Existem jovens se assumindo homossexuais em idades precoces quando comparados à média das gerações anteriores, as manifestações de preconceito têm sido repudiadas moralmente e muitas pessoas têm sido mais receptivas a diversidade sexual. No entanto a geração da tolerância só existe nas páginas da revista Veja.
Não deve ser dado como dimensão da realidade os exemplos de jovens de classe média, em que não só eles, mas também as pessoas próximas, possuem acesso a informação, algo preponderante para derrubar o preconceito e repudiá-los. A reportagem da Veja é só uma quimera, um otimismo que perde a conexão com a realidade e a mascara.
As questões referentes a sexualidade na sociedade brasileira não se envolve ao fato de ser heterossexual ou homossexual, de se assumir homossexual ou não. As questões envolvem a inexistência de direitos civis, os determinismo legais que impedem aos transgêneros de serem vistos legalmente com o sexo pelo qual se reconhecem, a permissividade à liberdade religiosa ou de expressão que tem permitido ofensas aos LGBT’s, os indagamentos a respeito do machismo e patriarcalismo, entre outras.
A revista Veja pode não acreditar na legitimidade dessas questões e nem entender a profundidade delas, mas deveria tratá-las já que promete um jornalismo de esclarecimento. No entanto, a Veja apenas promete porque na prática não esclarece e não é imparcial.
Por traz da idéia que a Veja quer passar não está apenas uma visão simplista, determinista e apática para com as questões inerentes a complexiddade dos LGBT’s em nossa sociedade. Nas entrelinhas existem também os obscuros posicionamentos políticos e ideológicos de uma revista conservadora, moralista e porque não dizer, cínica e dissimulada.
A Veja quando diz que a sociedade não oferece mais preconceitos quer no fundo convencer a sociedade a reprovar a existência e as causas pelas quais lutam os movimentos LGBT’s, pois a exemplo de outros movimentos sociais, em geral têm lideranças e militantes que se colocam contrários às denominações políticas prediletas da revista, os conservadores, e defendem as denominações que ela recusa, as esquerdas.
Portanto, nem leia e nem Veja.