domingo, 16 de setembro de 2012

O essencial é invisível aos olhos

Não gosto da morte, ela me causa medo por causa da sua natureza irrefutável. Não gosto da morte principalmente quando ela se mostra presente ou no mínimo próxima das pessoas jovem como eu. Não gosto da morte por ela me lembrar que um dia ela levará embora e para sempre todas as pessoas que um dia eu tanto amei, ou que se eu morrer por esses próximos tempos, morre junto outros tempos depois e de tanta tristeza quem eu tanto amo.

Essa semana a morte me deu um chacoalho e por dentro eu senti frio, apesar dos recordes anuais de temperatura, como de costume acontece em Goiânia em Setembro, ao final do inverno. Havia lido e rapidamente no Facebook que um amigo estava na UTI e a princípio até relativizei. Ele é paciente cardíaco e às vezes seu coração prega essas peças desagradáveis e perigosas, porém, até onde eu lembro, não ao ponto de ir para a UTI. 

No cair da noite eu me distraia com as coisas vãs da internet enquanto me arrumava para ir dar aula. Alguém me disse que o amigo estava na UTI por ter tentado suicídio com superdosagem de medicamentos. Tenso, fui dar aula com o humor mais recatado. Veio a tona aquele medozinho da morte na lembrança de que somos temporários e todas as coisas que fazemos, de que é com ele, mas que pode ser comigo. Se bem que nunca tive vontade de me matar, mesmo nos dias em que eu talvez tivesse alguma justificativa plausível para tal e pudesse me julgar infeliz. Sempre fui covarde ao ponto de sequer me permitir pensar na possibilidade, é porque ter vontade de morrer para mim também é questão de coragem.

Aproveitei a deixa e a vontade que a gente sente de compartilhar com alguém algo que remoemos por dentro e contei à minha mãe sobre o acontecimento, da sexualidade do amigo, da inaceitação de sua família quando ele se revelou, dos revestrés pelos quais ele tem passado nos últimos tempos. Minha mãe também se sentiu mal, acho que porque existem similaridades clássicas na vida de qualquer homem gay cuja família em princípio e no mínimo é ignorante em relação ao assunto. Fora que assim, a possibilidade de um suicídio, mostra bem a quem quer que seja que não é lá as melhores das opções para quem prefere dizer que preferiria chorar em cima do caixão do filho ao invés de tê-lo gay, coisa que minha mãe nos dias da notícia disse.

Pois bem, os dias dessa longa, quente e, sem sombras de dúvidas, desagradável semana se passaram. O amigo teve alta e ontem o fui visitar. Pensei em levar algo para ele que falasse um pouco dos meus sentimentos, algum presente que para ele que pudesse fazer diferença ou algum sentido em um momento de confusão e incógnita, que não fosse assim tão efêmero e o principal, que custasse barato, sabe como é salário de professor. Fui com seu namorado ou, enfim, não sei como meu amigo trata quem vive com ele na casa dele, ao shopping. 

Olhei com um tédio tamanho para as vitrines, eu estava com fome também. E em uma esquina do shopping vi aquele azul peculiar e acelerei o passoe entrei dentro da Livraria Leitura. Pensei em algo no sentido de Maria Bethânia, meu amigo também gosta de Maria Bethânia e isso seria ótimo. Sim, eu não gostaria de dar a ele um presente que eu acho que deveria ser dado primeiro a mim... esse é o meu amor próprio falando mais alto. Mas aí tive uma ideia melhor, perguntei ao vendedor onde estava o Pequeno Príncipe, e ele me mostrou uma prateleira com livros em ofertas na qual havia uma pilha de livros com um garoto de olhos azuis e cabelos amarelos. Achei o preço salgado, como sempre, por um livro de um autor que provavelmente deve estar em domínio público, enfim, depois confirmo isso. Procurei alguma caneta para escrever a dedicatória e achei tudo muito caro até que fui à seção de papelaria e comprei uma Bic Azul Cristal por R$1,00.

