Hoje é o dia do meu 20º aniversário e não tenho entusiasmo para comemorá-lo. Vem-me a mente umas reflexões e umas conclusões pessimistas. Eu acredito que eu tenho evoluído, tenho ficado melhor a cada ano, principalmente nos últimos dois anos. Motivos para comemorar eu tenho, só não tenho entusiasmo.
Quando completei os 18 anos de vida decidi viver bem com a minha sexualidade. Naquele dia só não imaginei que em tão pouco tempo, dois anos que se completam no dia de hoje, estaria onde estou, principalmente sendo assumido para as pessoas mais importantes, entre elas os meus pais.
Por um lado eu ganhei, por outro perdi e perdi justamente o que eu não queria perder, os tantos amigos que tive no passado. Não, ninguém se afastou de mim por causa da minha sexualidade, sequer sabem dela. Eles podem desconfiar, mas não saber. O que aconteceu é que não vou mais aos lugares que encontrava os amigos, principalmente o colégio e a Igreja.
Não vou mais a Igreja, o lugar que mais me proporcionou amigos, momentos e boas experiências. Não vou mais a Igreja porque não gosto dos fariseus embriagados em seu conservadorismo, em suas teorias a respeito da existência de uma força superiora, um deus, que não consigo acreditar. Não me faz sentido aquilo, nem mesmo as músicas que até hoje liberam em mim os hormônios do prazer. Além disso, o grupo de jovens não será o mesmo, não terá as mesmas pessoas. No fundo, me sinto um estranho, algo externo e estranho ao ambiente de uma Igreja.
Quanto ao colégio, a esse nunca mais voltarei como estudante e nem como adolescente. Aqueles tempos foram outros, também com suas pessoas, sua nostalgia, essência.
Na universidade tudo é diferente, não conheço todo espaço da instituição que é enorme. As pessoas são isoladas, como já disse outra vez, em seus prédios, ciências, leituras. É meio estranho. Tenho amigos por lá, poucos e proporcionalmente não tanto quanto no ensino médio. Além disso, as amizades não têm aquela passionalidade adolescente, são muito formais e não sei até que ponto vão, tanto é que não confesso minha sexualidade a elas.
Há dois anos, no dia do meu aniversário já teria recebido várias ligações e teria muitos para convidar para um rodízio na pizzaria, hoje é diferente. Talvez não fosse assim se nesse tempo todo que se passou, que me distanciei aos poucos das pessoas, pensasse em cultivar as muitas amizades que tive tendo em mente que tudo que vou me distanciando, vai aos poucos, ficando menor.
Conforta saber que eu não tenho nunca houve atritos com alguém e eu, as amizades sempre foram cordiais. Conforta saber que hoje sobrou as que eu sempre achei melhor. Mas mesmo assim gostava daqueles dias em que as rodinhas de violão, os DVD’s na casa de alguém depois da aula, os almoços de domingo, as caravanas levantavam minha autoestima e fazia eu pensar que não estava passando em branco na vida de ninguém.
Talvez eu peque muito idealizando, idealizando como as coisas deveriam ser para me agradar. É bem verdade que nunca estou satisfeito, existem sempre algo que para mim deve melhorar e não que eu seja infeliz, não me considero infeliz, irei ficar muito incomodado.
Posso concluir usando de umas das mais belas músicas do Lenine, que explica bem o que sinto e o que quero...
“Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa”
Quando completei os 18 anos de vida decidi viver bem com a minha sexualidade. Naquele dia só não imaginei que em tão pouco tempo, dois anos que se completam no dia de hoje, estaria onde estou, principalmente sendo assumido para as pessoas mais importantes, entre elas os meus pais.
Por um lado eu ganhei, por outro perdi e perdi justamente o que eu não queria perder, os tantos amigos que tive no passado. Não, ninguém se afastou de mim por causa da minha sexualidade, sequer sabem dela. Eles podem desconfiar, mas não saber. O que aconteceu é que não vou mais aos lugares que encontrava os amigos, principalmente o colégio e a Igreja.
Não vou mais a Igreja, o lugar que mais me proporcionou amigos, momentos e boas experiências. Não vou mais a Igreja porque não gosto dos fariseus embriagados em seu conservadorismo, em suas teorias a respeito da existência de uma força superiora, um deus, que não consigo acreditar. Não me faz sentido aquilo, nem mesmo as músicas que até hoje liberam em mim os hormônios do prazer. Além disso, o grupo de jovens não será o mesmo, não terá as mesmas pessoas. No fundo, me sinto um estranho, algo externo e estranho ao ambiente de uma Igreja.
Quanto ao colégio, a esse nunca mais voltarei como estudante e nem como adolescente. Aqueles tempos foram outros, também com suas pessoas, sua nostalgia, essência.
Na universidade tudo é diferente, não conheço todo espaço da instituição que é enorme. As pessoas são isoladas, como já disse outra vez, em seus prédios, ciências, leituras. É meio estranho. Tenho amigos por lá, poucos e proporcionalmente não tanto quanto no ensino médio. Além disso, as amizades não têm aquela passionalidade adolescente, são muito formais e não sei até que ponto vão, tanto é que não confesso minha sexualidade a elas.
Há dois anos, no dia do meu aniversário já teria recebido várias ligações e teria muitos para convidar para um rodízio na pizzaria, hoje é diferente. Talvez não fosse assim se nesse tempo todo que se passou, que me distanciei aos poucos das pessoas, pensasse em cultivar as muitas amizades que tive tendo em mente que tudo que vou me distanciando, vai aos poucos, ficando menor.
Conforta saber que eu não tenho nunca houve atritos com alguém e eu, as amizades sempre foram cordiais. Conforta saber que hoje sobrou as que eu sempre achei melhor. Mas mesmo assim gostava daqueles dias em que as rodinhas de violão, os DVD’s na casa de alguém depois da aula, os almoços de domingo, as caravanas levantavam minha autoestima e fazia eu pensar que não estava passando em branco na vida de ninguém.
Talvez eu peque muito idealizando, idealizando como as coisas deveriam ser para me agradar. É bem verdade que nunca estou satisfeito, existem sempre algo que para mim deve melhorar e não que eu seja infeliz, não me considero infeliz, irei ficar muito incomodado.
Posso concluir usando de umas das mais belas músicas do Lenine, que explica bem o que sinto e o que quero...
“Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa”