domingo, 26 de agosto de 2012

A noite em que quase fui feliz

Quando as férias começaram eu me envolvi com um menino urbano, mas da agronomia. Foi legal, pensei que ficaríamos juntos até o dia de hoje, por exemplo. Mas ele não quis mais nada depois de umas semanas por seus motivos e vou continuar acreditando que eu sou na opinião dele uma boa pessoa. Ok, ele mandou que eu seguisse meu caminho e eu de queixo erguido, ou não, fiquei assim, chateado uns dias, até o final do mês mais menos, para ser exato, só que não.

No final do mês, eu que não viajei para lugar algum e só aproveitei julho para dormir bastante, viajei com meus pais para a casa dos meus avós, no melhor estilo, enfim, é o que tem para hoje. Pensei, ei de tentar me divertir, assistir algumas séries e etc. Não deu muito certo, mas tenho a impressão que nós últimos tempos ir para casa da meus avós não tem sido tão chato, principalmente depois que comprei um notebook, a Vivo implantou cobertura 3G lá e da LG 40 polegadas com USB da minha querida avó.



Ótimo, na verdade eu não gosto muito de ir à Itapuranga, eu fico me sentindo solitário lá e nem dá para eu pensar, vou em algum lugar fazer alguma coisa e me divertir. Bem, fui a loja do O Boticário e comprei meu Malbec  Reserva Especial e pensando bem, acho que é uma das melhores fragrâncias que minha parca experiência com perfumes pode dar conta. Também fui visitar os parentes, as tias, buscar o primo, que é gay e não sabe ou não se aceitou ainda, lá na cidade vizinha, na qual ele mora com a mãe.

Todas as noites o programa era ir com todos, com os primos, inclusive a prima periguete vinda do outro lado do estado, para a festa agropecuária da cidade. Essas festinhas são até legais, gosto daquele povo interiorano com seu sotaque interiorano, se divertindo de maneira interiorana. E os rapazes ali, falando de seu jeito heterossexual, mas interiorano, com aquelas camisetas fabricadas em alguma confecção de Goiânia, mas com aspecto interiorano. E sem contar que lá vendem bugigangas, tocam música da moda e tem parque de diversões sem alvará do Corpo de Bombeiros e com o truque mambembe da monga. E se você tiver com dinheiro, você pode até comprar um Amarok a diesel no Consórcio Nacional Volkswagen.

Aproveitava o momento para twittar, enquanto eu ficava de corpo presente junto aos primos e seus rolos sexuais adolescentes e efêmeros. A música era um tédio, sabe, coisas do tipo, eu quero tchu, eu quero tcha, vai no banheiro para a gente se beijar. Tá, eu gosto de sertanejo mais moderninho, mas tipo, Jorge e Matheus, Victor e Léo e principalmente Paula Fernandes, que tem alguma preocupação com a letra.

Eu com meu chapéu fazendo a linha agroboy

No última noite da festa sei lá porque comprei um chapéu de boiadeiro e, como eu não sei, aceitei entrar em uma boate de 10 reais com meus primos. Porcaria, tinha devassa, funk e uns hits pop de seis meses atrás! Starships ali nem pensar, DJ de festa heterossexual não é lá grande coisa. E só tinha piriguete e os heterossexuais querendo brigar pelas piriguetes, aquela música chata e até mesmo me mexer para não parecer tão antissocial assim era difícil. Povo sem educação também, fiquei de saco cheio.

Fotos no Instagram do chapéu a parte eu fiquei de saco cheio e saí dali. Tava com fome, veio uns primos e uns peguetes das primas comigo até a barraca do pastel. Parado lá um cara, dei uma reparada naquele jeito de se vestir mais metropolitano, West Coast, bermuda, camisa justa, braço branco, meio grosso e veiúdo e olhos verdes. Sim, ele era lindo, (Well suspirando melancólico) mas acompanhado por sua trupe, que me pareceu assim com um aspecto de não heterossexuais. Sabe, eram modernos, ligados em seus gadgets, roupas diferenciadas da média dali.

Minutos depois, enquanto eu aguardava o pastel, ele me olhou, deve ter achado engraçado alguém que vai à uma festa do interior com um Mizuno para corrida. Mas ele deve ter capitado que meninos interioranos não usam bermuda xadrez com camiseta com estampas de fotografias, jaqueta de poliéster e chapéu de boiadeiro.

- Bonito seu chapéu, maluco!

Eu olhei com uma cara de tímido e desconfiado.

- Quer me dar ele não?

Eu tímido e calado.

- Não posso.

Enquanto eu olhava onde estava meus primos que não sabem de minha homossexualidade, ele se calou, pegou seu pastel e foi ficar com a turma dele. Fiquei ali quietinho e pensando, cara doido, pedindo o meu chapéu! Por que ele num compra um chapéu para ele... tipo, eu acabo de ser cantando e eu não percebi? Tipo, e o cara é o mais bonito que eu consegui ver em todos esses dias nessa cidade? Tipo, eu nunca fiquei com um cara daqueles, um cara desses sequer me deu atenção! Sai pelo parque de exposição procurando-o, encontrei ele lá fora, com sua gangue de meninos ricos, com um detalhe, ele estava sem camisa e tirando fotos engraçadas pra publicar no Instagram com seu iPhone. Ele era todo gostoso, a barriga era mesmo um tanque e tinha um aspecto bem safado!

