sábado, 25 de outubro de 2008

Situação do Armário em casa

Bom, na minha casa são três pessoas. Eu e meus pais. Se serve para ajudar, eu sou filho único. Isto quer dizer que os planos dos meus pais envolve a mim. Os planos deles são os mesmo que os meus? Não! Eles me perguntaram isso? Jamais! Mas de qualquer forma eu sinto uma certa segurança, pelo menos no meu pai.

Meu pai não é do tipo que fica perguntando aonde vou, com que eu vou, o que vou fazer. É assim porque ele confia em mim. Quanto aos outros ele também não se preocupa com a vida deles, porque isso não é da alçada dele. Ele é reservado, porém sempre que precisamos conversar ele nos ouve e fala o que tem que ser dito muito bem, desde que no intervalo do futebol. Quando está junto com a família ele é muito enérgico e feliz. Talvez por isso ele seja considerado O TIO pelos meus primos. Tem uma paciência que eu queria ter herdado. 

Já me falou de amigos dele que morava com ele no interior que eram gays e foram expulsos de casa por causa da intolerância dos pais, aliás do pai. E vieram para Goiânia sofrer, se virar como pode. E alguns ele encontrou muito bem "sucedido" como cabeleiros e afins da socialight da província que era isso na década de 1970. Ele não faz piadas homofóbicas e não costuma rir delas. Não reduz o caráter de ninguém a isso e tampouco vê a sexualidade como denominador de bondade ou maldade. Diz para mim que devo respeitar. 

Não sei porque ainda não assumi para o meu pai. 

Minha mãe tem tudo aquilo que eu acho desnecessário. Pergunta demais o que não é da conta dela. Gosta de detalhes que em trinta minutos ela vai esquecer e nunca mais se lembrará deles. Fala muito da vida dos outros. Quando fazemos uma coisa que não é da conformidade dela, logo ela cita alguém, principalmente meu melhor amigo e diz que eu devo ser como ele e não como o filho de alguém sei lá.

Minha mãe faz muitos julgamentos e se preocupa muito com os julgamentos feitos pelos outros a respeito de nós. É muito melodramática. Qualquer coisa que se diz ela faz uma tempestade no copa de água.

Deixo de conversar com ela por causa disso. O sentimentalismo dela é uma chantagem que ela faz para que aceitemos sempre o ponto de vista dela. Pobre mãe! Ainda não se deu conta que o mundo não pode parar para ela e nem para ninguém. Acha que a única que tem sofrimentos, é a única que tem vergonha, é a única que se senti lesada, injustiçada, é a única que está certa e só a opinião dela que vale.

Aqui em casa de uma coisa eu tenho certeza. Meus pais já desconfiam de mim. Um dia de cão, que não tem muito tempo. Chego em casa ela reclamando. Tava de saco cheio de ouvir só os problemas dela e o infeliz que fui falei que um dia vamos ter que ter uma conversa, eu, ela e meu pai; muito séria e que mais cedo ou mais tarde teremos que tê-la. É íncrivel como quando o ser humano não quer aceitar uma coisa ele inventa outras coisas para atribuir o problema, e parece que até se convence disso. 

Ela me disse que se eu quisesse largar o curso e fazer outro tudo bem. Eu disse para ela que a Universidade é uma das únicas coisas atualmente na minha vida que vejo que realmente vale a pena e só faço outro curso depois que terminar o atual. Aí ela me pergunta o que é, eu falo que não é o momento de contar. Ela insiste, eu falo não. Então ela pergunta "Você é homossexual?", e começa a fazer aquele tramalhão mexicano de como se só ela tivesse sofrimentos. 

Eu neguei, e me arrependi ao mesmo tempo que dei graças por não ter dito NÃO. Ela continuou a falar que tinha que ser, porque eu não levava nenhuma moça em casa. Eu disse que não era isso e respeitei a vontade dela, de chorar e a fiz chorar por outros motivos. Como diz a humorista, "Contornei". Ela fez mais uma pergunta e perguntou se a terapeuta sabia, eu disse que sim. No outro dia ela disse que ia ligar para a terapeuta e saber o que era. Eu disse que ela ia gastar franquia de minutos em vão pois ela não diria. Mão de vaca ela!

Semana passada enquanto eu arrumava os armários (da cozinha) para a nova geladeira que não é assim uma Brastemp, mas é muito boa, kkk; ela começou com uma história irritante. Falou que está pensando em construir um sobrado no fundo do nosso latifúndio urbano de 300m² para quando eu casar e que está louca para ter netos, que as minhas tias são felizes com os netos delas, e zaz.

