quarta-feira, 12 de maio de 2010

Lendo as entrelinhas da Veja

Existem jovens se assumindo homossexuais em idades precoces quando comparados à média das gerações anteriores, as manifestações de preconceito têm sido repudiadas moralmente e muitas pessoas têm sido mais receptivas a diversidade sexual. No entanto a geração da tolerância só existe nas páginas da revista Veja.

Não deve ser dado como dimensão da realidade os exemplos de jovens de classe média, em que não só eles, mas também as pessoas próximas, possuem acesso a informação, algo preponderante para derrubar o preconceito e repudiá-los. A reportagem da Veja é só uma quimera, um otimismo que perde a conexão com a realidade e a mascara.

As questões referentes a sexualidade na sociedade brasileira não se envolve ao fato de ser heterossexual ou homossexual, de se assumir homossexual ou não. As questões envolvem a inexistência de direitos civis, os determinismo legais que impedem aos transgêneros de serem vistos legalmente com o sexo pelo qual se reconhecem, a permissividade à liberdade religiosa ou de expressão que tem permitido ofensas aos LGBT’s, os indagamentos a respeito do machismo e patriarcalismo, entre outras.

A revista Veja pode não acreditar na legitimidade dessas questões e nem entender a profundidade delas, mas deveria tratá-las já que promete um jornalismo de esclarecimento. No entanto, a Veja apenas promete porque na prática não esclarece e não é imparcial.

Por traz da idéia que a Veja quer passar não está apenas uma visão simplista, determinista e apática para com as questões inerentes a complexiddade dos LGBT’s em nossa sociedade. Nas entrelinhas existem também os obscuros posicionamentos políticos e ideológicos de uma revista conservadora, moralista e porque não dizer, cínica e dissimulada.

A Veja quando diz que a sociedade não oferece mais preconceitos quer no fundo convencer a sociedade a reprovar a existência e as causas pelas quais lutam os movimentos LGBT’s, pois a exemplo de outros movimentos sociais, em geral têm lideranças e militantes que se colocam contrários às denominações políticas prediletas da revista, os conservadores, e defendem as denominações que ela recusa, as esquerdas.

Portanto, nem leia e nem Veja.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pois bem…

A Marcha Nacional Contra a Homofobia não foi no domingo, dia 09. Resultado, eu fui passar o dia das mães com o avó e ainda irei a marcha, que será dia 19, que não por acaso é o dia do meu 21º outono. Acho que será lindo, apesar de provalvemente minha mãe chorar porque o filhinho dela vai passar o aniversário naquela Brasília corrupta com um monte de pessoas… bem… não heterosseuxais.

Já a casa dos avós foi aquilo de sempre, prometemos que a família aqui na capital iria no sábado depois do almoço e fomos na sexta a noite. Acordamos os velhinhos a meia noite com serenata, vaso de crisantemos (aquelas flor de morto), choros femininos e flashes das EasyShares, CyberShots da vida. No outro dia teve churrasco na beira do rio, cerveja e truco.

E lá do alto da ponte ficamos os primos adolescentes e saídos da adolescência vendo os atraso dos infantis e pré adolescentes. Bom mesmo foi ter visto aquele primo, não o segunda ovelha colorida da família, mas o outro que eu disse, primo como você cresceu. E ele, que tem 15 anos, continua crescendo, e eu internamente gritando dentro de mim, batendo palma e fazendo coro, “cresce! Cresce! Cresce!” Quando ele foi tomar banho de rio, gracinha!, notei que ele já tem aqueles pelinhos que descem do umbigo.

Bom, mas deixa o primo lá no interior. O importante é que rapazes interessantes aqui na capital dizem que eu sou um gostoso. Para mim gostoso não é exatamente bonito, mas é um bom elogio e um daqueles que tem um forte apelo sexual. Tudo bem que também disseram que eu sou um “gordin” gostoso e quando ouvi isso eu disse, vá para a casa do caralho! Graças a Deus! Afinal de contas, não é porque eu tenho 1,67 e não visto mais 40 que eu sou gordo, KCT.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Escrevendo um artigo de opinião

Não é segredo que tenho me comunicado com alguns jovens crentes pertencentes a uma igreja inclusiva, apesar do meu “materialismo”. Ontem conversava com o Pr. Patrick Bomfim e numa tempestade mental ele pediu que eu escrevesse sobre concessões públicas de rádio e televisão para grupos religiosos. Escrevi o artigo abaixo, nesse eu me esforcei  na clareza e principalmente na gramática.