Peguei meu LG Optimus Hub que saiu por R$350,00 na Vivo e comecei a ouvir música para dor de cotovelo. Mentira, comecei a ouvir Offer Nissim e pensar como vou chegar de novo, não deu certo, tive que virar babá das primas periguetes. Ficava mais difícil eu chegar ali e conversar com ele, puxar assunto. E se ele me rejeitasse? E se ele me usasse por uma noite e me jogasse fora? Eu estaria feito, eu queria ele nem que fosse por uma noite. Por que eu não chego junto? E por que ele não olha na minha direção? Ódio eterno da minha prima que acha que ela com seus gostos sui generis conseguirá se aproximar de um cara rico e bonito para mim!

No dia seguinte sai a procurá-lo pela cidade da avó, vai que topássemos de novo? Cidade pequena isso acontece fácil fácil. Mas enfim, não consegui e sempre que lembro disso me sinto um idiota, um tapado, um burro. Sempre fui devagar para perceber que estou sendo sacado, muito menos para tomar iniciativa. Se não são claros, eu não percebo que é comigo! E cá estou eu, lamentando a minha ingenuidade para flertes.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

3º Dia da natação - afinal tudo pode piorar

Não falei sobre o segundo dia na natação, até mesmo porque não teve nada de muito legal, o salva-vidas gatinho não estava lá. Tudo que aconteceu resumiu-se apenas ao fato de eu conseguir boiar, bater as pernas, sair do lugar, respirar e olhar dentro da água para onde estou indo, tudo ao mesmo tempo. Não não! Isso não é tão simples quanto as pessoas que sabem nadar pensam que é, é muita coisa e portanto complexo para se fazer ao mesmo tempo. Mas enfim, consegui empinar a bunda.

Em compensação, hoje, o terceiro dia, rolou coisa para contar. Bem, a novidade começa porque eu fui para o SESI com a mala pequena fabricada na China que comprei no Wal Mart! Nada demais nessa mala, mas gostei dela, ela é pequena, mas com espaço de sobra para as coisas que quero levar para o clube e sem parecer muito cafona. Ela é um pouco cafona, é, cafoninha, mas ainda sim utilizável, até mesmo porque comprar uma mochila é algo fora de cogitação agora que tenho que pagar o financiamento de dois carros enquanto meu pai está desempregado. Senti pena de mim agora. Dilma, você está lendo isso?

Bem, cheguei ao clube todo feliz, de boné, óculo e Havaianas, com mais naturalidade eu tirei todas as coisas, fiquei de sunga e guardei tudo na mala pequena fabricada na China que comprei no Wal Mart... por R$29,90! Fiquei feliz e levemente constrangido porque hoje o salva-vidas gatinho estava lá. Sim, homem bonito me faz sentir vergonha! Fiquei mais constrangido ainda porque a água da ducha estava bem gelada e eu tremia quando eu cheguei a borda da piscina e ele perguntou a mim se eu não ia entrar lá. Ótimo, além de ser um cara que não sabe nadar, morrendo de frio, eu ainda fico todo engessado para falar com ele. 

Enfim, tomei coragem e entrei dentro da piscina, mas de mal jeito, meio que perdi o equilíbrio e me assustei com a temperatura baixa, a água entrou ardendo pelo meu nariz e eu quis meio que chorar. Ele viu tudo e perguntou se a água estava muito frio! Own! Eu disse que nada, só meu metabolismo que estava um pouco lento! Meu metabolismo! Quem que está afim de alguém utiliza a palavra metabolismo em uma conversa como aquela? E por isso e por tudo que passou nos segundos anteriores eu fiquei muito constrangido por aquele salva-vidas lindo estar ali me olhando e ainda por cima conversando comigo, por mais atencioso e fofo que ele, naquela pele bronzeada, fosse.

Ok! Penso que talvez eu não estivesse me amando suficientemente. Cadê o meu amor próprio? Por que eu estava me menosprezando, me sentindo alguém inferior perto daquele homem e de quem mais chegasse ali? Respirei fundo e olhei reticente para o salva-vidas em pé, na borda da piscina, me olhando com aqueles óculos escuros. Eis que chega uma pirralha e mais outra e mais outra...

- Oi moço, você também vai dar aulas para a gente?
- Então você também é aluno?
- Que idade você tem?
- E você não aprendeu a nadar?
- Nossa, você vai aprender direitinho! Eles são ótimos para ensinar!

Olhei para o salva-vidas, ai como ele é bonito, e mudei de ideia quando pensei que poderia ser um dia muito estressante de trabalho se ele tivesse que resgatar três crianças afogadas e ainda ser testemunha de acusação de um cara de 23 anos que minutos antes lhe pareceu alguém legal.

