terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mas você vai ser professor (forever)?

No primeiro semestre desse ano a Secretaria da Educação de Goiás fez concurso público para contratar professores. A concorrência foi baixa, só quem está desesperado, ama a Educação ou tem um espírito de porco pode aceitar trabalhar por 40 horas e ganhar R$1314,52 + descontos (viu a ironia? "mais descontos"), que é um salário de fome para quem tem curso superior e trabalha como um professor.

A baixa concorrência ajudou a frustrar o meu projeto, o de não passar nas colocações primárias e ser convocado antes da hora, o que quer dizer, sem ter concluído a graduação. A prova, cujo nível foi muito elevado, poderia me ajudar nisso, mas o ponto de corte também foi elevado e preferi não subestimar o exame.

O concurso foi homologado e eu passei em 37° lugar - convocação imediata. A Secretaria da Fazenda - que é quem contribuí com a burocratização estatal e permite a da Educação contratar - me enviou uma carta me parabenizando pelo feito - gente falsa é outra coisa - e assim foi publicada a 2ª chamada na qual constou meu nome lá no Diário Oficial.

Bem, liguei hoje em um monte de órgãos do estado e no ping pong descobri que meu nome consta na 22ª colocação, ou seja sou mais inteligente do que queria nesse caso e ando não prestando muito bem atenção nas informações importantes para mim apesar d'eu pensar que estou fazendo o contrário. Agora preciso de uma cópia do Diário Oficial para pedir prorrogação de 30 dias para ver se consigo formar.

Ou seja, Lei da Atração vai entrar em operação. Vou ter que terminar as atividades do Estágio IV antes da hora, a monografia vou ter correr com ela e ver se quem sabe eu consigo defendê-la no começinho de novembro, o que é impossível eu acho, ver se uma professora pode me passar outras atividades para conseguir nota, se consigo cancelar outra disciplina na qual está o menino felpudo, e o melhor, ver se, quem sabe, a Universidade aceita tudo isso e deixa eu fazer uma colação de grau especial, tudo para o comecinho de novembro, é claro.

Talvez tudo isso não dê certo. Penso que seria uma boa contratar um advogado, um de confiança, desses mercenários e espertalhões que dão golpes fazendo interpretação da lei e que encontre nela brecha ou sei lá o quê que me deixe trabalhar como professor.

Vai valer a pena? Fiquei quatro anos praticamente sem trabalhar e preciso trabalhar outra vez. No entanto é bem certo, se dependesse de mim eu não seria e não vou ser professor por muito tempo.

Me dei ao luxo de passar em outro concurso público, da Secretaria da Saúde. Nele trabalha-se menos, ganha a mesma coisa e só exigem Ensino Fundamental. Sou capaz de abrir mão de ser professor para ser um medíocre funcionário da burocracia estatal. Porém com tempo para fazer outro curso superior e estudar para um concurso decente, coisa que nem o concurso de auxiliar administrativo e nem o de professor são. Nesse último por causa do salário, das condições de trabalho e do reconhecimento. Além disso eu não tenho a menor perspectiva com relação a isso mudar pelos próximos quatro anos.

Em Goiás estão escolhendo entre um candidato que despreza funcionário público, ainda mais se for professor, e outro que conseguiu o apoio dos funcionário públicos e dos professores, mais alienados no caso, dando esmolas a eles. Para quem não ganhava muita coisa qualquer esmola vira grande coisa. Dos males os menores porra nenhuma, nenhum dos candidatos no quais a política goiana se polarizou tem moral para falar em Educação e ao meu ver eles são mal intencionados o tempo todo em relação a ela.

Tem uma terceira via aqui, mas terceira evangélica e do PP? Tenha dó, né? Isso está mais para um canteiro central todo arborizado e gramado, o que não é vantagem quando se precisa de pista de autorrolamento.

Bom, é isso, peixos, me liga. E me twita também.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Final de semana.

Prometo que minhas futuras postagens serão menores. Mas é que eu não resisto e sinto uma grande vontade de escrever. No fundo nem é tanta coisa assim e se você não quiser ler, não leia. KKKK

No meio da semana:

Acessei a conta do MSN antigo. Um velho desconhecido apareceu lá. "Oi gato, nossa você sumiu. Que saudades de você!" Eu não tinha desaparecido, apenas troquei de conta e disse a quem quisesse adicionar a nova conta. Então ele me adicionou na nova conta e disse que queria me ver, disse que eu sou muito bonito, que já se apaixonou por mim umas vezes aí, que quer experimentar minha boca carnuda. Eu hein rosa! Poderíamos marcar realmente um dia. Falei para ele para a gente se ver no final de semana.