Ainda bem que eu não tenho visão com raio laser se não eu arrebentava alguns parafusos e deixava um armário cair em cima da minha mãe e faria a Flora de A Favorita. Eu disse para ela que eu não estou preocupado com isso agora e nem vou me preocupar e meus objetivos por agora são outros. Mas até hoje estou irritado com isso. 

Ela sabe, ela só está esperando eu falar e fica fazendo esses comentários infelizes. 

Estou pensando em dizer também aos meus pais, pelos menos para limpar a barra em casa. Acho que complicamos demais. Ainda bem que não sou sistemático e vou mudando meus planos de acordo com as minhas novas perspectivas.

Desculpe a longa postagem.

Publicado na Comunidade "Estou no Armário, e daí?" em 21/10/2008.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sobre a Promiscuidade

Desejo sexual pelo mesmo sexo desde quando me dou por gente eu tenho.  Mais ou menos com 12 anos aceitei que de fato eu tinha essa atração sexual, porém tentei esquecer e enganar a mim mesmo. Participou desse delírio a religião onde eu pedia para Deus “curar” a minha homossexualidade, me sentia culpado por me masturbar entre outras coisas. Regras morais nas quais eu acreditava e que sempre me aprisionaram.

Quando eu me aproximava do meu aniversário de 18 anos simplesmente decidi que não iria mais me enganar. Não iria mais beijar meninas na balada – as até hoje poucas que eu vou, tanto para parecer heterossexual, como para tentar ser heterossexual. Não iria mais imaginar sendo o que eu não conseguiria, e se conseguisse seria a duras penas, casar e inventar uma grande mentira envolvendo várias pessoas. Aceitei que eu sou homossexual.

Pronto, rompi com o plano de heterossexualidade para minha vida estabelecido por mim, por pressão coletiva e me vi perdido de certa forma. Não sabia como tratar a minha homossexualidade. Lembrei que às vezes entrava nas salas do Terra e do Uol só por curiosidade e vi que por lá as pessoas marcavam encontros sexuais. Fazia então muito tempo que eu não brincava de médico com ninguém e eu estava louco por sexo.

Comecei a entrar freqüentemente nessas salas em buscas de punhetas na cam, desisti porque é muito sem graça e demasiado cansativo - má relação de custo benefício, e o principal, encontros sexuais.  Parece que eu ia me tornar uma pessoa promíscua.

 Na verdade consegui apenas duas transas. Na hora de marcar o encontro eu sempre voltava atrás, ficava com medo de não tudo, mas de muitas coisas. Ainda bem, acho que me conservei bastante e ainda por cima logo percebi que um comportamento promiscuo é uma escolha que tenho, mas que não é a melhor para mim.

 

***

A promiscuidade é o comportamento no qual alguém possuí vários parceiros sexuais onde reina a busca de prazer e nada, ou muito pouco, além disso. A pessoa promíscua não tem muitos parceiros fixos e sim uma grande rotatividade deles. Muitas vezes nem se quer sabe o nome da pessoa com quem transa.

Vejo em comunidades, inteligentes e voltadas para o público LGBT, que muitas pessoas não gostam de promiscuidade. Eu também não, embora tenha apenas dois encontros arrumados com esse imaginário na mente. A grande questão é a argumentação empregada para dizer porque não gosta da promiscuidade. A argumentação se baseia nos padrões morais e/ou religiosos.

Promiscuidade é um comportamento que expõe as pessoas a um prazer passageiro, sem perspectivas de algo mais profundo e prolongado – a não ser o pênis ou o ânus, e as pessoas se expõe a integridade física, psicológica, o anonimato, podem se contaminar com alguma doença e mais uma série de outros fatores. No entanto é necessário analisar a situação com mais cautela antes de dizer que promiscuidade não é algo bom por causa do que é moral, do que faz parte dos planos de Deus.

Na questão moral, vale lembrar que moral são regras convencionadas pela sociedade que visam uniformizar as pessoas no que o imaginário coletivo acredita ser o certo. O grande “X” da questão que envolve a moral é que essa moral, e bons costumes, é a mesma que crer que dois homossexuais se beijando é algo errado, é algo nojento. Que a união civil entre pessoas do mesmo sexo é um ataque a família, por hora a tradição e a propriedade.

Nessa classificação do que é moralmente certo, acaba se esquecendo de analisar se a situação de um indivíduo “imoral” realmente nos prejudica. Em geral, no que tange a sexualidade principalmente a condição sexual, não! O que acontece por parte de quem acha imoral é um estranhamento, uma fobia e uma resistência ao que não conhece. Também um apego ao que já está posto e um comodismo que impede se quer questionar esse padrão moral.

