quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Desabafo: desprezo a religião

Outra vez os homossexuais tem a conquista por maiores direitos civis adiada. Outra vez a justificativa para negar direitos civis, como a união estável entre casais homossexuais, é a defesa da família. Outra vez apresentam como argumentos mentiras e afirmações nunca provadas. Outra vez dizem garantir a nós direitos, mas outra vez nunca tivemos esse direito que afirmam.

Dessa vez a proposta de união estável entre casais homossexuais é negada pela Comissão de Seguridade Social e Família, sendo a pessoa do deputado José Linhares (PP-CE) a personificação disso. Como argumento Linhares diz que a união entre homossexuais não é natural e que uma criança precisa de um homem e uma mulher para educá-la.

Não existe coerência nesses argumentos, milenares e constantemente rechaçados, dados pelo deputado, que é padre. Quem prova que famílias chefiadas por homem e mulher nunca falham na formação da pessoa humana? Quem prova que homem e mulher por si só bastam para criar outra pessoa? Quem explica os casos das pessoas que cresceram em famílias que abandonam esse modelo familiar, nuclear cristão e em vias de se tornar menos comum, mas que demonstram caráter e inteligência superior aos filhos do bons costumes?

Enfim, por que se colocar contra algo argumentando que isso é contrário a natureza? Que estudo de caso existe para determinar no comportamento humano o que realmente é natural? Até que pontos somos naturais e o que se permite que algo não seja natural seja tolerado e outro não?

Certamente, Linhares e seus apoiadores, a bancada protestante e católica bem como os seus fiéis, vão dar como justificativa a moral e os ensinos da Bíblia que leem e o que dizem dizer a fé que professam. Vão justificar assim por pensarem que o quê acreditam seja a verdade absoluta, apesar das contradições, apesar das incoerências, apesar de não conhecerem profundamente outras concepções.

Tudo bem enquanto argumento, mas tudo mal para quando eles impõe através do Estado laico e de suas leis, do poder político, o que pensam como se todos tivessem que aderir ao que acreditam. Agir como agem os religiosos infiltrados no Estado com cargos políticos, usando concessões públicas para faixas de radiofrequência para rádio e televisão não é democracia, não é Estado laico, não é liberdade.

É necessário uma ação por parte dos que não concordam com essa intervenção religiosa, travestida de verdade e protetora do que é certo, se é que é certo, e que atribuí a responsabilidade e criminaliza as maiores vítimas desse processo e dessa mentalidade.

Não se deve tolerar a presença da religião na constituição do Estado, de suas leis e políticas. A religião não é sinônimo de ética e responsabilidade, não existe prova disso, muito menos se o pensamento é cristão. Como cidadão e pessoa humana não se deve tolerar as discrimações dos religiosos que oprimem, humilham, confundem, desprezam, mentem sobre amor, tolerância e liberdade.

A religião é o câncer da humanidade.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Papo Aleatório VI – Não é Proibido

Existem algumas músicas que ouço incansavelmente quando descubro que elas existem. Algumas dessas músicas não são novas e estão lá na biblioteca do meu PC a certo tempo. Outras não estão como é o caso de Não é Proibido da Marisa Monte.

Achei a letra ótima. Tem nela uma vibe, créditos ao Gato de Cheshire, meio pedofila na parte que fala de doces e diversão caso a minha suspeita de que a música esteja falando na verdade de suruba seja... verdadeira. Tudo bem, viagem, viagem.

Bom, mas o reforço nos graves são bons, eu adoro o som do contrabaixo porque ele torna a música gorda. E a bateria atiça um desejo de sair requebrando com os braços para cima igual aquele jacaré do Pica-Pau. Qual o nome dele? Foda-se.

Essa noite eu sonhei que no Brasil existia Maglev saindo da minha cidade e indo a vários outros lugares do país, onde mora gente que eu gosto, mas que não conheço e mesmo assim tenho saudade. O melhor era que a passagem custava mais barato do que uma tarifa de ônibus coletivo daqui. Isso sim era utópico.

Para quem não sabe Maglev é o trem magnético, ele não tem rodas e se desloca sobre trilhos magnetizados. A promessa é que ele chegue aos 8000Km/H, mais rápido do que os 2500Km/H do Concorde (in memorian), e tornando raquitico os 850 Km/H da aviação comum.

