sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mais outro sobre a matriarca

Me irrita as pessoas que não tem nada para dizer e falam besteira.

Assim com a minha mãe não vê na dela, eu não vejo a menor graça na minha vida. Sou pobre, estudo para me formar no que não vai me trazer felicidade, o meu corpo não é o que eu quero, como se não bastasse preciso de uma cirurgia que não sai tão cedo. Carnaval para mim consiste em ficar com meus pais, que ruminam diante da TV, e sentado feito um zumbi na frente desse computador.

É muito, mas muito cedo para eu dizer que vim ao mundo e perdi a viagem. Ainda tenho tempo e não chegou as vezes em que eu vou explorar todas as chances que eu tiver e assim me achar melhor ao Sol. Minha mãe coitada, é diferente, não está velha, mas do jeito que ela escolheu as coisas ela envelhece rápido. Isso me faz sentir dó dela e ainda mais raiva.

Ela só não tem coragem de dizer porque me ama, porém a verdade é que ela me acha um vagabundo. Com 19 anos eu só estudo. Ela dá graças a Deus por eu estudar, mas ela tem mais vontade que eu trabalhe do que estude. Ela tem raiva de muita coisa, raiva d’eu não falar de mulher mesmo que eu não fale de homem. Ela tem raiva de mim, e dela também, porque a pobre egoísta que ela é sem saber acabou transferindo a mim a maior parte dos planos da vida dela, acou se limitando. Ela tem raiva porque eu não acredito em Deus e não vejo a menor necessidade disso. Ela tem raiva de mim porque eu não acho bom senso nela, nem nas coisas que a minha avó ensinou a ela e a coitada pensa que eu tenho que seguir. Ela tem raiva porque eu não tenho raiva da família do meu pai. Ela tem raiva porque eu nada me interesso saber sobre o que os vizinhos fazem da vida deles ou o que foi manchete nos jornais sangrentos.

E eu não tenho raiva? Lógico que tenho, tenho raiva dela ter raiva e não saber do que tem raiva. Tenho raiva dela ser assim. Tenho raiva porque isso me afeta e tenho raiva das probabilidades que faz mãe e filho duas pessoas com trato em relação as situações tão diferentes. Não tenho raiva dela, mas sim das coisas que ela faz ou pensa. Tenho raiva dos elogios feitos a mim devido a vontade de que algo diferente aconteça.

Não quero ficar nessa por muito tempo. Eu quero ser livre, quero a sair daqui assim que puder. Ela vai sofrer, eu também, eu gosto dela e com a distância que verei que gosto dela de verdade e irei me arrepender e só não vou admitir por causa do meu orgulho. Mas confesso, a vontade de realmente testar a existência dessa felicidade é imensa. Assim também como sair de casa para fazer ela chorar. 

Desculpa minha mãe se eu não o que você quis e me desculpa também se na razão eu te entendo e o meu amor é apenas latente e nada saliente. 

O que me anima é saber que um dia as coisas vão mudar, pois tem que mudar, inclusive o regime de chuvas, quanta raiva eu sinto desses dias quentes semelhantes a agosto. Nem os típicos musgos dessa estação tem nos meus muros.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

DILMA ROUSSEFF 2010



O PT não diz nada sobre quem será seu candidato a Presidência da República, mas notamos que ele escolherá alguém inteligente, com experiência política e em administração pública, conhecedor do funcionamento do Estado e que possui grandes chances de ser tornar a primeira mulher a governar o Brasil. Por esses motivos e outros Dilma Rousseff deve ser a presidente do Brasil. A atual ministra da Casa Civil, ministério com nome mais chique, dará continuidade ao governo Lula.

Teremos a garantia de que a Petrobras será nossa e também o Pré Sal, também será nossa a tecnologia para exploração de nossas reservas que serão desenvolvidas em nossas universidade públicas, que tenderão a se tornarem melhores e mais inclusivas. Com Dilma finalmente teremos nosso fundo soberano efetivado, garantindo segurança e autonomia para o Brasil nos momentos de crise, teremos também o nosso fundo nacional de amparo a educação que vai corrigir a ineficiência da escola pública ao formar cidadãos capazes de desenvolverem nossa cultura e ciência.

Votar em Dilma Rousseff é continuar programas sociais, que conforme muitos levantamentos de organismo internacionais sérios, além dos nossos, apontam que são responsáveis por tirar nos últimos anos mais de 14 milhões de brasileiros da fome, fomentando o consumo interno e, diferente do imaginário de muitos, não promovendo o assistencialismo.