Aqui está o link para quem quiser lê-lo no blog da Igreja Ministério Nação Agápe.

Espero que gostem.

O USO DE CONCESSÕES PÚBLICAS POR DENOMINAÇÕES RELIGIOSAS


 

“Num passado remoto eu perdi meu controle”

(Música: Xáneu 5; Artista: O Teatro Mágico)

Toda aplicação sem fio precisa de espectro eletromagnético para funcionar, tanto o controle remoto de um portão eletrônico até as transmissões das emissoras abertas de rádio e televisão. No entanto, os espectros eletromagnéticos são bens públicos, recursos naturais cujas utilizações devem atender aos interesses dos cidadãos. Sendo assim não devem escapar dessa premissa nem mesmo os conteúdos transmitidos por nossas emissoras abertas de rádio e televisão, já que elas utilizam espectros que são públicos.

Porém não é segredo, que em geral, os conteúdos de nossas emissoras abertas de rádio e, em maior parte, de televisão não vão de encontro aos interesses públicos como a promoção da educação, das artes, da cultura, da informação, dos valores éticos e sociais da pessoa, entre outras determinações encontradas na Constituição Federal. Os programas religiosos não são diferentes, apesar da credibilidade que a Fé em Deus possuí, pois esses programas também abusam da permissividade que tanto a Sociedade como o Estado têm apresentado para com os conteúdos abertos.

Assim sendo é notável líderes religiosos promovendo suas pessoas e aderindo ao estrelismo, utilizando o Deus que as pessoas acreditam para promoverem marcas, produtos e serviços. Não só isso! É ainda mais preocupante tolerar os programas religiosos abusarem do desespero e da ignorância, tanto cientifica como teológica, das pessoas e lhes fazerem promessas mirabolantes e imediatistas para os seus problemas. Além do mais, a mistura se torna perigosa, pois se utiliza a credibilidade religiosa para dar como verdades inquestionáveis as visões e os interesses particulares de líderes, o que além de antidemocrático, custa em muitos casos preconceitos, conflitos interpessoais, fanatismos e afins.

No entanto essa questão é delicada. Temos como exemplo a recente medida do Ministério da Justiça que classificou como impróprio para o período anterior às 20:00 horas, o programa Vitória em Cristo, apresentado pelo pastor extremista Silas Malafaia. De acordo com o sítioDikerama.uol.com.br, o MJ considerou o programa inapropriado “porque contém ‘linguagem depreciativa e conteúdos verbais que expõem lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros a situações humilhantes ou degradantes’”.

Se por um lado têm se uma evolução ao mostrar que a Sociedade – aqui entendida como todos cidadãos independentes de crença individual, classe social, origem, condição sexual, posicionamento político, raça e afins – quer controle e responsabilidades maiores sobre o conteúdo aberto da televisão, por outro temos o reacionarismo típico de quem está perdendo privilégios. Sabendo do histórico sectarista de Silas Malafaia, nada mais previsível do que suas falas acusando tal ação como intolerante, preconceituosa, censura e contrária a liberdade religiosa convocando assim aos fiéis de sua denominação a pensarem como ele. Claro que Malafaia está se fazendo de vítima e requisitando para si um papel que não condiz com seus atos, mas o comportamento expresso pelo pastor em relação à ação do MJ demonstra a profundidade da questão.

Sendo assim, tanto como não é possível acreditar na máxima de que o mercado vai se autorregulamentar e assim tirar do ar a programação sensacionalista, degenerativa, o humor de preconceito, o jornalismo fajuto e manipulado, entre outras coisas nas emissoras não confessionais, também não é possível acreditar que a liberdade de culto religioso ou de expressão, permita que seja dito qualquer coisa à rebelia em programas e emissoras confessionais.

Dessa forma, o que se quer aqui é exigir controle sobre o conteúdo das emissoras confessionais abertas e questionar se elas devem existir nesse caráter, aberto, já que os espectros utilizados por elas são bens públicos de um Estado que é laico para respeitar as diferentes religiosidades existentes, são bens públicos que esse Estado entrega à iniciativa privada esperando que a sua exploração atenda as funções dos serviços públicos de rádio e televisão.