Por enquanto o Maglev está longe de atingir seus 8000Km/H, ele só vai até 550 Km/H, mais rápido que o TGV da França, ou os 180Km/H que um motor 2.0 atinge facilmente na rodovia quando dirigido por um inconsequente.

Outra vantagem do Maglev é que ele operacionalmente é mais barato do que avião, trem comum e ônibus. Muito melhor do ponto de vista ecológico e mais seguro porque não descarrila. Porém ainda tem muito que evoluir e a instalação é cara.

Bom, mas porque eu estou falando do Maglev? Claro, penso que ser o Brasil um dos pioneiros no desenvolvimente dessa tecnologia nos traria muitos avanços, mas o principal não é esse.

Essa noite eu tive um sonho. Sonhei que todos solitários como eu tinham o Maglev a R$2,25 para ir pela manhã a qualquer lugar do Brasil e a noite estar em casa para ir a Universidade.

Ultimamente tenho me sentindo um sujeitinho tão brega, tão idealizador. Mas tá bom, é até engraçado parafrasear um dos sujeitos que mais admiro e que certamente fazem falta ao Mundo.

Falando em direitos humanos, quero revogar o seguinte artigo do Estatuto do Homem:

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Quem escreveu isso nunca morou em Goiânia, não sabe o tão desagradável é dormir em uma noite quente enquanto que durante o dia sua pele queima e seus olhos e nariz estão a arderem. Manhãs cinzentas de terça-feiras, ainda mais se forem úmidas, são perfeitas por aqui e domingos ensolarados verdadeiros infernos. Pelo menos durante agosto.

domingo, 23 de agosto de 2009

Carta a mim mesmo…

Goiânia, 23 de agosto de 2009.

Aos senhor corpo que me porta, a mente que me conduz e as emoções que me existe…

Faz algum tempo que tenho percebido e atribuído a mim mesmo o que acredito que sejam fracassos, felizmente menores em relação aos sucessos, que tenho obtido na vida. Assim sendo atribuo a mim mesmo o título insuportável, pouco prático, autocrítico e destrutivo, talvez imbuído com alguma falsa modéstia de meu maior inimigo.

Na minha boca, assim como nas minhas veias e artérias, corre o pior veneno a minha felicidade, eu mesmo. Diante disso é certo que eu esteja pensando que o que estou pensando seja algo confrontante com a minha inclinação política, bem como o que penso ser bom, aja vista que esse discurso metaegocentríco que faço tem um caráter semelhante ao indesejado e meritocrático neoliberal e individualista.

De um tempo para cá, que inultimente quero determinar, tenho uma indiposição para fazer acontecer. É como se eu me deixasse levar pela vida boa que de repente eu tive e que aos poucos fui percebendo que se não me esforçasse continuaria com ela.

Tudo bem, reconheço que me esforcei para conseguir coisas que pudessem ser positivas para mim, o falecido, as entrevistas e dinâmicas de grupos com os insuportáveis psicólogos de recursos humanos, as inscrições para concorrer as oportunidades que me foram escancaradas, a tentativa de me socializar com novos grupos, a vontade de retornar para aqueles que só desprezo a fé que possuem e tudo mais.

Contudo, penso ser eu um alguém fraco que não soube correr, pois conta eu bem sei que dá, atrás do que a vida tem a oferecer. Noto que ultimamente me articulo lentamente para conseguir o que quero, que falta persistência e muito mais fé de que as coisas ainda vão dar certo.

Tá bom que não corri atrás do garoto da Universidade essa semana porque eu não o vi, correr atrás entendendo que nesse primeiro momento consiste fazer um reconhecimento de campo e aí sim tomar uma decisão efetiva. Mas confesso que faltou a mim empenho para obter o orkut do moço e permitir que a Mystica contribua para as coisas darem certo.

Nem sempre foi assim, eu sei que fui melhor para ir à ação. Reconheço que nos ultimos tempos tenho evoluído bastante, aliás, tenho sido pessimista inclusive na hora de reconhecer o que é real. Concerteza não sou e não escrevo mais como o sujeito de dois ou três anos atrás.

Seja a hora de se preocupar menos com números e mais com a qualidade talvez, não seja eu um sofista e nem me preocupe a enunciar aqui o que se fazer, eu bem sei o que fazer e não escreva mais uma carta de boa intenção que vai me frustrar no decorrer do tempo caso se não se concretize as belas palavras que um dia pude sugerir a mim.

