domingo, 14 de março de 2010

Sobre o Gaydar

Por causa do lançamento do livro da Vaca Profana, ela veio até minha casa ontem deixar convites para a solenidade na qual vão estar outros escritores também lançando seus livros, a imprensa local, os políticos, os “formadores de opinião”, os garçons, os seguranças engravatados e as moças arianas super maquiadas da periferia. Conversávamos e navegávamos pelo orkut olhando as pessoas e contando causos sobre elas no melhor estilo recordar é viver.

Tinha ali o ex da Vaca Profana, que dizia amá-la muito, que não gostava de viado, que era emo por modinha e que o tio da Vaca, que é super divosa, chamou para fazer tudão. Tudão… palavra legal. O Di, o meu amigo casamenteiro cujo gaydar eu confio, viu a nosso pedido o perfil do ex da Vaca e deu o veredicto, que nos convenceu, o rapaz é do babadón. Sempre desconfiamos do garoto e ficamos num misto de eu já sabia, riso, de ele te enganou Vaca e tudo mais.

Bem, olhando ali o orkut do Di, olha só que eu vejo entre nossos amigos em comum, nada mais do que meu colega de estágio. Não que a pessoa seja delicada, efeminada, e tudo mais. Mas sabe quando você olha para alguém e vê que ela tem um semblante, uma aura, de colorido também? E o caso desse colega de estágio, que por sua vez tira sarro dos professores do instituto aparentemente gays, de toda figura colorida que vê, é evangélico e lógico, contra o “homossexualismo”.

O que achei estranho é o colega de estágio estar no orkut do Di, cujo fator que nos tornou amigos foi a nossa sexualidade. Mais estranho o colega ter outras pessoas do meu orkut, que são gays, adicionadas. Então pergunto ao Di de onde ele conhecia fulano. O Di respondeu que na Uol, mas que não fala muito com ele. E eu pergunto, e ele é gay, como se Uol já não fosse quase que uma redundância. Ele responde que sim, e para ficar bem respondido eu devolvo com outra pergunta, ele é ativo ou passivo. O Di responde que não sabe, mas que vai confirmar da próxima vez.

Bem, o Gato de Cheshire tem razão, um boi preto conhece o outro. Assim é melhor não subestimar mais toda sofisticação tecnológica do meu gaydar. É engraçado, na verdade não é engraçado e sim irritante, esses meninos enrústidos. Uma coisa é estar no armário, o que acho legítimo porque também já estive e sei bem os motivos que levam alguém a ter essa discrição. Mas já é de me deixar putaiado o cara ser e ainda fica repercutindo preconceitos contra os iguais como se não fosse um.

Lamentável mesmo é que o colega de estágio não seja gatinho. Se fosse da próxima vez que ele viesse aqui discutir o projeto de intervenção, eu iria parar do nada, olharia nos olhos dele bem profundamente e diria: “Eu sei de tudo. Tire a purpurina do potinho bee. Agora chega aqui e me beija, porque eu tenho camisinha”. Mas ele não é bonito porque ele é… feio.

Eita final de semana divertidoso.

5 comentários:

Sex and the city Tupiniquim disse...

Ele não é igual meu anjo... ele é inferior... ele não tem coragem de assumir do que gosta!!! Por isso joga pedra... INVEJA BENHÊ!!!

Já conversamos sobre o resto e não quero ser o chato taxativo mais uma vez... mas, você sabe minha opinião...


BJS

AMO-TE

Wans disse...

É muita hipocrisia falar mal dos gays e sair chupando rola por aí. odeio essa corja. Não quer se assumir? Proiblema seu. Mas não venha atacar pedra na minha vida já que os eu teto tb é de vidro, amore.
Num é?

Gabi disse...

adorei o seu blog ^^

Mystica disse...

De pessoas desse tipo, o mundo tá cheio --' o negócio é ter jogo de cintura pra aguentar ouvir as pérolas que essas pessoas falam. Ou simplesmente tirá-las do seu caminho.

Beijos, Well. =*

[Farelos e Sílabas] disse...

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Há quanto tempo não vinha aqui!

Como sempre, um diário interessante! Ups, fascinante!

Agora, quanto ao boy do armário de vidro (putz! Preste atenção e você vai desenvolver isso também: reconhecer os habitantes dos armários de vidro, são muitos!): iguais se reconhecem sim. Não é achismo. É psicanálise! Outra: desconfie sempre de quem fala mal dos gays, de quem faz da moral sua vestimenta (pra encobrir sua própria pele). Desconfie porque é [muito] provável que o ataque [verbal ou físico] seja, na verdade, a blindagem contra suas próprias necessidades...

O triste de tudo é ver que há inúmeras pessoas sobrevivendo com tão pouco quando poderiam viver tão enriquecidas com a verdade e a honestidade!

Recomendaria ao tal boy [e a muitos outros] a leitura do artigo de um amigo:

http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?codigo=9987

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