Após comida árabe, atravessar longamente a cidade, encontramos o amigo. Rolou beijo gay com o namorado na porta da vizinhança e eu aproveitei a deixa para não fazer papel de lanterna, digo, vela escrever a dedicatória. Não lembro o que escrevi, era simples, mas era sincero, entreguei o livro à ele, que disse que há muito queria lê-lo, só que nunca tivera a oportunidade. Pena a recuperação dele ainda demorar para acontecer plenamente, a visão não permitiu que ele lesse na minha frente a dedicatória. É que gosto de ver a reação das pessoas no exato momento em que elas leem minhas porcarias, como vocês neste exato momento.

Tudo bem, a irmã dele, um tanto quanto histérica começou a ler o livro e falei sobre o desenho do livro que no dia que eu tiver um corpo moreno, sarado, gostoso da cor pecado eu mandarei tatuar na minha barriga. Falei também sobre a raposa e de ficar feliz desde às três  por saber que alguém que gostamos vai chegar às quatro e pensei sobre olhar os dentes de tigre no campo para lembrar do sorriso de alguém, enfim... me senti bobo e caipira... mas gostei de tudo isso hoje.

Agora em casa, são mais de três horas do domingo, faz calor, ventilador ligado, chuva é apenas uma promessa, enquanto a primavera definitivamente não chega. Impossível dormir, dado o calor, a ansiedade e pensar em todas essas coisas dos últimos dias, sejam elas boas ou agradáveis. Bem, sobrou escrever aqui e salvar outra vez, como sempre, o blog do abandono. 

Bem, é isso,

Peixos, me liga. 

domingo, 26 de agosto de 2012

A noite em que quase fui feliz

Quando as férias começaram eu me envolvi com um menino urbano, mas da agronomia. Foi legal, pensei que ficaríamos juntos até o dia de hoje, por exemplo. Mas ele não quis mais nada depois de umas semanas por seus motivos e vou continuar acreditando que eu sou na opinião dele uma boa pessoa. Ok, ele mandou que eu seguisse meu caminho e eu de queixo erguido, ou não, fiquei assim, chateado uns dias, até o final do mês mais menos, para ser exato, só que não.

No final do mês, eu que não viajei para lugar algum e só aproveitei julho para dormir bastante, viajei com meus pais para a casa dos meus avós, no melhor estilo, enfim, é o que tem para hoje. Pensei, ei de tentar me divertir, assistir algumas séries e etc. Não deu muito certo, mas tenho a impressão que nós últimos tempos ir para casa da meus avós não tem sido tão chato, principalmente depois que comprei um notebook, a Vivo implantou cobertura 3G lá e da LG 40 polegadas com USB da minha querida avó.



Ótimo, na verdade eu não gosto muito de ir à Itapuranga, eu fico me sentindo solitário lá e nem dá para eu pensar, vou em algum lugar fazer alguma coisa e me divertir. Bem, fui a loja do O Boticário e comprei meu Malbec  Reserva Especial e pensando bem, acho que é uma das melhores fragrâncias que minha parca experiência com perfumes pode dar conta. Também fui visitar os parentes, as tias, buscar o primo, que é gay e não sabe ou não se aceitou ainda, lá na cidade vizinha, na qual ele mora com a mãe.

Todas as noites o programa era ir com todos, com os primos, inclusive a prima periguete vinda do outro lado do estado, para a festa agropecuária da cidade. Essas festinhas são até legais, gosto daquele povo interiorano com seu sotaque interiorano, se divertindo de maneira interiorana. E os rapazes ali, falando de seu jeito heterossexual, mas interiorano, com aquelas camisetas fabricadas em alguma confecção de Goiânia, mas com aspecto interiorano. E sem contar que lá vendem bugigangas, tocam música da moda e tem parque de diversões sem alvará do Corpo de Bombeiros e com o truque mambembe da monga. E se você tiver com dinheiro, você pode até comprar um Amarok a diesel no Consórcio Nacional Volkswagen.

