segunda-feira, 31 de maio de 2010

Saudades do meu Samsung Fashion Cam

Depois que comprei o meu Samsung Fashion Cam, minhas masturbações nunca mais foram as mesmas. Antes dele eu tinha um Motorola C210, um aparelho que era uma grande porcaria, mediocre como um bom produto Motorola que se preze, a tela era monocromática com fundo azul, que por sinal eu gostava, tinha poucas funções, nem calculadora existia naquilo. Foi um dos primeiros aparelhos CDMA a ser comercializado em Goiás, nos tempos que a Vivo tinha a maior cobertura e índice de reclamações.

Bem, o Samsung Fashion Cam revolucionou a minha vida e o meu cuidado com a gestão do dinheiro. Minha mãe havia me dado apenas 300 reais para trocar de aparelho, lá no final de 2005? Eu acho que foi. Não aguentava mais aquele bostorola e lá na loja do Setor Sul eu vi o Samsung, fazendo lado a um Pantech, que além de feio era de uma marca desconhecida para mim até então, e acabei pagando por ele R$400,00. Quase chorei para não devolver o aparelho e meus pais deram uma longo sermão por causa disso.

O Samsung Fashion Cam era ótimo, também era CDMA, single band e uni mode, resumindo, ele não pegava em Minas Gerais, nem mesmo em analógico na área da Telemig, que a Vivo a tenha. Tinha uma câmera VGA, toques polifônicos, dava para colocar aquele do Lula falando “Comfanheiro, fou eu, afende efe telefone!” ou da namorada ciumenta dizendo “Amôôr, atende? Amor atende agora!”

Tudo bem que nada de bluetooh, mp3 player, gps, touch screen, memory card. Mas era uma boa compra há cinco anos e custando R$400,00. Outra coisa boa era o fato dele ser CDMA 1xRTT, traduzindo, ele acessava internet a, supostos, 144Kbps em tempos que muita gente navegava com conexão discada comemorando 54Kbps ou 55Kbps quando a rede tava boa.

Tudo bem, internet móvel sempre foi cara, mas para mim era viável navegar na web através daquela tela ridícula de um celular, pois na época a Vivo era incompetente ou muito mais do que hoje. Traduzindo, eu navegava, navegava, navegava e navegava sem crédito e quando tinha crédito, eu pagava R$0,12 por um tráfego que custaria talvez algumas centenas de reais.

O que eu vazia na web? Bem, usava o wap para ler piadinhas, entrar em bate papo, longos bate papos inconclusivos e também… entrava em conteúdo adulto. Por isso posso dizer que um celular revolucionou minhas masturbações, mesmo que eu não usasse o vibracall.

O conteúdo adulto que era estranho, pois o conteúdo próprio para wap, internet de celular, era pequeno e eu não me interessava pela Playboy e sites que tivessem apenas mulher pelada. Gostava das orgias heterossexuais ou gays. O Gls Planet, site gay do Terra tinha uns modelos gostosos e o The Boy deixava só na espectativa, mas eram bom ver as cuecas dos modelos. Existiam também alguns vídeos, sem som e repetitivos, acho queram gifs na verdade. O que me chapou foi o kamasutra gay.

Bem, logo me cansei, não, minto. Logo eu explorei todo conteúdo pornográfico gay dos portais wap em língua portuguesa. O que eu fiz, passei a frequentar o Google, ou melhor, pesquisar no Google contos eróticos que virou minha nova paixão. Resultado, eu fedia porra. Mas eu acabei parando, já tinha enjoado daquilo e aqui em casa tinha uns VHS escondidos que meu primo deixou aqui, do tempo que brincávamos de médico.

Um dia roubaram o meu Samsung Fashion Cam no Circular, foi um dia que eu fui na porta, voltando da escola, e criticavam os paulistas por terem votado no Clô para deputado quando o culpado pelo nosso falido sistema de transporte era o prefeito de Goiânia mesmo.

Bem, hoje tomo mais cuidado com a higiene, não navego mais em conteúdo wap, a Vivo ficou mais esperta, apesar que as tarifas estão bem menores.Também tenho uma conta no Gmail com 92% dos 7GB ocupados com pornografia e cópia dos comentários que vocês me deixam aqui, que nunca serviram para eu me masturbar.

Não é estranho eu dizer que masturbava olhando para tela de um telefone celular quando muitos se masturbam olhando para revistas pornográficas ou nem isso como as de moda íntima ou os anúncios de academias e aparelhos de ginásticas que veem no jornal de domingo. Sim, eu também já fiz isso. O que muda é que um telefone tem mais cultura, ciência e informação em pouca matéria. Afinal de contas, quem nunca gostou de uma masturbção hi-tech?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Minha mãe e minhas gorduras

Eu no meu quarto sem camisa, minha mãe entra, se senta a cama, me olha de cima até embaixo e diz:

- Êhhh, mas você está gordo!

