Incomoda não saber o que fazer da vida. Eu comecei o ano com tantos planos e agora… bem, agora eu paro e pergunto, o que eu faço? Eu começo a fazer algo e se não dá resultado durante o percurso fico inseguro, me pergunto se vai dar certo, se está dando certo. Ruim é ficar com essa indecisão a noite, na hora de dormir, aí é que não se dorme mesmo.
Não basta ficar inseguro, tenho que ficar também paralisado, pois se aquilo não vai dar certo, tenho que saber o que fazer, o problema é que não sei. Para a maior parte das coisas da minha vida eu não sei o que fazer e por causa disso, não durmo direito.
Eu estou tentando me envolver com as pessoas, para ter uma vida social mais ativa e mais, digamos, entusiasmada, com meus pares em condição sexual. Não estou bem sucedido, aliás vou muito mal, obrigado. Putz, e entrar na Uol é tão fácil para arrumar sexo. Mas sexo nem quero, apesar da libido a flor da pele. A próxima encochada no ônibus eu não sei se me seguro…
Agora que descobri que tenho gaydar, que ele funciona e sua eficiência é uma questão de prática, afinal de contas eu raspei muito o carro depois que peguei a carteira, tenho observado melhor ao meu redor. Mas sei lá, quero saber se o fortão da Libras é. Ele num tem muito jeito de ser. Pior é sonhar com ele dando aquele sorriso daquele dia. Ele nem é tão bonito assim. Mas…
A Libras é legal, quero pegar fluência nela, mas o que eu pegar na Universidade vai ser um tanto quanto pouco. Carga horária pequena, vou ter que assistir muito Show da Fé ou NBR, o canal do Governo Federal, para aumentar o vocabulário. Preciso encontrar surdos e dizem que tem muitos surdos gays. Legal, manda beijo para eles. Num sei se faço Letras Libras, se faço bacharelado, sei lá. Preciso estender meu vínculo com a Universidade, para poder agarrar os projetos que se tem em vista, projetos que potencializam mestrado.
Caraca, conversando com o professor da escola do estágio, dá para aposentar numa boa ganhando R$7000,00 no município de Goiânia. Só ganha mal professor que não quer estudar. Plano de carreiras tem contemplando aos profissionais que incorporam a formação continuada. Putz, acho que vou ser professor mesmo. Mas escola tem seus baixos e tem umas coisas por lá que despertam em mim um messias enrústido, mais do que enrústido, revoltado, perdido, desesperado e estressado.
O “capeta” de capeta não tem muito, está mais para vítima, ou melhor, pecador. Ele sabe copiar coisas do quadro, mas não sabe ler. É mal, nem para analfabeto funcional ele serve. O capeta que não cala boca precisa de ajuda e quem vai ajudar ele? Eu, que escrevo coisas aterrorizantes com erros de acentuação, concordância? O que eu faço? Minha vontade é ensinar só América Latina para o capeta, usando o conhecimento prévio sobre que ele e nem os colegas não possuem.
O que faço com o diabo. Ele nem é tão diabo, ele gosta de mim, acha a mim mais divertido, ele prefere a mim do que o professor. Se eu peço para ele não jogar papel nos colegas ele obedece. Que fofo! Mas o capeta, o encrenqueiro, não sabe ler. Ele está no oitavo ano do Ensino Fundamental da mesma escola que eu estudei por todo minha vida e não sabe ler. Meu negócio é Geografia kacete.
Ai que bom que eu tenho solidariedade, que bom que me martirizo porque o menino mais destestado pelos professores não sabe ler e eu sei, mal, mas sei.Ridículo é eu ficar achando que vou ganhar um prêmio Nobel da paz por ensiná-lo a ler. Aliás, brega é eu pensar que vou ensiná-lo escrevê-lo se nem como fazer isso eu sei.
Vou dormir, amanhã é dia de preparar o Sorriso de Monalisa, que no caso sou eu e o meu. Cirurgia bucomaxilofacial, dá até medo desse nome. Acho que depois da cirurgia bucomaxilofacial (me sentindo Betina Botox) eu vou ficar bonito. As vezes me acho bonito, mas como diz um blogayro pop aí, depende do ângulo. Ughhh.