sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Não vou mais a psicóloga

Não estou fazendo terapia nas últimas semanas, a psicóloga está em licença maternidade e vai demorar mais algumas semanas para retornar às atividades. Tenho pensado comigo, pretendo encerrar as sessões. Ultimamente não sinto que as coisas ditas na terapia estejam ajudando a melhorar em algo. Aliás, parece que tudo está velho. Vou a uma sessão e vou trazer essa questão para a terapeuta e talvez ela me convença a continuar com aquilo que certamente é um dos divisores de água na minha vida. Minha adolescência foi conturba no sentido d’eu não compreender realmente quem eu sou, o quê pretendo fazer da vida, o quê me faz feliz, entre outras coisas que acho que sáo normais a todos adolescentes passarem. Nessa questão a terapia ajudou de forma imensurável.

Já falei aqui que trabalhei durante a minha adolescência em um programa que emprega adolescentes durante meio período em órgãos do Governo Estadual. Durante esse programa conheci várias pessoas, entre elas um cara que trabalhava em um dos departamentos do órgão no qual eu fui lotado. Esse cara é simplesmente um deus grego, grande, lindo, voz de trovão, heterossexual pegador com cara de bad boy.

Eu já trabalhava alguns meses no lugar, mas foi depois que percebi que na presença desse cara eu ficava tímido e ao mesmo tempo feliz. Conversar com ele me deixa ao mesmo tempo recompensado e irritado, porque minhas pernas tremiam contra a minha vontade. Logo eu estava tocando punheta pensando naquele cara. O irônico que ainda assim eu me achava heterossexual e quando na presença dele fazia saliência com as outras jovens do programa de emprego para ele pensar que eu era um pegador. Eu nunca fui pegador e para ser bem sincero, tenho nojo de beijar mulher na boca. Mas que fique bem claro, é só beijo na boca e coisas mais íntimas. Um selinho é super aceitável.

Eu não era tão tapado assim, percebi que eu queria ser heterossexual, mas na verdade eu era homossexual, porque heterossexual algum bate punheta pensando num cara lindo igual aquele, nem mesmo feio. Bem, nesse período da minha vida, por volta dos 17 anos, eu vivia um momento de fervor religioso e era daqueles que acreditava que homossexualidade, na verdade homossexualismo, era contra a vontade de Deus, punido com o fogo do inferno, mas que nós, até então cristãos, tínhamos a arrogante humildade de tolerar, contanto que a pessoa não fosse mesmo homossexual. As conseqüências disso na minha vida foram o fato d’eu não me aceitar como homossexual, sentir culpa por me sentir atraído por aquele cara e achar que eu não gostava dele e ele fosse recíproco nessa questão.

O que aconteceu então foi o seguinte. Passei a dar maior relevância aos momentos em que sutis atritos ocorriam entre mim e o sujeito, uma vez que ele trabalhava no protocolo, lidando com números de processos, e eu criava listas enormes, com dezenas de números de processos para serem arquivados por ele no sistema de gerenciamento. Nada tão relevante assim. O que acontecia é que apesar do meu esforço eu errava um, dois, três, quatro ou cinco ou seis números de processos e ele... ficava putaiado com aquilo. Além do mais o cara possuía um bom relacionamento com todos jovens do programa, mas comigo não, porque eu simplesmente sou tímido, raramente tomo a iniciativa e naquele caso não dava abertura.

Aí é que entra a terapia. Eu me sentia incomodado com o relacionamento com o cara do protocolo, ou seja, eu não ia em vão para terapia. Porém eu não ia às sessões para falar que eu era gay, embora não fosse minha escolha, e que estava apaixonado por um heterossexual que sequer dava a mínima para mim como colega de trabalho. Eu estava incomodado e mentia para mim e achava que mentia para a psicóloga que o que me incomodava no cara era seu comportamento anti-ético, o que não era, no trabalho e seu sádico assédio moral. Coisa fofa né? Eu, um menino de 17 anos que deveria estar estudando para o vestibular, mas que por outro lado não precisava pedir dinheiro aos pais para ir ao shopping com os amigos, estava sofrendo assédio moral no trabalho e a terapeuta estava me ajudando a enfrentar aquilo?