Aproveitava o momento para twittar, enquanto eu ficava de corpo presente junto aos primos e seus rolos sexuais adolescentes e efêmeros. A música era um tédio, sabe, coisas do tipo, eu quero tchu, eu quero tcha, vai no banheiro para a gente se beijar. Tá, eu gosto de sertanejo mais moderninho, mas tipo, Jorge e Matheus, Victor e Léo e principalmente Paula Fernandes, que tem alguma preocupação com a letra.

Eu com meu chapéu fazendo a linha agroboy

No última noite da festa sei lá porque comprei um chapéu de boiadeiro e, como eu não sei, aceitei entrar em uma boate de 10 reais com meus primos. Porcaria, tinha devassa, funk e uns hits pop de seis meses atrás! Starships ali nem pensar, DJ de festa heterossexual não é lá grande coisa. E só tinha piriguete e os heterossexuais querendo brigar pelas piriguetes, aquela música chata e até mesmo me mexer para não parecer tão antissocial assim era difícil. Povo sem educação também, fiquei de saco cheio.

Fotos no Instagram do chapéu a parte eu fiquei de saco cheio e saí dali. Tava com fome, veio uns primos e uns peguetes das primas comigo até a barraca do pastel. Parado lá um cara, dei uma reparada naquele jeito de se vestir mais metropolitano, West Coast, bermuda, camisa justa, braço branco, meio grosso e veiúdo e olhos verdes. Sim, ele era lindo, (Well suspirando melancólico) mas acompanhado por sua trupe, que me pareceu assim com um aspecto de não heterossexuais. Sabe, eram modernos, ligados em seus gadgets, roupas diferenciadas da média dali.

Minutos depois, enquanto eu aguardava o pastel, ele me olhou, deve ter achado engraçado alguém que vai à uma festa do interior com um Mizuno para corrida. Mas ele deve ter capitado que meninos interioranos não usam bermuda xadrez com camiseta com estampas de fotografias, jaqueta de poliéster e chapéu de boiadeiro.

- Bonito seu chapéu, maluco!

Eu olhei com uma cara de tímido e desconfiado.

- Quer me dar ele não?

Eu tímido e calado.

- Não posso.

Enquanto eu olhava onde estava meus primos que não sabem de minha homossexualidade, ele se calou, pegou seu pastel e foi ficar com a turma dele. Fiquei ali quietinho e pensando, cara doido, pedindo o meu chapéu! Por que ele num compra um chapéu para ele... tipo, eu acabo de ser cantando e eu não percebi? Tipo, e o cara é o mais bonito que eu consegui ver em todos esses dias nessa cidade? Tipo, eu nunca fiquei com um cara daqueles, um cara desses sequer me deu atenção! Sai pelo parque de exposição procurando-o, encontrei ele lá fora, com sua gangue de meninos ricos, com um detalhe, ele estava sem camisa e tirando fotos engraçadas pra publicar no Instagram com seu iPhone. Ele era todo gostoso, a barriga era mesmo um tanque e tinha um aspecto bem safado!

Peguei meu LG Optimus Hub que saiu por R$350,00 na Vivo e comecei a ouvir música para dor de cotovelo. Mentira, comecei a ouvir Offer Nissim e pensar como vou chegar de novo, não deu certo, tive que virar babá das primas periguetes. Ficava mais difícil eu chegar ali e conversar com ele, puxar assunto. E se ele me rejeitasse? E se ele me usasse por uma noite e me jogasse fora? Eu estaria feito, eu queria ele nem que fosse por uma noite. Por que eu não chego junto? E por que ele não olha na minha direção? Ódio eterno da minha prima que acha que ela com seus gostos sui generis conseguirá se aproximar de um cara rico e bonito para mim!