O governo Dilma Rousseff será o governo em que o Brasil irá consolidar sua autonomia e seu respeito com relação à sociedade mundial. Ela mostrará que somos competentes, que sabemos caminhar sozinhos, diferente dos errantes conselheiros que hoje caminham em uma tríplice crise, energia, alimentos e crédito.


Dilma tem uma biografia da qual ela pode se orgulhar. Lula é um grande signo para a nossa política, foi o metalúrgico de origens humildes que provou ser melhor do que os intelectuais burgueses que tiveram a seu favor a mídia corporativista que o acusou de alcoólatra e analfabeto, mesmo que não seja, e continuar a perpetrar preconceitos elitistas com relação as origens humildes e nordestina dele. Dilma lutou contra o Regime Militar e mentiu quando presa e TORTURADA para defender a vida de seus amigos e juntamente com uma grande massa dar-nos hoje o direito de manifestar com liberdade nossas opiniões, criticarmos e votarmos naqueles que achamos mais competentes.

Dilma Rousseff é um nome novo, no entanto não é menos competente na política, e mesmo que seja o próprio Lula deu a nós o exemplo de como isso é tão relativo. Dilma é a renovação e a garantia da democracia e de se caminhar rumo à igualdade de condições, da justiça social, da paz e o respeito entre as nações, ao bem viver de todos, principalmente dos secularmente esquecidos pelas políticas públicas.

Termino com o vídeo do dia em que a própria oposição lançou a pré candidatura da nossa dama a presidência da República. Senador Agripino Maia, embora o senhor seja um político biônico filiado ao partido dos coronéis brasileiros, que ainda persistem na política apesar da democracia e da renovação, eu fiquei com vergonha pelo senhor ter perdido a grande chance de manter-se calado, recolhido na insignificância que possui para a construção de UM PAIS DE TODOS literalmente:



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Da auto-aceitação

Nos dias da proximidade do meu aniversário de 18 anos uma reviravolta estava acontecendo na minha mente. Algo foi o estopim para mim, as palavras do grupo da causa LGBT presente na universidade que foram ditas naqueles meus primeiros dias na incógnita universidade da qual passei a fazer parte. Pelos próximos meses aquelas palavras, que me chocaram naquela noite, iriam ficar latentes. No entanto com o tempo elas borbulhariam com a pressão de tantas outras palavras, experiências, sentimentos e expectativas que inutilmente eu insistia esconder, pois elas diziam aquilo que eu bem sabia, mas que na minha silenciosa solidão negava.

Mas qual a finalidade de negar aquilo a mim, cuja maior testemunha do que acontecia com meus pensamentos e emoções era eu mesmo? Eu, assim como praticamente todos, fui criado em uma sociedade heteronormativa concebida para heterossexuais e disposta a empreender, na esmagadora maioria das vezes irracionalmente, o que for necessário para impedir que as pessoas que fujam a essa regra. Em casos isolados até atitudes extremas seriam tomadas e aceitadas através da omissão e da pouca importância dada pelas pessoas.

Além disso, sou filho único e meus pais sem me perguntarem e inocentemente estenderam os projetos deles a mim, sem ao menos notar se é da minha vontade realizá-los. As experiências negativas na escola davam outra proporção do que pode ser o respeito - ou ausência dele - dispensado a uma pessoa que assumi a todos aquilo que eu negava a mim mesmo.

Com 17, quase 18, anos eu estava cansado de ficar fingindo para mim pensamentos e emoções que eu sempre soube serem falsos, pois os verdadeiros envergonhavam a mim mesmo. Bastavam alguns minutos de silêncio entre um sono e outro para que a simples lembrança da minha homossexualidade constrangesse a mim mesmo, o meu maior inimigo, mas o meu maior herói. Além das palavras do grupo LGBT ditas naquele seminário, vieram as sugestões e as vezes em que fui posto na parede, e que sempre neguei, pela terapeuta, os meus conceitos sobre a minha condição mais próximos da tolerância e aceitação do que da repressão irracional e maquiada para me deixar cansado.

Viajo com meus pais para outro estado e no banco de trás, recolhido na minha introspecção, facilitada pela rara rodovia pública duplicada e sem pedágio, eu aceito finalmente a mim mesmo, dou um grito mental e digo a mim mesmo SOU HOMOSSEXUAL E VOU SER FELIZ ASSIM.