Pronta e rispidamente eu respondo:

- Não precisa falar, eu já sei que eu estou gordo.

- Porque você me trata mal se eu te trato bem? [/nem pensei na música de Pedro Luís e a Parede] Que mal tem eu dizer que você está gordo?

- Mal? Na verdade que importância tem eu saber que você me acha gordo. Eu sei que eu estou gordo e não gosto nenhum pouco disso. Você falar que eu estou gordo não vai ajudar em nada para resolver meu problema.

Então começa as lamúrias da minha, ela diz que eu sou ríspido, grosso com ela, que meu primo não trata minha tia assim, que a fulana só anda abraçada à mãe dela, que coisa e tal e tal e coisa, que é assim assado e zaz. Ela ficou magoada, a voz embargada.

Tudo bem que eu tenho engordado, isso tem me deprimido, abaixado mais minha autoestima e feito me sentir um Shrek, que o que a minha mãe tem a me dizer ofende de certa maneira e não tem compromisso algum em me ajudar, que ela é adepta de um dramalhão mexicano, mas o que ela disse não deixa de ser verdadeiro. Eu sou muito ríspido com ela. Porém não sei porque respondo de forma tão raivosa as perguntas idiotas que ela me faz, a destrato com regularidade, a minha crítica com relação a ela é mais acirrada, enfim.

Ela se sente desprezada, apesar que eu não a desprezo e de forma alguma ela mereça meu jeito grosseirão. Pior que é só com ela que eu sou assim. Mas eu a amo muito mesmo e deveria dizer isso a ela e não escrever aqui. Mas eu a amo, sinto falta dela e me arrepio quando penso saber que um dia ela não vai voltar. Contudo meu amor é uma discreta rosa branca com espinhos [/lembrei do texto do Lobo Cinzento].

Não que eu tenha menos amor para com a minha mãe - e acho errado medir amor ou pelo menos medir esse amor fazer escala e tudo mais. A questão é que não aprendi a lidar com a minha mãe, com como ela entende o que é o amor é manifestado e não tenho me esforçado para tal.

Me falta mais policiamente e reflexão. Tempo é necessário? Talvez, mas enquanto isso tenho destratado minha mãe e ela se ferido comigo. O meu tempo vai acabando, deveria eu aproveitar enquanto, ainda talvez, tenho o amor dela e assim não a magoasse mais e nem me deixasse também chateado.

Estou zangado comigo e nem ao luxo de me chamar de filho da puta agora eu posso, pois na verdade sou mesmo é um filho de chocadeira, gordo com meus parcos 167cm que mal estão servindo em uma calça 42, que a toda vez que me sento tem aquela barriga se projetando a frente, perdendo eu a elegância e a atraência sexual.

P.S.: Acho que eu fui o único leitor da postagem do Braccini sobre a gordura e não achei a menor graça.

sábado, 22 de maio de 2010

Teste das cores

Eu tenho reservas quanto a esses testes de personalidade, gosto e afins. Geralmente erram ou vão por um viés extremista. Mas nunca vi um que me descreva de forma tão objetiva assim, sem determinismos. Agora tem um detalhe, o teste me criticou, elogiou ou nem lá e nem cá?

