sábado, 2 de outubro de 2010

Revendo os conceitos sobre Marina Silva

Ontem o meu amigo me enviou via Twitter um link para uma entrevista que a Marina Silva deu ao Portal Mix Brasil. Precisei rever meus conceitos sobre a candidata por quem até então eu tinha anti-patia. Marina Silva foi clara e objetiva e disse que terá compromisso com as minorias e com um Estado laico. Em outras palavras, a presidenciável disse que é favorável entre muitas até mesmo ao direito dos homossexuais adotarem criança, simplesmente porque para ela a prioridade é a criança e tirá-la do abandono, e favorável às cirurgias de mudança de sexo. Disse também que não é favorável ao Governo financiar a parada gay, eu também não sou.

O que levou o amigo a enviar o link foi o debate que tivemos no Twitter, logo após o debate presidencial, sobre Marina Silva e Dilma Rousseff. Eu tinha até então, como eu disse, anti-patia pela Marina Silva em virtude da interpretação a respeito das idéias dela em relação às pessoas LGBT'S dadas em maio/junho, que até comentei aqui e muito empolgado diga-se de passagem achando que ela estava sendo necessariamente, por assim dizer, gay friendly.

Bem, nas declarações de maio/junho me incomodou Marina Silva dizer que era favorável a união civil de bens apenas, mas contrária ao casamento por achá-lo um sacramento religioso para homens e mulheres, apesar que no Brasil existe o casamento civil sem vínculo algum com as concepções religiosas que é o que a minha utopia, o Estado laico, deve possuir. Me incomodou também ela dar como sugestão para decidir sobre as questões do público LGBT, que ela demonstrou não conhecer assim tão a fundo naquela ocasião, um plebiscito a exemplo de outros temas como legalização de narcóticos e aborto. Me incomodou porque não se faz plebiscito para que o todo de uma sociedade decida os direitos de uma minoria, que além de ser minoria, é no mínimo não compreendida por essa sociedade.

Criei minha anti-patia por Marina Silva e passei achar ignorância, ingenuidade ou insensibilidade ver homossexuais, como esse amigo que me enviou o link, declarar voto na Marina Silva. Felizmente eu estava errado a respeito dela, que foi a única entre os três primeiros colocados a conceder entrevista para um portal LGBT para falar sobre o devido tema e dar respostas sobre tema de maneira clara e que concorda com o que esse público tanto quer. Declaradamente pró LGBT nessas eleições tivemos apenas o Plínio Arruda/PSOL. Existe também o PSTU e o PCB, mas equivocados ao meu por colocarem questões como homofobia e racismo como problemas causados pelo capitalismo, coisa que me pareceu no mínimo tendenciosa e acima de tudo, mentirosa, veja Cuba.

Estou encantando com Marina Silva e decepcionado com a Dilma Rousseff, que continua sendo a minha candidata. Decepcionado com a Dilma Rousseff em virtude de sua alienação aos grupos religiosos, isto é, ela assinou compromissos e escreveu cartas ao "povo de Deus" se comprometendo a não tomar iniciativa sobre assuntos considerados tabus, deixando ao critério do Congresso. Me irrita porque o PT vem se prostituindo, como os cristãos gostam de falar e classificar tudo, mas se prostituindo com os próprios cristãos e outras porcariínhas como o PMDB.

O que me leva a continuar meu voto na Dilma Rousseff são os seguintes fatores. Primeiro, eu não voto na pessoa e sim no partido e no programa que ele propõe, nesse critério o PT tem um longo histórico com minorias como LGBT's, as vezes dá umas pisadas de bola é verdade e faz menos do que poderia, mas que ele tem esse compromisso e pessoas ligadas a essas causas não é possível negar.

Segundo, não gosto e não confio no PSDB, porque eu tenho como principio votar contra esse partido que é onde certamente onde está a maior parte das pessoas que são contrárias aos LGBT's por motivos diversos ou que simplesmente acham o assunto uma questão menor. Não que o PSDB ou alguém de lá não vá fazer algo pelo público LGBT, mas essas possibilidades são bem menores se comparadas aos partidos ligados aos movimentos sociais.

Terceiro porque um eventual governo de Marina Silva não vai conseguir governar sem alianças políticas e certamente vai precisar de alianças com partidos como o PSDB, que não só não está muito preocupado com os LGBT's - coisas que aliados do PT como PRB e PP também não estão - mas tem outros principios econômicos, sociais e afins que é o principal motivo de minha aversão aos tucanos.

Bem, é isso, mas antes de encerrar preciso ponderar que eu gosto de escrever sobre política, mas sempre que escrevo sobre o tema já imagino uma pessoa em especial que vai comentar aqui. Ela sempre comenta quando escrevo sobre política e apenas sobre isso. Os seus comentários sempre confrontam como que eu penso, o que torna complicado ter alguma simpatia por ela. A pessoa acha que o que me incomoda é alguma inabilidade que eu tenho para receber críticas ou lidar com quem pensa diferente. Mas o problema não é esse, porque se fosse eu teria para com as outras pessoas que pensam diferente de mim a mesma indisposição que tenho para com essa pessoa em questão. Bem, eu não tenho e o Twitter foi um exemplo disso onde eu debati sem me alterar com o amigo marineiro.

É bem suspeito eu falar e isso porque nem tenho porque escrever já que o que ponho aqui é para os outros lerem e comentarem, mesmo quando discordarem de mim. Acontece que eu acho que a pessoa em questão, que vai saber que o recado é para ela, precisa saber o que eu penso já que quando vem comentar noto não só um jeito irritante, mas muitas expectativas que ela faz ao meu respeito que não condizem com a verdade.

Pois então meu caro, o problema não está comigo, mas no jeito que você tem para colocar suas opiniões. Já que você acha que a autocrítica é importante e faz bem, comece por você e procure se avaliar para quem sabe assim você notar em você tem um jeito pedante de se comunicar, no qual você coloca sua opinião como a única verdadeira e coloca as pessoas como menos preparadas para emitir a opinião delas, tomando em muitos casos concepções que não só são suas, mas que você acha que as pessoas têm necessariamente. Ah! Por fim, não adianta mudar de nome quando comentar aqui, preciso ser muito tapado para não perceber que é você quem escreve.

Aos demais... peixos, me liga.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mas você vai ser professor (forever)?

No primeiro semestre desse ano a Secretaria da Educação de Goiás fez concurso público para contratar professores. A concorrência foi baixa, só quem está desesperado, ama a Educação ou tem um espírito de porco pode aceitar trabalhar por 40 horas e ganhar R$1314,52 + descontos (viu a ironia? "mais descontos"), que é um salário de fome para quem tem curso superior e trabalha como um professor.

A baixa concorrência ajudou a frustrar o meu projeto, o de não passar nas colocações primárias e ser convocado antes da hora, o que quer dizer, sem ter concluído a graduação. A prova, cujo nível foi muito elevado, poderia me ajudar nisso, mas o ponto de corte também foi elevado e preferi não subestimar o exame.

O concurso foi homologado e eu passei em 37° lugar - convocação imediata. A Secretaria da Fazenda - que é quem contribuí com a burocratização estatal e permite a da Educação contratar - me enviou uma carta me parabenizando pelo feito - gente falsa é outra coisa - e assim foi publicada a 2ª chamada na qual constou meu nome lá no Diário Oficial.

Bem, liguei hoje em um monte de órgãos do estado e no ping pong descobri que meu nome consta na 22ª colocação, ou seja sou mais inteligente do que queria nesse caso e ando não prestando muito bem atenção nas informações importantes para mim apesar d'eu pensar que estou fazendo o contrário. Agora preciso de uma cópia do Diário Oficial para pedir prorrogação de 30 dias para ver se consigo formar.

