quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pensamentos ao assistir Show da Fé

Rádio, televisão, telefone celular, internet wirelles, todos esses serviços  e um série de outros são transmitidos por meios de ondas eletromagnéticas em frequências distintas. Isso todo mundo sabe. O que pouca gente sabe é que para utilizar essas frequências é necessária autorização do Estado, no nosso caso a União através da Anatel, que representa o interesse público.

 

A Anatel, apesar das críticas que se faz, regula e distribuí bem as concessões públicas levando em conta os aspectos de ordem técnica. Quanto aos outros aspectos, como os de ordem social, não é critério dela e sim do Congresso Nacional avaliar na hora de autorizar alguns serviços como rádio e televisão.

Sabemos o Congresso que temos não é? Os deputados e senadores que deixamos nos representar quando não são donos, representam os interesses de emissoras de rádio e televisão, companhias telefônicas, igrejas e afins. Bom, isso não explica tudo, mas explica muito do que vemos e ouvimos na televisão e no rádio.

Como o que se leva em conta na distribuição de outorgas rigorosamente no Brasil são os aspectos técnicos, falta principalmente na nossa televisão aberta e de interesse público os interesses públicos que nossas leis definem bem. Por isso tantos programas com apelo erótico, inclusive entre as crianças, apelo à violência, ao sensacionalismo as custas de humilhações de pessoas e da agressão gratuíta entre elas.

A publicidade dá até medo, propagandas da cervajaria subjulgando a figura da mulher, atrelando o consumo de medicamentos algum glamour, gerando demandas por objetos de consumo cuja falta deprimem as pessoas. Mas a publicidade não dá tanto medo quanto o nosso “soberano” jornalismo monopolizado por cinco grupos nacionais, fora os regionais, caracterizado muitas vezes por abordagens tendenciosas, irresponsáveis e que ainda reclamam não existir liberdade de imprensa no Brasil.

Os problemas e as ausências de interesses públicos na televisão, e as vezes no rádio, não se resume a isso, pois também engloba o fator religioso, que no caso do rádio é ainda maior. Os programas e as emissoras religiosas, com a justificativa de liberdade religiosa, diariamente leva aos rádios e às televisões brasileiras promessas de curas, inclusive a AIDS e a homossexualidade como assisti certa vez no Show da Fé. Também não se pode ignorar as atribuições demôniacas e esteriotipantes que fazem às outras confissões, principalmente as de matriz africana.

Por fim, entre muitas coisas, os nossos programas religiosos aproveitando da ignorância, do desespero das pessoas e  principalmente das concessões públicas, leva a inúmeras pessoas expectativas baseadas em promessas de realização inexplicável ou pouco plausível, além de ilusórias e que criam preconceitos e intolerâncias contra alguns tipos, seja religioso, seja sexual, enfim.

A qualidade da programação de nossa televisão é tosca, é brega e de mal gosto. Essa qualidade em grande parte não tem compromisso com a promoção da cultura, regionalismos, fixação de nossas identidades, soberania, cidadania, informação, imparcialidade, causas sociais, com os preceitos constitucionais e os vigentes em outras leis.

Não justifica a distribuição de concessões públicas, levando em conta apenas os critérios técnicos, os interesses particulares e os de alguns grupos econômicos e políticos. Não justifica em nome da liberdade religiosa tolerar promessas irresponsáveis, discursos estigmatizantes e que ofendem outros grupos.

O Estado é um servidor, existe para prover os interesses da sociedade, não é uma máquina que deve ser dominada por ideias mercadológicos e políticos. Sendo assim cabe ao Estado considerar esses interesses, os sociais, na distribuição de concessões públicas e a nós, enquanto cidadãos, fiscalizar isso, pois para isso pretendemos um Estado que seja democrático e aberto ao diálogo.

Eu sou lindo? Absoluto?

Fiz uma Rev- no texto para tentar torná-lo menos confuso.

