quinta-feira, 14 de maio de 2009

Nem tudo precisa de título.


Ah! Que vontade de escrever conforme me vem às coisas na cabeça sem me preocupar com a linearidade e com os meus objetivos. Sei lá, falar o que eu tenho pensado nesses dias, mesmo que não tenha pensado muito em mim. Mas tenho que exercitar o pensamento linear e adestrado. Assim também como é interessante falar de mim, pois é o que eu tenho propriedade para bem dizer. Então...

Então que eu falei da última vez das paixões de adolescência, mas essas paixões se foram junto com os medos e as incompreensões que me acompanhavam naquele período da vida. Nunca mais me apaixonei. Bem, não chamo os processos similares a esse de agora de paixão, ainda não.

Que inconclusivo estou.

Lá existem outros que são bonitos também, são de encher os olhos e fazer brotar em mim uma certa carência. Lógico, também imagino-os em diversas situações, de uma simples conversa a respeito do conteúdo, sendo que fico muito feliz quando uma dessa se torna real, até um beijo. Bom que já dá para definir agora quem também é colorido conforme vou lapidando o radar.

Imagino também como deve ser seus abraços, as sensações que passam através do tato vindas de seus corpos. Ok, eu confesso, também os imagino nus, e não me recordo, talvez mais que isso. Tenho a mania de olhar para os dedos para deduzir o tamanho. Claro, contextualizo o tamanho e o formato dos dedos com o biótipo e não me perguntem como, eu costumo acertar o tamanho.

Mas deixo os pensamentos libidinosos para depois. Eu penso muito em todos de lá, mas entre todos alguém se destaca e nesse alguém, que sabe lá o porquê, eu penso mais.

Diferente das paixões de adolescente eu não fico me sentindo ridículo, e não fico pensando tanto assim, não imagino tanto as hipotéticas situações, não fico constrangido assim. Pelo menos por enquanto não. Agora é diferente, sei lá, é muito bom e frustrante também. Ai que porra! Camões! Camões! Camões!

Mas eu não estou apaixonado, mas se continuar irei ficar, pois é um processo isso tudo.

Gosto das tardes de terça e de quinta feiras, só não gosto da disciplina da quinta, mas gosto da turma. São os dias em que o vejo. Saco, cinco metros é muita coisa, melhor é claro que se fosse do outro lado da sala. Porém, mesmo que fosse um metro apenas, na carteira ao lado ainda ficaria distante. A timidez, a cara de pau que não possuo para chegar e puxar conversa torna qualquer distância uma unidade astronômica (distância média da Terra em relação ao Sol).

O gaydar, em estágio beta e que insisto em por para funcionar, o gaydar que não é capaz de me dar resposta alguma. Agora ele ficou um individuo assexuado.

Mas a cada vez que eu o olho fico feliz, me sinto saciado de alguma coisa e fico carente também, querendo algo que não tenho e que sinto falta, ou melhor, nunca tive. Sinto um leve constrangimento pelo medo de que alguém perceba que eu o olho. E olho mesmo, olho com gosto, vou escaneando até a forma como gesticula, o sorriso, o espírito humilde e adocicado, vários signos que se encontro em outra pessoa me lembra ele.

Quando a aula acaba sempre olho para trás. Olho sempre para trás, sempre que algo para mim não terminou, algo que precisa ser resolvido. Fico melancólico e é frio, mas essa é a perspectiva enquanto não tomar iniciativa de ir em busca da realização dos meus desejos.

Último devaneio

DIRIGIR é uma falsa sensação de liberdade. Na pista da direita não se anda com regularidade, sempre haverá alguém andando, saindo, balizando. Na central sempre haverá alguém mais lento que eu e na da esquerda, quando eu pensar que estou rápido, haverá alguém mais rápido que eu chegando por trás e querendo passar. Deixo passar indo para pista central e sendo atravancado pela lesma da frente.

Sem contar que sempre que estiver andando em velocidade cruzeiro, com quinta marcha a 60Km/h na via arterial ou 80 Km/h na via expressa, haverá algo, não importa o que, um semáforo, uma rótula, uma anta, uma plaquinha de “Os transtornos passam e os benefícios ficam” para estreitar a pista, com eles a velocidade e redobrar a atenção.

Pois é, o período pós autoescola já passou, acabou um pouco antes do primeiro ano da provisória vencer.