domingo, 7 de abril de 2013

Daniela Mercury na grande imprensa

Comprei as revistas Veja e Época desta semana. As duas colocam a revelação do casamento homoafetivo da Daniela Mercury como tema de suas capas. A revista Época tratou a revelação da cantora como um ato político, em tempos em que discurso reacionário ganha força, mas enfatiza o Brasil como um país na rabeira dessa evolução. Ressaltou que o "outing" já é tradição na Europa e nos EUA e talvez agora seja no Brasil. A revelação da sexualidade da cantora enriquece o debate e incentiva a sociedade a pensar mais sobre a diversidade existente em nossa sociedade. A Veja surpreendeu, a revista que penso ser a mais inconfiável entre as semanais, inclusive porque historicamente sempre deturpou a questão LGBT, relativizando o assunto, empobrecendo o discursos ou tornando toda articulação política como algo irrelevante, coisa do governo que ela tanto crítica, mostrou que a questão homoafetiva segue um caminho irreversível de aceitação. A revista exemplificou com fotos a luta das mulheres pelo direito ao voto e de outras, católicas, conservadoras, contrárias ao divorcio, direitos que hoje, em 2013, são inquestionáveis em suas justiças e necessidades, apesar de tudo que fora dito no passado para criticar as suas criações. A Veja exemplificou também mostrando o caso de famílias bem sucedidas que são homoafetivas.

E hoje, aqui em casa, a revista IstoÉ, a qual assino, dizendo "As cotas deram certo" e embaixo do título as justificativas. Ainda não li a notícia, mas...

É bem verdade que os conservadores e as pessoas que possuem uma opinião mais ignorante sobre o tema, travestida de indignação de um cidadão que não aceita essas diferenças, não na frente de suas crianças, possam dizer que tratam de caprichos, de propaganda, como se eles o tempo todo também não fizessem, principalmente em seus programas religiosos. Mas o que é fato, as mudanças estão vindo e só restam a essas pessoas se contentar com isso, do mesmo modo que tiveram que se contentar com o divórcio, com os direitos femininos, com o fim da escravidão, com a separação da Igreja e do Estado. Enfim, vocês vão perder outra vez, a sociedade ganhará princípios mais iluministas e o apocalíptico fim dela que os reacionários tanto prometem, outra vez será adiado para a próxima data profética.