Eu fui a parada gay e todo mundo já sabe. Prometi a mim mesmo que iria a parada gay desse ano e iria ver o que é o evento com meus próprios olhos, questionando meus próprios valores para fazer um julgamente mais próximo do justo. Acho que consegui, apesar que fui porque meu amigo D insistiu.

Indo lá para a parada eu conheci os amigos do D, um deles é o P, que como vocês devem se lembrar ficou comigo, mas eu não continuei com ele porque não rolou muita afinidade da minha parte. Tudo bem!

Lá na parada estava também o R, amigo do D, o meu amigo, que notei ser mais reservado, menos falante e que tive a impressão que me olhava como se não tivesse ido para minha cara. Pensei também que o R fosse irmão da amiga simpatizante do D, o meu amigo, e além disso, heterossexual.

Dias depois, no domingo passado para ser mais exato, descubro que o R se chama R e que ele não é heterossexual, é sabão em pó mesmo, muito menos irmão da amiga do D. Descobri porque o R me adicionou deixando um scrap mínimo no orkut, mas que acabei aceitando pelo D, o amigo, e o P, o ex ficante, constar como nossos amigos em comum.

Lá no MSN, que também aceitei, ele me conta que é homossexual mesmo, que não é irmão da amiga do D, me perguntou o que eu achei da parada e então, finalmente, enfim, contudo, todavia, ele chega a um ponto, me pergunta se eu ficaria com ele.

Lembro que na hora eu pensei, “porra, ainda bem que é no MSN essa conversa, tenho tempo para pensar muito bem nas respostas”. Porém sem mentalizar muito respondo que não porque eu fiquei naquele dia e nos que se sucederam com o P, o ex ficante é claro. Então cerrrrto mano! Contornei e ele se deu por satisfeito.

Porém com essa pergunta eu comecei a tomar ideia do porque ele, o R, me adicionou no orkut e pediu para que o adicionasse no MSN, mas o principal, comecei a sacar porque ele me olhava fixamente e eu achava que ele não estava indo com a minha cara lá na parada.

A conversa fluí para outros assuntos, falo da minha graduação e o R não diz a clássica mas você vai ser professor? e ganha créditos comigo. Explico então da faculdade, do curso e ele volta o rumo da conversa para relação e pergunta se eu, que tinha dito que não estou com ninguém, aceitaria ficar com ele.

Lembro que na hora eu pensei, “o quê? Onde você quer chegar companheiro?”. Me levantei, olhei-me no espelho do guarda-roupas, testei ângulos e pensei, “feio eu não estou... (pausa)... hoje”. Contei a Vaca Profana em outra janela no MSN o que estava acontecendo, ao S, um amigo que conheci em São Paulo, também. Por fim perguntei a eles, “eu sou bonito por acaso?”.

Bem, o S disse com muitas exclamações que sim. A Vaca Profana disse que melhoramos, ela e eu, muito do Ensino Médio para cá. Enfim, se eu fosse hetero eu dava uns catos na Vaca, mas eu? Bonito?

Contei ao Gato de Cheshire um pouco da conversa com o R e rolou uma confusão danada. Tive que escrever um tratado cartesiano para explicar que nariz de tomada não é porco, eu sei que não é assim, para no fim ele, o Gato, dizer algo na linha de, agora entendi.

Contudo, o R estava lá me esperando e eu dei uma resposta ao se eu ficaria com ele agora que eu estou livre. Eu disse que não, porque eu não poderia retribuir os sentimentos. Simplesmente retribuir, pelo que vi na parada e no orkut, não ia acontecer já que ele não me atraí.

Daí que eu penso que talvez eu não esteja tão mal quanto penso que estou. Pois para mim o R só me adicionou no orkut, pediu para que eu o adicionasse no MSN, mas o principal, ficou durante o tempo que o vi na parada me encarado porque eu despertei algo nele.


Eu sou Well

No meu CrossGol eu vou sair

Vou buzinar os taxistas

Pois eu odeio essa classe, demaiiiiiiiiiissssssss!