No dia seguinte sai a procurá-lo pela cidade da avó, vai que topássemos de novo? Cidade pequena isso acontece fácil fácil. Mas enfim, não consegui e sempre que lembro disso me sinto um idiota, um tapado, um burro. Sempre fui devagar para perceber que estou sendo sacado, muito menos para tomar iniciativa. Se não são claros, eu não percebo que é comigo! E cá estou eu, lamentando a minha ingenuidade para flertes.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

3º Dia da natação - afinal tudo pode piorar

Não falei sobre o segundo dia na natação, até mesmo porque não teve nada de muito legal, o salva-vidas gatinho não estava lá. Tudo que aconteceu resumiu-se apenas ao fato de eu conseguir boiar, bater as pernas, sair do lugar, respirar e olhar dentro da água para onde estou indo, tudo ao mesmo tempo. Não não! Isso não é tão simples quanto as pessoas que sabem nadar pensam que é, é muita coisa e portanto complexo para se fazer ao mesmo tempo. Mas enfim, consegui empinar a bunda.

Em compensação, hoje, o terceiro dia, rolou coisa para contar. Bem, a novidade começa porque eu fui para o SESI com a mala pequena fabricada na China que comprei no Wal Mart! Nada demais nessa mala, mas gostei dela, ela é pequena, mas com espaço de sobra para as coisas que quero levar para o clube e sem parecer muito cafona. Ela é um pouco cafona, é, cafoninha, mas ainda sim utilizável, até mesmo porque comprar uma mochila é algo fora de cogitação agora que tenho que pagar o financiamento de dois carros enquanto meu pai está desempregado. Senti pena de mim agora. Dilma, você está lendo isso?

Bem, cheguei ao clube todo feliz, de boné, óculo e Havaianas, com mais naturalidade eu tirei todas as coisas, fiquei de sunga e guardei tudo na mala pequena fabricada na China que comprei no Wal Mart... por R$29,90! Fiquei feliz e levemente constrangido porque hoje o salva-vidas gatinho estava lá. Sim, homem bonito me faz sentir vergonha! Fiquei mais constrangido ainda porque a água da ducha estava bem gelada e eu tremia quando eu cheguei a borda da piscina e ele perguntou a mim se eu não ia entrar lá. Ótimo, além de ser um cara que não sabe nadar, morrendo de frio, eu ainda fico todo engessado para falar com ele. 

Enfim, tomei coragem e entrei dentro da piscina, mas de mal jeito, meio que perdi o equilíbrio e me assustei com a temperatura baixa, a água entrou ardendo pelo meu nariz e eu quis meio que chorar. Ele viu tudo e perguntou se a água estava muito frio! Own! Eu disse que nada, só meu metabolismo que estava um pouco lento! Meu metabolismo! Quem que está afim de alguém utiliza a palavra metabolismo em uma conversa como aquela? E por isso e por tudo que passou nos segundos anteriores eu fiquei muito constrangido por aquele salva-vidas lindo estar ali me olhando e ainda por cima conversando comigo, por mais atencioso e fofo que ele, naquela pele bronzeada, fosse.

Ok! Penso que talvez eu não estivesse me amando suficientemente. Cadê o meu amor próprio? Por que eu estava me menosprezando, me sentindo alguém inferior perto daquele homem e de quem mais chegasse ali? Respirei fundo e olhei reticente para o salva-vidas em pé, na borda da piscina, me olhando com aqueles óculos escuros. Eis que chega uma pirralha e mais outra e mais outra...

- Oi moço, você também vai dar aulas para a gente?
- Então você também é aluno?
- Que idade você tem?
- E você não aprendeu a nadar?
- Nossa, você vai aprender direitinho! Eles são ótimos para ensinar!

Olhei para o salva-vidas, ai como ele é bonito, e mudei de ideia quando pensei que poderia ser um dia muito estressante de trabalho se ele tivesse que resgatar três crianças afogadas e ainda ser testemunha de acusação de um cara de 23 anos que minutos antes lhe pareceu alguém legal.

Certo! Aula começa, elevatória, pega a boia e vai batendo os pés entre um lado e outro da piscina. Ótimo, adrenalina, estou conseguindo e hoje está tudo mais fácil do que nos outros dias, tirando que minhas pernas estão ficando cansadas mais rápidas e meu fôlego parece não estar sendo o suficiente! Próximo grau de dificul....