Certo! Aula começa, elevatória, pega a boia e vai batendo os pés entre um lado e outro da piscina. Ótimo, adrenalina, estou conseguindo e hoje está tudo mais fácil do que nos outros dias, tirando que minhas pernas estão ficando cansadas mais rápidas e meu fôlego parece não estar sendo o suficiente! Próximo grau de dificul....

Não, espera, dê play no vídeo abaixo, aumente o volume e continue a ler! ...é que é para dar mais emoção!



Deu play?

Sério! Dá play! Vai, você vai gostar!

...deu play, né?

Próximo grau de dificuldade, segura a prancha com uma mão e com outra faz braçada! Afundei um pouco, tive a impressão de que eu involui, tive que ficar em pé, entrou um pouco de água pelo nariz! Tudo bem, fui tentando, fui tentando, e mesmo com as pernas doendo eu consegui finalmente dar uma braçada e ver como daquele jeito eu nadava mais rápido. E assim eu fui, de novo e de novo! Porém, a vida é uma caixinha de surpresas!

Senti uma leve fisgada na perna e na outra, fui saindo meio que na velocidade da luz? Só lembro de dizer bem alto: câimbraaaaaaaaaaaaaa!

E fiquei ali deitado na borda da piscina, rindo de dor, as pessoas olhando, eu justificando que eu havia almoçado e ainda por cima bananas! As dores pioravam e todos puxavam minhas pernas! O sol ia secando minha pele alva e eu pensei, quem sabe de repente essa câimbra me deixa um pouco bronzea... aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii que dor! Neste momento eu pensava também em olhar em volta e ainda bem, o salva-vidas não estava por perto para me ver abatido, destruído, inoperante! E assim a crise não passava, o travamento voltava e era como se minhas pernas estivessem sofrendo um ataque hacker! Well's legs tango down!!!!

Quando tudo normalizou, minha pele estava seca, mas eu conseguia andar com a mesma felicidade que o Locke após o avião cair na ilha de Lost! Mas a professora me dispensou! Eu suplicando disse que queria voltar para a piscina e ela disse que em mais três minutos a aula acabaria... bosta!

Fui para o vestiário, no caminho duas tias bahiana veio me contar como é ter câimbra na Bahêa   (acho dhigno português arcaíco). Cheguei ao vestiário, twittei minha vergonha, o menino cabeludo branquelo da mala grande entrou de sunga no vestiário! Pensei, ele pode ser feio, mas sabe nadar e nunca deve ter passado vergonha na frente dos salva-vidas! Quando fui embora, me veio aquela carência e frustração, via os alunos do outro módulo da natação, todos gostosos e longe de mim, uma vez que eu não sei nadar e naquele dia tudo ficou mais difícil!

Enfim, minhas pernas ainda doem! Mas sexta-feira darei a minha volta por cima e eu irei brilhar! O que não é difícil, porque sempre me pareço com o Edward de Crepúsculo quando tiro a camisa mesmo!

Peixos, me liga!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Isso me faz mais carente

Até lendo a IstoÉ eu fico carente.
Tá aí gente, o Arthur Zanetti, dono de um dos poucos ouros do Brasil nas Olimpíadas! Lindo e gostoso ele, né?

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Passando vergonha no primeiro dia da natação

Mês passado o sindicato dos professores, ao qual eu estou filiado orgulhosamente, só que não, fez um convênio com Serviço Social da Industria, dando direito a nós, pobres professores explorados pela mais valia do Estado o acesso aos equipamentos e serviços do SESI-GO. Foi até bom, gostei muito! Pensei vou finalmente virar um nadador, principalmente porque por 45 mensais eu finalmente poderei aprender a nadar.

Fui lá e me inscrevi no curso de natação. Cheguei atrasado, problemas no sistema de informática na hora de fazer matrícula, e após pedir informações aos seguranças novatos. Disseram para eu falar com a mulher maiô que dava aula para as crianças, ela saberia me indicar para onde eu deveria ir. Ótimo!

Meio tímido e com uma cara de Suellen antes de cantar "Para a nossa alegria" comecei a fazer as perguntas à professora. Onde é o curso de natação? Aqui, junto com essas crianças? Meu nível, ele é tipo não sei nadar? Junto com as crianças? Ah! Talvez eu seja arrogante da minha parte, mas minha cara rachou. Ah! As crianças.

Ótimo, fui até as cadeiras de descanso para despir meu corpo alvo, adiposo e sedentário. Nessas horas a gente meio que anda olhando para o chão. Mas quando ergui a cabeça eu vi ali sentado, só de boa, um salva-vidas, com aquele uniforme vermelho sui generis, óculos escuros, corpo magro e definido. Minha cara apenas rachou. Como posso impressionar alguém se estou abaixo na escala e ele pode inclusive me salvar? O que nem seria de todo mal. Ali eu era apenas o aluno, não só, o aluno que não sabia nadar, o aluno adulto que não sabia nadar e que estava com as crianças.