Na verdade eu não queria sair com ele, conversava muito pouco com o sujeito, não temos assuntos em comum e ainda por cima, ele é feio. Bajular só não é o suficiente e ele se antecipa muito. Havia até sistematizado como transaríamos se namorássemos. E eu mantendo o cara lá no MSN só porque ouvir tantos elogios, apesar de entediante, faz bem ao meu ego, sempre carente de massagem é claro.

No sábado:

Tudo bem, pensei, estou na seca, o sujeito é feio via internet, mas talvez pessoalmente seja melhor apessoado. Marcamos, ele veio subindo manco, meio rechonchudo e com uma pinta no nariz. Pensa, talvez a conversa fluí. Entramos no carro, falo de música e a conversa não fluí, falo de família e a conversa não fluí, trabalho, amigos, política, festa, séries, filmes, estudo, enfim, nada vai fluindo. Ele pega na minha perna e fico com um certo fogo, olho para o rosto dele, feio de doer coitado.

Num momento vejo que ficar com ele será um tédio, veremos, na verdade só eu verei, que não temos nada em comum e ele está muito afim de mim. Diz que eu sou lindo demais. Exagerado é claro, mas que eu sou mais bonito que ele isso eu sou. É uma boa eu tratá-lo como um objeto sexual? Ele pegou na minha perna outra vez, meu pau ficou duro. Mas ele é tão feio que dá até vergonha dizer que fiquei com ele. Mas meu lado cafageste gritou "Devasta!".

Pensei, que coisa imundo e decadente, eu pegando um cara feio só porque estou na seca e tratando-o na minha mente como eu não queria que me tratassem. Lembrando que nessa hora sequer cogitei postar isso aqui. Pensei, o quê importa o que as pessoas vão pensar do meu caráter. Eu quero sexo e o ogrinho aí me quer foder. Assim como em Queer As Folk um feio será feito feliz e lá vai eu.
Disse a ele para irmos a um motel e ele topou. Fomos, paredes vagabundas, davam para ouvir as pessoas em outros quartos. Na televisão os canais em VHF de Goiânia, em outro canal show de sertanejo universitário e no outro sexo heterossexual. O pinto dele não era grande e isso não foi nenhuma surpresa, eu já sabia desde o momento em que vi os dedos e coloquei na balança na hora de pensar no sexo.

"Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado"

E assim foi, quando gozei olhei para aquela pinta, pinta não, verruga no nariz. Ai que vergonha, ai que arrependimento, eu não precisava disso, aí que cafageste eu sou. Eu me odeio, eu me odeio. Como eu tenho coragem de fazer isso comigo e com ele, que é um ser humano, ou não. Ele me beijou e eu involuntariamente fui frio. Respondi meio que justificando: "Estou cansado! Vou tomar um banho!" Tomei o banho bem mudinho, banho de motel não dá para ficar limpo né?Sabonete pequeno demais. Ele abria a boca e eu com um olhar muy sexy colocava o dedo na boquinha que eu beijei fazendo a linha, fica caladinho que eu te beijo. Mas não beijava.

Enquanto eu me secava silenciosamente e vestia roupa ele me perguntava o que foi que havia acontecido para eu ficar calado. Eu respondi que estava reparando o banheiro do motel para fazer igual na futura casa nova. Sim, curti aquele vidro temperado que dá para ver o box pelo quarto. Fomos embora, eu que paguei o motel. Ótimo. Deixei o ogro na casa do amigo dele e fui para a casa da Vaca Profana na cidade vizinha. Contei a minha história promíscua e desprovida de bom caráter enquanto ela tinha orgasmos risícos (existe essa palavra?).

No domingo:
Ogro: Nossa, sonhei como você a noite toda.
Well pensando: Exatamente por isso que eu não posso ficar com você, afinal se sou bonito assim não preciso me rebaixar.
Ogro: Não vai falar comigo.
Well: Estou escrevendo um artigo, estou ocupado.
Ogro: Quando puder falar me avisa.
Well: Ok.

Eu penso: Não custo nada. Sou um vagabundo de primeira. Esse cara não merece isso. Eu sou uma cobra. Mas dane-se, não vou ficar me odiando por causa disso, apesar que mereço.

No domingo mais tarde:

Well: Oi, como você está?
Amigo: Ih, na fossa, mas nem quero falar disso, vamos à chopada?
Well: Não tenho dinheiro.
Amigo: Custa só 20 reais.
Well: Foi o que eu gastei ontem no motel com um cara feio.
Amigo: Porque saiu com um cara feio?
Well: Estava na seca, o único dinheiro que tenho é para pagar um cara da igreja e hoje.
Amigo: Que Igreja.
Well: Uma igreja para LGBT's.
Amigo: Onde fica? Que horas são os cultos? Eu posso ir?
Well: Passo aí daqui a pouco se quiser ir.
Amigo: Vou tomar banho e passar a chapinha.
Well: Bicha!