Não, espera, dê play no vídeo abaixo, aumente o volume e continue a ler! ...é que é para dar mais emoção!



Deu play?

Sério! Dá play! Vai, você vai gostar!

...deu play, né?

Próximo grau de dificuldade, segura a prancha com uma mão e com outra faz braçada! Afundei um pouco, tive a impressão de que eu involui, tive que ficar em pé, entrou um pouco de água pelo nariz! Tudo bem, fui tentando, fui tentando, e mesmo com as pernas doendo eu consegui finalmente dar uma braçada e ver como daquele jeito eu nadava mais rápido. E assim eu fui, de novo e de novo! Porém, a vida é uma caixinha de surpresas!

Senti uma leve fisgada na perna e na outra, fui saindo meio que na velocidade da luz? Só lembro de dizer bem alto: câimbraaaaaaaaaaaaaa!

E fiquei ali deitado na borda da piscina, rindo de dor, as pessoas olhando, eu justificando que eu havia almoçado e ainda por cima bananas! As dores pioravam e todos puxavam minhas pernas! O sol ia secando minha pele alva e eu pensei, quem sabe de repente essa câimbra me deixa um pouco bronzea... aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii que dor! Neste momento eu pensava também em olhar em volta e ainda bem, o salva-vidas não estava por perto para me ver abatido, destruído, inoperante! E assim a crise não passava, o travamento voltava e era como se minhas pernas estivessem sofrendo um ataque hacker! Well's legs tango down!!!!

Quando tudo normalizou, minha pele estava seca, mas eu conseguia andar com a mesma felicidade que o Locke após o avião cair na ilha de Lost! Mas a professora me dispensou! Eu suplicando disse que queria voltar para a piscina e ela disse que em mais três minutos a aula acabaria... bosta!

Fui para o vestiário, no caminho duas tias bahiana veio me contar como é ter câimbra na Bahêa   (acho dhigno português arcaíco). Cheguei ao vestiário, twittei minha vergonha, o menino cabeludo branquelo da mala grande entrou de sunga no vestiário! Pensei, ele pode ser feio, mas sabe nadar e nunca deve ter passado vergonha na frente dos salva-vidas! Quando fui embora, me veio aquela carência e frustração, via os alunos do outro módulo da natação, todos gostosos e longe de mim, uma vez que eu não sei nadar e naquele dia tudo ficou mais difícil!

Enfim, minhas pernas ainda doem! Mas sexta-feira darei a minha volta por cima e eu irei brilhar! O que não é difícil, porque sempre me pareço com o Edward de Crepúsculo quando tiro a camisa mesmo!

Peixos, me liga!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Isso me faz mais carente

Até lendo a IstoÉ eu fico carente.
Tá aí gente, o Arthur Zanetti, dono de um dos poucos ouros do Brasil nas Olimpíadas! Lindo e gostoso ele, né?

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Passando vergonha no primeiro dia da natação

Mês passado o sindicato dos professores, ao qual eu estou filiado orgulhosamente, só que não, fez um convênio com Serviço Social da Industria, dando direito a nós, pobres professores explorados pela mais valia do Estado o acesso aos equipamentos e serviços do SESI-GO. Foi até bom, gostei muito! Pensei vou finalmente virar um nadador, principalmente porque por 45 mensais eu finalmente poderei aprender a nadar.

Fui lá e me inscrevi no curso de natação. Cheguei atrasado, problemas no sistema de informática na hora de fazer matrícula, e após pedir informações aos seguranças novatos. Disseram para eu falar com a mulher maiô que dava aula para as crianças, ela saberia me indicar para onde eu deveria ir. Ótimo!

Meio tímido e com uma cara de Suellen antes de cantar "Para a nossa alegria" comecei a fazer as perguntas à professora. Onde é o curso de natação? Aqui, junto com essas crianças? Meu nível, ele é tipo não sei nadar? Junto com as crianças? Ah! Talvez eu seja arrogante da minha parte, mas minha cara rachou. Ah! As crianças.