Professora pergunta quando vou entrar de fato na piscina, tiro a bermuda e a camisa, ela me manda entrar na ducha. Tempo seco de quase deserto em Goiânia, água gelada da porra, senti meu pinto entrando dentro do meu corpo, a respiração trepidando e devo ter ficado com a boca roxa. Como um vira-latas molhado na chuva sorridente perguntei à ela, o que eu faço agora.

Quando ela mandou eu entrar na piscina eu fiquei ali pensando como deveria fazer, vai que tem uma técnica de repente e eu não sei. Mas entrei e aprendi que inspira pela boca e solta pelo nariz. Gente, os pneumologistas sabem que vocês ensinam isso? E o governo que não faz nada? Tá, por um momento ela pensou que eu tivesse engolido água, enquanto eu pensei que eu tivesse escarrado na água e gastei meu tempo explicando essa diferença.

Ótimo, ela ensina eu a bater os pés. Chega lá, me dá a pranchinha de EVA, manda eu bater os pés, segurar na prancha e erguer o bunda. Mas de que maneiras eu consigo erguer a bunda. E lá vai o Well, minutos a minutos descobrindo que seu corpo gordo boia na água, mas que sair do lugar nela é impossível. Não aprendo a levantar a bunda, devo ser um péssimo passivo. 

Logo vem aquele pirralho, não, é só você se jogar e lá vai ele feito um peixe na água. Gostaria de ver aquele salva-vidas resgatando um afogado, não é eu, é claro! 

Quando eu recebia atenção da professora, ela mandava eu erguer a bunda e bater os pés. Só sei que ao final da aula, depois de encarar o menino lourinho de 17 anos e que nadava, eu estava morto de vergonha, mas a pernas estavam latejando. Pensei, que talvez não fosse ruim assim, eu emagreceria e teria pernas duras logo logo.

Indo para o vestiário, coisa que eu sempre evitei, lá dentro um monte de homens, ninguém bonito, mas de cueca. Apenas um que tirou a sua e mostrou a rola. Senti aquele frio na barriga e uma certa vergonha. Em algumas cuecas uns volumes enormes. Outras precisando ser trocadas, estavam bem velhas. Unsexy. Todo mundo se interagindo e falando sobre sei lá o que. Não quero fazer trocas de olhares com ninguém ali.

Depois ficar nu e ali na frente de todo mundo, tomei um banho para tirar o cloro e depois, quando eu ia embora vi na outra piscina os adultos, sarados, gostosos, de sunga na outra turma. Pensei, um dia estarei no meio deles. Bateu aquela carência, a vontade de um carinho e de fazer sexo com alguém. Gente sem roupa sempre me excita. 

No carro, quentinho dentro dele, ligo o motor, vejo o segurança saindo da secretaria, o som liga! Só que a pasta de rock havia acabado e ele entrou na mesma hora na pasta de disco e bem alto começou Dancing Queen. 

Enfim, odeio quando até as máquinas praticam bullying comigo. 

Mas eu gostei de tudo hoje. Fiquei tipo Weslian Roriz, apesar de severamente com as crianças, achei aquele clube lindo, todo azul, igual as cores do partido dela.

Acho que aprenderei a nadar logo logo e logo logo começarei a ficar bombado também. Deus é mas!

Bem, é isso...

Peixos, me liga!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Deja vu, retomei o blog, outra vez.

Tenho saudades do tempo em que eu era um gay mais inseguro do que sou hoje. Tenho saudade de dois anos atrás, quando eu conseguia encher esse blog com algum texto qualquer, às vezes até duas ou três vezes na semana. Sinto falta desse tempo em que minha vida era um franco marasmo, em que a poesia da minha vida era embalada por rimas pobres.

Tudo bem, nunca gostei daquela vida que eu tive no passado, em que realmente eu achava quase tudo sem graça. Só sinto falta mesmo da UFG, do Campus e do seu cheiro peculiar, das coisas, dos assuntos que as pessoas conversavam ali. Aquelas pessoas desconhecidas, compartilhando a mesma paisagem e nenhuma relação com o rapaz feio, inseguro e cafona que eu fui. 

É verdade, hoje é bem melhor! Esse tempo em que falar do que gosto não me causa mais nenhum receio, quer dizer, não tanto quanto no passado. Que por mais estranha que a pessoa seja eu não sinto algum frio na barriga. Mas sei lá, devo ter me levado pelo otimismo e pela sensação de missão cumprida e parei algumas coisas que eu deveria ter continuado. 

Agora é bom, eu tenho algum dinheiro para gastar com minhas impulsividades consumistas e que me permite planejar algumas coisas, torná-las reais, e por aí vai. Se antes eu tinha alguma timidez, hoje não tenho mais. Consigo reparar melhor o espaço ao meu redor, apesar que continuo tímido, inseguro e ingênuo. Mas gosto sim das comprovações contrárias a minha certeza de que sou feio, de quando sorriem para mim e eu penso se olhando para o rótulo eu vou querer ou não. 

