada maior do que a minha, além de inútil, e não planta uma árvore. Aliás, ele cortou a pupunha que tinha no quintal dele para dar lugar a mais uma vaga para o carro do padrasto.

Me levantei e fui ver tv, reprise do Bom Dia Brasil na GloboNews. Me sinto tão alienado, além de preguiçoso e letárgico. Almocei, assisti o Jornal Anhangüera 1ª Edição. Vi as ofertas de emprego, não tinha nada para que eu pudesse me candidatar e isso serviu como uma desculpa esfarrapada para a cobrança da minha consciência.

“Viu só, nada de call center, nada de pessoas sem experiência e nada para a Educação, que é a minha área!”

Agora estou aqui, navegando na web, escrevendo esse texto, me irritando com as correntes que me mandam por email, pensando metarracionalmente.

Vou lavar a louça, arrumar meu quarto, limpar o chão, gravar um mp3 com o que tá bombando na rádio e começar a pintar algumas paredes da minha casa. Se tem uma coisa que faz a gente pensar é pintura, de parede. Acho atividades como essa tão racional.

domingo, 20 de setembro de 2009

Fatos e fantasias

O que é fato é que eu fui a parada gay e gostei de ter ido. É também fato que eu beijei na boca e gostei de ter beijado na boca. Também não deixa de ser fato que eu gostei de ter matado aula naquele agradável dia de chuva para ficar com ele outra vez, mesmo que isso me custasse uma avaliação em sala e mentiras sujeitas a serem desmacaradas.

O que é fantasia é que eu não me sinto sentimentalmente atraído. É fantasia que um eu te amo que por ventura possa ser dito da minha parte agora é verdadeiro. Também é fantasia que eu não me sinto pressionado e que estou satisfeito com a discussão de relação que tivemos ontem.

Combinamos deixar rolar, enquanto deixavamos rolar ele se antecipou, disse que me amava e disse a alguns que já “firmamos”. Não tenho raiva disso, mas isso me faz sentir pressionado e de certa forma me faz pensar que eu não estou tendo controle.

Pedi mais um tempo, não quero magoar ninguém. Disse que acho duas semanas, que se completam hoje, tempo insuficiente para firmamos um compromisso. Ele entendeu, pediu desculpas – embora não fosse uma questão de pedir desculpas porque eu não me ofendi com nada.

Mesmo assim não fiquei satisfeito, pedi para ele esperar um pronunciamento sobre um sim ou um não, o quê seria algo egoísta da minha parte, aliás, até agora está sendo. Ele não tem o mesmo tempo, ou interesse em utilizar esse tempo se o tiver, esperando por algo que eu não posso prover a ele, uma relação.

Então é melhor parar, ficar só na amizade porque não dá certo. Combinamos deixar rolar por mais um tempo e ainda hoje ele me pergunta se pode sair com uma das pessoas que eu conheci na parada e que é amigo dele há muito mais tempo do que ele me conhece, sem contar os sms lá com seus Eu Te Amo e me tratando como Amor.

Ou seja, me sinto pressionado com isso tudo e é então melhor deixar o caminho livre para ele. Não tenho atração afetiva por ele agora e não boto fé que terei um dia e dessa fez devo confiar nas minhas emoções. Namoro é para se conhecer e ver se gosta, mas se namora quando tem alguma coisa atraíndo e essa coisa deve ser lá uma paixão, um afeto mesmo que mínimo e que não tenho.

Sendo assim vou ser transparente, vou esperar que ele chegue em casa e dizer o que eu sinto, ou não sinto, para que eu me agarre só ao que eu quero. Não quero posar de super herói e nem ter o que não está sendo interessante para mim, uma relação.

Então fica melhor assim e não magoar ninguém.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Papo Aleatório VII – Um dia de calor

Agora está um céu limpo e claro lá fora. Claro não por muito tempo, está anoitecendo, é quase 18:00 horas. Apesar de estar limpo e anoitecendo faz calor e eu estou suando e sem camisa.

Ficar sem camisa é algo chato, não gosto. Meu corpo é unsexy na minha humilde opinião e estou pigando de suor em bicas enquanto deve estar fazendo aí uns 36° C. Além disso ficar sem camisa me faz sentir nu e é como se eu tivesse mais desprotegido e sujeito a julgamentos.

