segunda-feira, 31 de maio de 2010

Saudades do meu Samsung Fashion Cam

Depois que comprei o meu Samsung Fashion Cam, minhas masturbações nunca mais foram as mesmas. Antes dele eu tinha um Motorola C210, um aparelho que era uma grande porcaria, mediocre como um bom produto Motorola que se preze, a tela era monocromática com fundo azul, que por sinal eu gostava, tinha poucas funções, nem calculadora existia naquilo. Foi um dos primeiros aparelhos CDMA a ser comercializado em Goiás, nos tempos que a Vivo tinha a maior cobertura e índice de reclamações.

Bem, o Samsung Fashion Cam revolucionou a minha vida e o meu cuidado com a gestão do dinheiro. Minha mãe havia me dado apenas 300 reais para trocar de aparelho, lá no final de 2005? Eu acho que foi. Não aguentava mais aquele bostorola e lá na loja do Setor Sul eu vi o Samsung, fazendo lado a um Pantech, que além de feio era de uma marca desconhecida para mim até então, e acabei pagando por ele R$400,00. Quase chorei para não devolver o aparelho e meus pais deram uma longo sermão por causa disso.

O Samsung Fashion Cam era ótimo, também era CDMA, single band e uni mode, resumindo, ele não pegava em Minas Gerais, nem mesmo em analógico na área da Telemig, que a Vivo a tenha. Tinha uma câmera VGA, toques polifônicos, dava para colocar aquele do Lula falando “Comfanheiro, fou eu, afende efe telefone!” ou da namorada ciumenta dizendo “Amôôr, atende? Amor atende agora!”

Tudo bem que nada de bluetooh, mp3 player, gps, touch screen, memory card. Mas era uma boa compra há cinco anos e custando R$400,00. Outra coisa boa era o fato dele ser CDMA 1xRTT, traduzindo, ele acessava internet a, supostos, 144Kbps em tempos que muita gente navegava com conexão discada comemorando 54Kbps ou 55Kbps quando a rede tava boa.

Tudo bem, internet móvel sempre foi cara, mas para mim era viável navegar na web através daquela tela ridícula de um celular, pois na época a Vivo era incompetente ou muito mais do que hoje. Traduzindo, eu navegava, navegava, navegava e navegava sem crédito e quando tinha crédito, eu pagava R$0,12 por um tráfego que custaria talvez algumas centenas de reais.

O que eu vazia na web? Bem, usava o wap para ler piadinhas, entrar em bate papo, longos bate papos inconclusivos e também… entrava em conteúdo adulto. Por isso posso dizer que um celular revolucionou minhas masturbações, mesmo que eu não usasse o vibracall.

O conteúdo adulto que era estranho, pois o conteúdo próprio para wap, internet de celular, era pequeno e eu não me interessava pela Playboy e sites que tivessem apenas mulher pelada. Gostava das orgias heterossexuais ou gays. O Gls Planet, site gay do Terra tinha uns modelos gostosos e o The Boy deixava só na espectativa, mas eram bom ver as cuecas dos modelos. Existiam também alguns vídeos, sem som e repetitivos, acho queram gifs na verdade. O que me chapou foi o kamasutra gay.

Bem, logo me cansei, não, minto. Logo eu explorei todo conteúdo pornográfico gay dos portais wap em língua portuguesa. O que eu fiz, passei a frequentar o Google, ou melhor, pesquisar no Google contos eróticos que virou minha nova paixão. Resultado, eu fedia porra. Mas eu acabei parando, já tinha enjoado daquilo e aqui em casa tinha uns VHS escondidos que meu primo deixou aqui, do tempo que brincávamos de médico.

Um dia roubaram o meu Samsung Fashion Cam no Circular, foi um dia que eu fui na porta, voltando da escola, e criticavam os paulistas por terem votado no Clô para deputado quando o culpado pelo nosso falido sistema de transporte era o prefeito de Goiânia mesmo.

Bem, hoje tomo mais cuidado com a higiene, não navego mais em conteúdo wap, a Vivo ficou mais esperta, apesar que as tarifas estão bem menores.Também tenho uma conta no Gmail com 92% dos 7GB ocupados com pornografia e cópia dos comentários que vocês me deixam aqui, que nunca serviram para eu me masturbar.

Não é estranho eu dizer que masturbava olhando para tela de um telefone celular quando muitos se masturbam olhando para revistas pornográficas ou nem isso como as de moda íntima ou os anúncios de academias e aparelhos de ginásticas que veem no jornal de domingo. Sim, eu também já fiz isso. O que muda é que um telefone tem mais cultura, ciência e informação em pouca matéria. Afinal de contas, quem nunca gostou de uma masturbção hi-tech?