O Well toma banho com muito gosto, última vez que tomou banho foi no motel. Desodorante, perfume, roupas, calças, tênis, MSN piscando.

Amigo: Demora?
Well: Se você deixar eu sair, não.
Amigo: Liga quando estiver chegando para eu sair.
Well: Well está offline.

Queijinhos... digo, rotatórias antes, o Well enfia a mão no bolso, tira o celular e joga no banco do passageiro. Reduz o carro para a terceira, faz a rótula, saí, engata a quarta, pega o celular, desbloqueia a tela, aperta o o botão de chamadas, seleciona o fone do amigo e põe para chamar. O Well reduz até parar, o telefone chama, o Well engata a primeira, o telefone chama, o Well arranca, engata a segunda e faz a rótula, o amigo atende, o Well engata a terceira, coloca o telefone no ouvido e diz, estou chegando. O amigo responde e o Well desliga na cara dele. O Well engata a quarta com o motor já esguelando.

O Well para na esquina e o amigo não está na porta. O Well liga e apressa o amigo, o amigo justifica dizendo que está trancando a casa. O Well continua apressando o amigo, o amigo saí no portão. O Well diz que está o vendo e vai matá-lo com um tiro na cabeça. O amigo fica estressado e diz que não tem graça. O Well insiste e diz que vai matá-lo, tira a outra mão do bolso e puxa... a alavanca do farol para o amigo vê-lo. O amigo diz que o viu e o Well desliga. O amigo entra no carro e briga porque aquela foi a segunda vez que o Well desliga o telefone na cara dele.

Well: Fui ao motel ontem, por isso que estou quebrado.
Amigo: Gostou?
Well: Não, o cara era feio demais, nada em comum, só fiquei com ele porque eu estava na seca.
Amigo: Porque não falou comigo, hoje lá na chopada se quisesse eu arrumava sete gatos para você.
Luz do combustível acende no Painel.
Well: Nada, ninguém quer me pegar. Tenho que abastecer o carro.
Amigo: Como não, muita gente quer pegar você.
Well: Até um cara feio.
Amigo: Sim.

O Well para no posto, o frentista não vem. O frentista chega minutos depois.
Frentista: É Etanol?
Well: Sim!
Frentista: Acabou!
Well: Ok, vou no próximo... gato.
Amigo: Você dando em cima do frentista?
Well: Só porque estou perto de você
Amigo: O quê?

Amigo fala dos amores frustrados e eu escuto com desdenho e pessimismo. O Well abastece em outro posto e repara no tamanho dos dedos do frentista e gosta daquilo. Quando volta para o carro:

Amigo: Well, que vídeo é esse no seu celular? [dois caras transando]
Well: Casa da minha avó, estava entediado, pensando no cunhado da prima, como era só 50 centavos o Infiniti Web Pré baixei e bati um bolo vendo isso aí.
Amigo: Ai que nojo. Vou transferir via bluetooth.

Minutos depois:

Well: Essa avenida Goiás já teve mais michês.
Amigo: É verdade:
Well: Entrei no lugar errado.
Amigo: Que lugar? Aeh, você tinha que ter ido por aqui. Dá ré.
Well: Não dá, tem um um ônibus me encoxando agora. Nossa, e ele só vai encostando mais. Eu tenho medo de coisas desse tamanho.
Amigo: Do pau do michê?
Well: Não, de ser encoxado no trânsito por um ônibus.
Amigo: Abriu, você tem que ir por alí.
Well: Não dá, não tem como eu virar e o ônibus está vindo com tudo.
Amigo: Você tem que sair daqui, você está na pista do ônibus.
Well: Eu sei, estou esperando um lugar de entrar.
Amigo: Você tem que sair daqui, você está na pista do ônibus.
Well: Eu sei...
Amigo: Você tem que sair daqui, você está na pista do ônibus.
Well: Eu sei cacete, para de dar escândalo, você está me deixando ansioso já.
Amigo: Agora dá para entrar.
Well: Não dá.

Minutos depois.

Amigo: Você tem que sair daqui, você está na pista do ônibus.
Well: ...

Chegamos atrasados ao culto da igreja inclusiva.
- Hana Maracantava Suya. Julia malascaem! Glória 3x Glória.

Well: IrmÕes, esse é o amigo, amigo esse são os irmÕes. Deus é Mas.

Lemos a bíblia, discutimos a bíblia. Eu não oro, todos oram e cantam. O pastor pergunta se alguém ali que aceitar Jesus que fale para que a Igreja ore por ela. Era para mim, mas eu fiquei quietinho como um bom ateuzinho convicto. Ok, oraram, cantaram e zaz.

