sábado, 9 de outubro de 2010

Mais sobre o amor, a morte e as paixões...

Essa semana rolou mini-curso sobre o sistema capitalista. A metodologia foi baseada em filmes e documentários, sendo que alguns deles eu já havia assistido. O encerramento foi hoje, o professor reservou uma sala de cinema num shopping de classe A/B porque nós somos phinos apesar das tendências socialistas porque... enfim... o professor é quem sabe o motivo.

O filme que assistimos é Wall Street II, o primeiro foi gravado na década de 1980 e foi assistido outro dia no mini-curso, ambos são protagonizados pelo Michael Douglas. Os dois falam da alta roda do capitalismo, de ganância, de oportunismo, de especulação, de pessoas colocando o dinheiro acima de qualquer coisa, ética, moral e até mesmo família, de como as pessoas que não tem nada a ver com a ambição e a ganância dessas pessoas são prejudicadas. Foi isso que aconteceu conosco nessa crise do sistema financeiro e ainda há quem insiste em desregulamentação do mercado. Deixa para lá, cada um acredita na ilusão que quiser. 

Enquanto assistia ao filme, olhava a tela do Lumière - lógico - e os caixinhos de um estudante de um período anterior. Me envolvia com a história a ponto de me imaginar transando com o Shia LaBeouf, o cara que faz papel de genro do Michael Douglas. Procurei aqui na web alguma foto dele usando uma boxer preta no filme, mas nem encontrei. Vai essa então dele sem camisa.

Mas consegui reparar os elementos de drama do filme, uma filha que não acredita no pai e quando acredita nele é novamente frustrada. Pensei que o professor, um tanto parrudo nos discursos, não fosse gostar disso, como se a validade do filme fosse só falar do hades chamado Wall Street. Mas não foi assim, o filme acabou, o professor começou a falar com voz trêmula no microfone e meio que tentando explicar disse que se emociona porque naquele cinema foi várias vezes com a filha, que morreu há poucos anos ainda criança vítima de câncer, o que deixou ele bem abalado. E foi tentar fazer um paralelo entre ele e o Michael Douglas, não conseguiu.

Na hora minha barriga ficou fria, eu me arrepiei e nem sei porque comecei a aplaudir e fiquei constrangido no segundo seguinte, porque aplausos para alguém enlutado ainda não me parece a melhor das condolências. Mesmo assim continuei a aplaudir quando todos na sala também aplaudiram. 

Cheguei em casa, aqui na internet, já que a minha vida social é um fiasco mesmo que tenha melhorado nos últimos meses, e comentei essa cena. Fiquei assim, meio idiotizado com o luto do professor. É uma coisa que toda razão que houver não será suficiente para impedir que alguém chore ou tirar o direito disso fazer. Também dá para perceber que continuo com medo da morte. 

Eu sou tão rude com a minha mãe, que é tão afetiva e sentimental, e meio secão para com o meu pai, com o qual eu tenho uma boa relação, mas ficaria melhor se nós dois não ficássemos constrangidos para abraçar um ao outro, se eu tivesse coragem para tomar essa iniciativa. Fico pensando, acho que vou me arrepender muito, vou sofrer bastante se um dia eu não conseguir dar um abraço como eu acredito que filhos devem dar nos pais e não for mais doce e cândido com a minha mãe, meus abraços são tão mecânicos. Vou me arrepender por uma certeza me impedir isso, a morte de alguns de nós três.

Ao final da sessão paguei R$10,00 com o cartão de débito do meu pai em um ovomaltine do Bob's, empresa negociada em Wall Street por gente com a índole mostrada no filme. Aproveitei para, como nos outros dias do mini-curso, observar o menino do semestre anterior e seus cachinhos cor de mel. Ele conversando com os amigos dele dá uma vontade de beijar a boca dele. Diferente do menino felpudo da lógica, não boto lá grande fé que ele seja gay e apesar da nossa diferença de idade ser provavelmente 1 ou 2 anos, me sentiria meio papa anjo pegando ele e de anjo ele já tem os cachinhos. 

Bem, fui embora, ele ficou ao lado da escada rolante esperando os amigos, eu desci, se eu tivesse uns óculos escuros eu poderia descer de maneira mais seduzente. Lá embaixo olhei para cima, ele me olhava e eu sorri, não que eu seja gatinho com essa barba por fazer e essa gordura que vai se acumulando na barriga. Feito o sorriso e perdido o contato visual a carência outra vez reinou em meu coração. Serviu de consolo saber que pelo menos o copo de ovomaltine grande do Bob's encaixa perfeitamente no porta-copos do Voyage.

Peixos, me liga, no Infinity,.