Sabe, na verdade eu tenho vontade mesmo é de começar tudo, mas é impossível voltar ao passado e começar com a subjetividade que hoje me é inerente, com a intencionalidade que agora tenho querendo que as coisas se deem belas pelo acaso.

Enfim, não vou me despedir porque não estou morrendo e sei que meu pensamento continua, não aqui de forma escrita demonstrando apenas uma sequência e linearidade do que estou a bombardear nas infinitas conexões neurológicas da minha mente. Mas sendo essa uma carta eis, uma despedida simbólica somente para fins de licença poética.

Att,

Meu subjetivo racional e emotivo eu alocado nesse corpo seu corpo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mais eterno do quê dura

Uma reflexão sobre a convivência e o amor baseando em fatos.

 

Quando se mudaram para cá eram um simpático e sereno casal de bons velhos. Retirantes e embora os anos de Planalto Central ainda conservavam o sotaque arrastado do interior do Ceará. A fé protestante se entrelaçava com a humildade, a pouca ciência e achavam tudo biblíco e abençoado, as crianças gritando pela rua, o céu cinza avisando que vai chover. No fundo duas almas leves.

Hoje a velhinha ainda continua com o seu jeito sereno e simpático, mas embora more com a filha caçula e os outros filhos, netos e bisnetos venham visitá-la aos finais de semana, é notável sua solidão e sua carência. Ela não gosta de falar do passado mais como antes, porque quando fala lembra de quem a acompanhou  na maior parte da sua vida. Suspira, os olhos transbordam e solidarizo com ela.

Juntos construíram conseguiram só ao final de suas vidas construir uma casa descente e confortável para viverem. De frente a essa casa, quando saio da minha a vejo sentada que ascena e depois continua a olhar para o infinito. Dá a sensação de que para onde olha é onde está ou por onde se chega ao seu velhinho.

Especulo comigo mesmo o que faz alguém como ela sentir tanta saudade dele. Por que embora esses quatro anos da morte dele, ela ainda está a chorar e ainda lamenta? O que tem no céu e porque olhamos para ele quando desejamos ou sentimos saudade? Será que o céu representa visualmente a distância que ela sente? É saudade ou é amor o que torce a garganta e escorre lágrimas? Ou será que a saudade só existe porque existe primeiro o amor?

Se é amor o que ela sente é então o mais nobres do sentimentos. Sei que isso é brega, mas é sincero, desejo ter alguém para que eu possa, mesmo que isso seja dolorido e mesmo que eu queira ser tão racional e acomedido, ter alguém para chorar assim na mais avançada das idades que eu conseguir viver, caso o meu suspiro venha depois.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O colega da Universidade

Na Universidade existem muitos rapazes bonitos e que são estudantes. Existem uns poucos funcionários públicos jovens e bonitos. Mas funcionários são bem menos do que estudantes.

Mas o meu curso não é bem o lugar em que estão matriculados os rapazes mais bonitos. Eles estão em outros cursos, acredito que nos mais elitizados – entenda os mais concorridos. Apesar disso existem por ali colegas que me são bonitos.

Bom, ultimamente desisti de reparar os outros alunos, assim como todos homens, tentando saber se eles são homossexuais e então pensar se possível. Mas agora eu me dou por vencido, não consigo indentificar quem é colorido ali a menos que alguém me fale ou seja a criatura cheia de trejeitos efeminados.

Assim sendo me vejo numa situação de conflito entre a curiosidade e a insegurança. Tenho medo de me confundir com as expectativas que tenho e acabar me expondo no final, ficando de tal maneira constrangido e constrangendo outras pessoas. Também tenho curiosidade para saber se as minhas expectativas são verdadeiras já que se realmente forem será algo de muito bom grado.

Bem, vamos contar a história pelo começo. No ano seguinte ao que eu entrei na Universidade, novas vagas para o meu curso foram abertas e outra turma foi formada. Com a nova turma veio um novo colega que a partir do segundo semestre cursou algumas disciplinas comigo e participou de eventos também.

Apesar que eu tenho um bom relacionamento com toda a minha turma, acabei me inserido em uma panelinha no começo do curso ainda. Esse novo colega se inseriu na nossa panelinha quando cursou algumas disciplinas conosco e algumas vezes pegou carona com a gente depois da aula.