Assim sendo, é necessário empreender ações que combatam não só os questionáveis hábitos de saúde e alimentação, padrões comportamentais e de beleza, a desvalorização da mulher e de seu corpo, a desvalorização do ser humano e a exploração de seu sofrimento, o consumismo dirigido às crianças, um grupo que não possui o discernimento dos adultos; entre outras coisas. É necessário também questionar e empreender medidas a respeito da programação e das emissoras religiosas.

É necessário que a Sociedade exija transparência, maior participação e acima de tudo poder nas definições a respeito da exploração dos serviços de rádio e televisão aberta. Também é necessário que a Sociedade reflita a respeito da entrega, da utilização e da renovação de concessões aos grupos radiodifusores – que no Brasil tem atendido historicamente às barganhas e às influências econômicas e políticas – principalmente os religiosos, que se mostram abusivos e extremistas sem serem questionados pelos seus próprios fiéis, já que esses acreditam que questioná-los é questionar a Deus e assim sendo, um pecado. Tudo isso é necessário, mesmo que signifique inclusive proibir as emissoras confessionais.

Felizmente já dispomos de caminhos para isso. Sob o lema “Quem financia a baixaria é contra a cidadania” o fórum “Ética na TV” congrega vários grupos da Sociedade civil interessados em denunciar os abusos cometidos em nossa mídia aberta. O fórum indica a linha 0800 619 619 e o próprio sítio,www.eticanatv.org.br, para quem estiver interessado em fazer denuncias, críticas, elogios e sugestões.

domingo, 2 de maio de 2010

Família, Tradição e Homossexualidade.

A Marcha Nacional Contra a Homofobia em Brasília acontecerá no dia das mães. Ótimo? Não muito para mim, porque não tem um dia das mães na minha memória que eu não tenha passado com a minha mãe na casa dos meus avós no interior com o resto da família.

Até agora não recebi nenhuma resposta dos organizadores e isso complica a minha situação. Quanto mais em cima estiver, caso eu ganhe o transporte, mais complicado vai ser para convencer e deixar a matriarca, sempre ela, se acostumar com a idéia e aceitá-la.

Também complica porque, afinal de contas, a primeira ovelha colorida da família – sendo que existe uma segunda que ainda precisa se descobrir, se desabrochar, mas cada qual com o seu processo – que sou eu, além de quebrar a tradicional heterossexualidade da família, ainda por cima, pretende quebrar os tradicionais dias das mães debaixo das asas da avó.

Mas é isso, bater de frente com o mundo é preciso. Já não dá mais para abaixar a cabeça e ficar acomodado esperando o mundo mudar. Agora é escolher matar ou morrer. E quem vai mudar o mundo, o meu pelo menos, sou eu em pequenos exercícios como o de quebrar as convenções familiares.

Ai, eu estou sendo meritocrático? Odeio meritocracia, elas sempre disfarçam um problema mais sério. Bem, agora só resta saber se vai ter ônibus de graça para Brasília. kkkk

P.S.: Prezados, obrigado pelos comentários no vídeo abaixo. Sabia que ele seria comentado e que vocês o achariam um amor. Melhor ainda por cima é que eu fui desejado sexualmente por alguns, mas isso fica em off. Mesmo saber que se é desejado seja algo que infla o ego.

P.S.:² Pois bem, eu faço Libras há 2 meses mais ou menos e um pouco do vídeo é mais meus estudos independentes. Postarei, talvez, uma outra música em Libras. Não sei qual, mas se quiser sugerir. Só não me apareçam com pagode ou com funk. Yeshua.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eu "cantando"

Um videozinho caseiro com uma balada linda sobre o amor e estar apaixonado, no qual eu demonstro algum do pouco que já aprendi sobre Libras e meus erros também, o que deixa claro que tenho muito que aprender.

P.S.: Minha central de alarme deve estar apaixonada por mim, olhava para ela o tempo todo durante o vídeo.

domingo, 25 de abril de 2010

Sobre a velha

Acelerando vem o ônibus descendo a Avenida Araguaia. Os olhos enxergam distorcido, é uma tarde quente e úmida de verão. Estende-se o braço e a condução para a metro meio da calçada. As pessoas vão embarcando com seus cartões e bilhetes magnéticos. Com as arrancadas e trocas de marcha vai-se calambeando, esbarrando nas barras de metal e nas pessoas, até o fundo do veículo, onde tem lugar para sentar.

