Outra vez os homossexuais tem a conquista por maiores direitos civis adiada. Outra vez a justificativa para negar direitos civis, como a união estável entre casais homossexuais, é a defesa da família. Outra vez apresentam como argumentos mentiras e afirmações nunca provadas. Outra vez dizem garantir a nós direitos, mas outra vez nunca tivemos esse direito que afirmam.
Dessa vez a proposta de união estável entre casais homossexuais é negada pela Comissão de Seguridade Social e Família, sendo a pessoa do deputado José Linhares (PP-CE) a personificação disso. Como argumento Linhares diz que a união entre homossexuais não é natural e que uma criança precisa de um homem e uma mulher para educá-la.
Não existe coerência nesses argumentos, milenares e constantemente rechaçados, dados pelo deputado, que é padre. Quem prova que famílias chefiadas por homem e mulher nunca falham na formação da pessoa humana? Quem prova que homem e mulher por si só bastam para criar outra pessoa? Quem explica os casos das pessoas que cresceram em famílias que abandonam esse modelo familiar, nuclear cristão e em vias de se tornar menos comum, mas que demonstram caráter e inteligência superior aos filhos do bons costumes?
Enfim, por que se colocar contra algo argumentando que isso é contrário a natureza? Que estudo de caso existe para determinar no comportamento humano o que realmente é natural? Até que pontos somos naturais e o que se permite que algo não seja natural seja tolerado e outro não?
Certamente, Linhares e seus apoiadores, a bancada protestante e católica bem como os seus fiéis, vão dar como justificativa a moral e os ensinos da Bíblia que leem e o que dizem dizer a fé que professam. Vão justificar assim por pensarem que o quê acreditam seja a verdade absoluta, apesar das contradições, apesar das incoerências, apesar de não conhecerem profundamente outras concepções.
Tudo bem enquanto argumento, mas tudo mal para quando eles impõe através do Estado laico e de suas leis, do poder político, o que pensam como se todos tivessem que aderir ao que acreditam. Agir como agem os religiosos infiltrados no Estado com cargos políticos, usando concessões públicas para faixas de radiofrequência para rádio e televisão não é democracia, não é Estado laico, não é liberdade.
É necessário uma ação por parte dos que não concordam com essa intervenção religiosa, travestida de verdade e protetora do que é certo, se é que é certo, e que atribuí a responsabilidade e criminaliza as maiores vítimas desse processo e dessa mentalidade.
Não se deve tolerar a presença da religião na constituição do Estado, de suas leis e políticas. A religião não é sinônimo de ética e responsabilidade, não existe prova disso, muito menos se o pensamento é cristão. Como cidadão e pessoa humana não se deve tolerar as discrimações dos religiosos que oprimem, humilham, confundem, desprezam, mentem sobre amor, tolerância e liberdade.
A religião é o câncer da humanidade.