Primeiro dia de aula, eu me apresentei como professor regente e pedi para que todos se apresentassem e dissessem o que gostam e não gostam na escola.
No 9º Ano:
Aluna: Professor, você é estranho. (ela se veste de preto, usa maquiagem e acha que Linkin Park é metal)
Eu: Hum, você também é estranha.
Aluna: Todos dizem isso para mim! Já estou acostumada...
Eu: Eu gosto de gente estranha, os meus melhores amigos são estranhos para a sociedade (leia-se gays).
Aluna: Tipo eu?
Eu: Não, eles são legais. (fazendo a Paola Bracho)
No 8º Ano:
Aluna: Professor, você também tem a língua presa?
Eu (magoadinho): Problema bucomaxilofacial mesmo (falei para complicar mesmo).
No 7º Ano:
Aluno (interrompendo a colega falante): Eu tenho uma coisa a dizer.
Eu: Diga!
Aluno (todos prestando atenção): Não gosto do professor de Geografia (eu).
Eu: Eu também não gosto de você e vou ser obrigado a te tolerar um ano. Algo mais?
Aluno: Não (sorriso amarelo).
No 6º Ano:
Pedi para os estudantes escrever uma redação sobre o que é na visão deles a vida e Deus. Eis o que leio:
“Vida para mim não é só viver, tem que aproveitar a vida enquanto você está vivo, porque quando você morrer você não faz as coisas que fosse fazer quando estava vivo.”
Aluno 1
“Deus é a pessoa mais doce e meiga e amável desse mundo. E Deus existe sim.O que eu mais odeio é o Satanais que só deseja o mal.”
Aluna 2
“Deus para mim é real, ele existe porque ele faz muitas coisas boas ruins pra mim.”
Aluna 3 – Vontade de recomendar a ela a leitura de textos sobre a inquisição e acompanhar os casos dos direitos LGBT para que ela fundamente a sua tese.
“Eu acho que eu acho da vida é nascer, crescer, casar, reproduzir, beber, comer e morrer e assim por diante.”
Aluno 4 – Ele esqueceu de falar que temos que descomer e desbeber.
Enquanto monto o data-show no 6º Ano:
Aluna caçoando: Professor, esse menino quer casar com aquele menino!
Eu (querendo ser diplomático): Então respeite a vontade deles.
Sala toda: Uuuuuuuuuuhhhhh!!! Ouviu Mariazinha!
Eu (irritado): Sexto Ano!!! Calado!!!
Coordenadora entra na sala, todos ficam imóveis e ela passa aquele sabão na molecada enquanto eu termino de montar o data-show na santa paz.
Enquanto escrevo um texto na lousa para o 6º.
Aluno: Tí? Tí? Tí? Oh tiiiiiii?
Eu: Me viro estressado para a sala e percebo que o tio sou eu. Own, fofinhos!
Tempo depois...
Outro aluno: Ti!
Eu: Sim! (Já assimilando que eu sou o tio deles)
Outro aluno: Que letra é essa?
Eu: Essa?
Outro aluno: Ééééé.
Alguém da sala: Ele não sabe escrever o Vêêê, fessor!
Eu: Você não consegue escrever o V?
Outro Aluno: Não (envergonhado).
Eu: Do lado do aluno ensinando ele fazer o V, aja paciência. (Eike futuro, hein bruezeal?)
Bem que eu já sabia que eu ia aprender coisas.