A Prefeitura de Goiânia vai fazer concurso para contratar novos professores. Ainda não saiu o edital, se houver vagas para minha área de formação irei fazer, mesmo que eu esteja agora frustrado com relação à licenciatura. Pretendo prestar o concurso só para desencargo de consciência, para que no futuro eu não me cobre por não ter tentado, seja passar no concurso, seja lecionar.
Não faço questão alguma de esconder isso, me frustrei com a minha escolha universitária, aliás, com a mais típica das atuações profissionais que a minha graduação permite, a licenciatura. Insatisfeito, me inscrevi no ENEM, vou ver se faço outra graduação, preferencialmente na Federal. Qual graduação ainda não sei bem qual. Gosto da área ambiental, coisa que um bacharelado na minha graduação me permite fazer, pena ter a concorrência de outras áreas. Gosto de TI, para ser mais exato, Telecomunicações, mas o campus do IF onde tem o curso fica um tanto quanto distante.
Bem, ainda não fiz muitas expectativas a respeito do outro curso. Vou escolher a próxima graduação com mais calma, já que não quero me arrepender depois e mesmo assim eu ainda possa me arrepender. Resta saber que se uma vez escolhida a graduação eu poderei cursá-la, seja porque eu não colo grau, e assim encerro meu vínculo com a universidade, no final do ano, seja porque, quem sabe, o meu perfil sócio-econômico, bem como "intelectual", aja vista que já vou ter uma graduação, pode não me habilitar para uma bolsa do Pró-Uni. Pagar um curso é o que eu não vou fazer.
Enquanto isso o segundo semestre letivo do Ensino Básico brasileiro já está começando em Goiás. A Secretária Estadual da Educação dispensou todos os professores comissionados e não contratou os concursados. Não conheço todos os capítulos e não sei no que vai dar essa novela, a não ser que a Educação e o futuro dos nossos alunos, como sempre, irão para o pau. E eu quero mais é que demorem a chamar os aprovados, assim ganho tempo para concluir minha licenciatura e ver, que de repente, eu consiga ser um bom professor.
Ultimamente eu não tenho me esquentado com muita coisa mesmo nem com a Educação. Teria virado um medíocre se eu já não fosse. Mas aliás, falando em não me preocupar, estou numa fase meio individualista, de achar que cada um é, em partes, culpado, ou responsável como eu preferir, de si mesmo. Exemplo, hoje minha mãe se irritou, ao ponto de bradar louca em Cristo, porque eu estava carregando músicas no celular e não ia fazer umas coisas na cidade e que ela havia pedido antes. Ela perguntava se eu não tinha dó dela e eu respondi que não, afinal de contas, quem mandou ela ser impositiva e querer que as coisas sejam só da maneira dela? Ir naquela hora, mais cedo ou mais tarde ia dar no mesmo. Na hora de sair ela me mandou ir com Deus. Aff, eu respondi "Tenha dó!" Ela sabe que eu não acredito, diz que vai quebrar o celular e grita ao ponto de me deixar irritado ao ponto de querer que ela enfarte e me dê sossego. Claro que eu não quero que a minha mãe enfarte, é que a emoção me tira a razão e na hora a gente só pensa, não deseja e não externaliza, respira fundo o ar seco até o nariz doer.
Contudo, no fundo penso em sair de casa, fazer às coisas ao meu tempo, da minha maneira. Não gosto de nada me pressionando. Problema que para sair de casa a gente precisa de dinheiro, coisa que eu não tenho e sou um vagabundo sustentado pela mãe feroz. Além do mais tenho uma constância de solidão, sinto falta de alguém, só vejo meu círculo social reduzindo e ficar distante dos meus pais, da minha mãe ainda por cima, me faria voltar rapidamente para casa outra vez, suplicando a presença deles, ou morrer deprimido e eu morro de medo ter depressão, eu sou angustiado, mas me controlo bem.
Tudo bem, como eu havia dito, se apertar eu voltaria para casa, não tenho vergonha de dar o braço a torcer mesmo. Ok, nem sempre eu dou o braço a torcer, mas melhorei bastante e me acho melhor do que muita gente com relação a isso. Sem contar que me sinto um tanto quanto nobre.
Bem, é isso. Ah, hoje eu passava pelo Mercado Central e numa loja de coisas típicas do cerrado havia um rapaz atendendo. Não sei porque, senti que ele gostava da mesma fruta que eu além de ser bem pegalvezinho. Olhei para ele meio sorridente e ele olhou para mim, me parece que sorriu de leve e olhou fundo nos meus olhos. Bem, continuei andando, pensando "mas será que é mesmo?" e se eu não deveria ter feito outra coisa além de simplesmente ir embora.