Se bem que ultimamente não estou me preocupando tanto com os julgamentos. Fui a parada gay e nem me preocupei com julgamentos, seja os que poderiam se fazer de mim, como os que eu pudesse fazer a respeito dos outros.

Foi bom, conheci mais pessoas, conheci mais o mundo e voltei mais leve. A parada gay não foi apenas uma diversão, foi um aprendizado também e um escancaramento de novas oportunidades.

Daí que outra vez cá estou eu escrevendo sobre as oportunidades que não estou agarrando. Dessa vez, como em várias outras, o ceticismo. Fico aqui achando que as coisas tem tudo para não dar certo comigo, e o pior, muitas vezes acontece.

Agora existem mais pessoas lá no Orkut social, o fake está um tédio e não sei porque ainda não apaguei. As pessoas deram um ânimo novo para abrir aquela coisa lá. O melhor foi uma pessoa em especial que dá para chegar mais e explorar o corpo dela sem constrangimento maiores.

Parece que estou a vontade, mas não estou. Prometemos um ao outro deixarmos rolarmos, ver no que vai dar. Tudo bem, mas daí que nem tem duas semanas e o cara já está me dizendo que me ama.

Isso é para mim constrangedor. Primeiro porque eu não me apego ao que dizem os poetas sobre o amor, não acho amor algo incondicional em todas vezes, mas algo que é construído e no nosso caso não deu tempo de construir isso.

Além disso Eu te amo não é saudação ao chegar, ao sair e nem vírgula, assim como enter também não é. Eu te amo é uma confissão de um sentimento que se nutre. Daí que eu não sinto esse sentimento.

Eu gosto dele sim, eu sei. Não sei se é como amigo. Acontece que para mim as coisas não são simplesmente dizer que são e elas se tornam. As coisas são construídas e leva, muito ou pouco, tempo.

Não quero magoá-lo, aliás, agora magoar é tudo que eu não quero fazer a ele. Mas quero deixar claro, sem querer ser sofista, sem querer ser idealista, sem querer ser chato, sem querer ser brochante dizer que eu não amo ele, embora eu ache que deva dar certo nossa relação.

Mas enfim, outra vez vou confiar no tempo e esperar o contexto para tal. Assim quem sabe as coisas deem certo.

E outra vez enfim, Deus sabe o que faz [/Irmã Selma] e rezar é uma ótima forma de achar que se está ajudando [/@OCriador]. Por isso não rezo e nem acredito em Deus.

P.S.: Como estou atrasado perdoem-me pelos erros de ortografia, gramática e concordância acima da média. E olha que agora num é nem preguiça de revisar o que escrevi, é que estou atrasado mesmo.

sábado, 12 de setembro de 2009

O Estado quer roubar meu corpo

E lá está o Estado, baseado em leis, em moral, em religião e outros fatores do tempo em que a ordem não era questionar o poder.

Não questionando o poder foi se permitindo que o Estado hoje escravize, defina ou seja conivente com o que fazem com o corpo.

Existe alguma liberdade na obrigação de apresentação e do serviço militar obrigatório? Existe algum fator humanista em ser obrigado assassinar outra pessoa para defender interesses diversos de quem quer que seja?

Não e não. A lei do serviço militar obrigatório na verdade é só outra confirmação de como o Estado usurpa o poder sobre o corpo, que pertence ao indivíduo.

Ninguém tem obrigação de morrer por um Estado que de caridoso nada tem. Por um Estado, chamado de pátria para ser personificado e assim os idiotas desenvolverem por ele um afeto mais fácil, não se morre, ainda mais quando quem o lidera é quem inventou a guerra e ou quando esse Estado é financiado com quase 40% de impostos.

Serviço militar obrigatório é apenas a forma mais descarada, mas ignorada pela paixão irracional das pessoas, de como o Estado tira das pessoas o poder de decisão e a autonomia delas sobre os próprios corpos.

Defendendo diferentes interesses e convicções, o Estado impede equivalência de direitos, principalmente entre homossexuais e heterossexuais, criminaliza outra vezes quem decide por algo, como consumir narcóticos e tolera outros.