Ou seja, Lei da Atração vai entrar em operação. Vou ter que terminar as atividades do Estágio IV antes da hora, a monografia vou ter correr com ela e ver se quem sabe eu consigo defendê-la no começinho de novembro, o que é impossível eu acho, ver se uma professora pode me passar outras atividades para conseguir nota, se consigo cancelar outra disciplina na qual está o menino felpudo, e o melhor, ver se, quem sabe, a Universidade aceita tudo isso e deixa eu fazer uma colação de grau especial, tudo para o comecinho de novembro, é claro.

Talvez tudo isso não dê certo. Penso que seria uma boa contratar um advogado, um de confiança, desses mercenários e espertalhões que dão golpes fazendo interpretação da lei e que encontre nela brecha ou sei lá o quê que me deixe trabalhar como professor.

Vai valer a pena? Fiquei quatro anos praticamente sem trabalhar e preciso trabalhar outra vez. No entanto é bem certo, se dependesse de mim eu não seria e não vou ser professor por muito tempo.

Me dei ao luxo de passar em outro concurso público, da Secretaria da Saúde. Nele trabalha-se menos, ganha a mesma coisa e só exigem Ensino Fundamental. Sou capaz de abrir mão de ser professor para ser um medíocre funcionário da burocracia estatal. Porém com tempo para fazer outro curso superior e estudar para um concurso decente, coisa que nem o concurso de auxiliar administrativo e nem o de professor são. Nesse último por causa do salário, das condições de trabalho e do reconhecimento. Além disso eu não tenho a menor perspectiva com relação a isso mudar pelos próximos quatro anos.

Em Goiás estão escolhendo entre um candidato que despreza funcionário público, ainda mais se for professor, e outro que conseguiu o apoio dos funcionário públicos e dos professores, mais alienados no caso, dando esmolas a eles. Para quem não ganhava muita coisa qualquer esmola vira grande coisa. Dos males os menores porra nenhuma, nenhum dos candidatos no quais a política goiana se polarizou tem moral para falar em Educação e ao meu ver eles são mal intencionados o tempo todo em relação a ela.

Tem uma terceira via aqui, mas terceira evangélica e do PP? Tenha dó, né? Isso está mais para um canteiro central todo arborizado e gramado, o que não é vantagem quando se precisa de pista de autorrolamento.

Bom, é isso, peixos, me liga. E me twita também.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Final de semana.

Prometo que minhas futuras postagens serão menores. Mas é que eu não resisto e sinto uma grande vontade de escrever. No fundo nem é tanta coisa assim e se você não quiser ler, não leia. KKKK

No meio da semana:

Acessei a conta do MSN antigo. Um velho desconhecido apareceu lá. "Oi gato, nossa você sumiu. Que saudades de você!" Eu não tinha desaparecido, apenas troquei de conta e disse a quem quisesse adicionar a nova conta. Então ele me adicionou na nova conta e disse que queria me ver, disse que eu sou muito bonito, que já se apaixonou por mim umas vezes aí, que quer experimentar minha boca carnuda. Eu hein rosa! Poderíamos marcar realmente um dia. Falei para ele para a gente se ver no final de semana.

Na verdade eu não queria sair com ele, conversava muito pouco com o sujeito, não temos assuntos em comum e ainda por cima, ele é feio. Bajular só não é o suficiente e ele se antecipa muito. Havia até sistematizado como transaríamos se namorássemos. E eu mantendo o cara lá no MSN só porque ouvir tantos elogios, apesar de entediante, faz bem ao meu ego, sempre carente de massagem é claro.

No sábado:

Tudo bem, pensei, estou na seca, o sujeito é feio via internet, mas talvez pessoalmente seja melhor apessoado. Marcamos, ele veio subindo manco, meio rechonchudo e com uma pinta no nariz. Pensa, talvez a conversa fluí. Entramos no carro, falo de música e a conversa não fluí, falo de família e a conversa não fluí, trabalho, amigos, política, festa, séries, filmes, estudo, enfim, nada vai fluindo. Ele pega na minha perna e fico com um certo fogo, olho para o rosto dele, feio de doer coitado.

Num momento vejo que ficar com ele será um tédio, veremos, na verdade só eu verei, que não temos nada em comum e ele está muito afim de mim. Diz que eu sou lindo demais. Exagerado é claro, mas que eu sou mais bonito que ele isso eu sou. É uma boa eu tratá-lo como um objeto sexual? Ele pegou na minha perna outra vez, meu pau ficou duro. Mas ele é tão feio que dá até vergonha dizer que fiquei com ele. Mas meu lado cafageste gritou "Devasta!".

Pensei, que coisa imundo e decadente, eu pegando um cara feio só porque estou na seca e tratando-o na minha mente como eu não queria que me tratassem. Lembrando que nessa hora sequer cogitei postar isso aqui. Pensei, o quê importa o que as pessoas vão pensar do meu caráter. Eu quero sexo e o ogrinho aí me quer foder. Assim como em Queer As Folk um feio será feito feliz e lá vai eu.
Disse a ele para irmos a um motel e ele topou. Fomos, paredes vagabundas, davam para ouvir as pessoas em outros quartos. Na televisão os canais em VHF de Goiânia, em outro canal show de sertanejo universitário e no outro sexo heterossexual. O pinto dele não era grande e isso não foi nenhuma surpresa, eu já sabia desde o momento em que vi os dedos e coloquei na balança na hora de pensar no sexo.

"Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado"

E assim foi, quando gozei olhei para aquela pinta, pinta não, verruga no nariz. Ai que vergonha, ai que arrependimento, eu não precisava disso, aí que cafageste eu sou. Eu me odeio, eu me odeio. Como eu tenho coragem de fazer isso comigo e com ele, que é um ser humano, ou não. Ele me beijou e eu involuntariamente fui frio. Respondi meio que justificando: "Estou cansado! Vou tomar um banho!" Tomei o banho bem mudinho, banho de motel não dá para ficar limpo né?Sabonete pequeno demais. Ele abria a boca e eu com um olhar muy sexy colocava o dedo na boquinha que eu beijei fazendo a linha, fica caladinho que eu te beijo. Mas não beijava.

Enquanto eu me secava silenciosamente e vestia roupa ele me perguntava o que foi que havia acontecido para eu ficar calado. Eu respondi que estava reparando o banheiro do motel para fazer igual na futura casa nova. Sim, curti aquele vidro temperado que dá para ver o box pelo quarto. Fomos embora, eu que paguei o motel. Ótimo. Deixei o ogro na casa do amigo dele e fui para a casa da Vaca Profana na cidade vizinha. Contei a minha história promíscua e desprovida de bom caráter enquanto ela tinha orgasmos risícos (existe essa palavra?).

No domingo:
Ogro: Nossa, sonhei como você a noite toda.
Well pensando: Exatamente por isso que eu não posso ficar com você, afinal se sou bonito assim não preciso me rebaixar.
Ogro: Não vai falar comigo.
Well: Estou escrevendo um artigo, estou ocupado.
Ogro: Quando puder falar me avisa.
Well: Ok.

Eu penso: Não custo nada. Sou um vagabundo de primeira. Esse cara não merece isso. Eu sou uma cobra. Mas dane-se, não vou ficar me odiando por causa disso, apesar que mereço.

No domingo mais tarde:

Well: Oi, como você está?
Amigo: Ih, na fossa, mas nem quero falar disso, vamos à chopada?
Well: Não tenho dinheiro.
Amigo: Custa só 20 reais.
Well: Foi o que eu gastei ontem no motel com um cara feio.
Amigo: Porque saiu com um cara feio?
Well: Estava na seca, o único dinheiro que tenho é para pagar um cara da igreja e hoje.
Amigo: Que Igreja.
Well: Uma igreja para LGBT's.
Amigo: Onde fica? Que horas são os cultos? Eu posso ir?
Well: Passo aí daqui a pouco se quiser ir.
Amigo: Vou tomar banho e passar a chapinha.
Well: Bicha!

O Well toma banho com muito gosto, última vez que tomou banho foi no motel. Desodorante, perfume, roupas, calças, tênis, MSN piscando.