No fim do culto.

Well: Eu venho aqui e continuo fornicador. Não vou abrir mão da minha vida de fornicador.
Amigo: Eu também. Vamos à chopada?
Well: Não.
Amigo: Vamos?
Well: Não, eu não tenho dinheiro.
Amigo: Disel?
Well: Não.
Amigo: Atenas?
Well: Não.
Amigo: Metropolis.
Well: Não.
Amigo: Você é muito sem graça. Eu pago para você.
Well: Não. Vamos ao centro pegar um michê.
Amigo: Você que sabe, mas como vamos pagá-lo.
Well: Não vamos pagá-lo.
Amigo: Como?
Well: Vamos só olhar.

No semáforo da Goiás com a Paranaíba.

Well: Não tem um michê nessa Goiás.
Amigo: Lá no Banana Shopping.
Well: Eu vi uma coisa num blog e acho legal.
Amigo: O quê?
Well: Nós chamamos um mendigo e falamos para mostrar o pau e bater uma punheta por 10 reais.
Amigo: Você tem coragem?
Well: Eu tenho vontade, não tenho coragem, estômago e meus princípios éticos [/se é que eu não perdi isso ontem no motel] não permite.
Amigo: Nossa! Mas um mendigo pode dar muito mais do que um punheta por dez reais.

Well olha o amigo com uma carinha safada.

Amigo: Tem algum mendigo bonito pelo menos?
Well: Já vi uns meninos de ruas, desses que saem de casa para se viciar em craque. Um dia dei um real para um só porque era bonito.
Amigo: Sério?
Well: Na verdade não, dei porque tinha um monte por onde eu passei e eu estava com medo que eles me batessem.

Paramos em outro semáforo. Para um Celta ao lado.
Well: Que rapaz lindinho né? Pena estar com uma racha.
Semáforo abre.
Amigo: Você ouviu as músicas que eles estavam ouvindo?
Well: Não.
Amigo: Lily Allen.
Well: A britância gay friendly?
Amigo: Os dois naquele carro era entendidos.
Well: Eu quero o motorista do Celta. Vou reduzir para eles me alcançarem. Ah, viraram na 3. Pode virar na 3?

Virando na Rua 2.

Amigo: Olha que cafuçu bonito ali.
Well: É verdade e ele deve fazer sexo de graça e deve ter local.
Amigo: Ei, ei, ei.
Well: Tá curtindo?
Amigo: Eiiiiiii.
Well: Mentira que ele é?
Amigo: Não, ele nem ouviu, só estou curtindo.

Chegando no Banana Shopping.
Well: Mas gentsfi, eu nem sabia que tinha garotos de programa por aqui.
Amigo: O que mais tem? Vamos à sauna, está aberto olha.
Well: Sauna? [eu nunca fui a uma sauna]
Amigo: Ah, estamos de calça. Nem rola.
Well: Gostei desse cabeça raspada.
Amigo fechando o vidro rapidamente.
Well: O que houve?
Amigo: O namorado do meu amigo é garoto de programa.
Well: O que têm.
Amigo: Descobri agora e ele não me pode ver aqui.
Well: Por quê?
Amigo: Um dos meus aspirantes a namorados é amigo dele.
Well: Um dos...

Na Avenida Universitária.
Well: Nossa que monte de gente colorida.
Amigo: Para, que eu vou ficar aqui.
Well: E vai me deixar voltar sozinho?
Amigo: Não, eu estou curtindo.
Well: E olha que tem gente bonita lá.
Amigo: É.

Enfim, é o que tem para hoje. [Braccini, 2010]

Peixos, me liga.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O bom cristão é contra os homossexuais.

Não me peça para ser tolerante com religiões porque não dá. No Brasil liberdade religiosa existe a qualquer custo e por causa dela muitas pessoas são prejudicadas, mesmo que não tenham a ver com nada. As religiões cristãs precisam de freio, o que elas estão fazendo já é crime. Na internet circula várias mentiras que partem dos templos e retiros religiosos a respeito de diversos assuntos e pessoas, entre elas as homossexuais. Mentem, inventam, endemonizam e não é feito nada porque é liberdade religiosa. Eu questiono essa liberdade.

Essas mentiras viram vídeos, que o Papai Gay publicou uma indiganção e a Lola fez esse post criticando. Mas não comemorem, porque não vão parar. Essa semana minha amiga, muito incomodada com a minha opinião política, visível no Orkut.com, me enviou um vídeo, logo abaixo, de um pastor evangélico usando esse vídeo da postagem do Papai Gay e da Lola, para justificar porque não se deve votar no PT.

