quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coração Vagabundo...

Do falecido

Lá no final de 2007, ano em que entrei na Universidade e me aceitei tal como sou hoje, eu entrei em uma comunidade do orkut para pessoas que estão no armário, que quebrei quando vi que ele de conveniência estava se tornando uma limitação a minha pessoa. Graças à essa comunidade eu conheci um rapaz, com que fui encontrar algumas vezes na Universidade, que eu garanto não ser um local dedicado a pegação, mesmo que por lá exista um bosque. Bem, o rapaz da comunidade era simplesmente lindinho, atencioso, falando uns assuntos interessantes e eu conversava com ele mais que o homem da cobra. Ele estava em Goiânia na casa de um parente esperando o resultado do vestibular e foi embora para o interior quando foi divulgado e ele não passou. Triste, queria muito que ele ficasse aqui em Goiânia.

Quando o rapaz voltou para o interior, continuamos nos comunicando regularmente, principalmente via MSN. Entravamos sempre e ele falava coisas agradáveis para mim e um dia eu disse a ele que o que ele me dizia mexia com meus bons sentimentos, ele ficou feliz pois disse que era o que ele queria. Ótimo, assumimos um namoro on line e ficamos programando um jeito para que ele se mudasse para Goiânia, ou seja, tentar passar para outra instituição e criando motivos para eu ir passear pela cidade dele, que é turística, para vê-lo. 

Um dia aquele rapaz felpudo caiu no MSN, no outro ele não voltou, no outro também não, nem no outro, nem no outro. Deixei recado em off, mandei e-mail, mandava SMS e nada. Vi que ele respondia aos recados que as outras pessoas deixavam, mas não aos meus recados. Então fiquei pretérito, mandei um longo e-mail para ele dizendo que ele é um crápula, sem ética, que não respeita as pessoas, pois sumiu sem ao menos dar a mim o direito de saber o que há de errado comigo ou com ele. Ele pediu desculpas, justificou dizendo que na casa dele a pressão familiar estava grande. Enfim, ele pisou na bola comigo e ainda continuei fantasiando coisas entre mim e ele e até hoje não tenho mais raiva dele e como estou solteiro, às vezes vou dar uma volta pelo Orkut dele. Porém não que o rapaz felpudo seja, mas prefiro tratá-lo com falecido.

Depois disso, o menino da Igreja

Depois disso não me envolvi com mais ninguém, até mesmo porque eu levei a sério estar no armário. Porém até o dia em que eu percebi que ele se tratava de um medo tão exagerado que ao invés de ser uma proteção contra as prováveis reações hostis das pessoas em um período que certamente eu estava menos preparado para lidar com isso, ele estava se tornando uma alienação, na verdade uma limitação a minha vida e pessoa. Bem, passou quase quatro anos da minha vida e eu nessa, as mudanças, que são lentas e de dentro para fora, aconteceram e estou aqui. Formado, infelizmente sem vínculo com a Universidade (mas não por muito tempo espero), funcionário público, e assumido em Cristo. Falando em Cristo, indo a uma igreja feita por homossexuais para acolher a todos, mesmo que não acredite no Deus deles até onde se sabe.



A igreja atualmente é nova, não tem muitos membros, mas alguns Colírios Ungidos já apareceram por lá, um partiu para cima de um dos meus melhores amigos de lá e fiquei feliz com aquilo, ao mesmo tempo que me senti atrasado. Algumas pessoas de Goiânia tem aparecido graças às redes, mas estou cansado delas e por isso preferindo o que estiver mais próximo de mim. Logo uma pessoa da igreja inclusiva tem me despertado interesse, ela também é felpuda, inteligente, tem planos ambiciosos para o futuro, se interessa pelas coisas que eu falo e quando conversa comigo é muito tátil e atenciosa, se interessa por mim, o menino nerdizinho e engraçadinho da igreja que alguns consideram um bom partido, mas não tanto quanto o menino felpudo. Em outras palavras, não é apenas eu que estou interessado no cara felpudo.

Por estas razões, ele ser inteligente, ter planos, ser carinhoso, e, principalmente, bonito, me lembrei do poeta, sabe-se lá o nome dele, que diz que a felicidade está próxima da gente, nós que a colocamos onde não estamos. Quero dizer que enquanto as pessoas das redes sociais não se tornam pessoas que eu conheço pessoalmente ou nem se tornem, eu posso estar perdendo uma oportunidade, conquistar um rapaz que nas noites de sábado e domingo senta-se ao meu lado.

Então comecei a falar mais ainda com ele, me interessar pelo que ele faz e principalmente, a ser o Well, que é quem ele precisa conhecer. Na SubWay fiquei com uma das pernas sobre o joelho dele e não era por falta de espaço, mandei várias indiretas. Notei que além de peludinho, alto e com os braços fortes, ele tem as mãos grandes e confortáveis. Domingo, ao final do culto, fiquei na porta do prédio em que fica a igreja ensinando sinais em libras para ele e outras pessoas, todo mundo percebeu, talvez ele não, que eu não estava sendo didático quando eu "falava" eu te amo, te quero, quero um namorado, você é bonito, enfim. Na segunda-feira mandei um direta para ele, minha mãe entrou no meu quarto e ficou olhando o monitor e me perguntou quem é o rapaz na foto, eu disse que talvez o genro dela.

Algumas pessoas já deram uns toques para ele, ele não tinha mais porque fingir que a nossa relação era restritamente amizade. Ele me perguntou se eu estou afim dele e eu envergonhado e feliz respondi que sim. E daí? Ele falou de outras coisas, de outros assuntos que já conversávamos no MSN e disse que ia embora, ao despedir eu disse que havia respondido sua pergunta, ele disse que viu e que conversaríamos sobre isso depois. Ontem ele logou e conversei com ele, fui eu mesmo e não toquei no assunto, hoje ele não logou. Talvez amanhã ele vai estar no culto de orações, que não estou interessado a ir, enfim.

O que é fato é que o rapaz é bem requisitado, é disputado por outros dois rapazes da Igreja, que não acho tão "competitivos" quanto eu e nem acho que uma disputa entre nós três poderá conquistá-lo. Se for para ele gostar, ele gosta e isso está complicado, pois ele disse a uma amiga que está cansado de relacionamentos passageiros, quer algo sério mesmo e ela recomendou que ele conversasse comigo e tudo mais, até mesmo porque umas das coisas que mais quero agora é me relacionar com alguém. Ele disse que faria isso, mas nem sei no que deu, em como estão se dando as observações do vestibulando de direito a meu respeito.



Acho que se tivesse afim já teria respondido. Acho que ele está certo em querer o tempo dele, se é tempo o que ele quer. Porém se ele não der respostas até domingo eu não vou correr mais atrás, embora eu não queira desistir assim e embora eu não estou desistindo dele, só não vou correr mais atrás que é para me valorizar. Para ser sincero, acho que esse rapaz eu não conquisto simplesmente porque ele é humano e não um certame ou um título universitário, embora nunca o tenha vista como tal.

Bem, enquanto isso fico aqui ouvindo músicas para dor de cotovelo. Ah, aceito sugestões... preciso ouvir coisas novas, não necessariamente dor de cotovelo. Mas é isso.

Peixos, me liguem....