O que tenho em mente é que a partir desse dia da minha vida eu iniciei uma sucessão de grandes evoluções na formação e definição do meu caráter e principalmente, da minha personalidade. Não tirei o mundo das minhas costas, mas foi como se eu tirasse a Austrália e iniciasse um processo que ao final teria a mim livre de carregar o mundo. A partir desse dia até meu sono ficou mais leve.

Ultimamente tenho estado tão leve que estou nas nuvens, tanto é que agora, exatamente 19h01min no meu relógio lembrei que as 17h00min eu tinha terapia e não fui.

Comentem!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mais uma experiência

A Spleen esperou que a mãe dela fosse dormir para ir comer um apetitoso pedaço de torta. Meus pais já dormiam há um bom tempo e eu queria aquele resto de sorvete. Pedi alguns instantes aos meus queridos amigos da web, que conversavam comigo naquela janela do MSN,  e fui até a geladeira.

Odeio quando estou andando pela casa de madrugada e minha mãe fica perguntando o que eu estou fazendo. Então andei com a leveza e o silêncio de um carro nipônico pela casa, segurando o telefone celular para me iluminar o caminho.

Na cozinha lentamente abri a gaveta, peguei uma colher daquelas bem grandes. Fui até a geladeira, peguei aquele lindo pote de sorvete, fechei o freezer e quando já me aproximava contente da vida da porta do meu quarto eis a surpresa ao abrir a lata. Feijão congelado!

Ughhh... eu amo feijão, mas cozido e com arroz. Voltei até a geladeira, agora sem tanto cuidado para não fazer barulho. Olhei e a lata de sorvete original não estava lá. Fui até a pia e sobre o escorredor de louças estava a lata do sorvete que eu tanto quis. Eita mania de pobre!

 Voltei para o meu quarto, frustrado, enfurecido, constrangido.


Comentem porra!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Do amor, simples

Não acho que o amor seja tudo e aquilo o que dizem ser. Pessoas se casam, se unem não é só por causa de amor e o amor não existe só entre pessoas que estão interessadas em viver juntas criando entre si a mais íntima das relações.

Os poetas escrevem o que é o amor na forma romântica, meu sinônimo para falta de bom senso, pessoal e determinista deles do que vem a ser esse nobre sentimento. O erro é que as pessoas fascinadas pelas belas palavras não desconfiam e não percebem que aquele amor dos livrescos não é o que elas sentem em suas vidas.

Ora! Bom é viver e perceber como os sentimentos afloram em nós. Só assim para descrever e ser sincero consigo mesmo e com os outros do que vem a ser entre tantos sentimentos o amor.

Comigo?

O amor não é libidinoso, libido é sexual, e não surge vigorosamente enlouquecedoramente em uma troca de olhares, isso é paixão. O amor se constrói e a paixão uma hora acaba, seja pela conquista, seja pela frustração.

O amor é o sentimento que une com a mais sincera estima pessoas a outras pessoas, aos animais, as plantas, a lugares, ideias, fatos e o que mais quiser considerar. 

O amor não é fiel. Fidelidade é diferente, é o respeito, a ética com a qual se conduz uma relação. É o desejo e a prática de fazer pelos outros aquilo que queremos para nós mesmos.

O que mais dizer do amor? Não sei, ele é grande, é complexo, rico e facetado, mas é sempre bom. Me falta ideia e mais percepções a respeito dele para num textinho descrevê-lo e com a arrogância dos poetas determiná-lo como verdade absoluta, a minha concepção.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sem título para essa ideia



Nos últimos dias não pensei em nada que fosse interessante para escrever aqui no blog. Eu passei por um período breve em que as atualizações foram diárias. Foi até necessário, pois muitas pessoas dedicaram a acompanhar aquilo que muitos tem vontade de fazer, no entanto não tem segurança e nem coragem para tal, assumir a sexualidade para a família. Esses dias se passaram rápido e conforme eu tanto pedi ao tempo, uma personificação de homem velho, sábio e bom que eu fiz; aproximamos de um mês pós saída do armário.