Ok! A terapeuta estava ajudando mesmo, mas não da maneira que eu esperava que tivesse. Ela ia somando tudo aquilo e depois de forma eufemística me chegava à parede e dizia, eu sei que você é um homossexual que não está entendendo nada, que está com medo e que está pedindo, a sua maneira, ajuda. Tá, talvez ela não pensasse bem assim, mas que chegar a uma revelação da minha parte ela queria, ah ela queria. Ele fez isso umas quatro vezes e eu negava. A terapeuta fazia aquela cara de “Aham Cláudia, senta lá” durante minutos e eu ficava como uma cara de estrela do PT, vermelha. Eu, não com os erros de pronuncia de Luan Santana, dizia a ela que eu sou homem e gosto de mulher. Na verdade eu fingia que gostava de mulher porque pensava fazendo aquilo, no meu inconsciente, iria ganhar um beijo no cangote daquele macho gostoso.

A terapia não fez nada sozinha, outras coisas também foram acontecendo, o novo jeito de se fundamentar a verdade que descobri na Universidade, as frases de efeito que eu ouvia por parte dos militantes do Colcha de Retalhos, a minha própria angústia e vontade de me aliviar, enfim,várias coisas foram colaborando para o meu processo de auto entendimento e aceitação. Porém, a terapia deve ter ajudado em uns 40% o processo.

Conforme eu também já falei aqui, um dia viajando para São Paulo de carro com meus pais, eu na solidão e no silêncio do banco detrás, enquanto admirava a paisagem da BR 050, assumi mentalmente para mim que era homossexual, que o caminho era esse, as conseqüências disso eu pensaria depois e que eu estava desistindo da heterossexualidade. Fui à terapia e finalmente contei à psicóloga? Não! Entrei em comunidade no Orkut usando perfil fake, falei da minha vida para pessoas na mesma condição, elas falaram da delas para mim, não me senti de todo só e nesse período fui colocado por ela na parede e menti mais uma vez.

Fazendo ao redor de 18 meses de terapia e eu já maior de idade estou falando uma trivialidade qualquer da vida durante a sessão quando na verdade queria liberar o glitter. Lá pela metade do meu horário naquela manhã quente de quinta-feira, eu interrompo a mulher no meio de sua esplanação sobre algo naquele momento irrelevante para mim e digo algo mais ou menos assim:

“Olha, na verdade eu estou aqui hoje não para falar disso, eu quero falar de outra coisa. Você já sabe, já sabe desde o começo, eu venho mentindo, minhas mãos estão geladas, meu pés também [o Well sente o coração disparando e os ossos da almofada em seu colo quebrando, kkk], enfim, eu estou falando mais do que quero, é, eu sou gay!”

Bem, o que aconteceu depois disso, bem, naquele dia, ela falou que já sabia, que estava esperando por aquilo, estava esperando o meu tempo, mas não que eu viesse daquela maneira tão “interrompente” e disparada, o que foi de certa maneira engraçada. A terapia durante muitos meses foi o tempo de falar “Caraca, eu sofrendo desse tanto só por causa de uma bostinha simples dessa?”. Tudo que a terapeuta falava fazia sentido da mesma maneira que todos nomes que Adão, quando sozinho no paraíso, dava as coisas pegavam. Assim como Deus eu vi que aquilo, a terapia, era bom e disse que assim seja.

Apesar de ser a terapia um divisor de água, penso em encerrar as sessões, pelo menos por enquanto, dar um tempo, aprender mais, sofrer mais, para voltar ali ou em outro lugar. As sessões, a exemplo de toda minha vida, viraram um tédio e ali não tem nada que me prenda atenção. Sinto que eu já aprendi o suficiente até o momento, o que eu preciso agora é colocar em prática e esperar os burros darem na água para voltar ali ou em outro lugar. Eu sei que depende de mim dar mais graça à minha vida, encontrar novos amigos, terminar meu curso, encontrar um emprego que me satisfaça, virar o doce de filho que minha merece que eu seja e no entanto não sou. A noção que tenho é que ir agora as sessões será apenas bater na mesma tecla quando o quê eu preciso mesmo é de uma impressão a laser. KKK Adoro metáforas!

domingo, 22 de agosto de 2010

Respondendo às perguntas

A semana começou e foi passando, o que é normal até provarem o contrário. Quarta-feira à noite foi dia da aula de estágio e a primeira e única vez na semana em que veria o colega presbiteriano. Ele chegou atrasado, cumprimentou a todos nós com o olhar. Os orientadores se entreteram com uma discussão sobre as atividades e o colega me aponta um papel no chão. Pego o papel e começo a abrí-lo, ele diz que não e pede que eu leve o papel até ele. Entrego e ele me pede para esperar. Já deduzi o que ele iria perguntar, abre o papel e no verso escreve:

"Que parada é essa de amigo colorido?"