Como você opera, age, frente aos seus objetivos e desejos:
Precisa de ambiente calmo. Quer libertar-se da tensão, de conflitos e desacordos. Esforça-se por controlar a situação e resolver seus problemas, por um procedimento cauteloso. Tem grande sensibilidade e apurada noção de detalhes.
Quer estabelecer-se e causar impacto, a despeito das circunstâncias desfavoráveis e de uma falta geral de apreciação.
Suas preferências reais:
Está insatisfeito. A necessidade de fugir ao envolvimento constante com suas cincurnstâncias presentes torna imperioso que encontre alguma solução.
Necessita de paz e tranqüilidade. Deseja um cônjuge amante e fiel, do qual possa exigir consideração especial e afeto incondicional. Se essas exigências não são satisfeitas, é capaz de se afastar e isolar-se de todo.
Sua situação real:
Quer ampliar seus campos de atividade e insiste em que suas esperanças e idéias são realistas. Está angustiado pelo medo de que possam impedi-lo de fazer o que quer; precisa de condições calmas e de tranqüila reafirmação, para recuperar a confiança em si.
O que você quer evitar:
Interpretação fisiológica: Tensões resultantes de incapacidade de manter relações de maneira estável em condição desejada. Interpretação psicológica: Deseja alguém com quem possa compartilhar plenamente de uma atmosfera de clara serenidade, mas a compulsão para demonstrar sua individualidade leva-o a adotar uma atitude crítica e exigente. Isto provoca desentendimentos que levam a períodos alternados de aproximação e afastamento, de modo que não se permite o desenvolvimento do estado ideal que ele deseja. A despeito do impulso para satisfazer seus desejos naturais, impõe considerável contenção aos seus instintos, na crença de que isto demonstra sua superioridade e o eleva acima do comum. É perspicaz, crítico e exigente, tendo gosto e distinção. Estas qualidades, combinadas com sua tendência para formar seus próprios pontos de vista, permitem-no julgar as coisas por si mesmo e expressar suas opiniões com autoridade. Aprecia o original, o engenhoso e o sutil, esforçando-se por ligar-se com outros de gosto idêntico que possam ajudá-lo em seu pleno desenvolvimento intelectual. Deseja a admiração e a estima dos outros. Em suma: refinamento intelectual ou estético.
Seu problema real:
Quer ser estimado e respeitado e procura obtê-lo numa união íntima e tranqüila, de mútua estima.
Precisa ser apreciado e respeitado como individuo excepcional para estimular seu amor-próprio e a sensação de valor pessoal. Resiste à mediocridade e impõe elevados padrões a si mesmo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sem chão

O dia 18 de maio de 2010 não vai sair da minha cabeça. Levarei-o pelo resto da minha vida, para bem ou para mal. Talvez, e eu quero, que ele sirva para que eu dê risadas para quando eu souber mais do que sei hoje. Mas rir agora do que houve na manhã da terça-feira eu não consigo.

Meu otimismo acabou ou entrou em um eclipse que tomara não perdurar até domingo, dia da prova do concurso da Secretaria Estadual de Educação. Queria fazer a prova inspirado. De toda forma farei a prova, mesmo que eu não queira nunca mais saber de sala de aula, pelo menos por agora. Mas farei para que minha razão não me cobre por uma burrada que fiz num passado de emoção.

Na terça-feira foi a tomada de consciência da minha incompetência, inexperiência após um massacre perpretados por um monte de pré adolescentes. Daquela aula saí sem chão, sem instrumentos, sem norte ou horizonte e pensando que não é tarde para mudar de curso.

Talvez seja desespero meu, mas me sinto desolado, quatro anos para tão pouco. Concurso safado, governador safado, tempo novo safado, país falido. Ninguém se importa com Educação, embora todos devessem. Salário de fome, estudar tanto para no final das contas ganhar R$1314,00 por 40 horas. Outra secretaria do estado, a da Saúde, está pagando 1200 e qualquer coisa para quem tem ensino fundamental trabalhar de recepcionista.

E o Estado ainda quer que os jovens façam licenciatura? Quem vai fazer licenciatura? Talvez um tapado como eu lá por volta dos 17 anos confundindo paixão por uma ciência que mal conheça e os afãs messiânicos para com o futuro do país e da Educação. Que se danem a Educação, o futuro dos outros, assim também os seus filhos. Sequer preocupam com seus filhos.

Quem se importa? Nem mesmo os próprios professores em muitas das vezes com suas atuações mediocres, seus salários de fome e com suas ilusões. Olha só, até o concurso para contratação de professores foi prorrogado.

A Secretaria Estadual da Educação protegeu os alunos, eles não precisam usar uniforme, não precisam chegar no horário, não podem ser expulsos ou reprovados. O Ministério Público não deixa reprovar aluno. Também não deixa expulsar. O Ministério Público é ótimo, com leis e as leis falam que ninguém pode ser expulso da escola porque isso é cercear o acesso a Educação. O Ministério Público entende de Leis, mas as Leis não entendem de Educação.

O Ministério Público deveria tomar no cu. O Ministério Público não, todo mundo, dos mais endiabados dos alunos até as pessoas do horário política, deveria tomar no cu quando o assunto é educação. Aquela velha morfética falando das escolas modelos deveria ser a primeira e a adolescente falando das escolas em tempo integral merecia um implante de cerébro, além de tomar no cu.

As escolas modelos não tem papel A4, as escolas em tempo integral não tem refeitorio e nem duchas. Além disso o Ministério Público não sabe nada de Educação, se souber deve ser aquela visão romântica do Içami Tiba. Na prática a realidade é outra. Foi lá onde eu tomei no cu e não gostei. Por isso todo mundo que fala assim da educação deveria tomar no cu como eu tomei e vou continuar tomando. Até quando eu não sei.

