segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

4º dia pós saída

Nada de incomum aconteceu hoje. Meus avós ficaram na casa dos meus tios e foram embora hoje pela manhã para o interior. Só cumpri um compromisso que planejei para hoje, mas quanto ao restante de amanhã não passa.

Minha mãe chegou do serviço e me perguntou quanto tempo faz que temos computador em casa. Eu respondi três anos e ela disse que esse computador só deu tristeza para ela. Engraçado, sempre quando veêm gente aqui em casa ela fala as maravilhas do que é ter internet, computador. Computador, banda larga, tv a cabo, microondas, geladeira duplex, máquina de lavar, tv de 29 polegadas, coisas que antes desse período eram sonhos e com o passar do tempo fomos conquistando. Mas voltando a minha mãe eu entendi o que ela quiz dizer com o que vem ser tristeza.

Meu pai chegou do serviço eu fui tomar banho. Está certo que nem eu e nem minha mãe estavamos muito comunicativo, mas parece que minha mãe escolheu meu pai chegar para ficar calada com uma cara de quem não comeu e não gostou sentada no sofá. Enquanto me vestia no meu quarto ouvia ela dizendo que está sofrendo muito, que ela é fraca, que não aguenta, que ela quer uma pessoa instruída para ajudá-la. Saí do meu quarto e fui até a sala e me sentei no sofá e perguntei se era sobre mim que minha mãe chorava e tive um sim como resposta.

Tanto eu, como meu pai, num tom conciliador ficamos a explicar para minha mãe que tudo isso não é o que queremos, mas a vida não pode parar, que não existe outra coisa a não ser se conforma porque isso não muda. Sobre ela ser fraca eu disse que ela para sempre será se ela se convencer disso e que eu enfrentei isso sozinho primeiro que eles com 12, 13 anos de idade e estou aqui, firme, forte e dormindo muito a noite.

Nisso eu fiquei sabendo de outra coisa, que meus avós vieram para Goiânia justamente por causa de mim. Para amparar meu pai, que aceita e tudo mais, mas principalmente a convencer a minha mãe que as coisas não são como ela desejou um dia. Fiquei sabendo que meus avós sabem de mim e me cativou muito saber que eles esconderam o conhecimento deles no armário. Ou seja, eu nem sabia esse tempo todo, só desconfiei.

Então, minha mãe ainda não digeriu ainda a minha condição. Acho que ela se apegou e continua se apegando demais a isso. Não consigo entender porque uma pessoa se alienia tanto a um detalhe da outra por mais que tenha amor. Mas eu sinto que vou vencer, minha mãe mais cedo ou mais tarde também cede, ela só não muda imediatamente porque sei lá, quer mostrar que está sofrendo. Talvez tenha uma carência, quer que o mundo pare para ela quando faz os dramalhões mexicanos dela e eu e meu pai ficamos como dois interrogadores da KGB, frios.

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