Para mim é tudo absurdo, além de inventar mentiras para incitar o ódio aos homossexuais, o amor que é o quê eles não têm por nós, ainda estão orientando as pessoas em que elas devem votar. Está certo, o pastor fala em quem não votar, mas se traduzirmos a fala dele para uma equação de lógica vamos ver que é tudo a mesma coisa.

A amiga não sabe que eu sou ateu e nem homossexual, sabe apenas que eu voto na Dilma e outros candidatos do PT, talvez se soubesse disso ela teria mais motivos para me enviar o vídeo. Como fiquei indignado passei todo começo dessa noite redigindo a longa resposta que publico abaixo.

Observação, eu sou um "petralha" sim e não me incomodo com isso. Se você acha que eu tenho que mudar de opinião leia a resposta que enviei a minha amiga até o final e veja que o quê você tem a me dizer não muda nada e só vai me causar antipatia pela seu pedantismo.

Eis o vídeo que ataca aos homossexuais:



Eis a minha resposta:

Antes de tudo quero advertir que o quê me levou a demorar nessa resposta é o fato da grande quantidade de idéias que o vídeo trata e a maneira como elas são misturadas. Por isso a reflexão é mais delongada. Também quero deixar claro que as minhas críticas, que certamente não serão em algum momento cavalheiras, são para as idéias do vídeo e das pessoas que nele aparecem e não são contra o seu caráter e a estima que tenho por você.

Vou começar com a frase que você deixou junto com o vídeo, pois a crítica que farei a ela vai orientar todas as seguintes. Então temos “A questão não é ‘meramente evangélica’, é o clamor de um povo cristão, que acredita em Deus e tem Nele seus princípios fundamentados.”

Discordo. A questão não é o povo cristão acreditar em Deus e pensar que Ele quer que as pessoas assumam certos princípios. O que é absurdo nessa afirmação é pensar que os cristãos são os únicos detentores de valores morais e éticos, são os únicos compromissados com a vida, são os únicos que conhecem a verdade e que todas as pessoas devem seguir ao que eles pensam. Agora vamos entrar nos outros assuntos que o vídeo mostra, de maneira truncada e tendenciosa diga-se de passagem.

A PEDOFILIA – O que é bem certo é que a nossa opinião a respeito da pedofilia é rasa. O jornalismo a que temos acesso trata o assunto de maneira superficial ou usando frases de efeito, mas não esclarece o que de fato é pedofilia. Às vezes aparece um “especialista cristão”, mas o quê ele diz não é confiável já que ele mistura os seus valores religiosos com os conhecimentos científicos, em geral para validar os primeiros. Por causa disso vem se instituindo um patrulhismo ideológico no Brasil onde, dada a nossa ignorância, qualquer coisa se torna pedofilia ou apologia a ela, mesmo que não seja. Não deixo dúvida que a pedofilia é um problema a ser resolvido. Mas para pensar sobre esse problema e resolvê-lo é necessário conhecer o quê ele é e calcular os efeitos das medidas tomadas. Usar as frases de efeito das 18h00min na Band e os clamores em templos não são os melhores métodos de resolver o problema.

O DIVÓRCIO – Aqui a questão também tem a ver com os cristãos imaginarem que são os únicos dotados senso ético e moral e que todos devem agir como eles pensam. No caso do Brasil existem pessoas pensando de maneira diferente a respeito de vários assuntos entre eles o casamento. Por causa dessa diferença, muitas dessas pessoas se casam apenas no civil ou tem outras religiões que dão outros significados ao casamento. Os cristãos podem não concordar, mas não podem tirar o direito dos outros pensarem como pensam. Se os cristãos são contra o divórcio, então que não se divorciem.

O ABORTO – Esse também é outro caso em que os cristãos ignoram as concepções discordantes e trata o próprio pensamento como o único válido. O que agrava a discussão sobre o aborto é que ela envolve também aspectos filosóficos, científicos, antropológicos e sociais cujas concepções cristãs não levam em consideração ou não apresentam solução sem que essa solução signifique acreditar no mesmo que os cristãos. Se os cristãos são contra o aborto por motivos religiosos, então que não o façam. Agora se acreditam que o aborto é assassinato, que o feto está vivo e é inocente, provem com fatos técnicos e científicos, dêem uma solução às mulheres grávidas que não poderão abortar e à criação dos filhos que terão. O Estado brasileiro é laico e não pode tomar como pressuposto de suas leis e políticas as doutrinas religiosas de um grupo, mesmo que ele seja maioria.

O INFANTICÍDIO – O aborto é diferente dos rituais de alguns povos indígenas para com as crianças gêmeas ou portadoras de necessidade especiais. Não é ético o vídeo colocá-los como coisas iguais assim também como não é ético generalizar todos os povos indígenas. Com relação ao infanticídio, também sou contrário a ele. Uma solução para o problema não é algo que podemos fazer já que não entendemos a fundo o que acontece. Sei que as crianças devem ter suas vidas protegidas, inclusive pelo Estado, instituição que acredito que deve ser feita pelas pessoas para defender os interesses das pessoas.