Uma que deveria tomar no cu também é secretária estadual da educação. Odeio o gerundismo dela, além disso ela se veste mal, todo mundo vê que ela veste Renner misturada com Riachuelo, coisa mais classe C alienada querendo pagar de Classe B, usando daquilo que a Classe B acha barato e feio e é mesmo. Odeio aquela cara de perua botolínica. Todo criminoso deixa uma assinatura. Cirurgiões plásticos também porque tem várias não emparentadas da secretária com o mesmo sorriso.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Um dia de cão

Eu tentei uma vez, tentei outra vez, tentei mais outra vez. Tentei ser legal, ser palhaço, ser sério, carrancudo, mas não deu certo. Levando o data-show para a secretaria da escola lá estão um monte de gente, coordenador pedagógico, secretária chefe, coordenadora de turno, diretora e perguntam outra vez em unissono:

- Eaeh?

E eu digo:

- Amanhã (no caso hoje – data dessa postagem) eu faço 21 anos, ou seja, se eu começar outra graduação que não tenha nada a ver com educação eu ainda vou me formar novo.

- Estamos falamos, eles (os alunos) massacram.

- Lá na Universidade é tudo bonito, agora você acredita que aqui é diferente.

- Não tem jeito, eles não querem aprender.

Coitado de mim. Pobre menino sonhador, acordou para a vida. Não quero admitir, mas os alunos são realmente alunos. Bando de filhos da puta, sem luzes. O pior que o mais filho da puta e sem luz sou eu, quatro anos praticamente em uma Universidade, lendo tanto, pensando tanto e não dou conta de dar um jeito nos guris. Os alunos são uns filhos da puta, mas não tanto quanto eu. Que fiasco, não conseguir dar uma aula que preste é um fiasco. Será que se eu fosse um médico deixaria o paciente morrer?

Estava assistindo hoje a tarde os capítulos que faltavam de Glee para entrar em sincronia com a exibição da série. Lá pelas tantas do episódio 18, o telefone fixo toca. É pap ligando, adoro ID de chamada. Por causa disso nem atendo telefones cujo DDD comece com 4 ou 5. Sempre é algum separatista lá do Sul vendendo assinatura de revistas ou cartão de crédito em troca de um salário mínimo de fome.

- Pai.

- Cadê sua mãe?

- Pondo roupas na máquina.

- Vem aqui no Hospital [/a barriga do Well vai glaciando progressivamente] de Urgências me buscar, porque eu caí da moto!

- Tá, mas e você, como está? [/voz meio tremula]

- Não, estou bem, mas preciso ir para outro hospital. Vem logo! Mas cuidado como vai falar para a sua mãe!

Quando meu pai fala que está bem, mesmo que ele não esteja necessariamente bem como queríamos, dá para respirar aliviado. Meu pai é muito prático, só diz que está com dor quando estar com dor. Não tem nada com ele que não pode ser resolvido com um pouco de palavras. Ele é um ótimo adepto de o que não tem solução, solucionado está. Vou puxá-lo nisso eu acho.

- Mãe, não fica preocupada, meu pai caiu da moto, está tudo bem, ele disse para eu ir lá pegar ele no hospital. [/sorriso “Olá, vamos fazer seu cartão Hipercard hoje?” style]

- [/minha mãe incorporando a Maria do Bairro] Como assim está tudo bem? [/eu fazendo cara de Soraya Montenegro na parte que ela diz: “Calma Maria do Bairro”] Ele está bem?

- Está, estou indo lá oh, peixos me liga!

- Eu vou com você.

- Aí meu coo, você vai enrolar.

- Eu vou, é meu marido! E a moto?

- Mandou lembranças?

- O quê?

- Ah, num sei, liga para o meu pai e pergunta, depois que sairmos!

E assim foi o dia lindo, com os capetas da escola, alunos carrascos e funcionários para dar apoio moral, e os capetas do serviço público de saúde. Que coo, vai para classificação de risco, consulta com médico, tira raio X, consulta com médico de novo, toma injeção, faz curativo, põe atadura. Aproveito e ligo na Vivo para comer o cu deles ou os 30.000 pontos de volta. Faço cara de dózinha para aqueles adolescentizinhos munitinhos que vão chegando com a mãozinho, o pézinho quebradinho, torcidinho, deslocadinho, luchadinho, e penso, tão bonitinho, tão dodói, deve ser outro filho da puta que fode com a vida e a autoestima profissional do professor.