Amigo: Demora?
Well: Se você deixar eu sair, não.
Amigo: Liga quando estiver chegando para eu sair.
Well: Well está offline.

Queijinhos... digo, rotatórias antes, o Well enfia a mão no bolso, tira o celular e joga no banco do passageiro. Reduz o carro para a terceira, faz a rótula, saí, engata a quarta, pega o celular, desbloqueia a tela, aperta o o botão de chamadas, seleciona o fone do amigo e põe para chamar. O Well reduz até parar, o telefone chama, o Well engata a primeira, o telefone chama, o Well arranca, engata a segunda e faz a rótula, o amigo atende, o Well engata a terceira, coloca o telefone no ouvido e diz, estou chegando. O amigo responde e o Well desliga na cara dele. O Well engata a quarta com o motor já esguelando.

O Well para na esquina e o amigo não está na porta. O Well liga e apressa o amigo, o amigo justifica dizendo que está trancando a casa. O Well continua apressando o amigo, o amigo saí no portão. O Well diz que está o vendo e vai matá-lo com um tiro na cabeça. O amigo fica estressado e diz que não tem graça. O Well insiste e diz que vai matá-lo, tira a outra mão do bolso e puxa... a alavanca do farol para o amigo vê-lo. O amigo diz que o viu e o Well desliga. O amigo entra no carro e briga porque aquela foi a segunda vez que o Well desliga o telefone na cara dele.

Well: Fui ao motel ontem, por isso que estou quebrado.
Amigo: Gostou?
Well: Não, o cara era feio demais, nada em comum, só fiquei com ele porque eu estava na seca.
Amigo: Porque não falou comigo, hoje lá na chopada se quisesse eu arrumava sete gatos para você.
Luz do combustível acende no Painel.
Well: Nada, ninguém quer me pegar. Tenho que abastecer o carro.
Amigo: Como não, muita gente quer pegar você.
Well: Até um cara feio.
Amigo: Sim.

O Well para no posto, o frentista não vem. O frentista chega minutos depois.
Frentista: É Etanol?
Well: Sim!
Frentista: Acabou!
Well: Ok, vou no próximo... gato.
Amigo: Você dando em cima do frentista?
Well: Só porque estou perto de você
Amigo: O quê?

Amigo fala dos amores frustrados e eu escuto com desdenho e pessimismo. O Well abastece em outro posto e repara no tamanho dos dedos do frentista e gosta daquilo. Quando volta para o carro:

Amigo: Well, que vídeo é esse no seu celular? [dois caras transando]
Well: Casa da minha avó, estava entediado, pensando no cunhado da prima, como era só 50 centavos o Infiniti Web Pré baixei e bati um bolo vendo isso aí.
Amigo: Ai que nojo. Vou transferir via bluetooth.

Minutos depois:

Well: Essa avenida Goiás já teve mais michês.
Amigo: É verdade:
Well: Entrei no lugar errado.
Amigo: Que lugar? Aeh, você tinha que ter ido por aqui. Dá ré.
Well: Não dá, tem um um ônibus me encoxando agora. Nossa, e ele só vai encostando mais. Eu tenho medo de coisas desse tamanho.
Amigo: Do pau do michê?
Well: Não, de ser encoxado no trânsito por um ônibus.
Amigo: Abriu, você tem que ir por alí.
Well: Não dá, não tem como eu virar e o ônibus está vindo com tudo.
Amigo: Você tem que sair daqui, você está na pista do ônibus.
Well: Eu sei, estou esperando um lugar de entrar.
Amigo: Você tem que sair daqui, você está na pista do ônibus.
Well: Eu sei...
Amigo: Você tem que sair daqui, você está na pista do ônibus.
Well: Eu sei cacete, para de dar escândalo, você está me deixando ansioso já.
Amigo: Agora dá para entrar.
Well: Não dá.

Minutos depois.

Amigo: Você tem que sair daqui, você está na pista do ônibus.
Well: ...

Chegamos atrasados ao culto da igreja inclusiva.
- Hana Maracantava Suya. Julia malascaem! Glória 3x Glória.

Well: IrmÕes, esse é o amigo, amigo esse são os irmÕes. Deus é Mas.

Lemos a bíblia, discutimos a bíblia. Eu não oro, todos oram e cantam. O pastor pergunta se alguém ali que aceitar Jesus que fale para que a Igreja ore por ela. Era para mim, mas eu fiquei quietinho como um bom ateuzinho convicto. Ok, oraram, cantaram e zaz.

No fim do culto.

Well: Eu venho aqui e continuo fornicador. Não vou abrir mão da minha vida de fornicador.
Amigo: Eu também. Vamos à chopada?
Well: Não.
Amigo: Vamos?
Well: Não, eu não tenho dinheiro.
Amigo: Disel?
Well: Não.
Amigo: Atenas?
Well: Não.
Amigo: Metropolis.
Well: Não.
Amigo: Você é muito sem graça. Eu pago para você.
Well: Não. Vamos ao centro pegar um michê.
Amigo: Você que sabe, mas como vamos pagá-lo.
Well: Não vamos pagá-lo.
Amigo: Como?
Well: Vamos só olhar.

No semáforo da Goiás com a Paranaíba.

Well: Não tem um michê nessa Goiás.
Amigo: Lá no Banana Shopping.
Well: Eu vi uma coisa num blog e acho legal.
Amigo: O quê?
Well: Nós chamamos um mendigo e falamos para mostrar o pau e bater uma punheta por 10 reais.
Amigo: Você tem coragem?
Well: Eu tenho vontade, não tenho coragem, estômago e meus princípios éticos [/se é que eu não perdi isso ontem no motel] não permite.
Amigo: Nossa! Mas um mendigo pode dar muito mais do que um punheta por dez reais.

Well olha o amigo com uma carinha safada.

Amigo: Tem algum mendigo bonito pelo menos?
Well: Já vi uns meninos de ruas, desses que saem de casa para se viciar em craque. Um dia dei um real para um só porque era bonito.
Amigo: Sério?
Well: Na verdade não, dei porque tinha um monte por onde eu passei e eu estava com medo que eles me batessem.

Paramos em outro semáforo. Para um Celta ao lado.
Well: Que rapaz lindinho né? Pena estar com uma racha.
Semáforo abre.
Amigo: Você ouviu as músicas que eles estavam ouvindo?
Well: Não.
Amigo: Lily Allen.
Well: A britância gay friendly?
Amigo: Os dois naquele carro era entendidos.
Well: Eu quero o motorista do Celta. Vou reduzir para eles me alcançarem. Ah, viraram na 3. Pode virar na 3?

Virando na Rua 2.

Amigo: Olha que cafuçu bonito ali.
Well: É verdade e ele deve fazer sexo de graça e deve ter local.
Amigo: Ei, ei, ei.
Well: Tá curtindo?
Amigo: Eiiiiiii.
Well: Mentira que ele é?
Amigo: Não, ele nem ouviu, só estou curtindo.

Chegando no Banana Shopping.
Well: Mas gentsfi, eu nem sabia que tinha garotos de programa por aqui.
Amigo: O que mais tem? Vamos à sauna, está aberto olha.
Well: Sauna? [eu nunca fui a uma sauna]
Amigo: Ah, estamos de calça. Nem rola.
Well: Gostei desse cabeça raspada.
Amigo fechando o vidro rapidamente.
Well: O que houve?
Amigo: O namorado do meu amigo é garoto de programa.
Well: O que têm.
Amigo: Descobri agora e ele não me pode ver aqui.
Well: Por quê?
Amigo: Um dos meus aspirantes a namorados é amigo dele.
Well: Um dos...

Na Avenida Universitária.
Well: Nossa que monte de gente colorida.
Amigo: Para, que eu vou ficar aqui.
Well: E vai me deixar voltar sozinho?
Amigo: Não, eu estou curtindo.
Well: E olha que tem gente bonita lá.
Amigo: É.