Ainda me acho caipira na capital de um estado de gente roceira. Nem sei se... na verdade até onde me consta ser gente inexperiente no respirando o ar do lugar grande faz parte para muita gente. Deveria ser eu mais cândido comigo mesmo.

Estou feliz, principalmente porque estou conduzindo este texto sem nada me preocupar com uma ordem lógica, uma relação entre os parágrafos. Ou mesmo entre as frases. Vou retomar o blog, e sei que hora ou outra eu reapareço aqui prometendo isso. Mas tenho pensado melhor, preciso escrever não pelo fato de as outras pessoas lerem, na verdade eu quero mais é que leiam, mas é que agora sinto muito prazer em reler o que já fiz no passado.

Hum... sendo assim escrever um blog pessoal que eu falo da minha vida inócua, cheia de pseudo altruísmo e vontade de ainda assim querer me diferenciar da média, é uma forma de poupança, de previdência das próprias memórias com a vantagem de que eu, melhor do que ninguém sei o quanto dos meus créditos são falsos. Eu? Talvez os outros saibam até melhor do que eu, mas não vem tão ao acaso assim, já dediquei muito da minha vivência fajuta levando em conta o que as pessoas falam.

Sorte que agora nesse semestre consegui organizar meus horários de aula e consegui uma segunda-feira para ter esse ócio e falar das minhas nuances.

Por fim, falar que estou retornando o blog do endereço antigo, Resma Nova o caralho, e pensando bem, talvez eu mude o título para o antigo novamente. Estou assim, meio vintage, meio retrô. E já disse Jhon do Pato Fu, "a confusão pode ser doce" e eu fico feliz por eu tê-la ou pelo menos parecer confuso, com a cabeça meio com sono apoiada no travesseiro da cama pensando que bagunça essa minha em um único texto, e ainda mais justificando-a falando sobre ela neste exato momento como se isso fosse algo genial. Genial não é, usual também não, mas que  ela me causa confiança e me inspira por agora, isso é verdade.

De volta ao Em Parafuso Horizontal...

É, aqui mesmo renomeio o blog e vou deixar o que eu escrevi sobre pensar e mudar depois, lá no alto do texto, para depois. 

Enfim, é isso...

É peixos, me liga. 

P.S.: Erros de gramática e português? Onde, nem me preocupa agora com eles. 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Páginas Amarelas.

Goiânia, 01 de novembro de 2011.

Caros leitores, se é que vocês ainda existem, com exceção da fiel raposa @Foxx...

Informo que este blog tem muitas páginas em branco, mas estão amareladas. Este caderninho é velho, tem muita coisa anotada e que não vou jogar fora. Estarão sempre aqui para vocês e principalmente para eu ler sempre que quiser. Porém comprei uma resma nova, vou anotar coisas lá e este lugar aqui, com nome fofinho e auto-elogios-justificativos, está descontinuado. 

Atenciosamente;

Wellington Gabriel de Borba. 
Diretor de Enfadonhamento e Outros Clichês.
O Lugar do Well

P.S.: Continuo na blogosfera, mas num vou dizer onde, até mesmo porque deixei pistas, é só segui-las.

P.S2.: Não sabia que eu era pop a este ponto. Ok, então pelo @Foxx e por quem mais pediu aqui está o link do novo blog: http://resmanova.blogspot.com/ que é facilmente acessado pelo meu perfil no Blogger.

P.S.3: Gente, mas comentem o último post que está divertidíssimo, ou não. 

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Concursos Públicos, o cara malhado e trilha sonora

Desculpe os erros de português e digitação, preciso ir a fonoaudióloga e na volta reviso. Ok!?



 Do concurso público
As pessoas quando começam a conversar comigo me perguntam que idade tenho e o que faço da vida. Eu respondo que tenho 22 anos e que sou professor concursado. Muitas ficam admiradas, pois tão jovem já sou formado e já tenho emprego público em uma profissão valorizada nos discursos, mas só nos discursos. Por um bom tempo, mesmo sabendo que não gosto do magistério, pensei que isto é algo realmente relevante. Se comparo minha trajetória profissional e acadêmica a de outros jovens, vou ver que estou em uma situação melhor do que a média, mesmo que um curso de licenciatura não seja considerado de elite, ainda que cursado em uma universidade federal.




Do cara malhado
Estou em licença médica e tenho ficado mais tempo em casa, tenho aproveitado para navegar nestes sites como o manhunt.com, e tenho adicionado algumas pessoas de lá. Uma delas é um caso especial que quero falar para vocês aqui. O cara todo malhado me envia uma mensagem com seu MSN me perguntando se eu queria conversar. Aproveitei para olhar o seu perfil antes de decidir se iria adicioná-lo e gostei da descrição, diferente da média, ele não falava sobre o seu próprio corpo, ou fazia restrições, nem mesmo aos caras efeminados, assumidos, enfim. 