Ao se criticar um promiscuo em função da fé que se nutre, deve se lembrar que fé é algo individual. Que alguns por fé, e essa fé pode vir de N formas e motivos, praticam algo, outros não. Alguns acreditam em uma norma religiosa, outros não. Na visão religiosa de muitos a promiscuidade é algo desrespeitoso, na de outros não, até mesmo daqueles que não tem religião ou nem se quer se preocupa com ela.

Aí também é necessário tomar outro cuidado. Uma pessoa que não tem uma religião, ou não manifesta algum pensamento teológico, não significa um sujeito sem propriedade para dizer que não serve aquilo que não é religioso.

Além desses fatores, as religiões que condenam a promiscuidade são em geral as que condenam a homossexualidade. Mas o que faz pensar que a intolerância a homossexualidade seja um equívoco dogmático e a promiscuidade não? O que faz pensarmos que as coisas são sempre assim?

O livro que fundamenta as religiões denominadas cristãs, a Bíblia, na interpretação dos mais reacionários e conservadores, em tal ponto, se mostra contrária a homossexualidade. Na mesma Bíblia está escrito que ela, logo a vontade de Deus, aceita a escravidão, aceita as guerras, aceita o sacrifício de crianças, aceita a submissão da mulher, inventam uma série de normas para se cultivar um campo, normas que agricultura moderna não cabem mais e são impensáveis.

Isso que está na Bíblia sobre escravidão, criança, mulher, guerra e afins é certo? E sobre a homossexualidade é certo? E agora, e sobre a promiscuidade? E quais os critérios que se faz pensar assim?

Bem, essas são perguntas que sempre faço ao pensar na visão religiosa, principalmente cristã, a respeito do mundo. Não estou defendendo aqui a promiscuidade. Aliás, não sou contra e nem a favor dela. Apenas não acho um comportamento adequado no que envolve fatores de segurança e saúde. Estou indagando os argumentos que se utiliza por muitos para se colocar contra a alguma coisa. 

domingo, 5 de outubro de 2008

Pensamentos: encadeiamento ou a tentativa.

A humanidade tem seus anseios. A necessidade de se transportar para distâncias cada vez maiores em tempo em cada vez menor com quantidades cada vez maiores é um exemplo disso. O mundo sempre foi do mesmo tamanho, porém o significado desse tamanho para a locomoção e a dinâmica humana perdeu força ao longo do tempo.

Logo as pernas não foram capazes de suprir a necessidade da humanidade de interação, de troca e de mudança. Vieram os lombos dos animais, com a invenção da roda as carroças, na Idade Média as naus e caravelas, com a Revolução Industrial as locomotivas e no século XX os automóveis e suas rodovias. Principalmente após a II Guerra Mundial (1939-1945) veio à informática com os computadores conectados entre si por meio da internet.

O que notamos na dinâmica do mundo é a valorização do que é informacional, abstrato. Talvez o que seja material não tenha tanto valor quanto antes e ou vai perdendo esse valor ao longo do tempo. Os Km/h foram substituídos pelos Kbps que já não são mais suficientes, já estamos ou queremos os Mbps – unidade 1024 vezes maior a anterior.

A informação por segundo percorre uma distância que não existe. Vizinhos de cerca, muro, de andar são tão distantes quanto estão próximos de quem mora em outro extremo distante do globo na teia da internet. No fundo, não existe distância, pois a distância é algo do mundo físico.

O mundo físico, as pessoas são tomadas por uma série de padrões que elas mesmas criam, reproduz e aos quais se tornam presas. Gente estúpida! Estamos hostis e fechados em nos mesmos. Reclamamos da solidão e do caráter das pessoas, mas ainda assim não deixamos de ser como elas e não paramos de construir e reforçar as paredes de nossas barreiras. Nós nos apressamos para quando chegarmos ficar esperando. Nessa pressa não damos a mínima, sequer notamos, pequenos detalhes que por motivos N vão ficando raros.

O que custa notarmos que as pessoas valem mais do que o quê elas podem ter.

Well Bernard! diz:
eu toh escrevendo um texto pro blog, ficou bom, mas agora não sei terminar
Vinícius Sebek! diz:
ué, naum termina
o q tem o texto ficar inacabado?
o blog naum é uma redação
Well Bernard! diz:
fica estranho
Vinícius Sebek! diz:
ah, besteira


Well Bernard! diz:
toh escrevendo um texto pro blog, mas agora eu não sei terminar
Funny guy diz:
escreve fim e ponto...
eu vou escrever tbm....
daqui a pouquinho...



Realmente. Rausto!