Mas não se senta, deixa simplesmente as nádegas caírem sobre os bancos de fibra. Uma vez que se senta, o ônibus freia e o cantar agudo dos freios abafam o ronco do barulhento motor a diesel. Ali, naquela parada, entra aquela velha, lá com seus 100Kg, pernas inchadas e duas grandes sacolas daquela loja de enxovais baratos.

Quem escreve não gosta da velha, ela é fofoqueira e fala mal de todo mundo. Na maior parte do tempo, a velha fala sem saber e inventa o que não sabe para continuar falando o resto que sabe. A velha é uma pseudo pessoa conhecida.

O ronco do motor diesel impera outra vez, e todo mundo, sincronizadamente, é jogado pela inércia para trás. A velha ainda está na dianteira do ônibus inutilmente agarrando com o mindinho aquela barra de metal enquanto procura em meio ao bolo de cédulas, cigarro, esqueiro, lembretes e moedas, daquela bolsinha de couro, o bilhete magnético.

Enquanto isso, de novo a inércia, que dessa vez joga todo mundo para o lado direito do ônibus quando o mesmo entra na Paranaíba. Sorte dessa velha ser gorda e ali na catraca ficar meio que espremida, se não teria batido com a testa na janela, com sacolas e tudo.

Ficar sentado no fundo do ônibus é meio que um lazer, enquanto o entreterimento é saber quando a velha vai cair e deslizar por metro, dois metros, no chão rugoso do ônibus. Por enquanto a velha só empatetou-se seis vezes tentando enfiar o maldito bilhete na boca da catraca eletrônica.

Quando a velha finalmente enfiar o bilhete, já tem gente esperando ela passar porque já se está na outra parada. A velha ergue as sacolas, as passa para o outro lado da catraca e começa a mover desengonçadamente o corpo roliço naquele espaço espremido. O ônibus acelera novamente, até mesmo porque sinal laranja em Goiânia significa acelera que dá. Com a aceleração, a catraca é nada mais do que a garganta engolindo aquela velha estúpida para dentro do ônibus com toda força.

Agora sim a velha vai cair! Ou não, as tiazinhas seguraram-na pelo braço e a moça da bunda chulada foi empurrada por aquela bunda cheia de tecido adiposo. A velha envergonhada pede desculpas, viu no fundo do ônibus, perto daqui, lugar para sentar ela e suas sacolas.

Mas agora a velha vai cair, o ônibus desce a 68 e todo mundo, tal qual a massa de manobra que são, é jogado durante a curva para a esquerda da condução. Mas a velha fofoqueira não caí!!! Quando dá para pensar: é agora! alguém ou ela mesma,  segura!

Mas essa velha tem que cair para nunca mais falar mal da vida dos outros.

O ônibus freia, ela para de andar ali no meio e se segura. O sinal está fechado e ela começa a se deslocar como uma jamanta. Ainda bem, a luz verde  e então o possante motor ronca estridentemente. Todo mundo é jogado novamente para o fundo do ônibus e finalmente a velha não consegue se segurar. O braço passa em falso pela barra de metal, ela dá dois passinhos a frente e vai com aquelas sacolas de encontro ao chão!

Sinceridade é necessária, fiquei com dó, o chão tremeu e o queixo por pouco não bateu no chão áspero e sujo. Mas sua cabeça ficou a meio metro do meu par de All Star.

Os iludidos com a figura acham que mais uma velhinha fofinha, e fofa literalmente porque é gorda, foi violentada pelas leis da gravidade, ação e reação e prontamente se põem a ajudá-la enquanto a mãe do motorista, que muito boa pessoa é em comparação a esse sujeito linguarudo caído no chão, recebe toda sorte de ofensas.

Bem, de qualquer forma dá para se sentir vingado. Mas a velha não aprende, rala os joelhos e continua falando mal da vida dos outros. Um dia ela vai queimar a língua, em algum evento da paróquia e ao redor de muitas pesssoas. Aí sim ela vai aprender.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sobre a marcha em Brasília e o medo da mãe

Well: Eu vou a marcha LGBT em Brasília.

Amigo: Seus pais vão deixar?

Well: Sei lá, eu falo que será um protesto em prol das Universidades Federais, contra a construção de usinas nucleares, sei lá.

Amigo: Que mentira, seus pais num pesquisam as coisas?

Well: Não, eles são massa de manobra.