Ok, eu adicionei apesar do meu receio, porque caras malhados nestes tipos de sites geralmente são arrogantes e seletistas, a principio eu não dou atenção, a menos que a pessoa tome iniciativa e me aborde e a principio sou uma pessoa receptiva. Devo ser mais justo e confessar que também faço minhas seleções, pois não respondo a todas mensagens que me enviam e tem um cara que na próxima piscada que repetir envio a ele uma mensagem usando termos no gabarito de mentecapto, pederastas, patajola e virago, afinal de contas paciência tem limites.

Certo, o rapaz malhado lá do manhunt.com adiciona meu MSN, depois fica on line e minutos depois começa a conversar comigo (notaram que sou tímido?). Realmente ele mora em uma cidade do Oeste da Bahia que está passando por um surto de desenvolvimento, o que me deixa chateado, uma vez que não gosto quando moram fora da mesma região metropolitana que eu. E isso ele loga justifica, dizendo para uma amizade ou amor não existem distâncias, eu cético não respondo nada, fixei-me na ideia de um amor.

Mas tudo bem. Logo vou notando um caráter diferenciado no cara malhado, aliás, ele num é simplesmente um cara malhado, ele é um funcionário público com título de mestrado, doutorado em andamento, professor concursado da universidade existente naquela cidade, motivo pelo qual deixou a cidade de origem no interior de São Paulo. E ele não é muito de perguntar sobre a gente, eu que perguntava mais a respeito dele e do que ele fazia. 

Mas tudo bem, ele me pareceu cativante, mesmo quando disse que prefere se relacionar com gente menos escolarizada que ele, tipo eu -  o que me fez sentir um analfabeto. Na segunda vez que vamos conversar, sei lá o que surge, ele começa me mandar fotos, todas elas sem mostrar o rosto, apenas com as roupas debaixo e começo a falar sobre cuecas, mentira, eu estava achando um máximo ele me mandar aquelas fotos para olhar aquele corpo com tatuagens tribais e caracteres do alfabeto grego. 

Ele não é arrogante e humilde e tem caráter bem... sei lá o que eu poderia dizer, estou abobalhado. Falei a ele que quero tatuar meu corpo, mas preciso ficar malhado também. Ele replicou que posso me tatuar antes de ficar malhado, respondo que não fui premiado com o corpo nas condições que ele tem atualmente e ele me diz que isso é pecado, subentendendo ele ser religioso. Isso me pareceu fofo, apesar de essa história que fomos desenho por Deus é muito, aghhh. Mostro a ele o que quero tatuar em mim, o Pequeno Príncipe pegando carona nas aves para voar pelo espaço, e ele diz que é contraditório eu não ser espiritualizado, mas gostar do "desenho". 

Ok, ele ficou off line, e eu fiquei aqui, de fronte ao PC pensando em tudo aquilo, naquele corpo, naquele currículo lattes, naquelas convicções e a maneira como coloca elas aos seus 26 anos de idade. Ele me pareceu muito perfeito e eu, achando alguma coisa ser um professorzinho concursado aos 22 anos, passei a pensar que o que tenho é muito pouco em vista de todo aquele mundo.

Da trilha sonora
Mas tudo bem, aquilo foi meio que uma luva de box no meu rosto e nos meus pensamentos. É uma história sem pé e cabeça, sequer sei seu verdadeiro nome, ele mora longe e pode ser que aquelas fotos e tudo que ele me falou ao respeito dele própria seja mentira, mesmo que pareça ser muito difícil. Agora fico aqui em casa imaginando cenas, dá uma vontade de sair de casa de madrugada, sem avisar nada aos meus pais, dirigir por quase dez horas entre Goiânia e a cidade do Oeste da Bahia. Fico imaginando aquela cena do Voyage do papi saindo de Goiânia, atravessando Anápolis, Brasília, o Nordeste de Goiás e em alta velocidade o Oeste da Bahia enquanto Tracy Chapman canta Fast Car. Bem, o que eu imagino que aconteceria quando eu o visse, sei lá, talvez ele me beijasse, me mandasse ir embora, fosse frio, se decepcionasse com o que vê ao vivo, me levasse para sua casa e transasse comigo, quem sabe nem me deixasse ir embora. Como eu não sei o que aconteceria depois disso, colocaria Encostar na Sua da Ana Carolina, porque serve desde para um beijo como para um pontapé e uma denuncia para polícia de tentativa de sequestro.



Acho que isso passa ou piora, na verdade tenho me prendido mais a possibilidades das pessoas da minha cidade mesmo e tenho conhecido algumas pessoas legais. Mas né... palmas que é para dar ibope.

Como sou ridículo. 

Bem, é isso, beijos, me liga. 