Saímos lá do pronto socorro ortopédico as 22:30. Eu cansado, chateado, minha mãe ligando para família nos quatro canto do estado para dar notícias, o rádio ligado na CBN e eu pensando, como essa vinheta é melhor do que ouvir a mesma história pela quinta vez. Por fim, resta passar no pit dog e comprar uns X-tudos.

Enfim, feliz 21° outono Well.

P.S.: Por mais que quem eu deseje ganhe as eleições, continuarei não confiando na Previdência Social. O que é melhor, VGBL ou PGBL?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lidando com opiniões diferentes

Eu sei das minhas limitações, inclusive a de reconhecer as minhas próprias limitações. Com base nessa consciência é que eu formulo minhas ideias. Quando dou minhas opiniões minha intenção é convencer é lógico, mas em hora alguma impor o que penso como verdade absoluta. Primeiro porque verdade absoluta não existe na minha concepção. Segundo porque parte dos meus problemas são aqueles que acreditam serem donos de verdades absolutas, Silas Malafaia que o diga.

Meu blog é o espaço que criei para manifestar minhas opiniões e bobo são aqueles que pensam que eu tenho compromisso com a imparcialidade. Ler minhas opiniões nesse local, bem como comentá-las, é facultativo assim como concordar com elas. Por causa disso consigo lidar muito bem com aqueles que discordam de mim, mesmo que a opinião seja confrontante.

No entanto alguns comentários me deixa irritado, não porque o autor não concorda comigo, mas sim porque ele arrogantemente passa a desqualificar minha pessoa, de um jeito que me soa grosseiro inclusive, para fazer com que eu pense como ele e como se eu ou qualquer um tivesse essa obrigação. 

Sendo assim, me incomodo com comentários como o deixado pelo Robert no texto sobre a revista Veja. No comentário vê-se que o autor não aceita que minha ideia seja diferente da dele, me descreve de um jeito caricato e lê o que escrevo sem fazer diferenciações entre o que eu penso e o que ele pensa.

Então o que eu tenho a dizer é que continuo não gostando da palavra conservador e seus derivados, pois não tenho referência alguma de coisas boas as quais ela esteja ligada. Além disso não é porque eu reprovo o conservadorismo que eu sou libertário, apesar do meu entusiasmo para com o significado da palavra e isso é uma conclusão dualista de quem comenta e não minha. Apesar que eu não tenho vontade de entrar para nenhum movimento social e por mais que eles tenham equívocos, não deixo de achar suas articulações válidas. Também sem essa história de “eu era de esquerda, hoje não sou mais e você também será assim”. Esse pensamento não é só clichê, é determinista, palavra que gosto tanto como gosto de conservador. Reconheço singularidade, tendências, mas não leis no que tange aos seres humanos.

Com relação a revista Veja, pode até ser uma evolução ela abordar a homossexualidade. Mas o jeito que ela escolhe para tal abre precedentes para novos estigmas e tem uma intencionalidade que para mim cheira manipulação mesmo. Além disso não é porque uma revista semanal não se aprofunda nas questões que a Veja pode fazer determinismos e mais do que isso, juízo de valores que existem descaradamente em suas páginas, embora não devessem devido a imparcialidade que ela promete. A obrigação nesse caso é reconhecer as limitações e articular os textos a respeito daquilo que se sabe, mostrando que naquela  reportagem está se mostrando uma nova dimensão e não o todo de uma realidade.

sábado, 15 de maio de 2010

Single Ladies porque é bom estar vivo

Porque estou escrevendo esse texto aqui, não sei bem. Me sinto um urubu com uma pegada de Datena fazendo isso, mas quinta-feira, no ponto em que desço e na hora do almoço uma aglomeração de pessoas existia. Uma ambulância do corpo de Bombeiros permanecia no local e umas viaturas da Polícia também.

O que as pessoas olhavam era o que estava sobre o chão, no caso uma motoclicleta despedaçada debaixo do caminhão da empresa de energia e abraçado à roda dele, um corpo empalidecido. O capacete era rosa mas não dizia muito, já que o tempo do rosa fazer alguém menos homem já deve ter passado, pergunte à revista Veja.

O corpo se vivo estivesse seria bonito, aliás, não é morbido falar, eu acho, que o rapaz morto no chão era bonito. Trajava uma regata preta daquelas tipo mamãe sou forte, tinha pêlos e uma medalha no pescoço, sem contar que era jovem como eu. Foi isso o que deu para ver. Me senti um grande urubu quando corrigi a moça ao meu lado,  que fotografava com o smartphone que tinha de crédito ou bônus o mesmo de alma e respeito da dona, e disse que a Polícia estava esperando o IML e não a Defesa Civil.