Enfim, é o que tem para hoje. [Braccini, 2010]

Peixos, me liga.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O bom cristão é contra os homossexuais.

Não me peça para ser tolerante com religiões porque não dá. No Brasil liberdade religiosa existe a qualquer custo e por causa dela muitas pessoas são prejudicadas, mesmo que não tenham a ver com nada. As religiões cristãs precisam de freio, o que elas estão fazendo já é crime. Na internet circula várias mentiras que partem dos templos e retiros religiosos a respeito de diversos assuntos e pessoas, entre elas as homossexuais. Mentem, inventam, endemonizam e não é feito nada porque é liberdade religiosa. Eu questiono essa liberdade.

Essas mentiras viram vídeos, que o Papai Gay publicou uma indiganção e a Lola fez esse post criticando. Mas não comemorem, porque não vão parar. Essa semana minha amiga, muito incomodada com a minha opinião política, visível no Orkut.com, me enviou um vídeo, logo abaixo, de um pastor evangélico usando esse vídeo da postagem do Papai Gay e da Lola, para justificar porque não se deve votar no PT.

Para mim é tudo absurdo, além de inventar mentiras para incitar o ódio aos homossexuais, o amor que é o quê eles não têm por nós, ainda estão orientando as pessoas em que elas devem votar. Está certo, o pastor fala em quem não votar, mas se traduzirmos a fala dele para uma equação de lógica vamos ver que é tudo a mesma coisa.

A amiga não sabe que eu sou ateu e nem homossexual, sabe apenas que eu voto na Dilma e outros candidatos do PT, talvez se soubesse disso ela teria mais motivos para me enviar o vídeo. Como fiquei indignado passei todo começo dessa noite redigindo a longa resposta que publico abaixo.

Observação, eu sou um "petralha" sim e não me incomodo com isso. Se você acha que eu tenho que mudar de opinião leia a resposta que enviei a minha amiga até o final e veja que o quê você tem a me dizer não muda nada e só vai me causar antipatia pela seu pedantismo.

Eis o vídeo que ataca aos homossexuais:



Eis a minha resposta:

Antes de tudo quero advertir que o quê me levou a demorar nessa resposta é o fato da grande quantidade de idéias que o vídeo trata e a maneira como elas são misturadas. Por isso a reflexão é mais delongada. Também quero deixar claro que as minhas críticas, que certamente não serão em algum momento cavalheiras, são para as idéias do vídeo e das pessoas que nele aparecem e não são contra o seu caráter e a estima que tenho por você.

Vou começar com a frase que você deixou junto com o vídeo, pois a crítica que farei a ela vai orientar todas as seguintes. Então temos “A questão não é ‘meramente evangélica’, é o clamor de um povo cristão, que acredita em Deus e tem Nele seus princípios fundamentados.”

Discordo. A questão não é o povo cristão acreditar em Deus e pensar que Ele quer que as pessoas assumam certos princípios. O que é absurdo nessa afirmação é pensar que os cristãos são os únicos detentores de valores morais e éticos, são os únicos compromissados com a vida, são os únicos que conhecem a verdade e que todas as pessoas devem seguir ao que eles pensam. Agora vamos entrar nos outros assuntos que o vídeo mostra, de maneira truncada e tendenciosa diga-se de passagem.

A PEDOFILIA – O que é bem certo é que a nossa opinião a respeito da pedofilia é rasa. O jornalismo a que temos acesso trata o assunto de maneira superficial ou usando frases de efeito, mas não esclarece o que de fato é pedofilia. Às vezes aparece um “especialista cristão”, mas o quê ele diz não é confiável já que ele mistura os seus valores religiosos com os conhecimentos científicos, em geral para validar os primeiros. Por causa disso vem se instituindo um patrulhismo ideológico no Brasil onde, dada a nossa ignorância, qualquer coisa se torna pedofilia ou apologia a ela, mesmo que não seja. Não deixo dúvida que a pedofilia é um problema a ser resolvido. Mas para pensar sobre esse problema e resolvê-lo é necessário conhecer o quê ele é e calcular os efeitos das medidas tomadas. Usar as frases de efeito das 18h00min na Band e os clamores em templos não são os melhores métodos de resolver o problema.

O DIVÓRCIO – Aqui a questão também tem a ver com os cristãos imaginarem que são os únicos dotados senso ético e moral e que todos devem agir como eles pensam. No caso do Brasil existem pessoas pensando de maneira diferente a respeito de vários assuntos entre eles o casamento. Por causa dessa diferença, muitas dessas pessoas se casam apenas no civil ou tem outras religiões que dão outros significados ao casamento. Os cristãos podem não concordar, mas não podem tirar o direito dos outros pensarem como pensam. Se os cristãos são contra o divórcio, então que não se divorciem.

O ABORTO – Esse também é outro caso em que os cristãos ignoram as concepções discordantes e trata o próprio pensamento como o único válido. O que agrava a discussão sobre o aborto é que ela envolve também aspectos filosóficos, científicos, antropológicos e sociais cujas concepções cristãs não levam em consideração ou não apresentam solução sem que essa solução signifique acreditar no mesmo que os cristãos. Se os cristãos são contra o aborto por motivos religiosos, então que não o façam. Agora se acreditam que o aborto é assassinato, que o feto está vivo e é inocente, provem com fatos técnicos e científicos, dêem uma solução às mulheres grávidas que não poderão abortar e à criação dos filhos que terão. O Estado brasileiro é laico e não pode tomar como pressuposto de suas leis e políticas as doutrinas religiosas de um grupo, mesmo que ele seja maioria.

O INFANTICÍDIO – O aborto é diferente dos rituais de alguns povos indígenas para com as crianças gêmeas ou portadoras de necessidade especiais. Não é ético o vídeo colocá-los como coisas iguais assim também como não é ético generalizar todos os povos indígenas. Com relação ao infanticídio, também sou contrário a ele. Uma solução para o problema não é algo que podemos fazer já que não entendemos a fundo o que acontece. Sei que as crianças devem ter suas vidas protegidas, inclusive pelo Estado, instituição que acredito que deve ser feita pelas pessoas para defender os interesses das pessoas.

A PORNOGRAFIA – Esse, pausa, também é um caso em que os cristãos pensam que todos devem ter a opinião moral que possuem, nesse caso em relação ao corpo, ao sexo e aos prazeres para ser mais exato. Nem todas as pessoas têm essa opinião e não é por causa disso é que elas vão deixar suas pornografias para lá, uma vez que o consumo disso deve ser do livre arbítrio e acordo das pessoas envolvidas. Todavia os cristãos não são obrigados a apreciarem conteúdo pornográfico se acham isso incorreto. Então nesse caso não só acho justo, como necessário que se faça censura etária para locais abertos ao público, para os produtos culturais, entre outras coisas, que contenha pornografia. Só que não podemos proibi-la porque algumas pessoas acham errado, de acordo com as concepções religiosas ainda por cima.

A FAMÍLIA – Existem vários modelos de família. No entanto o vídeo trata como o único modelo viável o modelo cristão, pais casados e com filhos. Não vejo nada de mal nesse, até mesmo porque fui criado em uma família assim e muito dos valores que carrego comigo e que julgo bons eu aprendi nele. Todavia é absurdo considerar que este seja o único modelo de família existente ou que só ele deve existir, que nos outros modelos de família, como o com pais separados, haverá, como eu já ouvi dizer, pessoas inescrupulosas e sem amor ao próximo por exemplo. Essas conclusões a respeito das pessoas não são possíveis, estamos tratando do fator humano onde determinismos são perigosos. Além disso, se o modelo de família cristã fosse perfeito, não haveria dentro desse mesmo modelo casos de agressão familiar, de pessoas viciadas em drogas, entre outras coisas prejudiciais.

