Sim, eu estou ausente da blogosfera. Nem é porque estou muito ocupado ultimamente, é porque eu tenho certa apatia para com o blog e a blogosfera de vez enquando. Mas eu amo todos vocês, inclusive meus leitores que não me tem no MSN, os que me têm no MSN e me excluiu e os que me têm no MSN e não loga mais, também os que me têm no MSN e eu não puxo assunto e os que me deixa no vácuo. Bem, está ótimo.
Sabe aquele dias que você se lamenta por não ser mais um adolescente, por não ter mais tantos amigos quanto antes, de ficar tantos finais de semana em casa sem ninguém ligar e sem coragem de ligar para ninguém, que se lamenta por ser um adulto desempregado por ser, quiçá, um vagabundo sem persistência? E que você se vê sozinho com pais na sala de jantar, na verdade de de TV, ocupados em nascer e morrer a ver cópias piratas dos fimes de Jet Lee, sabendo que está no último ano na Universidade, pensando em como estendê-los já que dela não carregará grandes amizades e nem uma bolsa de iniciação cientifica, um artigo publicado, muito menos uma chance de mestrado ao mesmo tempo que fica se perguntando porque não tem irmãos, onde está todo mundo e se sentindo um grandissíssimo idiota, sabendo que se é humano, ridículo, limitado, que usa muito menos dos dez por cento da cabeça animal.
Exatamente assim que me sentia, afinal de contas, não tenho vida social e nem tenho a paz moral de saber que eu auto me sustento. Me convidaram para ir ao cinema depois de tantas lamúrias. Fiquei receoso e fui com a camiseta preta do Tristania que era para não ficar tão vela assim. Morri de medo de me tornar uma lanterna dos afogados no escurinho do cinema chupando drops de morango, ao lado de um casal de amigos gays enamorados. Tudo bem.
Foi a primeira sessão 3D da minha vida. Me senti tão periférico, não tanto quanto escrever que foi a primeira sessão 3D da minha vida nesse blog, mas mes senti caipira. Tive crises de riso quando pensava que eu seria acertado pelas coisas projetadas na tela, em 3D. Fiquei com vontade de esticar o braço para pegar o galho da árvore, porque ele estava em 3D. Mas passou. Antes, no banheirón tiramos fotinhas, fiquei meio Chico Xavier com aquele ocrão de ver filme 3D. E muito mais antes disso, enquanto ficava plantado eu vi a velha jovem professora de português do Ensino Médio, agora trintagenária, e conversei com ela, falei de cada coisa que Fulano, Siclano e Beltrano estão a fazer em suas respectivas academias.
Mas quatro parágrafos depois, o importante mesmo é o filme. Como treinar seu Dragão. Adoro animações. Acho elas tão fofinhas, as histórias tão apaixonantes. Me identifiquei bastante com o protagonista da história, o Soluço e sua dificuldade de ser aceito numa sociedade viking, cheia de ursões viris, fortes, másculos, valentes e que matam dragões na base do braço.
E se a Vaca Profana ou a Mari estivessem lá comigo, elas haveriam de se indentificar com Astrid, até o final do filme em que ela beija o Soluço na boca. Afinal de contas, Astrid fez bem a linha amiga heterossexual que não pode saber e que no entanto descobre tudo e vira simpatizante.
Mas mais digno é o nome do dragão, aliás, mais do que digno, fidedigno, apesar da semântica diferente. Fúria da Noite, que nome mais bafônico. Coisa de trava. Então pessoas, é isso, assistam Como Treinar o Seu Dragão. Dragões são feios, mas são fofos.