Causou polêmica as declarações proferidos pelo novo ministro – nome pomposo que só o Brasil usa para chamar os juízes das instâncias maiores – do Superior Tribunal Militar, Raymundo Nonato de Cerqueira Filho. E vai dar mais fôlego as polêmicas o endosso dado ao Cerqueira Filho vindo do presidente do clube Militar, o general da reserva Gilberto Figueiredo, e que foi publicado no G1.
O que Cerqueira disse aos nossos senadores foi que homossexuais não são bem vindos nas Forças Armadas porque os soldados não obedecem aos homossexuais. Figueiredo, por sua vez, endossou dizendo que as Forças Armadas não se preocupam com a sexualidade dos membros quando isso é algo externo, mas que os internos não respeitam aos homossexuais assumidos e eles não devem então ir para as Forças Armadas.
E daí que isso apenas repercute mais um dos vários defeitos das Forças Armadas, o mal de Gabriela (eu nasci assim, eu sou assim, eu vou ser assim, eu sou Gabriela). Isso quer dizer que para Exército, Aeronáutica e Marinha o preconceito existe e está tudo bem, porque não tem nada ser feito.
Porém não é assim que as coisas funcionam. A Sociedade Brasileira, que acha que as Forças Armadas é algo bonito e nobre, é racista, patriarcalista, machista, homofóbica, entre outras coisas. Contudo, essas características são construções sociais resultantes da ignorância e dominação cultural, mas que com políticas, entre elas as educacionais, podem ser revertidas.
Logo, não deve se tolerar que as Forças Armadas continuem com um discurso retrógrado e comodista, pois elas pertencem a um Estado que existe para servir às demandas de uma Sociedade em transformação em prol do que é mais justo a todos. Além do mais, a ideia que fazem das Forças Armadas precisa ser revista.
Primeiro, porque durante 21 anos as FA’s perseguiram pessoas nos Brasil, tirou-lhes direitos políticos, as prendeu, torturou e matou usurpando o poder e acirrando ainda mais as desigualdade sociais, e mesmo assim não foram punidas.
Segundo, por causa do incentivo que elas fazem ao alistamento militar obrigatório, que nada mais é do que o Estado tirando do invíduo, nesse caso o masculino, a propriedade sobre o próprio corpo para defender questões nada nobres, as guerras, que podem ser entendidas como resultados das disputas de egos de chefes de Estado insano e a ética capitalista das grandes corporações.
Terceiro, por causa da forma que elas tem defendido ao país como se outros Estados estivessem interessados em tirar do Brasil a Amazônia, quando a diplomacia, além de ser mais barata e elegante, será provávelmente a forma nobre com que vão tirar, se é que vão tirar ou se já não tiraram, a Amazônia pelo bem da humanidade, rica de algum país. Sem contar que as FA’s mal auxiliam na vigilância das fronteiras, deixando a critério das polícias estaduais e da Federal, que tem coisa mais importante para fazer dentro do Brasil, e até da Receita Federal, a segurança das mesmas.
Enfim, eu não gosto das Forças Armadas.