Eu eu respondo, "Ah, você sabe!". Ele me olha com cara de dúvida e eu emendo "É isso mesmo, o que isso significa para você?" e ele me cortando pergunta, "Você é?" e eu digo que sim. Ele responde falando que já sabia e eu de certa maneira penso que a minha intenção realmente foi essa.

Ao final da aula vamos embora, claro, e indo para o estacionamento andamos na frente dos outros amigos para que ele me faça perguntas do tipo, você já experimentou, há quanto tempo saiu do armário, seus pais sabem, como foi e tudo mais. Respondia de forma sucinta e finalmente vem ele tocar no assunto da religião, diz que o ato homossexual para ele é uma aberração, mas não condena os homossexuais e tudo mais, o que para ele é erro de grande parte do crentes.

Bem, o que ele falou sobre religião não assustou nenhum pouco, sem querer justificar respondi a ele que existem controvérsias em relação as interpretações bíblicas e que novas denominações tem surgido levando em conta isso. O colega disse algo que para mim é bem verdade, esses ministérios estão errados. Bem, para ele o erro está no fato delas existirem para acolher os homossexuais, para mim está nela usarem como premissa todas escrituras que condenam aos homossexuais.

Legal nisso tudo é que é notar meu preconceito para com aqueles que não sabem, ou tem certezas, sobre minha sexualidade. Também é legal notar como em quatro anos eu evoluí, pois quando entrei para Universidade eu sequer imaginei que em tão pouco tempo as pessoas mais próximas de mim saberiam e hoje sabem. Sem contar que nunca imaginei que tão rápido falar sobre minha sexualidade a alguém fosse uma questão desse alguém perguntar. O que dirá do meu preconceito ao esperar uma reação hostil do colega só por ele ser religioso.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Contando a verdade, omitindo ou atenuando-a

Ok, quero conhecer pessoas e ser amigos delas. Tenho medo da solidão, fico me sentindo vazio e irrelevante em qualquer noite por causa disso. Para mudar eu tenho feito alguma coisa e me parece que aos poucos eu vou conseguindo essa realização. Certo está que eu poderia ter feito isso a mais e tempo e estar num processo mais acelerado, ter inúmeras amizades, estar conhecendo pessoas e combinando coisas para fazer junto a elas. Mas nem tudo decorre como acho que deveria acontecer, o marasmo é uma constante não da vida, mas da própria pessoa que sou.

Sábado teve churrasco lá com as pessoas da Igreja Inclusiva e minha vontade era a de não ir. Provávelmente o churrasco teria aquele jeito neopentecostal deles orarem e eu preciso agilizar a leitura para escrever minha monografia. Acabei indo e as pessoas de lá são legais, deu para rir constantemente e falar da minha sexualidade sem constrangimento como rara vezes falo pessoalmente a alguém. Porém, como eu já falei, elas acreditam em algo em que se eu voltasse a acreditar, seria o mesmo que um retrocesso para mim. Sim, eu acho que acreditar em um Deus, ainda mais no cristão, é um grande retrocesso. Sem contar que acreditar em Deus, Bíblia e arrebatamento não é algo que dependa da minha vontade, como por muito acreditei. No fundo eu acho que ali na igreja inclusiva eu não estou explorando todo meu potencial para selar amizades e no fundo, apesar das ressalvas não tão claras que eu fiz a eles, eu me sinto um estranho ou um invasor sem propósito. Sem contar também que nessa história toda não me vejo de outra forma a não ser a de uma caricatura ridícula.

Tudo bem, potenciais amigos "laicos" já encontrei, mas não me parece que será tão fácil assim ter alguns deles ao ponto de falar que eu sou plenamente satisfeito com amigos. que eu ei de ter. Aliás, não existe nada na minha vida que me deixe plenamente satisfeito. Por fim, falar assim parece que coisifiquei as pessoas e elas me são um objetivo a ser conseguido tanto quanto uma casa da década de 1940 ou um Pálio 1.4, para começar é claro.

Tenho algumas lições por fazer, não sei como e quais. Acho que uma hora qualquer encontro o meu jeito de resolvê-las, mesmo que eu não perceba na hora. Quem sabe falta vivência e tudo mais.