Enfim, não sou ingênuo e não acredito que meu corpo seja totalmente meu, não que outros tenha direitos sobre o que eu faço questão que seja só meu, mas sim porque o corpo é disputado constantemente, pois seu domínio confere poder.

Apesar de tudo, quero dizer que não sou contra o Estado. Sou favorável a um Estado compacto, não mínimo, feito por pessoas e para pessoas defendendo interesses desde que não se passe por cima da liberdade de outras pessoas.

No entanto o Estado não é dono de ninguém e muito menos pode obrigá-las a ceder o mais preciosos bens, a integridada, a liberdade e a vida por interesses alheios.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os filosofos… da rodoviária

O que quero dizer é que eu reconheço que sou limitado, incompleto, ingênuo, inexperiente, jovem – ainda bem, que tenho muito que aprender, que não sou dono da verdade.

Reconheço que devo que devo ter humildade para pensar sobre mim mesmo. Mas e você não tem que ter humildade, se perguntar e se julgar sobre quem você pensa ser e acreditar?

Gosto quando muitas pessoas, os filosofos… da rodoviária, se dão conta que eu tenho medo de todo mundo que tem opinião pronta e formada para tudo, até sobre o que não conhecem e se recusam conhecer.

Tenho medo porque são essas pessoas as que fazem os julgamentos mais ignorantes e mais levianos.

Gosto quando as pessoas questionam até que ponto o que elas dizem ser a opinião delas é delas mesmo, baseando-se no que elas de melhor aprenderam na vida. Aprenderam e não copiaram!

Tudo bem achar o que nos passam algo bom, o que não é certo é querer incorporar essas verdades sem questioná-las sendo que tudo é questionável, até o inquestionável.

Gosto também quando as pessoas pensam que talvez seja tudo passível de questionamentos e que um único olhar não representa a verdade e sim uma verdade quando existem várias perspectivas e assim sendo várias verdades, que embora várias não deixam de ser verdades.

Gosto que as pessoas pensam que seja arrogante pensar que a subjetividade de si próprio é maior do que a das outras pessoas e por isso se é melhor, quando na verdade apenas está, se é que possível estar.

Gosto quando as pessoas pensam se a experiência não deva ser cálculada pelos anos de vida e sim pelo valor que cada uma delas, as experiências, tem para a construção do humano que se é.

Assim sendo talvez pensem que os anos de vida podem ser inuteis para se tornar alguém melhor quando o que contribuiu para isso tenha acontecido uma única vez na vida.

Gosto que as pessoas pensem se não é mais certo pensar que só se conhece quando chegamos perto e esmiuçamos ao invés de pensar que tudo que de longe está a reluzir seja ouro.

Gosto que as pessoas pensem se talvez não seja megalomania achar que o mundo é maior do que se é quando a nossa ignorância que é grande na verdade e que o mundo é bem menor, bem simples e nós que o tornamos complicado.

De tal maneira pode ser que dê para pensar que não existem fórmulas mágicas e nem equações para se viver, para lidar com o fácil e gestual.

P.S.: Filosofos da rodoviária são aquelas pessoas que se assemelham as que já encontrei não só nas rodoviárias, mas nas mesas de bares, filas de bancos, e afins que puxam conversa comigo e que tem uma visão pronta, inquestionável, inrevogável, para tudo, mesmo que ignore algumas coisas, mesmo que não reconheça que essa ignorância existe.

P.S.:² Talvez eu esteja com paranoia por ter me dado conta que eu já não tenha mais certeza de nada, nem do que é a REALIDADE (que algum filosofo da rodoviária) mandou eu cair amanhã, digo ontem. Só sei que nada sei (foi Aristóteles que disse?).

P.S.:³ Viver é muito complicado, mas quero tentar simplificar.

P.S.:(²)² O menino lá da parada gay me ligou, e eu liguei para ele, ele me mandou SMS, eu mandei SMS de novo. Aproveitamos os bônus da Vivo e hoje matarei aula para vê-lo.

P.S.:(³)² Vamos deixar rolar, o que rolar rolou e o que não rolar é porque não rolou. Falavámos isso ontem quando aproveitávamos os 20 minutos de bônus que a Vivo me deu.

P.S.:(²)³ Hãããããããã éééééér [/Marília Gabriela]

VIVO SINAL DE QUALIDADE )))