A AGRESSÃO FAMILIAR – Eu concordo com o vídeo, isso é um problema, não porque ele destrói a família, cristã, mas porque ele destrói as pessoas e é com elas que eu me preocupo. Família é valorizada para servir as pessoas e não contrário. As soluções para esses problemas são muitas, no entanto freqüentar a Igreja não deve ser uma política incentivada pelo Estado, pois esse é, ou deve ser, uma instituição laica e por causa disso não deve favorecer a uma religião ou a um grupo delas.

A HOMOSSEXUALIDADE – O que os homossexuais querem são direitos e políticas públicas que contemplem suas peculiaridades e porque outros seguimentos da sociedade possuem e ou podem requisitar. Os cristãos podem não achar os homossexuais corretos do ponto de vista de Deus – o que também é questionado inclusive entre os próprios cristãos e é neles que acredito mais – mas não podem impedi-los de viverem suas vidas. Com relação ao PLC 122/06, chamá-lo de lei da Mordaça Gay é apenas um extremismo, pois em nome da liberdade religiosa e do que alguns acreditam ser correto, os cristãos usam rádio e televisão, outdoors, publicam material fazendo afirmações a respeito dos homossexuais que são preconceituosas e que prejudicam a eles. Os homossexuais não são contra os cristãos, apesar de que é difícil ter simpatia por muitos deles levando em conta o quê falam, e na maioria dos casos também se consideram cristãos. O que os homossexuais querem é que a liberdade religiosa seja limitada, e não suprimida, pela liberdade deles serem respeitados enquanto pessoa.

De modo geral o que eu posso concluir é que as pessoas que produziram esse vídeo não são éticas. O que elas fazem é um material com mensagens truncadas, com meias verdades e mentiras para confundir as pessoas. As pessoas por outro lado não são pobres coitadas e enganadas. É obrigação de todo mundo verificar os dois lados da moeda, verificar todas as opiniões em relação a um mesmo assunto e não tomar conceitos pré-concebidos. Além disso, é visível que estão se recusam a dialogar com as outras opiniões. Se dialogassem o máximo que fariam era não concordar com esses assuntos, mas não satanizar as pessoas que defendem o casamento homossexual ou o aborto, o quê só comprova o fundamentalismo que tira a propriedade dos cristãos para criticarem o que se é apresentado de outras religiões, como a muçulmana, e que achamos absurdo e ditatorial.

Como sempre na história utilizam o nome de Deus para conduzir a grande massa e assim ser feito o que os líderes religiosos querem. Esse pastor e os que pensam como ele é na verdade adepto do voto de cabresto. Tudo bem, ninguém é obrigado a gostar do Partido dos Trabalhadores, mas a forma como eles estabelecem a crítica a ele é suja. Utiliza o quê as pessoas acreditam como sagrado e inegavelmente têm medo, Deus, para acusar o PT por coisas ou que ele não defende, ou que ele defende dando uma justificativa que uma parcela dos cristãos se recusa a conhecer ou considerar.

Bem, novamente venho frisar que minhas críticas são às idéias de quem produziu o vídeo quer passar e posso dizer até mais nesse momento, questionar a índole dessas pessoas. Mas também quero frisar que não tenho sentimento de ira alguma por você ou por sua boa intenção, mesmo que minhas palavras pareçam irritadiças.

Por fim quero deixar claro a você, minha amiga, que eu respeito a sua antipatia pelo PT e pela Dilma Rousseff porque acho que você tem esse direito e têm seus motivos. Em função dessas duas premissas não envio emails e afins para você mudar de opinião. No entanto deixo claro para você que me incomoda a sua “militância” para que eu mude de opinião e quero deixar claro que eu vejo e leio jornais e revistas, que tenho acesso às mesmas informações que você, como os emails que me envia, mas se eu confiasse nelas, no que elas dizem e ou se eu tivesse as mesmas “diretrizes” religiosas que você possui, eu pensaria no mínimo diferente. No entanto não, eu não penso como você a respeito desses assuntos e tenho meus motivos para isso, por isso eu voto na Dilma Rousseff e nos candidatos do PT.

Desde já tenha um bom final de semana e até a próxima, que espero não ser para colocar notícia de jornal para provar que o email é mentiroso.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Homens felpudos

Meninos felpudos são os meus prediletos, adoro os pelos alheios do mesmo modo que não gosto dos meus. Na verdade gosto de todos estilos, mas quanto maior a massa corpórea e a idade, menores são as chances de me interessar por algum cara. Mas como eu dizia, eu gosto de meninos felpudos, mas eles precisam apenas ter pelos e não precisam ter cara de pais, tios, avôs, caminhoneiros, operadores de pá mecânicas e etc. Acho que isso é coisa de urso né? Então, não gosto de urso, mas o Edu é fofo. Gosto apenas de caras que tenham pelos como o que cursa a disciplina de Lógica e usa All Star preto com linhas vermelhas, aquele que me olha toda vez que eu demonstro pânico por não entender as equações de Lógica.

Esse tipo de homem felpudo é o que mais me agrada e se parece inclusive com o falecido. Ah sim! O falecido foi a chance de namorar que tive já no segundo ano na Universidade, no entanto ele estava num conflito pior que eu e sumiu sem dar notícias e zaz, muito menos se mudou para a capital como havia prometido. Foi embora sem nem me dar a chance de sequer abraçá-lo ou beijá-lo. Sempre que ouço Flerte Fatal do Ira ou Ghost Love Score do Nightwish eu me lembro dele e fico, entre muitas coisas, carente.

O menino da disciplina de lógica se parece também com o menino que foi se deixar atropelar pelo caminhão assassino da Celg, cia de eletricidade falida pelos retóricos da Praça Cívica. Mas a vantagem é que o menino felpudo e lindo está totalmente vivo, até a última vez que o vi, e conversou comigo ontem. Eu não me recordo o nome dele e só falamos sobre a minha sugestão de fluxo curricular, quer dizer, sobre as disciplina em que me matriculei.

Enfim, gostei de ter conversado com ele. Eu fiquei assim, contente quando eu falava alguma coisa na aula e ele olhava para mim, um tanto quanto sorridente. Pena eu ter talento para saber o tamanho da roda gigante só de olhar para os dedos e afins, mas não desconfiar se naquele parque de diversões o túnel do amor é livre para mim. (Engasguei dando risada do que acabo de escrever).

Eu prometo para mim mesmo que a promessa que farei a seguir não será uma dessas promessas que eu não consigo realizar por eu não me sentir efetivamente pressionado, eu prometo que descobrirei se o menino felpudo é do um menino felpudo homoafetivo, ou biafetivo.



Bem, mas é isso, eu adoro meninos felpudos, apesar que felpudos em geral não tem grande parques de diversão como os lisinhos magrinhos moreninhos.




Sei lá, esse texto tá uma merda... mas como não esotu muito inspirado nos últimos dias, vai assim mesmo.

Peixos, me liga.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Eu não fui a parada gay

No último domingo aconteceu a parada gay em Goiânia. Eu não fui e me dei conta da concomitância do evento com a viagem somente na véspera dessa viagem, que é o que me impediu de ir à parada. Por um lado foi bom, afinal de contas não passei por nenhuma polêmica interna entre ir à casa da avó no interior ou ficar sozinho em casa, fazendo desfeita aos parentes, colocando a leitura em dia- o que eu não faria mesmo, com a possibilidade de chamar a galera para ir à parada gay e talvez chamar alguém para vir aqui em casa para "conversarmos".

Bem, nem fui, também estava entusiasmado para ver como o carro novo andaria na rodovia e ele andou muito bem. Enquanto aconteceu a parada gay eu estava sem camisa e de bermuda com a parte abaixo da cintura submersa em um rio com arraias. Na verdade eu e todo regente senso comum das pessoas ali presentes não sabia que existia arraias naquele rio, aliás, fomos saber disso só no dia seguinte, quando um parente próximo, morador do local e frequentador do rio a tempos foi atacado por uma por uma arraia ou a atacou.