Bem, fiz muitas coisas na quinta e na sexta-feira. Mesmo assim fico pensando  no corpo estendido no chão. Será humanidade da minha parte. Pode até ser, embora ninguém naquela hora estivesse se colocando como humao. E fica até dramático quando penso na propaganda do Estado, a maior parte das mortes são de homens e jovens.  Também penso na família, na mãe mais exatamente recebendo a notícia de que o filho morreu. Penso no velório, na vida após a morte do que se foi.

Também penso e se fosse comigo. Fico irritado porque fico deprimido por causa do infeliz  desconhecido que morreu. Grito bem alto os hits com obsolecência programada da Beyoncé. Faço assim porque dá a sensação de que para a inveja do defunto, que não saí da minha cabeça creio que por ser bonito, estou vivo. Mesmo assim é deprimente. Tanta juventude, tanta beleza, tanta coragem, tanta discussão por pouca causa e no final se morre.

A morte e os impostos, diria algum economista que não me lembro quem, são as únicas coisas na vida que podemos contar.

É e a gente acorda pensando nisso todo dia agora e fica chateado. Tão bonito, tão jovem, talvez eu pudesse conhecê-lo um dia qualquer e ele fizesse falta para mim também. Mas também bem feito. Ninguém mandou cortar o caminhão pela direita, ainda mais numa moto que para sorte dos que velaram a ele era 125 cc.

Bem, sei lá porque escrevo isso. Acho que semana que vem já passou. De qualquer maneira uma música do Gabriel o Pensador que colocam no curso da autoescola para nunca fazermos burrada no trânsito e não morrermos ninguém, principalmente nós.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Lendo as entrelinhas da Veja

Existem jovens se assumindo homossexuais em idades precoces quando comparados à média das gerações anteriores, as manifestações de preconceito têm sido repudiadas moralmente e muitas pessoas têm sido mais receptivas a diversidade sexual. No entanto a geração da tolerância só existe nas páginas da revista Veja.

Não deve ser dado como dimensão da realidade os exemplos de jovens de classe média, em que não só eles, mas também as pessoas próximas, possuem acesso a informação, algo preponderante para derrubar o preconceito e repudiá-los. A reportagem da Veja é só uma quimera, um otimismo que perde a conexão com a realidade e a mascara.

As questões referentes a sexualidade na sociedade brasileira não se envolve ao fato de ser heterossexual ou homossexual, de se assumir homossexual ou não. As questões envolvem a inexistência de direitos civis, os determinismo legais que impedem aos transgêneros de serem vistos legalmente com o sexo pelo qual se reconhecem, a permissividade à liberdade religiosa ou de expressão que tem permitido ofensas aos LGBT’s, os indagamentos a respeito do machismo e patriarcalismo, entre outras.

A revista Veja pode não acreditar na legitimidade dessas questões e nem entender a profundidade delas, mas deveria tratá-las já que promete um jornalismo de esclarecimento. No entanto, a Veja apenas promete porque na prática não esclarece e não é imparcial.

Por traz da idéia que a Veja quer passar não está apenas uma visão simplista, determinista e apática para com as questões inerentes a complexiddade dos LGBT’s em nossa sociedade. Nas entrelinhas existem também os obscuros posicionamentos políticos e ideológicos de uma revista conservadora, moralista e porque não dizer, cínica e dissimulada.

A Veja quando diz que a sociedade não oferece mais preconceitos quer no fundo convencer a sociedade a reprovar a existência e as causas pelas quais lutam os movimentos LGBT’s, pois a exemplo de outros movimentos sociais, em geral têm lideranças e militantes que se colocam contrários às denominações políticas prediletas da revista, os conservadores, e defendem as denominações que ela recusa, as esquerdas.

Portanto, nem leia e nem Veja.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pois bem…

A Marcha Nacional Contra a Homofobia não foi no domingo, dia 09. Resultado, eu fui passar o dia das mães com o avó e ainda irei a marcha, que será dia 19, que não por acaso é o dia do meu 21º outono. Acho que será lindo, apesar de provalvemente minha mãe chorar porque o filhinho dela vai passar o aniversário naquela Brasília corrupta com um monte de pessoas… bem… não heterosseuxais.

Já a casa dos avós foi aquilo de sempre, prometemos que a família aqui na capital iria no sábado depois do almoço e fomos na sexta a noite. Acordamos os velhinhos a meia noite com serenata, vaso de crisantemos (aquelas flor de morto), choros femininos e flashes das EasyShares, CyberShots da vida. No outro dia teve churrasco na beira do rio, cerveja e truco.