Ótimo, fui até as cadeiras de descanso para despir meu corpo alvo, adiposo e sedentário. Nessas horas a gente meio que anda olhando para o chão. Mas quando ergui a cabeça eu vi ali sentado, só de boa, um salva-vidas, com aquele uniforme vermelho sui generis, óculos escuros, corpo magro e definido. Minha cara apenas rachou. Como posso impressionar alguém se estou abaixo na escala e ele pode inclusive me salvar? O que nem seria de todo mal. Ali eu era apenas o aluno, não só, o aluno que não sabia nadar, o aluno adulto que não sabia nadar e que estava com as crianças.

Professora pergunta quando vou entrar de fato na piscina, tiro a bermuda e a camisa, ela me manda entrar na ducha. Tempo seco de quase deserto em Goiânia, água gelada da porra, senti meu pinto entrando dentro do meu corpo, a respiração trepidando e devo ter ficado com a boca roxa. Como um vira-latas molhado na chuva sorridente perguntei à ela, o que eu faço agora.

Quando ela mandou eu entrar na piscina eu fiquei ali pensando como deveria fazer, vai que tem uma técnica de repente e eu não sei. Mas entrei e aprendi que inspira pela boca e solta pelo nariz. Gente, os pneumologistas sabem que vocês ensinam isso? E o governo que não faz nada? Tá, por um momento ela pensou que eu tivesse engolido água, enquanto eu pensei que eu tivesse escarrado na água e gastei meu tempo explicando essa diferença.

Ótimo, ela ensina eu a bater os pés. Chega lá, me dá a pranchinha de EVA, manda eu bater os pés, segurar na prancha e erguer o bunda. Mas de que maneiras eu consigo erguer a bunda. E lá vai o Well, minutos a minutos descobrindo que seu corpo gordo boia na água, mas que sair do lugar nela é impossível. Não aprendo a levantar a bunda, devo ser um péssimo passivo. 

Logo vem aquele pirralho, não, é só você se jogar e lá vai ele feito um peixe na água. Gostaria de ver aquele salva-vidas resgatando um afogado, não é eu, é claro! 

Quando eu recebia atenção da professora, ela mandava eu erguer a bunda e bater os pés. Só sei que ao final da aula, depois de encarar o menino lourinho de 17 anos e que nadava, eu estava morto de vergonha, mas a pernas estavam latejando. Pensei, que talvez não fosse ruim assim, eu emagreceria e teria pernas duras logo logo.

Indo para o vestiário, coisa que eu sempre evitei, lá dentro um monte de homens, ninguém bonito, mas de cueca. Apenas um que tirou a sua e mostrou a rola. Senti aquele frio na barriga e uma certa vergonha. Em algumas cuecas uns volumes enormes. Outras precisando ser trocadas, estavam bem velhas. Unsexy. Todo mundo se interagindo e falando sobre sei lá o que. Não quero fazer trocas de olhares com ninguém ali.

Depois ficar nu e ali na frente de todo mundo, tomei um banho para tirar o cloro e depois, quando eu ia embora vi na outra piscina os adultos, sarados, gostosos, de sunga na outra turma. Pensei, um dia estarei no meio deles. Bateu aquela carência, a vontade de um carinho e de fazer sexo com alguém. Gente sem roupa sempre me excita. 

No carro, quentinho dentro dele, ligo o motor, vejo o segurança saindo da secretaria, o som liga! Só que a pasta de rock havia acabado e ele entrou na mesma hora na pasta de disco e bem alto começou Dancing Queen. 

Enfim, odeio quando até as máquinas praticam bullying comigo. 

Mas eu gostei de tudo hoje. Fiquei tipo Weslian Roriz, apesar de severamente com as crianças, achei aquele clube lindo, todo azul, igual as cores do partido dela.

Acho que aprenderei a nadar logo logo e logo logo começarei a ficar bombado também. Deus é mas!

Bem, é isso...

Peixos, me liga!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Deja vu, retomei o blog, outra vez.