Contudo, questões envolvendo impactos ambientais e espécies invasoras a parte - já que nesses rios não existiam arraias há poucos anos - conforme atestam o bom estado dos meus pés, sobretudo meus calcanhares, eu não fui ferroado por nenhuma arraia, mas quis ser ferroado, nesse caso pelo o cunhado da prima. Em tempos que eu escrevia pior e mais ridiculamente que hoje, eu falei do cunhado dela quando pela primeira vez o vi.

Na ocasião mais recente, estava eu lá, refrescando a bunda dentro da água e tentando que essa mesma água refrescasse meu pau que insistia em ficar duro. Eu olhava o cunhado da prima, lá com seus 26 anos, corpo todo torneado e cheio de veias sem precisar de academia, até mesmo porque ele é um trabalhador semi-braçal, ou braçal já que não sei bem o que pode significar semi-braçal.

Além do corpo lindo, das pernas duras e peludas, da barriga predominante lisa, mas com aqueles pelos maravilhosos descendo um pouco acima do umbigo para o... parque de diversões, ele tem um rosto lindo. Já devo ter contado aqui que costumo olhar para os dedos dos caras, contextualizá-lo com o tipo físico e ao final estimar o tamanho do parque de diversões. No caso dele a estimativa deu conta de uns 18 cm, levemente curvado para cima e com a cabeça bem rosada. Claro, é uma estimativa, mas não costumo errar. Rigorosamente eu posso não estar, mas sempre que faço estimativas eu não me frustro quando olho a roda gigante, porque em alguns casos já vou frustrado.


Enquanto as crianças se empolgavam com a lalara - porque vamos combinar, arara é um trava línguas para as crianças falarem com aquele jeito infantil de maior novidade do mundo - azul/amarela pousada na beira do rio e o cunhado da prima falava coisas sobre ela, coisas que certamente ele viu no Globo Repórter, eu ficava lá dentro da água, quietinho como um jacaré, espiando aquele corpo perfeito a se avermelhar com o alto índice de radiação UV do Vale do São Patrício.

Já conversei com o cunhado da prima algumas vezes, ele é a humildade em pessoa, simples. Tudo bem que ele se veste como um playboy, mas ele é humilde mesmo assim, do tipo que dá valor as coisas simples da vida como jogar truco enquanto ouve a Maída e Marcelo - dupla sertaneja que vocês, que não gostam de sertanejo, devem agradecer por ainda não ter aparecido no Faustão, porque quando aparecer vocês vão achar Maria Cecília e Rodolfo pouca coisa - cantando Boiadeiro Errante, que acho linda porque fala de Goiás e de Minas Gerais, respectivamente meus estados de nascença e de descendência.

Eu deveria conversar mais com ele, ainda mais depois que descobri que ele também vota na Dilma. Não que eu não converse com as pessoas que não votem na Dilma, mas sabe, dilmistas dão mais simpatia as minhas eloquências. Vão dizer que vocês não se sentem mais a vontade quando falam com alguém que tenha opiniões semelhantes as suas? Bem, ele vota na Dilma e não conversei muito além sobre isso e sobre a lalara azul/amarela ou sobre a sobrinha dele, a filha recém nascida da prima. Talvez seria uma boa a sugestão do Mauri, é melhor embebedá-lo e assim, fazer tudão com ele. Problema é embebedá-lo. Vamos lá, nem vai rolar eu embebê-lo. Mas pelo menos vai valer a pena tentar uma aproximação com ele. Qualquer evolução é, como sempre, bem vinda.

Ah sim, sobre a parada gay. Lamentável eu não ir. Talvez esse ano eu fosse sozinho já que minhas cias não foram. Também, pelo que consta, a parada gay desse ano não foi lá grande coisa. Lamentável mesmo porque a do ano passado foi um divisor de água na minha vida, serviu para eu questionar os meus preconceitos ou simplesmente saber quais exatamente são alguns deles, experimentar um pouco mais da liberdade de ser quem se é sem receios, aprender o quão necessárias são as experiências para tornar os julgamentos mais sensatos.

Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.
[Dormir e acordei Lobo Cinzento hoje, na verdade acordei mais bicho preguiça]

Peixos, me liga.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Não vou mais a psicóloga

Não estou fazendo terapia nas últimas semanas, a psicóloga está em licença maternidade e vai demorar mais algumas semanas para retornar às atividades. Tenho pensado comigo, pretendo encerrar as sessões. Ultimamente não sinto que as coisas ditas na terapia estejam ajudando a melhorar em algo. Aliás, parece que tudo está velho. Vou a uma sessão e vou trazer essa questão para a terapeuta e talvez ela me convença a continuar com aquilo que certamente é um dos divisores de água na minha vida. Minha adolescência foi conturba no sentido d’eu não compreender realmente quem eu sou, o quê pretendo fazer da vida, o quê me faz feliz, entre outras coisas que acho que sáo normais a todos adolescentes passarem. Nessa questão a terapia ajudou de forma imensurável.

Já falei aqui que trabalhei durante a minha adolescência em um programa que emprega adolescentes durante meio período em órgãos do Governo Estadual. Durante esse programa conheci várias pessoas, entre elas um cara que trabalhava em um dos departamentos do órgão no qual eu fui lotado. Esse cara é simplesmente um deus grego, grande, lindo, voz de trovão, heterossexual pegador com cara de bad boy.

Eu já trabalhava alguns meses no lugar, mas foi depois que percebi que na presença desse cara eu ficava tímido e ao mesmo tempo feliz. Conversar com ele me deixa ao mesmo tempo recompensado e irritado, porque minhas pernas tremiam contra a minha vontade. Logo eu estava tocando punheta pensando naquele cara. O irônico que ainda assim eu me achava heterossexual e quando na presença dele fazia saliência com as outras jovens do programa de emprego para ele pensar que eu era um pegador. Eu nunca fui pegador e para ser bem sincero, tenho nojo de beijar mulher na boca. Mas que fique bem claro, é só beijo na boca e coisas mais íntimas. Um selinho é super aceitável.

Eu não era tão tapado assim, percebi que eu queria ser heterossexual, mas na verdade eu era homossexual, porque heterossexual algum bate punheta pensando num cara lindo igual aquele, nem mesmo feio. Bem, nesse período da minha vida, por volta dos 17 anos, eu vivia um momento de fervor religioso e era daqueles que acreditava que homossexualidade, na verdade homossexualismo, era contra a vontade de Deus, punido com o fogo do inferno, mas que nós, até então cristãos, tínhamos a arrogante humildade de tolerar, contanto que a pessoa não fosse mesmo homossexual. As conseqüências disso na minha vida foram o fato d’eu não me aceitar como homossexual, sentir culpa por me sentir atraído por aquele cara e achar que eu não gostava dele e ele fosse recíproco nessa questão.

O que aconteceu então foi o seguinte. Passei a dar maior relevância aos momentos em que sutis atritos ocorriam entre mim e o sujeito, uma vez que ele trabalhava no protocolo, lidando com números de processos, e eu criava listas enormes, com dezenas de números de processos para serem arquivados por ele no sistema de gerenciamento. Nada tão relevante assim. O que acontecia é que apesar do meu esforço eu errava um, dois, três, quatro ou cinco ou seis números de processos e ele... ficava putaiado com aquilo. Além do mais o cara possuía um bom relacionamento com todos jovens do programa, mas comigo não, porque eu simplesmente sou tímido, raramente tomo a iniciativa e naquele caso não dava abertura.

Aí é que entra a terapia. Eu me sentia incomodado com o relacionamento com o cara do protocolo, ou seja, eu não ia em vão para terapia. Porém eu não ia às sessões para falar que eu era gay, embora não fosse minha escolha, e que estava apaixonado por um heterossexual que sequer dava a mínima para mim como colega de trabalho. Eu estava incomodado e mentia para mim e achava que mentia para a psicóloga que o que me incomodava no cara era seu comportamento anti-ético, o que não era, no trabalho e seu sádico assédio moral. Coisa fofa né? Eu, um menino de 17 anos que deveria estar estudando para o vestibular, mas que por outro lado não precisava pedir dinheiro aos pais para ir ao shopping com os amigos, estava sofrendo assédio moral no trabalho e a terapeuta estava me ajudando a enfrentar aquilo?

