quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Eu não fui a parada gay

No último domingo aconteceu a parada gay em Goiânia. Eu não fui e me dei conta da concomitância do evento com a viagem somente na véspera dessa viagem, que é o que me impediu de ir à parada. Por um lado foi bom, afinal de contas não passei por nenhuma polêmica interna entre ir à casa da avó no interior ou ficar sozinho em casa, fazendo desfeita aos parentes, colocando a leitura em dia- o que eu não faria mesmo, com a possibilidade de chamar a galera para ir à parada gay e talvez chamar alguém para vir aqui em casa para "conversarmos".

Bem, nem fui, também estava entusiasmado para ver como o carro novo andaria na rodovia e ele andou muito bem. Enquanto aconteceu a parada gay eu estava sem camisa e de bermuda com a parte abaixo da cintura submersa em um rio com arraias. Na verdade eu e todo regente senso comum das pessoas ali presentes não sabia que existia arraias naquele rio, aliás, fomos saber disso só no dia seguinte, quando um parente próximo, morador do local e frequentador do rio a tempos foi atacado por uma por uma arraia ou a atacou.

Contudo, questões envolvendo impactos ambientais e espécies invasoras a parte - já que nesses rios não existiam arraias há poucos anos - conforme atestam o bom estado dos meus pés, sobretudo meus calcanhares, eu não fui ferroado por nenhuma arraia, mas quis ser ferroado, nesse caso pelo o cunhado da prima. Em tempos que eu escrevia pior e mais ridiculamente que hoje, eu falei do cunhado dela quando pela primeira vez o vi.

Na ocasião mais recente, estava eu lá, refrescando a bunda dentro da água e tentando que essa mesma água refrescasse meu pau que insistia em ficar duro. Eu olhava o cunhado da prima, lá com seus 26 anos, corpo todo torneado e cheio de veias sem precisar de academia, até mesmo porque ele é um trabalhador semi-braçal, ou braçal já que não sei bem o que pode significar semi-braçal.

Além do corpo lindo, das pernas duras e peludas, da barriga predominante lisa, mas com aqueles pelos maravilhosos descendo um pouco acima do umbigo para o... parque de diversões, ele tem um rosto lindo. Já devo ter contado aqui que costumo olhar para os dedos dos caras, contextualizá-lo com o tipo físico e ao final estimar o tamanho do parque de diversões. No caso dele a estimativa deu conta de uns 18 cm, levemente curvado para cima e com a cabeça bem rosada. Claro, é uma estimativa, mas não costumo errar. Rigorosamente eu posso não estar, mas sempre que faço estimativas eu não me frustro quando olho a roda gigante, porque em alguns casos já vou frustrado.


Enquanto as crianças se empolgavam com a lalara - porque vamos combinar, arara é um trava línguas para as crianças falarem com aquele jeito infantil de maior novidade do mundo - azul/amarela pousada na beira do rio e o cunhado da prima falava coisas sobre ela, coisas que certamente ele viu no Globo Repórter, eu ficava lá dentro da água, quietinho como um jacaré, espiando aquele corpo perfeito a se avermelhar com o alto índice de radiação UV do Vale do São Patrício.

Já conversei com o cunhado da prima algumas vezes, ele é a humildade em pessoa, simples. Tudo bem que ele se veste como um playboy, mas ele é humilde mesmo assim, do tipo que dá valor as coisas simples da vida como jogar truco enquanto ouve a Maída e Marcelo - dupla sertaneja que vocês, que não gostam de sertanejo, devem agradecer por ainda não ter aparecido no Faustão, porque quando aparecer vocês vão achar Maria Cecília e Rodolfo pouca coisa - cantando Boiadeiro Errante, que acho linda porque fala de Goiás e de Minas Gerais, respectivamente meus estados de nascença e de descendência.

Eu deveria conversar mais com ele, ainda mais depois que descobri que ele também vota na Dilma. Não que eu não converse com as pessoas que não votem na Dilma, mas sabe, dilmistas dão mais simpatia as minhas eloquências. Vão dizer que vocês não se sentem mais a vontade quando falam com alguém que tenha opiniões semelhantes as suas? Bem, ele vota na Dilma e não conversei muito além sobre isso e sobre a lalara azul/amarela ou sobre a sobrinha dele, a filha recém nascida da prima. Talvez seria uma boa a sugestão do Mauri, é melhor embebedá-lo e assim, fazer tudão com ele. Problema é embebedá-lo. Vamos lá, nem vai rolar eu embebê-lo. Mas pelo menos vai valer a pena tentar uma aproximação com ele. Qualquer evolução é, como sempre, bem vinda.

Ah sim, sobre a parada gay. Lamentável eu não ir. Talvez esse ano eu fosse sozinho já que minhas cias não foram. Também, pelo que consta, a parada gay desse ano não foi lá grande coisa. Lamentável mesmo porque a do ano passado foi um divisor de água na minha vida, serviu para eu questionar os meus preconceitos ou simplesmente saber quais exatamente são alguns deles, experimentar um pouco mais da liberdade de ser quem se é sem receios, aprender o quão necessárias são as experiências para tornar os julgamentos mais sensatos.

Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.
[Dormir e acordei Lobo Cinzento hoje, na verdade acordei mais bicho preguiça]

Peixos, me liga.