E lá do alto da ponte ficamos os primos adolescentes e saídos da adolescência vendo os atraso dos infantis e pré adolescentes. Bom mesmo foi ter visto aquele primo, não o segunda ovelha colorida da família, mas o outro que eu disse, primo como você cresceu. E ele, que tem 15 anos, continua crescendo, e eu internamente gritando dentro de mim, batendo palma e fazendo coro, “cresce! Cresce! Cresce!” Quando ele foi tomar banho de rio, gracinha!, notei que ele já tem aqueles pelinhos que descem do umbigo.

Bom, mas deixa o primo lá no interior. O importante é que rapazes interessantes aqui na capital dizem que eu sou um gostoso. Para mim gostoso não é exatamente bonito, mas é um bom elogio e um daqueles que tem um forte apelo sexual. Tudo bem que também disseram que eu sou um “gordin” gostoso e quando ouvi isso eu disse, vá para a casa do caralho! Graças a Deus! Afinal de contas, não é porque eu tenho 1,67 e não visto mais 40 que eu sou gordo, KCT.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Escrevendo um artigo de opinião

Não é segredo que tenho me comunicado com alguns jovens crentes pertencentes a uma igreja inclusiva, apesar do meu “materialismo”. Ontem conversava com o Pr. Patrick Bomfim e numa tempestade mental ele pediu que eu escrevesse sobre concessões públicas de rádio e televisão para grupos religiosos. Escrevi o artigo abaixo, nesse eu me esforcei  na clareza e principalmente na gramática.

Aqui está o link para quem quiser lê-lo no blog da Igreja Ministério Nação Agápe.

Espero que gostem.

O USO DE CONCESSÕES PÚBLICAS POR DENOMINAÇÕES RELIGIOSAS


 

“Num passado remoto eu perdi meu controle”

(Música: Xáneu 5; Artista: O Teatro Mágico)

Toda aplicação sem fio precisa de espectro eletromagnético para funcionar, tanto o controle remoto de um portão eletrônico até as transmissões das emissoras abertas de rádio e televisão. No entanto, os espectros eletromagnéticos são bens públicos, recursos naturais cujas utilizações devem atender aos interesses dos cidadãos. Sendo assim não devem escapar dessa premissa nem mesmo os conteúdos transmitidos por nossas emissoras abertas de rádio e televisão, já que elas utilizam espectros que são públicos.

Porém não é segredo, que em geral, os conteúdos de nossas emissoras abertas de rádio e, em maior parte, de televisão não vão de encontro aos interesses públicos como a promoção da educação, das artes, da cultura, da informação, dos valores éticos e sociais da pessoa, entre outras determinações encontradas na Constituição Federal. Os programas religiosos não são diferentes, apesar da credibilidade que a Fé em Deus possuí, pois esses programas também abusam da permissividade que tanto a Sociedade como o Estado têm apresentado para com os conteúdos abertos.

Assim sendo é notável líderes religiosos promovendo suas pessoas e aderindo ao estrelismo, utilizando o Deus que as pessoas acreditam para promoverem marcas, produtos e serviços. Não só isso! É ainda mais preocupante tolerar os programas religiosos abusarem do desespero e da ignorância, tanto cientifica como teológica, das pessoas e lhes fazerem promessas mirabolantes e imediatistas para os seus problemas. Além do mais, a mistura se torna perigosa, pois se utiliza a credibilidade religiosa para dar como verdades inquestionáveis as visões e os interesses particulares de líderes, o que além de antidemocrático, custa em muitos casos preconceitos, conflitos interpessoais, fanatismos e afins.

No entanto essa questão é delicada. Temos como exemplo a recente medida do Ministério da Justiça que classificou como impróprio para o período anterior às 20:00 horas, o programa Vitória em Cristo, apresentado pelo pastor extremista Silas Malafaia. De acordo com o sítioDikerama.uol.com.br, o MJ considerou o programa inapropriado “porque contém ‘linguagem depreciativa e conteúdos verbais que expõem lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros a situações humilhantes ou degradantes’”.

Se por um lado têm se uma evolução ao mostrar que a Sociedade – aqui entendida como todos cidadãos independentes de crença individual, classe social, origem, condição sexual, posicionamento político, raça e afins – quer controle e responsabilidades maiores sobre o conteúdo aberto da televisão, por outro temos o reacionarismo típico de quem está perdendo privilégios. Sabendo do histórico sectarista de Silas Malafaia, nada mais previsível do que suas falas acusando tal ação como intolerante, preconceituosa, censura e contrária a liberdade religiosa convocando assim aos fiéis de sua denominação a pensarem como ele. Claro que Malafaia está se fazendo de vítima e requisitando para si um papel que não condiz com seus atos, mas o comportamento expresso pelo pastor em relação à ação do MJ demonstra a profundidade da questão.