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O estatuto da juventude e a imprensa

Para quem não sabe hoje foi aprovado na Câmara dos Deputados o Estatuto da Juventude. O projeto segue agora para o Senado Federal, se for aprovado sem alterações, segue para a sanção da Presidente Dilma. Confesso que sei pouco a respeito dele, mas pelo pouco que pude ler é possível compreender que o estatuto é algo muito importante para as pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Entre os motivos têm-se o passe livre para os estudantes de até 29 anos e a meia passagem no transporte intermunicipal ou interestadual, a obrigatoriedade de aulas sobre sexualidade no Ensino Básico, coisa que a Frente LGBT espera que sirva para esclarecer a sociedade sobre as diversidades sexual e de gênero.


O  texto do projeto ou um artigo mais  profundo sobre o mesmo eu não li e  este último se depender da grande mídia nem vou ler, o que é revoltante. Fiquei o dia todo em casa, assisti a vários canais dedicados à notícia, fora o tempo em que estive dentro do carro ouvindo CBN e os grandes sites de notícia que ficam constantemente abertos em meu computador. Em nenhum desses meios nada  foi falado sobre o projeto, dedicado à juventude, principalmente na Globo News e no G1, foi falado somente sobre as insanidades das adolescentes apaixonadas pelo Justin Bieber, que está no Brasil, e suas músicas inócuas e com prazo de validade. Nem mesmo para dizer que com o novo estatuto aquela gente ensandecida teria direito a meia entrada para o evento. 

A imprensa é importante, porém devemos ser realistas, a grande imprensa está longe de ser honesta e preocupada com os interesses sociais. Na verdade a grande imprensa nada mais é do que empresas privadas que vê na produção e circulação de notícias uma maneira de obter lucro, ou alguém acredita que o Jornal Nacional estaria no ar se a Globo não tivesse retorno financeiro com isso? Aliás, foi justamente por não ver oportunidade de lucro compatível com seus interesses que Sílvio Santos extinguiu durante alguns anos os programas jornalísticos do SBT e é por lucro que o homem o Baú muda o horário dos jornalísticos em detrimento dos programas com maior audiência. 

Além do mais, a grande imprensa tem outros interesses que extrapolam os financeiros simplesmente. Existe interesses políticos, ideológicos, entre outros, como as notícias frequentes da Record sobre os casos de pedofilia e outros escândalos na Igreja Católica a despeito dos que envolvem outras denominações como a qual ela pertence, o seu boicote à notícias que  falam dos assédios que os LGBT's sofrem e da sua mobilização para reverter a situação. De maneira geral, tudo é vendido pela grande imprensa na santa aura de interesse social ameaçado de censura e de autoritarismo por iniciativas governamentais para criar regulamentação para coisas que já possuem os países cujas liberdades, a democracia e as instituições são mais sérias e estáveis do que as de nosso país. 

A grande imprensa não é isenta e independente, muito menos boazinha. É conservadora, alienadora, enfadonha, manipuladora e sensacionalista. Transformam os professores grevistas em vilões do problema da Educação, assim como qualquer trabalhador grevista que reivindica melhorias. Distorcem e não esclarecem que os LGBT's querem equiparação de direitos e não mais direitos que os demais. Não debatem, não esclarecem sobre quais são os argumentos de quem é favorável a legalização do aborto ou dos narcóticos. Em suas análises econômicas afogam o Brasil e defendem a geração de emprego, para chineses. Os exemplos são muitos, infindáveis talvez, e ainda por cima querem auto regulamentação do setor, como se convidássemos as raposas para definir como será a proteção do galinheiro.

domingo, 2 de outubro de 2011

Mais mudanças

Oi pessoal, sou eu, o Well. Porém agora venho até vocês como Well Gabriel, na verdade como Wellington Gabriel de Borba. O Well Bernard não existe mais porque não preciso mais dele, avoquei toda a personalidade que um dia deleguei a ele.

O blog mudou também. Cansei-me das palavras pseudo-intelectuais e aparentemente sofisticadas. O lugar do Well é algo mais sincero, simples e a ver comigo. Em Parafuso Horizontal é algo que não diz mais respeito a mim, principalmente nestes tempos em que vejo, realmente, como a minha vem se transformando.

Então começo aqui um novo momento do blog que anda abandonado e espero realmente que ele não continue mais assim, o que também depende de mim. Tenho faltado comigo mesmo, deixando de escrever para mim, e vocês por acaso lerem, sobre coisas que preciso mentalizar melhor. Essas mudanças que faço aqui foram produzidas por uma onda de coisas que vem se resolvendo em minha vida nas últimas semanas, coisas que me darão mais daquela felicidade que dura semanas e te inspira a fazer mais coisas, o que é bom.

Lembra daquela cirurgia muito cara na mandíbula? Em duas semanas estarei com uma nova face, não ficarei apenas e  talvez bonito, mas muitos dos meus problemas referentes a qualidade de vida e os de auto-estima, pronto admiti, serão resolvidos, assim espero. Precisarei de uma fonoaudiologia, mas nada mais representa uma mudança muito esperada.

Comprei também as passagens para o meu destino de final de ano, Florianópolis. Conhecerei mais outra capital, a Região Sul e o principal, o amigo virtual com quem regularmente mantive contato desde o primeiro ano da Universidade. Fizemos amigos pessoais em comum, que tiveram a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente primeiro que eu que só o verei na última semana deste 2011. Agora é o tempo de me preparar para estar com quem, meio que me tirou do armário, apesar da distância.