Atualmente as coisas vão até bem, a relação com a minha mãe não está tensa e deixou de ser muito antes disso. Com o meu pai as coisas continuam na mesma, ele não mudou em nada, falamos de tudo, menos daquele assunto e eu prefiro que seja assim, afinal de contas, não preciso tocar nesse assunto só porque eu sou homossexual. Enfim, a reação do meu pai é a que qualquer homossexual quer dos pais, da família, amigos e sociedade. Eu só tenho flores para jogar.

Minha mãe tenta aceitar, ela não usa em hora alguma aquelas palavras nada agradáveis que me disse no passado. Aliás, nesse tempo todo, ela vive me dizendo que eu sou a coisa mais importante da vida dela, que me ver infeliz é o maior pesadelo dela. Isso é verdade, mas tenho a impressão de que ela diz isso para ganhar um perdão que dei desde o momento da primeira ofensa até a hora que seja, porém ela não sabe que já perdoei, eu apenas não digo isso. Não que eu seja mau, é que eu prefiro que as coisas fiquem subentendidas, mas a minha mãe não entende com facilidade o que eu sugiro.

Agora eu tenho partido para ação, houve duas oportunidades em que fui ver dois rapazes diferentes. Nas duas vezes minha mãe me perguntou aonde eu ia e eu disse que ia em tal lugar, depois ela me perguntou com quem seria e o que eu iria fazer. Apenas não identifiquei os rapazes e omitir parte do que eu ia fazer, mas respondi tudo. Na última vez ela ficou chorosa, o jeito dela de dominar as pessoas, só que mais cedo ou mais tarde ela irá aprender que comigo não adianta; e praguejou contra a internet que ela acredita ser a culpada pela minha sexualidade. Deixei ela falando sozinha e fui.

Algumas coisas eu aprendi, que não preciso contar tudo, muito menos responder tudo o quê me perguntam, e também não preciso ficar justificando ou debatendo a respeito de tudo que eu não concordo, principalmente quando eu já falei antes. Deixar as pessoas falando sozinhas, por mais importantes que elas sejam, é bom até para elas aprenderem. O que eu acho que minha mãe precisa aprender é não perguntar ou fazer as pessoas falarem o que ela, a minha mãe, não quer ouvir.

Eu? De lá para cá eu não tenho uma certa desconfiança com a minha mãe. Custa acreditar que ela deixou aqueles cumulus nimbus tempestivos tão rápido. Também não enho sido rude com a minha mãe, só que agora saiu a agressividade para dar lugar a uma frieza, que assim como o jeito ríspido, não consigo controlar. Talvez seja porque assim como o jeito rude, eu não tenho me dedicado a investigar o que acontece comigo para eu me comportar de tal jeito. Quando vejo, estou agindo como e dada minha angústia o que mais quero é sair do momento e me distrair com outra coisa, com o repetitivo plantão de notícias, com o livro chato, a internet, enfim...

Não quero ser assim, rude ou frio, minha mãe não precisa que eu seja assim e não merece. Mas acho que poderia ser diferente aquilo que eu nem parei para pensar se é simplesmente a minha natureza, a minha personalidade como é a minha sexualidade. Até agora da minha sexualidade o que eu sei é que eu não a escolhi e não vou me abdicar de ser feliz e como eu sou para agradar aos projetos e as idealizações alheias, por mais importantes que essas pessoas possam ser para mim.

Confesso que eu estava sem a menor idéia sobre o que falar aqui no blog, só tinha em mente escrever nele, mas consegui e escrevi rápido, portanto não reparem meus erros ortográficos e de concordância. Por um instante pensei em falar apenas do clipe dessa postagem.

Mas tentando ser conciso, o que posso dizer sobre ele é que eu nunca achei essa música bonita, a letra dela acho super tosca, mas que acho o vocalista da banda, o lourinho careca, musculoso e tatuado; muito, muito gostoso e que tenho fetiche por esse tipo de homem. Como o blog é meu, eu procuro me pautar ao menos possível em moral cristã e eu sou humano e homossexual, como vocês sabem bem, eu confesso que morro de vontade de transar com ele, ou alguém parecido, e hoje de manhã toquei uma pensando no cara aí do clipe, gozei litros. Tá, também posso dizer que quando essa música era sucesso, há cinco anos atrás, o que não faz muito tempo, eu estava com 14 anos, brincava de médico com um primo meu e estava confuso com a minha sexualidade, confuso no sentido de não aceitar o que sempre soube.

Por hoje é só, até a próxima, aqui no mundo de Beakman.