quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Deus, religião e sexualidade.

Postei numa comunidade aí, achei bom e estou colocando aí.

Ruim de pegar assunto que fale de religião é que as crenças costumam ser deterministas e na hora de julgar a fé alheia comete-se muitos equívocos, pois se utiliza sempre a própria fé como pressuposto. Por isso que tem quem diga que todo ateu no momento de aperto recorre a Deus. Ledo engano.


O dilema entre ser bissexual, ou homossexual que não influência muita coisa nesse julgamento, é se é possível viver bem com a sexualidade e acreditar em Deus.


Indo do pressuposto que Deus é diferente de religião, é possível sim. Porque Deus, ou a determinação que se quiser dar a ele, é uma abstração que varia conforme a cultura, o tempo, a sociedade, a história, o grupo, o interesse, as idéias das pessoas e a subjetividade de cada um. Ou seja, cada um, ou cada grupo, religioso por exemplo, definem Deus conforme suas peculiaridades, porque Deus é uma definição mais variável e flexivel.


Dessa forma é possível acreditar em Deus sem entrar em conflito com a própria sexualidade, desde que a concepção que se faz a respeito de Deus tolere a sexualidade do indivíduo.


Quanto às religiões, o assunto é mais complicado, pois muitas delas, principalmente as grandes confissões como a muçulmana, a judia e as variadas cristãs fazem um definição de Deus como não tolerante a nada que não seja heterossexual.


Portanto, uma pessoa, que antes de ser católica é um bissexual, entra em conflito com o que prega sua religião, já que ela é algo mais normativo e definido em relação a Deus e que não tolera as práticas não heterossexuais.


Sobre a parte da religiãofobia, eu confesso que tenho, pois vejo a religião como uma ameaça as minhas liberdades individuais, além de uma punição ao que foge do meu controle e escolha, a minha sexualidade, e me obriga a viver de uma forma sofrível e injusta com isso tendo como justificativa argumentos relativos, simplistas, determinista, impositivos e, na maior parte das vezes, incompravados.

Exemplo disso é a mobilização que a bancada religiosa faz no Congresso Nacional para impedir leis que punam a homofobia, equiparem os direitos civis, criem condições para adaptação a diversidade de identificação de gênero, cujos argumentos são pautados na bíblia, na defesa da família cristã, como se todos fossem cristãos e como se homossexuais fossem perigo a eles, atribuíndo a nós desvio de caráter, perversão, doença, pedofilia, disturbio, transtornos sem nenhuma propriedade técnica e comprovação cientifica.


Além disso as religiões utilizam concessões públicas de radiofrequência de rádio e televisão para, entre muitos absurdos, veícularem propaganda homofóbicas e visão conturbadas.


Por isso vejo que acreditar em uma religião, católica, evangélica, enfim é dar apoio a um movimento contrário ao próprio indivíduo, porque antes de ser católico ou evangélico, a pessoa é em primeiro caso bi/homossexual tanto quanto é branco, negro, mestiço, isto é, partindo do pressuposto que religião seja uma construção social e a sexualdiade, assim como a cor da pele, algo inerente ao individuo, que é o que acredito ser no meu caso.