Principalmente nas caronas notei que ele tinha uma preferência em conversar comigo, princiaplmente para me ouvir. E até hoje nos corredores da faculdade, quando nos encontramos comprimento ele de um jeito tímido e que pode ser talvez confundido com indiferença.

E indiferença é o que me parece ele não ter para comigo, me comprimenta com largo sorriso e sempre citando o meu nome, que eu não gosto.

Que ele seja atencioso só comigo pode ser só impressão minha, pode ser que ele seja antencioso com todos. Mas pode ser que ele seja atencioso só comigo, que é o que mais me parece mesmo que eu não confie em minhas expectativas.

Se ele for antecioso realmente faço uma indagação, por que ele é antecioso comigo? Não é uma inteligência que eu possa ter que o atraía, ou atraí, para conversar comigo, pois não falávamos de assuntos cults, vamos colocar assim.

No meu gaydar eu não confio, mas ele me faz pensar uma coisa. O colega em questão tem suas amizades masculinas, não tem trejeitos efeminados, mas tem alguma coisa que me faz pensar que ele talvez não vá ser heterossexual, que ele pode ser homossexual, ou bi, só que discreto, o que eu acho adorável.

Então eu penso que ele seja homossexual, ou bi, e tem um gaydar competente que me detectou. Me detectando isso deve repercutir nele uma afinidade que deve ficar só na afinidade mesmo ou talvez numa amizade ou até algo mais.

Se isso mesmo eu não sei, sou sonso para perceber essas coisas e sou tímido. Fico constrangido, eu sou daqueles que díficilmente toma iniciativa, porém com uma vantagem, não me martirizo caso o que eu queira, pense ser o melhor, não aconteça.

Pois bem, daí que eu não sei até quando vou aguentar essa curiosidade retida pela insegurança. Pois tenho medo de correr atrás, ir me aproximando, começar a acreditar, a acreditar e chegar na hora cair do cavalo. Cair do cavalo é o cara falar que não é homossexual e acabe expondo minha condição, o que não é bom para eu que prezo uma descrição.

Ao mesmo tempo também penso que tudo pode ser expectativa, pois se o coleguinha for mesmo colorido e estiver interessado também ele poderia ter tomado iniciativa, partindo do pressuposto que ele se interessa por mim a mais tempo do que eu venho desconfiando desse interesse. Pode ser também que ele não tenha iniciativa e seja um medroso como eu.

Enfim, eu queria sintetizar o que eu penso a respeito dessa sinuca de bico e aqui estou. Vamos ver se eu vou colocar outro NÃO na minha coleção, nesse caso o das respostas que NÃO procurei.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Windows Live Writer no Blogger

SP_A0209

Essa fotografia foi feita com a câmera do meu antigo Samsung X660 com resolução de 1,3Mpx. Na época só a Vaca Profana, entre as pessoas mais importantes da minha vida, sabia da minha homossexualidade. Foi nessa época também que comecei a ler Psicologia da Educação e estudar a história e a compartimentação espacial do meu estado. As melhores disciplinas que fiz no 4º semestre.

Essa foto foi tirada ano passado mais ou menos nessa época. Lembro da ambiente mais agradável que é o Bosque dos Buritis, no Centro de Goiânia, devido à sombra e ao silêncio das árvores e o principal, a úmidade provocada pelo chafariz da fotografia.

Na verdade o que menos quero com essa postagem é falar dessa imagem. Quero mesmo é testar o Windows Live Writer e ver se ele se sai como uma ferramenta funcional e prática para postar no blog. Se você estiver lendo essa postagem é porque deu certo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Papo Aleatório V - Remoando sentimentos

Enfim, de volta a Universidade. Lugar abençoado, moradia do conhecimento e da ciência. Reduto de crítica e reflexão e o melhor de tudo, a internet atinge 1Gbps.



Apesar dos exageros, a Universidade é um santo remédio para apatia. Melhorei bastante, emboré continue apático. As discussões, as novas idéias e os compromissos, bem como as pessoas acabam sugando alguma atenção por parte da gente.

Me Incomoda saber que percebem minha apatia e vão eles perguntar “Que cara é essa?”, “Está entediado?”. Bem melhor sem sombras de dúvidas do que me perguntaram esse final de semana no interior “Comeu bosta foi?”.

Universidade é uma coisa que reacende a gente. Faria nutrir esperanças se já não fosse a descrença, meu modo de me defender das quebras de expectativas.

O rapaz cheira bem, é bonito, tem dentes lindos, é comunicativo e se tudo der certo vai pegar carona conosco nesse dia da semana. O que desperta ainda mais as fantasias são os pêlos e o semblante que lembra o falecido.

Para quem não sabe ou não se lembra, Falecido foi um sujeito peludinho, simples, tímido e o principal, lindo que encontrei lá na Universidade. Não é que ele seja falecido, mas prefiro tratá-lo assim e enterrar junto sentimentos que ainda nutro.

E daí que embora esteja muito vivo, ainda bem, o Falecido não vai ressuscitar e o novo gatinho com duplos brincos na orelha provavelmente é heterossexual e mesmo que não for, eu não vou ter coragem de descobrir e se descobrir ele não está nem aí para mim.

P.S.: Meu vizinho ouvia essa música enquanto eu digitei boa parte desse texto. Não é nada inspirar, mas a minha arrogância pseudointelectual torna essa música aqui um artefado imbuído de humor.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Papo Aleatório IV



Esse foi o período de férias mais sem graça que tenho na memória. Não fiz nada de diferente a não ser ficar resfriado, desregular o meu relógio biológico, ficar até altas horas no Skype (o que foi digno) e estudar até o segundo final de semana de Julho. Desenvolvi uma apatia a muita coisa.

Diante da apatia mudei o nome desse blog. Doravante eu denonimo-o Em Parafuso Horizontal. Em dois anos e meio de blog nada de muito radical mudou na minha vida. Acho tudo sem graça e o que sobra com pouca graça.

Apesar disso estou satisfeito com o desenvolvimento do meu blog. Novos seguidores, maior número de visitas, maior número de postagem e qualidade questionável. Vale a pena investir nesse recanto porque gosto de vocês.

Ouvi a entrevista do Dr Cohen ao Gato de Cheshire. Adorei, mas não respondi porque estou apático. Interessante é como nós imaginamos errado as vozes das pessoas. Tomara se um dia eu encontrar o Dr Cohen eu não descubra que eu imaginei ele errado. Apesar de Dr Cohen ser psicólogo de RH ele parece humano.

Comecei a investir mais no Twitter depois que até a Kia Motors se tornou minha seguidora. Através do Twitter é possível ter várias fofocas de artistas que na minha entrevista respondi ao Gato de Cheshire, na minha entrevista no Yag, não ser algo blogável. Mas mudei de idéia.

Através do Twitter estou "seguindo" várias celebridades. Fernanda Souza assiste Discovery ao invés de Caminho das Índias, novela que Ana Maria Braga assiste e pergunta se existe alguém tão mal assim. Assim como eu não sei, não vejo novela.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Não evoluímos?

Líamos e comentávamos sobre a notícia de que o Conselho Federal de Psicologia puniu Rozângela Alves Justino, uma senhora que embora uma Universidade tenha dado a ela o título de psicóloga, o CFP pode cassá-lo. Mas o CFP não cassou, deixou Justino continuar a ser chamada de psicóloga e, por assim ser, ser procurada como tal pelas pessoas.

Talvez não seja ético da minha parte pensar que o correto seja tirar o título de psicóloga das mãos de Justino porque não sei o que contém o processo aberto contra ela e muito menos sou psicólogo, de psicologia conheço algo pouco além do senso comum. No entanto me agradaria mais se uma ação mais radical fosse empreendida pelo CFP, uma cassação.

Até agora, eu que sou mero expectador e leigo, fico sem resposta para algumas perguntas. Quais são as teorias que Justino levou em conta para dizer que precisam de tratamento os homossexuais que não querem mais ser o que são? Por assim ser, qual teoria Justino utilizou para elaborar um tratamento para os homossexuais? Essas teorias não foram refutadas por outros profissionais cientificamente? Se Justino não se baseou totalmente em teoria alguma, que método científico ela usou para chegar aos diagnósticos e tratamentos?

Mas penso que nenhuma dessas perguntas sejam necessárias, deveria eu perguntar se Rozângela Alves Justino utilizou algum método científico verdadeiramente e não, pelo que apresenta a mídia, apenas os preceitos morais e religiosos dela.