Amigo: Gente, que ingênuos.

Well: Nhá, talvez eles me vejam na Bobo News

Amigo: Então acho que tu num devias ir.

Well: Mas eu fico pensando também, pq mentir, minha mãe tá tão receptiva ultimamente, meu pai num tá nem esquentando a perereca.

Amigo: ufahsuahusaha

Well: Tanto é que quando eu fui aí em Sampa ele disse que por ele tudo bem.

Amigo: Mas Sampa vc ia ver seus amigos e não manifestar-se publicamente.

Well: Mas ia ficar cult, eu vou explicar para minha mãe que vai ser um protesto em Brasília, com a diferença que eu vou, quem sabe, só apanhar da polícia e não vão grampear nosso telefone, invadir nossa casa pelo Exército as três da madrugada e nem levar um de nós para o pau de arara.

Amigo: Pobrinha da sua mams, Well, vc é hijo único, ela pode ficar megatripreocupada.

Well: Eu falo que vou trazer uma camiseta, I S2 BSB para ela.

Amigo: Ah Well, que isso, acha que uma camiseta vai resolver a megatripreocupação dela?

Well: Eu estava vendo uma coisa hoje que eu fiquei putaiado, Brasília é um projeto nacionalista, representa, bem ou mal, o bom ou ruim, nacionalismo brasileiro, e lá hoje (21 de abril de 2010) vai ter desfile dos personagens da Disney.

Amigo: Capitalismo.

Well: Ela tem que aprender a controlar as emoções dela, eu não posso deixar de viver o meu mundo por causa dela.

Amigo: Sim, mas tu deve pensar nela tb uai.

Well: Eu já pensei demais nela quando fiquei esse tempo todo no armário.

Amigo: Aim, que ingrato.

Well: O medo é dela, a limitação é dela, quem é gay sou, quem tem menos direitos sou eu, quem tem menos chances sou eu, quem sofre por ter determinada sexualidade sou eu.

Amigo: Sim, mas vc pode ir na manifestação ai de Gyn uai e esta bem mais perto e seguro.

Well: Num tem manifestação em GYN e GYN é uma capital de estado, os protestos feitos aqui resolvem, quem sabe, as coisas em nível de boi, tomate, soja, muié boa, cerveja e camionete a diesel. A questão é nacional, é em nível de República Democrática Teocrática Cristã das Bananas.

Amigo: Humm, boi, tomate, soja, tb é reclamar a nível nacional tb.

Well: Mas o caso não é referente ao abastecimento desses, e o Ronaldo Caiado, a Kátia Abreu e toda bancada ruralista têm mais poder que eu para resolver seus problemas, que são referentes a esses itens.

Amigo: haushauhsua, absurdo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre Como Treinar Seu Dragão

Sim, eu estou ausente da blogosfera. Nem é porque estou muito ocupado ultimamente, é porque eu tenho certa apatia para com o blog e a blogosfera de vez enquando. Mas eu amo todos vocês, inclusive meus leitores que não me tem no MSN, os que me têm no MSN e me excluiu e os que me têm no MSN e não loga mais, também os que me têm no MSN e eu não puxo assunto e os que me deixa no vácuo. Bem, está ótimo.

Sabe aquele dias que você se lamenta por não ser mais um adolescente, por não ter mais tantos amigos quanto antes, de ficar tantos finais de semana em casa sem ninguém ligar e sem coragem de ligar para ninguém, que se lamenta por ser um adulto desempregado por ser, quiçá, um vagabundo sem persistência? E que você se vê sozinho com pais na sala de jantar, na verdade de de TV, ocupados em nascer e morrer a ver cópias piratas dos fimes de Jet Lee, sabendo que está no último ano na Universidade, pensando em como estendê-los já que dela não carregará grandes amizades e nem uma bolsa de iniciação cientifica, um artigo publicado, muito menos uma chance de mestrado ao mesmo tempo que fica se perguntando porque não tem irmãos, onde está todo mundo e se sentindo um grandissíssimo idiota, sabendo que se é humano, ridículo, limitado, que usa muito menos dos dez por cento da cabeça animal.

Exatamente assim que me sentia, afinal de contas, não tenho vida social e nem tenho a paz moral de saber que eu auto me sustento. Me convidaram para ir ao cinema depois de tantas lamúrias. Fiquei receoso e fui com a camiseta preta do Tristania que era para não ficar tão vela assim. Morri de medo de me tornar uma lanterna dos afogados no escurinho do cinema chupando drops de morango, ao lado de um casal de amigos gays enamorados. Tudo bem.