Ok! A terapeuta estava ajudando mesmo, mas não da maneira que eu esperava que tivesse. Ela ia somando tudo aquilo e depois de forma eufemística me chegava à parede e dizia, eu sei que você é um homossexual que não está entendendo nada, que está com medo e que está pedindo, a sua maneira, ajuda. Tá, talvez ela não pensasse bem assim, mas que chegar a uma revelação da minha parte ela queria, ah ela queria. Ele fez isso umas quatro vezes e eu negava. A terapeuta fazia aquela cara de “Aham Cláudia, senta lá” durante minutos e eu ficava como uma cara de estrela do PT, vermelha. Eu, não com os erros de pronuncia de Luan Santana, dizia a ela que eu sou homem e gosto de mulher. Na verdade eu fingia que gostava de mulher porque pensava fazendo aquilo, no meu inconsciente, iria ganhar um beijo no cangote daquele macho gostoso.

A terapia não fez nada sozinha, outras coisas também foram acontecendo, o novo jeito de se fundamentar a verdade que descobri na Universidade, as frases de efeito que eu ouvia por parte dos militantes do Colcha de Retalhos, a minha própria angústia e vontade de me aliviar, enfim,várias coisas foram colaborando para o meu processo de auto entendimento e aceitação. Porém, a terapia deve ter ajudado em uns 40% o processo.

Conforme eu também já falei aqui, um dia viajando para São Paulo de carro com meus pais, eu na solidão e no silêncio do banco detrás, enquanto admirava a paisagem da BR 050, assumi mentalmente para mim que era homossexual, que o caminho era esse, as conseqüências disso eu pensaria depois e que eu estava desistindo da heterossexualidade. Fui à terapia e finalmente contei à psicóloga? Não! Entrei em comunidade no Orkut usando perfil fake, falei da minha vida para pessoas na mesma condição, elas falaram da delas para mim, não me senti de todo só e nesse período fui colocado por ela na parede e menti mais uma vez.

Fazendo ao redor de 18 meses de terapia e eu já maior de idade estou falando uma trivialidade qualquer da vida durante a sessão quando na verdade queria liberar o glitter. Lá pela metade do meu horário naquela manhã quente de quinta-feira, eu interrompo a mulher no meio de sua esplanação sobre algo naquele momento irrelevante para mim e digo algo mais ou menos assim:

“Olha, na verdade eu estou aqui hoje não para falar disso, eu quero falar de outra coisa. Você já sabe, já sabe desde o começo, eu venho mentindo, minhas mãos estão geladas, meu pés também [o Well sente o coração disparando e os ossos da almofada em seu colo quebrando, kkk], enfim, eu estou falando mais do que quero, é, eu sou gay!”

Bem, o que aconteceu depois disso, bem, naquele dia, ela falou que já sabia, que estava esperando por aquilo, estava esperando o meu tempo, mas não que eu viesse daquela maneira tão “interrompente” e disparada, o que foi de certa maneira engraçada. A terapia durante muitos meses foi o tempo de falar “Caraca, eu sofrendo desse tanto só por causa de uma bostinha simples dessa?”. Tudo que a terapeuta falava fazia sentido da mesma maneira que todos nomes que Adão, quando sozinho no paraíso, dava as coisas pegavam. Assim como Deus eu vi que aquilo, a terapia, era bom e disse que assim seja.

Apesar de ser a terapia um divisor de água, penso em encerrar as sessões, pelo menos por enquanto, dar um tempo, aprender mais, sofrer mais, para voltar ali ou em outro lugar. As sessões, a exemplo de toda minha vida, viraram um tédio e ali não tem nada que me prenda atenção. Sinto que eu já aprendi o suficiente até o momento, o que eu preciso agora é colocar em prática e esperar os burros darem na água para voltar ali ou em outro lugar. Eu sei que depende de mim dar mais graça à minha vida, encontrar novos amigos, terminar meu curso, encontrar um emprego que me satisfaça, virar o doce de filho que minha merece que eu seja e no entanto não sou. A noção que tenho é que ir agora as sessões será apenas bater na mesma tecla quando o quê eu preciso mesmo é de uma impressão a laser. KKK Adoro metáforas!

domingo, 22 de agosto de 2010

Respondendo às perguntas

A semana começou e foi passando, o que é normal até provarem o contrário. Quarta-feira à noite foi dia da aula de estágio e a primeira e única vez na semana em que veria o colega presbiteriano. Ele chegou atrasado, cumprimentou a todos nós com o olhar. Os orientadores se entreteram com uma discussão sobre as atividades e o colega me aponta um papel no chão. Pego o papel e começo a abrí-lo, ele diz que não e pede que eu leve o papel até ele. Entrego e ele me pede para esperar. Já deduzi o que ele iria perguntar, abre o papel e no verso escreve:

"Que parada é essa de amigo colorido?"

Eu eu respondo, "Ah, você sabe!". Ele me olha com cara de dúvida e eu emendo "É isso mesmo, o que isso significa para você?" e ele me cortando pergunta, "Você é?" e eu digo que sim. Ele responde falando que já sabia e eu de certa maneira penso que a minha intenção realmente foi essa.

Ao final da aula vamos embora, claro, e indo para o estacionamento andamos na frente dos outros amigos para que ele me faça perguntas do tipo, você já experimentou, há quanto tempo saiu do armário, seus pais sabem, como foi e tudo mais. Respondia de forma sucinta e finalmente vem ele tocar no assunto da religião, diz que o ato homossexual para ele é uma aberração, mas não condena os homossexuais e tudo mais, o que para ele é erro de grande parte do crentes.

Bem, o que ele falou sobre religião não assustou nenhum pouco, sem querer justificar respondi a ele que existem controvérsias em relação as interpretações bíblicas e que novas denominações tem surgido levando em conta isso. O colega disse algo que para mim é bem verdade, esses ministérios estão errados. Bem, para ele o erro está no fato delas existirem para acolher os homossexuais, para mim está nela usarem como premissa todas escrituras que condenam aos homossexuais.

Legal nisso tudo é que é notar meu preconceito para com aqueles que não sabem, ou tem certezas, sobre minha sexualidade. Também é legal notar como em quatro anos eu evoluí, pois quando entrei para Universidade eu sequer imaginei que em tão pouco tempo as pessoas mais próximas de mim saberiam e hoje sabem. Sem contar que nunca imaginei que tão rápido falar sobre minha sexualidade a alguém fosse uma questão desse alguém perguntar. O que dirá do meu preconceito ao esperar uma reação hostil do colega só por ele ser religioso.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Contando a verdade, omitindo ou atenuando-a

Ok, quero conhecer pessoas e ser amigos delas. Tenho medo da solidão, fico me sentindo vazio e irrelevante em qualquer noite por causa disso. Para mudar eu tenho feito alguma coisa e me parece que aos poucos eu vou conseguindo essa realização. Certo está que eu poderia ter feito isso a mais e tempo e estar num processo mais acelerado, ter inúmeras amizades, estar conhecendo pessoas e combinando coisas para fazer junto a elas. Mas nem tudo decorre como acho que deveria acontecer, o marasmo é uma constante não da vida, mas da própria pessoa que sou.