Fica claro também que para muitos dos que apoiam a mulher do Rio de Janeiro processada pelo CFP, pouco importa o método científico. Para quem apoia aquela senhora o que importa são as crenças - para mim superstições, e a moral - tão relativa conforme a cultura, sociedade e tempo - que foram utilizadas por ela para elaborar diagnósticos e tratamentos.

Porém não é necessário a mim ser psicólogo para saber que a Psicologia é ciência e, por assim ser, os profissionais da área são cientistas por lidarem com ela. Assim, quem apoia a manutenção de Justino como psicóloga deve levar em conta isso. Então não me preocupo nesse caso com a opinião do grande público que, pelo que indica, julga na maioria absoluta das vezes com senso comum (moral e superstição). Me preocupo nessa hora com a opinião de quem está no Conselho Federal de Psicologia. Tomara eles terem agido então levando em conta o que a Ciência exige, pois não vejo coerência em deixar continuar psicólogo quem usa de senso comum.

Lembrando que senso comum tem em qualquer lugar e se dependesse nesse caso de senso comum não precisariamos de psicólogo, sou arrogante ao dizer que eu me bastaria.

Ao mesmo tempo me sinto violentado, pois sei que não sofro de nenhuma doença, desvio ou outra categoria cujo significado não domino por não ser psicólogo, que me faz ser homossexual. E me sinto um tanto quanto derrotado sabendo que pode ter sido sorte minha ter parado no consultório de uma profissional que me auxiliou no meu processo de autoconhecimento e autoaceitação, mostrando a mim que os problemas em ser homossexual não pertencem a quem é em muitos casos. Mostrando que as vezes os problemas pertencem a quem não é e não consegue lidar com isso, talvez porque também é um homossexual.

Me sinto irritado também por causa desses sujeitos que se fantasiaram de heterossexuais, não para a sociedade, mas para eles próprios e foram para a porta do CFP protestar contra a ação do órgão. Evidentemente acabamos desenvolvendo uma afeição pelo profissional que nos acompanha e certamente fica mais difícil questionar algo que ele diz, pois pressupomos que o que aquela pessoa nos diz é sempre verdadeiro. Mas essas vítimas de Justino são responsáveis pelo próprio fracasso também.

Como homossexual não me entra na cabeça que alguém consiga dar mais credibilidade a um laudo técnico - que embora não deva ter, não é garantido que não tenha nenhuma manipulação como a dogmática e moral que parece ter acontecido no caso de Justino - do que a própia consciência. Comparo um laudo que me diz doente por ser homossexual a um laudo que tenta me convencer que não existo, que o quê penso, sinto, vivencio não existe, que eu nunca existi.

Outra coisa que é incomoda são os comentários que refletem e repercutem o que parte da opinião pública embebida e perdida no senso comum está a pensar da situação. Confundem, conforme li em comentários de reportagem, a censura que sofreu Rozângela Alves Justino com falta de democracia e não com um órgão em nome de centenas de profissionais querendo organizar e dar credibilidade a profissão que possuem. Assim também como não acham antidemocrático alguém que deve ser imparcial impor, de forma sútil, aos outros suas crenças e valores.

Incomoda também o ingênuo e raso pensamento, acreditando que o homossexual infeliz com sua CONDIÇÃO tem o direito de se curar (sic) e procurar Justino para tal. Em uma comunidade compararam um homossexual nessa condição a um obeso que procura um endocrinologista. Obesidade é um estado e de fato é um mal, a homossexualidade é um condição, que acredito inerente ao indivíduo desde o nascimento, e não é uma doença. A homossexualidade é apenas uma, às vezes a infeliz, condição que a ignorância e o fundamentalismo fariseu das pessoas as impedem de aceitar.

Então tolerar que uma pessoa use a autoridade que uma profissão confere para enganar pessoas é comparável a quem mata outra pessoa, culposo ou dolosamente, quando a "vítima" queria suicidar.

Também não entendo porque a homossexualidade incomoda tanto aos heterossexuais, se é que são realmente heterossexuais. Que critério utilizam os cristão para relativizar o que a sua Bíblia diz sobre questões como incesto, escravidão, guerras, sacrifícios e não a homossexualidade, ou homossexualismo como preferem, palavras que sequer existem na Bíblia greco-romana?