Tudo bem, nem tudo está tão bom assim, não gosto do meu salário, nem da minha profissão. Contudo venho trabalhando, de maneira indisciplina é verdade, para mudar isso, aulas no preparatório para concursos. Meu coração continua sem dono, aliás, tenho pessoas em vista, a questão é que ao que tudo indica, como sempre, elas não me têm em vista.

Bem, por enquanto é isto.

Peixos, me liga.

domingo, 26 de junho de 2011

A Casa da Juventude

A oficina de sexualidade e afetividade que fiz neste primeiro semestre é certamente uma das melhores experiências que eu tive em 2011. Fiquei sabendo da mesma através de um email de divulgação que foi encaminhado pela terapeuta, que descreveu a oficina como algo que ela fez e que é ótimo. Como confio na pessoa que ouve minhas verborragias, me inscrevi logo de cara. Confesso que menti quando na ficha perguntaram o porquê de eu estar interessado em fazer a oficina. Mas mesmo assim eu fui sincero, disse que foi uma indicação da terapeuta, que procuro captar novas vivências, que sou professor e seria bom algo que colaborasse para que eu pudesse me relacionar com os meus pares e alunos, enfim.


 

Fui selecionado e fiz todas as etapas da oficina, que por serem pautadas na vivência precisou-se que eu dormisse no local, uma organização católica, a Casa da Juventude de Goiânia. É irônico, mas serviu para eu ter uma visão mais otimista da igreja de Roma, pois, entre os assessores da organização e o próprio sacerdote que a coordena, logo deu para notar os valores progressistas a respeito de temas que a instituição católica oficialmente é contrária, entre elas o uso de métodos contraceptivos e a aceitação plena da homoafetividade.


 

Alguém que seja católico e me lê agora poderá dizer que a Igreja Católica aceita os homossexuais. Aceita, porém aceita em partes e não de uma maneira que confira igualdade em relação aos heterossexuais. Na Igreja Católica ser gay não é motivo para impedir que alguém coordene uma pastoral, faça parte da equipe de liturgia (o mesmo que ministério de louvor dos protestantes), comungue (que no catolicismo significa participar da vida de Jesus Cristo, levando um estilo de vida que tenha por objetivo a santidade). No entanto, um gay católico deve ser casto, ou seja, não pode ter relações sexuais e afetivas com uma pessoa do mesmo sexo que o seu. A Igreja Católica não vai reconhecer como um casal, como alguém digno das bênçãos de Deus, duas pessoas do mesmo sexo e que dormem na mesma cama.


 

Na CAJU é diferente, senti entre os membros da instituição satisfação em relação a decisão do STF sobre a união estável para os homossexuais, a necessidade de reconhecimento das peculiaridades dos LGBT's e da necessidade políticas de proteção direcionadas a esse público. Além disso, a CAJU turbinou meu círculo de amizades, que anda crescendo, ainda bem, mas num ritmo lento, até mesmo porque amigos vêm de relações que o tempo constrói. Encerradas todas as etapas, criamos um grupo no Facebook onde criamos pretextos para encontrar os novos amigos.


 

A Casa da Juventude pode ser um paraíso para as mentes progressistas, e é sim. É uma instituição historicamente envolvida com os motores de muitas das mudanças sociais, os jovens, e suas articulações políticas. É uma instituição que pede aos jovens o seu protagonismo juvenil, vive de acolhê-los e denunciar aquilo que os prejudica como o consumo de narcóticos, a inconseqüência no trânsito, a baixa escolaridade, o desemprego acima da média, a criminalidade, a marginalização de sua cultura, valores e expressão.


 

Contudo, a CAJU é um ambiente ameaçado. Outros setores da Igreja Católica a chama de motel juvenil, lugar onde os jovens fazem sexo de graça enquanto dizem que estão fazendo curso de alguma coisa, pensionato de homossexuais – palavra cujo valor negativo que ela tem entre os fundamentalistas cristãos sabemos bem qual é, lugar que incentiva a impunidade, já que oficialmente ela se opõe a redução da maioridade penal, tema para o qual não me sinto habilitado para falar. Até a Polícia Militar, setores corruptos dela dirá alguns, têm colaborado para desarticular a Casa da Juventude, uma vez que ela, a CAJU, anda de mãos dadas com ONGs, Universidades, Ministério Público, Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional, da Assembleia Legislativa, da Câmara Municipal de Goiânia, entre outros lugares nos quais sejam possíveis as denuncias dos abusos que a juventude sofre. As ameaças de morte já foram feitas, resta saber se elas serão concretizadas. Por enquanto, o tiro contra a organização vem daqueles setores católicos que citei, pois eles se mexem e eles podem conseguir que a Arquidiocese feche a casa e com um arcebispo não muito progressista, é possível que este seja o caminho.


 

http://www.casadajuventude.org.br/