Foi a primeira sessão 3D da minha vida. Me senti tão periférico, não tanto quanto escrever que foi a primeira sessão 3D da minha vida nesse blog, mas mes senti caipira. Tive crises de riso quando pensava que eu seria acertado pelas coisas projetadas na tela, em 3D. Fiquei com vontade de esticar o braço para pegar o galho da árvore, porque ele estava em 3D. Mas passou. Antes, no banheirón tiramos fotinhas, fiquei meio Chico Xavier com aquele ocrão de ver filme 3D. E muito mais antes disso, enquanto ficava plantado eu vi a velha jovem professora de português do Ensino Médio, agora trintagenária, e conversei com ela, falei de cada coisa que Fulano, Siclano e Beltrano estão a fazer em suas respectivas academias.

Mas quatro parágrafos depois, o importante mesmo é o filme. Como treinar seu Dragão. Adoro animações. Acho elas tão fofinhas, as histórias tão apaixonantes. Me identifiquei bastante com o protagonista da história, o Soluço e sua dificuldade de ser aceito numa sociedade viking, cheia de ursões viris, fortes, másculos, valentes e que matam dragões na base do braço.

E se a Vaca Profana ou a Mari estivessem lá comigo, elas haveriam de se indentificar com Astrid, até o final do filme em que ela beija o Soluço na boca. Afinal de contas, Astrid fez bem a linha amiga heterossexual que não pode saber e que no entanto descobre tudo e vira simpatizante.

Mas mais digno é o nome do dragão, aliás, mais do que digno, fidedigno, apesar da semântica diferente. Fúria da Noite, que nome mais bafônico. Coisa de trava. Então pessoas, é isso, assistam Como Treinar o Seu Dragão. Dragões são feios, mas são fofos.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sobre Marina Silva

Eu gosto de Marina Silva e apesar de minha preferência por Dilma Rousseff, gostei dela ter saído como pré candidata à Presidência da República. Admiro muitas coisas nela, a biografia, sendo ela uma das poucas pessoas públicas “que subiram na vida” e que não me causa medo. Admiro sua formação universitária, História, e sua atuação, durante alguns anos, profissional, professora do Ensino Básico.

Tenho a noção de que no governo ela fez menos do que quis fazere o que ela quis fazer foi o ponderado. Talvez por isso achei tão importante seu anceio por se tornar presidente, aja vista que penso no meio ambiente como algo importante para o “futuro do país” tanto quanto o crescimento da economia e a distribuição de renda que o Governo Lula tanto diz fazer, mas sem dar a devida proporção as causas ambientais. É como diz o ditado: quem não dá assistência, abre concorrência.

Mas dependendo do que Marina Silva disser, mesmo que ela não se eleja e mesmo que eu goste de Dilma Rousseff, talvez ele diga coisas que eu julgue fazer com ela mereça o voto meu. Contudo, Marina Silva me causava um receio até o dia de hoje porque eu não sabia qual seu posicionamento a respeito dos homossexuais. Ela tweetou e fui ao seu site ler o que a senadora pensa politicamente a respeito dos LGBT’s.

Fiquei feliz e não me surpreendi. O que li no site oficial de Marina foi algo que eu esperava, mas não tinha a confirmação. Marina Silva, apesar de evangélica e da mesma igreja do reacionário Silas Malafaia, Assembléia de Deus, é favorável aos direitos das pessoas LGBT’s. Reconhece que os movimentos sociais, que tem muita gente contra porque não querem as mudanças que eles propõem, são importantes e fazem parte de sua biografia. Reconhece que não existe democracia cerceando às minorias o acesso à liberdade e à igualdade.

Marina Silva é sim uma pessoa diplomática, mas não é diplomática meramento por questão política e por ser orientada por um marqueteiro, mas sim porque acredita no poder da cordialidade para instituir o respeito e a cultura de paz entre as pessoas. Isso é visível a todo momento em suas falas, inclusive quando saiu do PT e teve tudo para ele criticar, mas preferiu elogiá-lo.

Enfim, durmo feliz por finalmente saber o posicionamento de Marina Silva a respeito de minhas demandas e por esse posicionamento ser exatamente o que eu quero de nossos políticos.