Tenho saudades do tempo em que eu era um gay mais inseguro do que sou hoje. Tenho saudade de dois anos atrás, quando eu conseguia encher esse blog com algum texto qualquer, às vezes até duas ou três vezes na semana. Sinto falta desse tempo em que minha vida era um franco marasmo, em que a poesia da minha vida era embalada por rimas pobres.

Tudo bem, nunca gostei daquela vida que eu tive no passado, em que realmente eu achava quase tudo sem graça. Só sinto falta mesmo da UFG, do Campus e do seu cheiro peculiar, das coisas, dos assuntos que as pessoas conversavam ali. Aquelas pessoas desconhecidas, compartilhando a mesma paisagem e nenhuma relação com o rapaz feio, inseguro e cafona que eu fui. 

É verdade, hoje é bem melhor! Esse tempo em que falar do que gosto não me causa mais nenhum receio, quer dizer, não tanto quanto no passado. Que por mais estranha que a pessoa seja eu não sinto algum frio na barriga. Mas sei lá, devo ter me levado pelo otimismo e pela sensação de missão cumprida e parei algumas coisas que eu deveria ter continuado. 

Agora é bom, eu tenho algum dinheiro para gastar com minhas impulsividades consumistas e que me permite planejar algumas coisas, torná-las reais, e por aí vai. Se antes eu tinha alguma timidez, hoje não tenho mais. Consigo reparar melhor o espaço ao meu redor, apesar que continuo tímido, inseguro e ingênuo. Mas gosto sim das comprovações contrárias a minha certeza de que sou feio, de quando sorriem para mim e eu penso se olhando para o rótulo eu vou querer ou não. 

Ainda me acho caipira na capital de um estado de gente roceira. Nem sei se... na verdade até onde me consta ser gente inexperiente no respirando o ar do lugar grande faz parte para muita gente. Deveria ser eu mais cândido comigo mesmo.

Estou feliz, principalmente porque estou conduzindo este texto sem nada me preocupar com uma ordem lógica, uma relação entre os parágrafos. Ou mesmo entre as frases. Vou retomar o blog, e sei que hora ou outra eu reapareço aqui prometendo isso. Mas tenho pensado melhor, preciso escrever não pelo fato de as outras pessoas lerem, na verdade eu quero mais é que leiam, mas é que agora sinto muito prazer em reler o que já fiz no passado.

Hum... sendo assim escrever um blog pessoal que eu falo da minha vida inócua, cheia de pseudo altruísmo e vontade de ainda assim querer me diferenciar da média, é uma forma de poupança, de previdência das próprias memórias com a vantagem de que eu, melhor do que ninguém sei o quanto dos meus créditos são falsos. Eu? Talvez os outros saibam até melhor do que eu, mas não vem tão ao acaso assim, já dediquei muito da minha vivência fajuta levando em conta o que as pessoas falam.

Sorte que agora nesse semestre consegui organizar meus horários de aula e consegui uma segunda-feira para ter esse ócio e falar das minhas nuances.

Por fim, falar que estou retornando o blog do endereço antigo, Resma Nova o caralho, e pensando bem, talvez eu mude o título para o antigo novamente. Estou assim, meio vintage, meio retrô. E já disse Jhon do Pato Fu, "a confusão pode ser doce" e eu fico feliz por eu tê-la ou pelo menos parecer confuso, com a cabeça meio com sono apoiada no travesseiro da cama pensando que bagunça essa minha em um único texto, e ainda mais justificando-a falando sobre ela neste exato momento como se isso fosse algo genial. Genial não é, usual também não, mas que  ela me causa confiança e me inspira por agora, isso é verdade.

De volta ao Em Parafuso Horizontal...

É, aqui mesmo renomeio o blog e vou deixar o que eu escrevi sobre pensar e mudar depois, lá no alto do texto, para depois. 

Enfim, é isso...

É peixos, me liga. 

P.S.: Erros de gramática e português? Onde, nem me preocupa agora com eles.