A PORNOGRAFIA – Esse, pausa, também é um caso em que os cristãos pensam que todos devem ter a opinião moral que possuem, nesse caso em relação ao corpo, ao sexo e aos prazeres para ser mais exato. Nem todas as pessoas têm essa opinião e não é por causa disso é que elas vão deixar suas pornografias para lá, uma vez que o consumo disso deve ser do livre arbítrio e acordo das pessoas envolvidas. Todavia os cristãos não são obrigados a apreciarem conteúdo pornográfico se acham isso incorreto. Então nesse caso não só acho justo, como necessário que se faça censura etária para locais abertos ao público, para os produtos culturais, entre outras coisas, que contenha pornografia. Só que não podemos proibi-la porque algumas pessoas acham errado, de acordo com as concepções religiosas ainda por cima.

A FAMÍLIA – Existem vários modelos de família. No entanto o vídeo trata como o único modelo viável o modelo cristão, pais casados e com filhos. Não vejo nada de mal nesse, até mesmo porque fui criado em uma família assim e muito dos valores que carrego comigo e que julgo bons eu aprendi nele. Todavia é absurdo considerar que este seja o único modelo de família existente ou que só ele deve existir, que nos outros modelos de família, como o com pais separados, haverá, como eu já ouvi dizer, pessoas inescrupulosas e sem amor ao próximo por exemplo. Essas conclusões a respeito das pessoas não são possíveis, estamos tratando do fator humano onde determinismos são perigosos. Além disso, se o modelo de família cristã fosse perfeito, não haveria dentro desse mesmo modelo casos de agressão familiar, de pessoas viciadas em drogas, entre outras coisas prejudiciais.

A AGRESSÃO FAMILIAR – Eu concordo com o vídeo, isso é um problema, não porque ele destrói a família, cristã, mas porque ele destrói as pessoas e é com elas que eu me preocupo. Família é valorizada para servir as pessoas e não contrário. As soluções para esses problemas são muitas, no entanto freqüentar a Igreja não deve ser uma política incentivada pelo Estado, pois esse é, ou deve ser, uma instituição laica e por causa disso não deve favorecer a uma religião ou a um grupo delas.

A HOMOSSEXUALIDADE – O que os homossexuais querem são direitos e políticas públicas que contemplem suas peculiaridades e porque outros seguimentos da sociedade possuem e ou podem requisitar. Os cristãos podem não achar os homossexuais corretos do ponto de vista de Deus – o que também é questionado inclusive entre os próprios cristãos e é neles que acredito mais – mas não podem impedi-los de viverem suas vidas. Com relação ao PLC 122/06, chamá-lo de lei da Mordaça Gay é apenas um extremismo, pois em nome da liberdade religiosa e do que alguns acreditam ser correto, os cristãos usam rádio e televisão, outdoors, publicam material fazendo afirmações a respeito dos homossexuais que são preconceituosas e que prejudicam a eles. Os homossexuais não são contra os cristãos, apesar de que é difícil ter simpatia por muitos deles levando em conta o quê falam, e na maioria dos casos também se consideram cristãos. O que os homossexuais querem é que a liberdade religiosa seja limitada, e não suprimida, pela liberdade deles serem respeitados enquanto pessoa.

De modo geral o que eu posso concluir é que as pessoas que produziram esse vídeo não são éticas. O que elas fazem é um material com mensagens truncadas, com meias verdades e mentiras para confundir as pessoas. As pessoas por outro lado não são pobres coitadas e enganadas. É obrigação de todo mundo verificar os dois lados da moeda, verificar todas as opiniões em relação a um mesmo assunto e não tomar conceitos pré-concebidos. Além disso, é visível que estão se recusam a dialogar com as outras opiniões. Se dialogassem o máximo que fariam era não concordar com esses assuntos, mas não satanizar as pessoas que defendem o casamento homossexual ou o aborto, o quê só comprova o fundamentalismo que tira a propriedade dos cristãos para criticarem o que se é apresentado de outras religiões, como a muçulmana, e que achamos absurdo e ditatorial.

Como sempre na história utilizam o nome de Deus para conduzir a grande massa e assim ser feito o que os líderes religiosos querem. Esse pastor e os que pensam como ele é na verdade adepto do voto de cabresto. Tudo bem, ninguém é obrigado a gostar do Partido dos Trabalhadores, mas a forma como eles estabelecem a crítica a ele é suja. Utiliza o quê as pessoas acreditam como sagrado e inegavelmente têm medo, Deus, para acusar o PT por coisas ou que ele não defende, ou que ele defende dando uma justificativa que uma parcela dos cristãos se recusa a conhecer ou considerar.

