Em Goiânia está deflagrado um movimento de greve dos professores municipais. Os professores estão pedindo plano de carreira para os agentes educacionais, isto é, os funcionários responsáveis pela limpeza, pela merende, pelas rotinas administrativa da escola e também estão pedindo para que o a prefeitura pague o piso nacional para professores, que é atualmente é R$1312,85.
Bem, a Prefeitura naturalmente não vai pagar e olha que o prefeito é do PT e professor licenciada da Faculdade de Medicina da UFG. A alegação é a clássica, o Município não tem dinheiro para isso, apesar da ampla propaganda patrocinada pela Prefeitura na Televisão e no Rádio.
Semana passado os professores se aglomeraram em frente a Secretaria Municipal de Educação e a Guarda Municipal expulsaram os professores com cacetes e spray de pimenta. O que me deixa irritado nisso não é tanto a truculência do Estado ou a hipocrisia política e sim a visão da população.
Não sei se a imprensão minha, mas tanto quanto dizer que uma ditadura gay, censura a imprensa está surgindo, parece que chamar qualquer aglomeração agora também é terrorismo e está todo mundo dizendo que os professores são terroristas e principalmente egoístas, estão pensando só no bem deles, que se estão insatisfeitos que vá empacotar compras no supermercado.
Li isso em algumas comunidades do Orkut.com e novamente outro soco na barriga me veio e aquela pergunta de sempre: “Mas você vai ser professor?”
Quem dera se os professores pensassem só neles, esse que é o problema, todo mundo acha e até mesmo alguns professores que o Magistério rima com Sacerdócio e não é. Professores também tem necessidades, também são bombardeados pelo consumismo, também precisam atender com dignadidade as boas condições de vida e material.
O que me estarrece é a opinião alienada das pessoas que atribuem o fracasso da Educação somente aos professores, quando ele é atribuído a todos entes. A superciliadade das ideias são tantas que usam terminologias da moda como terroristas para causarem efeito e sequer vão em cima do Estado exigir, como os professores, que embora existam muitos desmotivos sim, estão em busca de alguma melhoria.
Pior é o Prefeito no Twitter imaginar que o problema da Educação seja resolvido apenas com verba, verba e mais verba. Lisongeado ele diz que a Prefeitura gasta 26% do orçamento com Educação. Enquanto gestor público deveria ele pensar que Educação também é uma questão de planejamento e acompanhamento.
Depois esbulgalham os olhos porque eu passo em um concurso público e me sinto derrotado mesmo assim. Eu que me prepare, porque na rede Estadual de ensino, salários, condições de trabalho, interesses em resolver as questões por parte dos professores e ingerência política, principalmente com a volta eminente de Marconi Perillo, vão ser bem piores.