E dá medo também quando olho para o peso que a religião ainda tem em nossa sociedade e o desejo dela para se infiltrar, novamente, em um Estado, que prentende e deve ser laíco. Há quem veja isso como importante, mas se não determos pessoas como a bancada evangélica no Congresso e as atitudes como a greve de fome de padres e bispos contra o aborto, abriremos precedentes para quê, com o discurso que se utilizar e da forma que se utilizar, tenhamos no futuro uma democracia de mentira como a do Irã.

Religião e Estado não devem se misturar, ainda mais em um país em que as pessoas não leem, em que as pessoas acreditam que Política, assim como Religião e Futebol, não deve ser discutida, em um país cuja Educação é conteúdista e não qualitativa, em um país que conforme o discurso as pessoas mudam facilmente de opinião.

Dá medo quando vejo mensagem de apoio de evangélicos, católicos querendo inclusive articularem contra a ação do Conselho Federal de Psicologia. Dá medo, pois eles acreditam que um órgão oficial e regulamentador, a exemplo de todo Estado e de toda sociedade, deve atender aos preceitos morais e dogmáticos de sua facção religiosa, a cristã, por essa ser a dominante. Dá medo porque não se deram conta que não são a totalidade e que não é porque são maioria ou acreditam em algo, os demais indivíduos e as instituições devam se sujeitar aos preceitos deles.

Então, não evoluímos?

domingo, 2 de agosto de 2009

Mudança de estação



Em Goiânia Inverno é a palavra que precede o Inferno. Embora o inverno só acabe oficialmente e em muitas cidades no Brasil lá no 22º dia de setembro, com o equinócio de primavera, em Goiânia o Inverno acaba sempre em julho. A partir de agosto começa uma quinta estação, o Inferno.

O inferno como o próprio nome diz, é um inferno, é insuportável. Por enquanto calor está fazendo só durante o dia, assim como no inverno. As noites ainda estão fresca e eu, ciente do que virá pela frente, sinto mais saudades dos 12°C que fizeram há três noites.

Na prática o inferno pega tudo que tem de ruim no inverno, só que torna tudo muito pior. O ar é mais seco como nunca, o céu é mais poluído como nunca e as altas temperatura são constantes. Em breve não conseguirei dormir mais com duas colchas, nem com uma. Um simples lençol me provocará super aquecimento.

Enquanto isso, eu como pobre pobre que sou irei me virar como puder com ventiladores e tentativas de banhos frios, que são ilusões aja vista a quentura que a água desce da caixa d'água. O bom nisso é que nessa época bebo mais suco do que nunca, assim como uso filtro solar.

Nessa época não se fará mais 33° porém com baixo índice UV, fará 38° durante a tarde à sombra e a pele queimará. Fator 40 é a melhor escolha, mas vou terminar o frasco com fator 30.

Provavelmente chova nesse período, uma duas vezes, mas serão fortes temporais que derrubarão sobre os carros e a fiação as cinquentenárias mugulbas de raízes pobres, mas de boa sombra. Mas assim como os estragos, a horas sem energia e por assim ser sem internet, e os problemas causados no tráfego viário, a refrescância e a umidade da chuva serão temporárias. Depois disso fará mais calor do que antes.

Quanto ao meu coração, graças a minha situação de acomodado e vegetal, ele ficará na mesma. Minhas lamentações ranzinza de filha virgem do fazendeiro também. Embora seja insano me comparar a uma Santinha da novela Paraíso por exemplo, porque eu não transo com ninguém.

E citanto indiretamente Marcelo Nova em sua Isso é Só o Fim, esse calor insuportavel não abrandará o frio da minha alma.

P.S.: O autor desse blog está passando por uma crise epistemológica - sonha e pede um pônei Well. Não sabe o que escrever e para que escrever, no mesmo instante que se dá por satisfeito se sente ridículo e forçado.

Porém aproveitou o período e as suas impressões sobre o clima da sua cidade para inserir um novo contador de visita, que parti do zero agora. Diferente do anterior, esse novo contador conta efetivamente a quantidade de visitas ocorridas num período de tempo.

O anterior contava como visita inclusive as minhas intervenções no blog, ou seja, daquela 1810 visitas da contagem anterior, boa parte era falsa.