Bem, novamente venho frisar que minhas críticas são às idéias de quem produziu o vídeo quer passar e posso dizer até mais nesse momento, questionar a índole dessas pessoas. Mas também quero frisar que não tenho sentimento de ira alguma por você ou por sua boa intenção, mesmo que minhas palavras pareçam irritadiças.

Por fim quero deixar claro a você, minha amiga, que eu respeito a sua antipatia pelo PT e pela Dilma Rousseff porque acho que você tem esse direito e têm seus motivos. Em função dessas duas premissas não envio emails e afins para você mudar de opinião. No entanto deixo claro para você que me incomoda a sua “militância” para que eu mude de opinião e quero deixar claro que eu vejo e leio jornais e revistas, que tenho acesso às mesmas informações que você, como os emails que me envia, mas se eu confiasse nelas, no que elas dizem e ou se eu tivesse as mesmas “diretrizes” religiosas que você possui, eu pensaria no mínimo diferente. No entanto não, eu não penso como você a respeito desses assuntos e tenho meus motivos para isso, por isso eu voto na Dilma Rousseff e nos candidatos do PT.

Desde já tenha um bom final de semana e até a próxima, que espero não ser para colocar notícia de jornal para provar que o email é mentiroso.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Homens felpudos

Meninos felpudos são os meus prediletos, adoro os pelos alheios do mesmo modo que não gosto dos meus. Na verdade gosto de todos estilos, mas quanto maior a massa corpórea e a idade, menores são as chances de me interessar por algum cara. Mas como eu dizia, eu gosto de meninos felpudos, mas eles precisam apenas ter pelos e não precisam ter cara de pais, tios, avôs, caminhoneiros, operadores de pá mecânicas e etc. Acho que isso é coisa de urso né? Então, não gosto de urso, mas o Edu é fofo. Gosto apenas de caras que tenham pelos como o que cursa a disciplina de Lógica e usa All Star preto com linhas vermelhas, aquele que me olha toda vez que eu demonstro pânico por não entender as equações de Lógica.

Esse tipo de homem felpudo é o que mais me agrada e se parece inclusive com o falecido. Ah sim! O falecido foi a chance de namorar que tive já no segundo ano na Universidade, no entanto ele estava num conflito pior que eu e sumiu sem dar notícias e zaz, muito menos se mudou para a capital como havia prometido. Foi embora sem nem me dar a chance de sequer abraçá-lo ou beijá-lo. Sempre que ouço Flerte Fatal do Ira ou Ghost Love Score do Nightwish eu me lembro dele e fico, entre muitas coisas, carente.

O menino da disciplina de lógica se parece também com o menino que foi se deixar atropelar pelo caminhão assassino da Celg, cia de eletricidade falida pelos retóricos da Praça Cívica. Mas a vantagem é que o menino felpudo e lindo está totalmente vivo, até a última vez que o vi, e conversou comigo ontem. Eu não me recordo o nome dele e só falamos sobre a minha sugestão de fluxo curricular, quer dizer, sobre as disciplina em que me matriculei.

Enfim, gostei de ter conversado com ele. Eu fiquei assim, contente quando eu falava alguma coisa na aula e ele olhava para mim, um tanto quanto sorridente. Pena eu ter talento para saber o tamanho da roda gigante só de olhar para os dedos e afins, mas não desconfiar se naquele parque de diversões o túnel do amor é livre para mim. (Engasguei dando risada do que acabo de escrever).

Eu prometo para mim mesmo que a promessa que farei a seguir não será uma dessas promessas que eu não consigo realizar por eu não me sentir efetivamente pressionado, eu prometo que descobrirei se o menino felpudo é do um menino felpudo homoafetivo, ou biafetivo.



Bem, mas é isso, eu adoro meninos felpudos, apesar que felpudos em geral não tem grande parques de diversão como os lisinhos magrinhos moreninhos.




Sei lá, esse texto tá uma merda... mas como não esotu muito inspirado nos últimos dias, vai assim mesmo.

Peixos, me liga.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Eu não fui a parada gay

No último domingo aconteceu a parada gay em Goiânia. Eu não fui e me dei conta da concomitância do evento com a viagem somente na véspera dessa viagem, que é o que me impediu de ir à parada. Por um lado foi bom, afinal de contas não passei por nenhuma polêmica interna entre ir à casa da avó no interior ou ficar sozinho em casa, fazendo desfeita aos parentes, colocando a leitura em dia- o que eu não faria mesmo, com a possibilidade de chamar a galera para ir à parada gay e talvez chamar alguém para vir aqui em casa para "conversarmos".