Aqui na Universidade, estou postando de um computador do laboratório da Biblioteca Central, fiz alguns colegas. Um deles é um roqueiro que ouve Tristania, Lacuna Coil, Opeth, Rammstein, e um monte de bandas que já ouvi e não ouço mais porque já enjoei delas e do estilo. Esse colega roqueiro é além de tudo um presbiteriano e que acha a homossexualidade, ou homossexualismo nas terminologias dele, uma aberração, uma verdade devidamente amparada nos textos bíblicos que ele tanto confia.

Já discutimos algumas vezes sobre moral, bons costumes, sexualidade e zaz. Ele, é claro, nunca cedeu a opinião, eu também não, e nessas discussões pela energia com que eu discutia o tema devo ter deixado algo subentendido, mesmo que não fosse minha intenção, e que nunca me preocupei em combater. Ótimo, e lá estou eu twitando sem papas na língua, falo sobre a minha mãe que começa a chorar desesperadamente porque eu vou sair com as pessoas que conheci primeiramente através da internet e que ainda por cima são gays. Uso a expressão "amigos coloridos" me referir a eles e lá vem o colega roqueiro pedindo para eu explicar o que vem a ser esses amigos coloridos. Eu respondo que é justamente o que ele está pensando e recomendo a ele que não conte a ninguém. Bem, daí que acho isso uma graça, polemizar na faculdade.

Já a mãe, está na hora d'eu ser mais sincero para com ela e dizer que nem sempre eu vou ao cinema ou coisa parecida e que muitas vezes eu vou encontrar pessoas, assim como eu, homossexuais. Minha mãe faz uma comoção, para mim irritante e sem propósito. Toda vez que digo que vou sair com pessoas com a sexualidade semelhante a minha ela começa a chorar a ponto de me deixar comovido e me sentir culpado por algo. Fico irritado, está na hora de assumir as consequências e dizer a ela que seu choro não vai me impedir de sair, apenas incentivar minhas mentiras, a falta de paciência que tenho - sim, eu percebi a antítese - entre outras coisas.

Bem, e cá estou eu, jamais tão evoluído como penso que deveria estar e com um longo caminho a trilhar. No fundo sou um grande mentiroso por covardia, daqueles que mente para adiar os problemas, mas jamais resolvê-los. Um grande filho da mamãe, uma grande filha virgem do fazendeiro diria a terapêuta.

Então, é isso.

Peixos, me liga.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fim de semana doido.

Saí sábado para conhecer novas companhias, resta saber se agora será possível sermos amigos, apesar de algumas pequenas más impressões e diferenças nos modos de pensar, agir e no que se têm como objetivos de vida. Mas não posso negar, foi divertido, apesar dos receios que me acompanharam por muito tempo, um deles era o da lei seca já que eu havia bebido e isso traria consequências não só jurídicas como domésticas se eu fosse pego por ela. Outro receio foi o de algum semáforo se fechar e algum travesti alcançar nosso carro depois que as caronas, inconseqüentes e guiadas por um motorista indeciso, o tivessem cantado.

Para minha sorte e para o perigo da sociedade não houve nenhuma fiscalização da lei seca e eu me saí safo, gíria de militar. Para minha sorte não levei no edí porque todos semáforos estiveram fechados mas nenhum travesti quis correr atrás de nós com uma giletchy ou um pedaço de meio fio.

Por um momento pensei que o carro fosse sujar, lá vai uma companhia vomitando cerveja depois que deu "onda". Tudo bem, querem "fumar", fumem, mas não me ofereça e não vomitem ou ameacem isso dentro do meu carro, KCT.

A noite teria mais graça e uma coisa me deixou puto de verdade. Um cara da mesa ao lado bebeu demais e começou a ficar falante, começou a dar em cima das garotas desacompanhadas. Em um instante cantou uma moça que respondeu beijando a namorada. Pronto, foi o suficiente para o cara fazer uma comotion. Bêbado e com a sexualidade mal resolvida calado é o que ele não ia ficar. Começou a chamar as meninas de putas, sem vergonha, disse que só não batia nelas porque a Maria da Penha defendia e queria ver se tivesse homem naquela mesa para fazer ele calar. Ter até tinha, mas digamos que eles era gays e quase umas moças.