Sendo assim, tanto como não é possível acreditar na máxima de que o mercado vai se autorregulamentar e assim tirar do ar a programação sensacionalista, degenerativa, o humor de preconceito, o jornalismo fajuto e manipulado, entre outras coisas nas emissoras não confessionais, também não é possível acreditar que a liberdade de culto religioso ou de expressão, permita que seja dito qualquer coisa à rebelia em programas e emissoras confessionais.

Dessa forma, o que se quer aqui é exigir controle sobre o conteúdo das emissoras confessionais abertas e questionar se elas devem existir nesse caráter, aberto, já que os espectros utilizados por elas são bens públicos de um Estado que é laico para respeitar as diferentes religiosidades existentes, são bens públicos que esse Estado entrega à iniciativa privada esperando que a sua exploração atenda as funções dos serviços públicos de rádio e televisão.

Assim sendo, é necessário empreender ações que combatam não só os questionáveis hábitos de saúde e alimentação, padrões comportamentais e de beleza, a desvalorização da mulher e de seu corpo, a desvalorização do ser humano e a exploração de seu sofrimento, o consumismo dirigido às crianças, um grupo que não possui o discernimento dos adultos; entre outras coisas. É necessário também questionar e empreender medidas a respeito da programação e das emissoras religiosas.

É necessário que a Sociedade exija transparência, maior participação e acima de tudo poder nas definições a respeito da exploração dos serviços de rádio e televisão aberta. Também é necessário que a Sociedade reflita a respeito da entrega, da utilização e da renovação de concessões aos grupos radiodifusores – que no Brasil tem atendido historicamente às barganhas e às influências econômicas e políticas – principalmente os religiosos, que se mostram abusivos e extremistas sem serem questionados pelos seus próprios fiéis, já que esses acreditam que questioná-los é questionar a Deus e assim sendo, um pecado. Tudo isso é necessário, mesmo que signifique inclusive proibir as emissoras confessionais.

Felizmente já dispomos de caminhos para isso. Sob o lema “Quem financia a baixaria é contra a cidadania” o fórum “Ética na TV” congrega vários grupos da Sociedade civil interessados em denunciar os abusos cometidos em nossa mídia aberta. O fórum indica a linha 0800 619 619 e o próprio sítio,www.eticanatv.org.br, para quem estiver interessado em fazer denuncias, críticas, elogios e sugestões.

domingo, 2 de maio de 2010

Família, Tradição e Homossexualidade.

A Marcha Nacional Contra a Homofobia em Brasília acontecerá no dia das mães. Ótimo? Não muito para mim, porque não tem um dia das mães na minha memória que eu não tenha passado com a minha mãe na casa dos meus avós no interior com o resto da família.

Até agora não recebi nenhuma resposta dos organizadores e isso complica a minha situação. Quanto mais em cima estiver, caso eu ganhe o transporte, mais complicado vai ser para convencer e deixar a matriarca, sempre ela, se acostumar com a idéia e aceitá-la.

Também complica porque, afinal de contas, a primeira ovelha colorida da família – sendo que existe uma segunda que ainda precisa se descobrir, se desabrochar, mas cada qual com o seu processo – que sou eu, além de quebrar a tradicional heterossexualidade da família, ainda por cima, pretende quebrar os tradicionais dias das mães debaixo das asas da avó.

Mas é isso, bater de frente com o mundo é preciso. Já não dá mais para abaixar a cabeça e ficar acomodado esperando o mundo mudar. Agora é escolher matar ou morrer. E quem vai mudar o mundo, o meu pelo menos, sou eu em pequenos exercícios como o de quebrar as convenções familiares.

Ai, eu estou sendo meritocrático? Odeio meritocracia, elas sempre disfarçam um problema mais sério. Bem, agora só resta saber se vai ter ônibus de graça para Brasília. kkkk

P.S.: Prezados, obrigado pelos comentários no vídeo abaixo. Sabia que ele seria comentado e que vocês o achariam um amor. Melhor ainda por cima é que eu fui desejado sexualmente por alguns, mas isso fica em off. Mesmo saber que se é desejado seja algo que infla o ego.

P.S.:² Pois bem, eu faço Libras há 2 meses mais ou menos e um pouco do vídeo é mais meus estudos independentes. Postarei, talvez, uma outra música em Libras. Não sei qual, mas se quiser sugerir. Só não me apareçam com pagode ou com funk. Yeshua.