Bem, nem fui, também estava entusiasmado para ver como o carro novo andaria na rodovia e ele andou muito bem. Enquanto aconteceu a parada gay eu estava sem camisa e de bermuda com a parte abaixo da cintura submersa em um rio com arraias. Na verdade eu e todo regente senso comum das pessoas ali presentes não sabia que existia arraias naquele rio, aliás, fomos saber disso só no dia seguinte, quando um parente próximo, morador do local e frequentador do rio a tempos foi atacado por uma por uma arraia ou a atacou.

Contudo, questões envolvendo impactos ambientais e espécies invasoras a parte - já que nesses rios não existiam arraias há poucos anos - conforme atestam o bom estado dos meus pés, sobretudo meus calcanhares, eu não fui ferroado por nenhuma arraia, mas quis ser ferroado, nesse caso pelo o cunhado da prima. Em tempos que eu escrevia pior e mais ridiculamente que hoje, eu falei do cunhado dela quando pela primeira vez o vi.

Na ocasião mais recente, estava eu lá, refrescando a bunda dentro da água e tentando que essa mesma água refrescasse meu pau que insistia em ficar duro. Eu olhava o cunhado da prima, lá com seus 26 anos, corpo todo torneado e cheio de veias sem precisar de academia, até mesmo porque ele é um trabalhador semi-braçal, ou braçal já que não sei bem o que pode significar semi-braçal.

Além do corpo lindo, das pernas duras e peludas, da barriga predominante lisa, mas com aqueles pelos maravilhosos descendo um pouco acima do umbigo para o... parque de diversões, ele tem um rosto lindo. Já devo ter contado aqui que costumo olhar para os dedos dos caras, contextualizá-lo com o tipo físico e ao final estimar o tamanho do parque de diversões. No caso dele a estimativa deu conta de uns 18 cm, levemente curvado para cima e com a cabeça bem rosada. Claro, é uma estimativa, mas não costumo errar. Rigorosamente eu posso não estar, mas sempre que faço estimativas eu não me frustro quando olho a roda gigante, porque em alguns casos já vou frustrado.


Enquanto as crianças se empolgavam com a lalara - porque vamos combinar, arara é um trava línguas para as crianças falarem com aquele jeito infantil de maior novidade do mundo - azul/amarela pousada na beira do rio e o cunhado da prima falava coisas sobre ela, coisas que certamente ele viu no Globo Repórter, eu ficava lá dentro da água, quietinho como um jacaré, espiando aquele corpo perfeito a se avermelhar com o alto índice de radiação UV do Vale do São Patrício.

Já conversei com o cunhado da prima algumas vezes, ele é a humildade em pessoa, simples. Tudo bem que ele se veste como um playboy, mas ele é humilde mesmo assim, do tipo que dá valor as coisas simples da vida como jogar truco enquanto ouve a Maída e Marcelo - dupla sertaneja que vocês, que não gostam de sertanejo, devem agradecer por ainda não ter aparecido no Faustão, porque quando aparecer vocês vão achar Maria Cecília e Rodolfo pouca coisa - cantando Boiadeiro Errante, que acho linda porque fala de Goiás e de Minas Gerais, respectivamente meus estados de nascença e de descendência.

Eu deveria conversar mais com ele, ainda mais depois que descobri que ele também vota na Dilma. Não que eu não converse com as pessoas que não votem na Dilma, mas sabe, dilmistas dão mais simpatia as minhas eloquências. Vão dizer que vocês não se sentem mais a vontade quando falam com alguém que tenha opiniões semelhantes as suas? Bem, ele vota na Dilma e não conversei muito além sobre isso e sobre a lalara azul/amarela ou sobre a sobrinha dele, a filha recém nascida da prima. Talvez seria uma boa a sugestão do Mauri, é melhor embebedá-lo e assim, fazer tudão com ele. Problema é embebedá-lo. Vamos lá, nem vai rolar eu embebê-lo. Mas pelo menos vai valer a pena tentar uma aproximação com ele. Qualquer evolução é, como sempre, bem vinda.

Ah sim, sobre a parada gay. Lamentável eu não ir. Talvez esse ano eu fosse sozinho já que minhas cias não foram. Também, pelo que consta, a parada gay desse ano não foi lá grande coisa. Lamentável mesmo porque a do ano passado foi um divisor de água na minha vida, serviu para eu questionar os meus preconceitos ou simplesmente saber quais exatamente são alguns deles, experimentar um pouco mais da liberdade de ser quem se é sem receios, aprender o quão necessárias são as experiências para tornar os julgamentos mais sensatos.

Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.
[Dormir e acordei Lobo Cinzento hoje, na verdade acordei mais bicho preguiça]

Peixos, me liga.