Mas fiquei putaiado, o indivíduo bebe, canta grosseiramente todas as mulheres, que se vissemr a ogrisse dele já tinham motivo suficiente para fechar a cara, e ainda temos que aguentar ele ofender toda irmandade, falar da honra das meninas sem ao menos conhecê-las e como se a questionável heterossexualidade dele fizesse dele melhor que os gays que ali estivessem. O dono da budega demorou, tinha que ter tocado o cara que, do fundo do meu coração, tomara encontrar um viado desses de academia para xingar e depois ganhar dele uma fratura exposta.

Bem, no domingo rolou o segundo encontro da Igreja Inclusiva, me perguntaram se eu ia aceitar Jesus. Fiquei num misto de irritação com vergonha. Pedi para todo mundo sentar e disse que não sei bem o que isso quer dizer, mas eu assumi uma postura muito crítica em relação a religião e a Deus e que agora não tenho "o fogo chamado fé aceso dentro de mim", que em linguagem corrente significa ser ateu. Bem, eu entenderia isso pelo menos. Disse que estava ali fazendo minha parte, conhecendo-os, em que eles acreditam e para deixar acontecer. Eles disseram tudo bem e que era eu deixar o Senhor Jesus agir, que seja feita vontade dele e que isso é com o tempo. Eu disse Amém! Na verdade eu queria rir.

Mas gosto das pessoas da Igreja Inclusiva, vai dar para fazer boas amizades por lá eu espero.

Na verdade queria mesmo era falar sobre as resposta aos emails que enviei ao IBGE, ao Grupo Gay da Bahia e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos contendo respostas as minhas indagações sobre o motivo para não se perguntar no Censo 2010 a orientação sexual dos indivíduos. Tudo bem que eu esteja equivocado achando que seja importante dar o direito a quem quiser responder a sua orientação sexual, mas se fosse uma resposta fundamentada eu aceitaria.

Enfim, é o que tem para hoje (Dormi e acordei Paulo Bratchyni).

Peixos, me liga.

P.S.: Pimenta, o Tumblr é um serviço de emails, assim como o Blogger e o Wordpress, mas ele tem uma layout e se baseia em um conceito diferente, do tipo, pequenos posts, assim como o Twitter, mas sem limite de caracteres e com a possibilidade de postar multimídia como fotos e vídeos.


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um punhado de assunto

Decidi qual o próximo curso superior:

Errar é humano e insistir no erro é burrice. Talvez seja burrice o que vai acontecer, mas ontem decidi que, custe o que custar, irei fazer Letras/Libras. Talvez não seja custe o que custar, mas minha mãe não quer que eu fique na Educação, ganha pouco, tem responsabilidade demais, pouco reconhecimentos, essas coisas e ela acha que eu tenho um "gênio forte" para com desaforos. Devo ter mesmo e tive de quem puxar, ela. Mas por que isso seria burrice? Bem, Letras/Libras tem como principal campo o que um geógrafo licenciado faz, a Educação que consiste no meu atual emaranhado de problemas, um deles é a fobia que eu tenho de aluno e sala de aula, mas não digam a ninguém.

Agora resta saber se vou precisar recorrer ao vestibular, tentar um edital de portador de diploma ou um processo administrativo junto ao Conselho da Universidade ou sei lá, a ocasião faz o sapo pular e não sabendo que era impossível foi lá e concluiu. Frases feitas são mara. Me inscrevi no ENEM, o que talvez, quem sabe, nem seja necessário. Quem sabe minha mãe me incentive porque ela acha Libras bonito e dê para eu trabalhar com outras coisas, como interprete e cobrar a hora, como um garoto de programa. Talvez quando eu terminar essa próxima graduação eu não tenha apenas mais cultura, mas também me sinta incentivado a continuar na Educação.

A vida social:

Quem sabe eu consiga uma vida social, algo que virou artigo de luxo na minha vida porque eu não tomei muito cuidado com o que tive no passado. Então gente, economize água antes que ela vire algo como é a vida social para mim. Tudo bem, a Vaca Profana me indicou uma nova amiga, gay friendly, que costuma sair para os points - termo década de 1990 - e que tem vários amigos gays. Essa semana finalmente nos vemos, depois de mais de um mês conversando através do TIM Infinity e uma sessão de cinema frustrada pelo meu cartão de débito com a senha bloqueada. Resta agora fazermos algum programa junto, estreitar a amizade, fazer essas coisas, que me faça chorar por ela num dia que eu beber além da conta e ficar emotivo.

