Quando criança, eu ia a muitas festas infantis. Nelas brincava-se muito, comia-se muito brigadeiros, salgados, sempre rolava o "Com quem será" depois de cantar parabéns. Enfim, eram divertidas as festas e eu gostava muito do final, quando os festeiros pegavam os balões que adornavam e distribuiam as crianças. As festas eram geralmente a noite e eu chegava em casa em um horário que eu costumava estar dormir, então chegava muito cansado e deixava para curtir meus balões no outro dia.
Os balões para mim sempre foram mais do que objetos feitos de um elástico latex com perfume peculiar. Foram para mim a continuidade da diversão em casa, recolhido comigo mesmo na minha infância solitária, sem irmãos e com a presença de amigos talvez menor do que em comparação a média. E dos balões posso dizer que eles não foram apenas balões no meu universo infantil. Nunca atribuí a eles nomes, mas atribuí a eles personalidades, nada mais reflexo da minha própria.
Me encatava nos balões o colorido, pareciam sempre estar sorrindo, a leveza, a flutuação. No fim acabava eu criando um certo laço afetivo com eles e com eles eu tive um pouco da sensação de se perder algo querido, seja repentinamente - estouro - com a falta de cuidado de uma criança, seja ao longo dos dias em que eles iam murchando, perdendo a leveza e as cores vivas e brilhantes passando para umas densas e opacas.
Mas então, eu só sei que apesar de tudo que não seja interessante, ainda assim muito eu gosto de balões e que você é o meu balão.
Um comentário:
Achei muito digno o texto e mais ainda a escolha do clipe.
A cada dia gosto mais do teu blog, Well. Beijo na testa, querido!! =*
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