Sábado teve churrasco lá com as pessoas da Igreja Inclusiva e minha vontade era a de não ir. Provávelmente o churrasco teria aquele jeito neopentecostal deles orarem e eu preciso agilizar a leitura para escrever minha monografia. Acabei indo e as pessoas de lá são legais, deu para rir constantemente e falar da minha sexualidade sem constrangimento como rara vezes falo pessoalmente a alguém. Porém, como eu já falei, elas acreditam em algo em que se eu voltasse a acreditar, seria o mesmo que um retrocesso para mim. Sim, eu acho que acreditar em um Deus, ainda mais no cristão, é um grande retrocesso. Sem contar que acreditar em Deus, Bíblia e arrebatamento não é algo que dependa da minha vontade, como por muito acreditei. No fundo eu acho que ali na igreja inclusiva eu não estou explorando todo meu potencial para selar amizades e no fundo, apesar das ressalvas não tão claras que eu fiz a eles, eu me sinto um estranho ou um invasor sem propósito. Sem contar também que nessa história toda não me vejo de outra forma a não ser a de uma caricatura ridícula.

Tudo bem, potenciais amigos "laicos" já encontrei, mas não me parece que será tão fácil assim ter alguns deles ao ponto de falar que eu sou plenamente satisfeito com amigos. que eu ei de ter. Aliás, não existe nada na minha vida que me deixe plenamente satisfeito. Por fim, falar assim parece que coisifiquei as pessoas e elas me são um objetivo a ser conseguido tanto quanto uma casa da década de 1940 ou um Pálio 1.4, para começar é claro.

Tenho algumas lições por fazer, não sei como e quais. Acho que uma hora qualquer encontro o meu jeito de resolvê-las, mesmo que eu não perceba na hora. Quem sabe falta vivência e tudo mais.

Aqui na Universidade, estou postando de um computador do laboratório da Biblioteca Central, fiz alguns colegas. Um deles é um roqueiro que ouve Tristania, Lacuna Coil, Opeth, Rammstein, e um monte de bandas que já ouvi e não ouço mais porque já enjoei delas e do estilo. Esse colega roqueiro é além de tudo um presbiteriano e que acha a homossexualidade, ou homossexualismo nas terminologias dele, uma aberração, uma verdade devidamente amparada nos textos bíblicos que ele tanto confia.

Já discutimos algumas vezes sobre moral, bons costumes, sexualidade e zaz. Ele, é claro, nunca cedeu a opinião, eu também não, e nessas discussões pela energia com que eu discutia o tema devo ter deixado algo subentendido, mesmo que não fosse minha intenção, e que nunca me preocupei em combater. Ótimo, e lá estou eu twitando sem papas na língua, falo sobre a minha mãe que começa a chorar desesperadamente porque eu vou sair com as pessoas que conheci primeiramente através da internet e que ainda por cima são gays. Uso a expressão "amigos coloridos" me referir a eles e lá vem o colega roqueiro pedindo para eu explicar o que vem a ser esses amigos coloridos. Eu respondo que é justamente o que ele está pensando e recomendo a ele que não conte a ninguém. Bem, daí que acho isso uma graça, polemizar na faculdade.

Já a mãe, está na hora d'eu ser mais sincero para com ela e dizer que nem sempre eu vou ao cinema ou coisa parecida e que muitas vezes eu vou encontrar pessoas, assim como eu, homossexuais. Minha mãe faz uma comoção, para mim irritante e sem propósito. Toda vez que digo que vou sair com pessoas com a sexualidade semelhante a minha ela começa a chorar a ponto de me deixar comovido e me sentir culpado por algo. Fico irritado, está na hora de assumir as consequências e dizer a ela que seu choro não vai me impedir de sair, apenas incentivar minhas mentiras, a falta de paciência que tenho - sim, eu percebi a antítese - entre outras coisas.

Bem, e cá estou eu, jamais tão evoluído como penso que deveria estar e com um longo caminho a trilhar. No fundo sou um grande mentiroso por covardia, daqueles que mente para adiar os problemas, mas jamais resolvê-los. Um grande filho da mamãe, uma grande filha virgem do fazendeiro diria a terapêuta.

Então, é isso.

Peixos, me liga.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fim de semana doido.

Saí sábado para conhecer novas companhias, resta saber se agora será possível sermos amigos, apesar de algumas pequenas más impressões e diferenças nos modos de pensar, agir e no que se têm como objetivos de vida. Mas não posso negar, foi divertido, apesar dos receios que me acompanharam por muito tempo, um deles era o da lei seca já que eu havia bebido e isso traria consequências não só jurídicas como domésticas se eu fosse pego por ela. Outro receio foi o de algum semáforo se fechar e algum travesti alcançar nosso carro depois que as caronas, inconseqüentes e guiadas por um motorista indeciso, o tivessem cantado.

Para minha sorte e para o perigo da sociedade não houve nenhuma fiscalização da lei seca e eu me saí safo, gíria de militar. Para minha sorte não levei no edí porque todos semáforos estiveram fechados mas nenhum travesti quis correr atrás de nós com uma giletchy ou um pedaço de meio fio.

Por um momento pensei que o carro fosse sujar, lá vai uma companhia vomitando cerveja depois que deu "onda". Tudo bem, querem "fumar", fumem, mas não me ofereça e não vomitem ou ameacem isso dentro do meu carro, KCT.

A noite teria mais graça e uma coisa me deixou puto de verdade. Um cara da mesa ao lado bebeu demais e começou a ficar falante, começou a dar em cima das garotas desacompanhadas. Em um instante cantou uma moça que respondeu beijando a namorada. Pronto, foi o suficiente para o cara fazer uma comotion. Bêbado e com a sexualidade mal resolvida calado é o que ele não ia ficar. Começou a chamar as meninas de putas, sem vergonha, disse que só não batia nelas porque a Maria da Penha defendia e queria ver se tivesse homem naquela mesa para fazer ele calar. Ter até tinha, mas digamos que eles era gays e quase umas moças.

Mas fiquei putaiado, o indivíduo bebe, canta grosseiramente todas as mulheres, que se vissemr a ogrisse dele já tinham motivo suficiente para fechar a cara, e ainda temos que aguentar ele ofender toda irmandade, falar da honra das meninas sem ao menos conhecê-las e como se a questionável heterossexualidade dele fizesse dele melhor que os gays que ali estivessem. O dono da budega demorou, tinha que ter tocado o cara que, do fundo do meu coração, tomara encontrar um viado desses de academia para xingar e depois ganhar dele uma fratura exposta.

Bem, no domingo rolou o segundo encontro da Igreja Inclusiva, me perguntaram se eu ia aceitar Jesus. Fiquei num misto de irritação com vergonha. Pedi para todo mundo sentar e disse que não sei bem o que isso quer dizer, mas eu assumi uma postura muito crítica em relação a religião e a Deus e que agora não tenho "o fogo chamado fé aceso dentro de mim", que em linguagem corrente significa ser ateu. Bem, eu entenderia isso pelo menos. Disse que estava ali fazendo minha parte, conhecendo-os, em que eles acreditam e para deixar acontecer. Eles disseram tudo bem e que era eu deixar o Senhor Jesus agir, que seja feita vontade dele e que isso é com o tempo. Eu disse Amém! Na verdade eu queria rir.

Mas gosto das pessoas da Igreja Inclusiva, vai dar para fazer boas amizades por lá eu espero.

Na verdade queria mesmo era falar sobre as resposta aos emails que enviei ao IBGE, ao Grupo Gay da Bahia e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos contendo respostas as minhas indagações sobre o motivo para não se perguntar no Censo 2010 a orientação sexual dos indivíduos. Tudo bem que eu esteja equivocado achando que seja importante dar o direito a quem quiser responder a sua orientação sexual, mas se fosse uma resposta fundamentada eu aceitaria.

Enfim, é o que tem para hoje (Dormi e acordei Paulo Bratchyni).

Peixos, me liga.

P.S.: Pimenta, o Tumblr é um serviço de emails, assim como o Blogger e o Wordpress, mas ele tem uma layout e se baseia em um conceito diferente, do tipo, pequenos posts, assim como o Twitter, mas sem limite de caracteres e com a possibilidade de postar multimídia como fotos e vídeos.