Fico meio mal caráter falando assim, mas já estou com certa preguiça da nossa amizade. Todo dia ela liga e eu retorno, mas as conversas estão ficando sem graça, precisamos de novidade. Sem contar que ligar às 23:00 e tanto quando eu assistia ao debate dos presidenciáveis me fez sentir um pouco no "Louca Obsessão". Vou desbloquear o cartão do débito automático e iremos ao cinema.

O Twitter é uma graça, o Blogger ficou apático e o Tumblr é interessante:

Qualquer programa na televisão fica melhor no Twitter, como o debate entre os presidenciáveis. Melhor mesmo é falar com outros blogayros, tudo bem que às vezes dou em cima deles também, mas tem uns com umas barbas ou umas coxas peludas, #lingerieday. Sorte deles morarem longe. Tudo bem, o Twitter anima e como outro blogayro disse, rede social temos, o que não temos é vida social. Aliás, rede social tem esse problema, a gente "conhece" um monte de gente, mas tudo mora longe, porém é um moço do RS que tem me causado dor de cotovelo ultimamente. Mas vai passar, sempre passa.

O Blogger perdeu a graça, ninguém mandou eu parar de comentar nos blogs alheio, mas vou voltar a fazer isso assim que eu não tiver preguiça. O meu último post além de não render um comentáriozinho sequer, até agora o IBGE, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e o Grupo Gay da Bahia responderam a minha pergunta. Me sinto rejeitado e subestimado. Mas deixa, eu teria estranhado se tivessem me respondido mesmo. Como o Blogger tem ficado assim, apático, eu tenho visto o Tumblr e dá vontade de criar uma página lá, ele se parece uma mistura de blog qualquer como Twitter.

Bom, agora deixa eu terminar para o meu contato aqui da igreja inclusiva lá as minhas narrações sobre o falecido, que dias atrás olhei a página dele no Picasa. Preciso limpar o chão da minha casa, como flores do campo, e juntar coragem para falar a ele que sou ateu.

Bem, peixos, me liga.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Censo 2010, o retrato do Brasil, ou não

Está bem noticiado que esse ano tem Censo e ele já começou. Também está bem noticiado que nessa pesquisa será perguntado se na residência existe algum casal homoafetivo. Porém com relação aos pessoas gays e afins o Censo irá perguntar apenas sobre a união afetiva, mesmo que a existência de uma pergunta sobre a orientação sexual, condição como prefiro, me parecesse óbvia.


Até agora não entendi porque não colocar essa pergunta, até mesmo porque penso que a união afetiva, independente da condição sexual, é apenas uma possibilidade que a sexualidade do indivíduo permite. Isto quer dizer, se existem gays "casados" existem muito mais pessoas gays e afins, logo me pareceu que o Censo iria mensurar não só quantos dos brasileiros não são heterossexuais, como quanto deles são casados. Contudo não foi o caso de acordo com o que li na versão em PDF do questionário que será aplicado através de PDA's.

E evidente que perguntar sobre a sexualidade é algo íntimo, que muitas pessoas preferem e tem direito de não falar sobre a sua orientação, por isso que uma pergunta sobre ela deve ser algo facultativo e a resposta auto declarada, assim como a cor ou raça. Tudo bem que o resultado do Censo vá demonstrar uma quantidade inferior de pessoas que não são heterossexuais, já que as pessoas terão o direito de não responder ou dar outra resposta, e isso seja utilizado por um reacionário ou por um político eleitoreiro para atravancar os processos. Mas isso só irá provar outro erro por parte desses e que a Geografia ensina evitar, utilizar dados isoladamente para descrever a verdade, nesse caso um percentual de LGBT's e ignorar os fatores sociais, antropológicos e afins que os produziram. Além do mais não vejo porque pensar que uma pergunta sobre casais homoafetivos vá apresentar um resultado verdadeiro e que o que nele consta seja utilizado por pessoas contrárias aos avanços em políticas públicas e direitos dos LGBT's.

Especular por qual motivo não vai adiantar e diante das inquietações vou enviar alguns emails perguntado o porquê de não ser perguntado a orientação sexual das pessoas no Censo, um vai para o IBGE, outro para o Grupo Gay da Bahia - que me parece bem atuante na causa - e outro paa a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que alguma influência teve nesse Censo 2010. Posto assim que obtiver respostas.

Peixos, me liga.