segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lidando com opiniões diferentes

Eu sei das minhas limitações, inclusive a de reconhecer as minhas próprias limitações. Com base nessa consciência é que eu formulo minhas ideias. Quando dou minhas opiniões minha intenção é convencer é lógico, mas em hora alguma impor o que penso como verdade absoluta. Primeiro porque verdade absoluta não existe na minha concepção. Segundo porque parte dos meus problemas são aqueles que acreditam serem donos de verdades absolutas, Silas Malafaia que o diga.

Meu blog é o espaço que criei para manifestar minhas opiniões e bobo são aqueles que pensam que eu tenho compromisso com a imparcialidade. Ler minhas opiniões nesse local, bem como comentá-las, é facultativo assim como concordar com elas. Por causa disso consigo lidar muito bem com aqueles que discordam de mim, mesmo que a opinião seja confrontante.

No entanto alguns comentários me deixa irritado, não porque o autor não concorda comigo, mas sim porque ele arrogantemente passa a desqualificar minha pessoa, de um jeito que me soa grosseiro inclusive, para fazer com que eu pense como ele e como se eu ou qualquer um tivesse essa obrigação. 

Sendo assim, me incomodo com comentários como o deixado pelo Robert no texto sobre a revista Veja. No comentário vê-se que o autor não aceita que minha ideia seja diferente da dele, me descreve de um jeito caricato e lê o que escrevo sem fazer diferenciações entre o que eu penso e o que ele pensa.

Então o que eu tenho a dizer é que continuo não gostando da palavra conservador e seus derivados, pois não tenho referência alguma de coisas boas as quais ela esteja ligada. Além disso não é porque eu reprovo o conservadorismo que eu sou libertário, apesar do meu entusiasmo para com o significado da palavra e isso é uma conclusão dualista de quem comenta e não minha. Apesar que eu não tenho vontade de entrar para nenhum movimento social e por mais que eles tenham equívocos, não deixo de achar suas articulações válidas. Também sem essa história de “eu era de esquerda, hoje não sou mais e você também será assim”. Esse pensamento não é só clichê, é determinista, palavra que gosto tanto como gosto de conservador. Reconheço singularidade, tendências, mas não leis no que tange aos seres humanos.

Com relação a revista Veja, pode até ser uma evolução ela abordar a homossexualidade. Mas o jeito que ela escolhe para tal abre precedentes para novos estigmas e tem uma intencionalidade que para mim cheira manipulação mesmo. Além disso não é porque uma revista semanal não se aprofunda nas questões que a Veja pode fazer determinismos e mais do que isso, juízo de valores que existem descaradamente em suas páginas, embora não devessem devido a imparcialidade que ela promete. A obrigação nesse caso é reconhecer as limitações e articular os textos a respeito daquilo que se sabe, mostrando que naquela  reportagem está se mostrando uma nova dimensão e não o todo de uma realidade.

13 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Pois então Well, vc foi na ferida ... qtas vezes passei por aqui de nós divergimos em nossas opiniões não é mesmo? Isto é a essência do SER e da democracia. Coitado daquele que se julga dono de alguma verdade. Qta coisa que vc, apesar de sua pouca idade qdo confrontada com a minha, me mostrou aponto de me levar a uma reflexão mais apurada de meus pontos de vista e, por vezes reformulá-los. É assim que funcionam as coisas. Dentro deste tema VEJA, manifestamos pontos de vista um tanto qto divergentes sem no entanto nos confrontarmos por isto. Assim deve ser o direito livre de expressão. Parabéns amigo ... vc brilhou mais uma vez

bjux

;-)

Anônimo disse...

É, não posso discordar de você.

Abs

O Gato de Cheshire disse...

Tenho pavor a pessoas que na tentativa de ir contra uma determinada ideia vão contra seus interlocutores, buscando neles os motivos que chegaram a esse lugar... Por fim elas acabam não acrescentando ao assunto em jogo chegando a uma constatação obvia: "quem fala alguma coisa, fala por algum motivo"... Claro que vc chegou até um determinado lugar por causas diversas ligadas a sua vida, oportunidades e acessos. Se isso desqualificasse alguma coisa nenhhuma ideia teria nenhum valor.

Lobo disse...

É por essas e outras que a palavra "discutir" não é muito elevada em meu conceito. Penso que nossas opiniões podem ser expostas, ou impostas. Quando expomos, os que se identificam concordam, os que não se identificam discordam, e fica por isso mesmo... Agora tentar convencer... quando a outra pessoa tem uma opinião formada totalmente diferente da sua, e não só não está disposta a te ouvir, quanto tenta de todas as formas impor a opinião dela serve no máximo para conhecermos um outro ponto de vista...

Abraços Well!

O+* disse...

Concordo que tentar ganhar uma discussão tentando desqualificar o adversário é coisa inaceitável...

Mas quando li os comentários dele lembrei daquela música:
...sou classe média, papagaio de pirata de todo Telejornal, eu acredito na imparcialidade da revista semanal...

Vixe...será q eu to desqualificando a pessoa ao invés dos seus argumentos kkkkk?

Unknown disse...

Well, não achei que você ficaria tão chateado com o meu comentário.
Eu não quis desqualificar sua pessoa em hipótese alguma. Não tenho esse direito. Porém, você precisa aprender que crítica construtiva não existe. Críticas, às vezes, podem ser estúpidas. Mas dourar a pílula não adianta nada. Você precisa aprender a ser menos suscetível. A rebater opiniões de forma menos infantil. O que me motivou a escrever os comentários anteriores foi eu perceber, pelo seu blog e por outras fontes, que você tem o defeito de desqualificar qualquer coisa que venha por parte de alguém ou algo a que você não tem muito apreço. Não sou defensor de tudo que aparece na Veja. Tenho muitas críticas a essa revista. Porém, a maioria das pessoas costumam apontar como erros justamente os seus acertos. Só para ter uma ideia, eu acho ridícula a linha política da Carta Capital, mas adoro sua cobertura cultural. O fato de eu não ir com a cara dessa revista não me autoriza a jogar ela toda no lixo. O mesmo eu digo sobre praticamente toda a imprensa brasileira: por mais que pise na bola várias vezes, ela é salutar.
Gostaria de saber quais estigmas a reportagem da Veja que motivou essa discussão pode criar. Se você apenas aponta defeitos sem querer explicar, isso cheira a implicância pura. Tipo aquela que faz com que uma pessoa antipática nunca seja levada a sério, ainda que fale coisas certas.
Um esclarecimento: eu nunca fui de esquerda. Contudo, feito você, eu achava que os movimentos sociais eram importantes. Quando descobri que praticamente todos eles usam causas nobres para fins escusos, tanto quanto ou até mais do que os políticos, foi um desencanto. Mas hoje eu não caio mais em qualquer discurso bonito. Isso vale para qualquer movimento. Por isso é que Portugal e Espanha, vítimas de ditaduras ultraconservadoras, que duraram muito mais do que a nossa, e ainda por cima muito influenciados pela Igreja Católica, tem uma legislação muito mais protetiva para os homossexuais. Já o Brasil, onde a maioria dos grupos do movimento gay se contenta em conseguir cargos públicos e verbas estatais para as paradas gays, nenhuma lei assegura de forma explícita direito algum aos homossexuais.
Voltando à vaca fria: não existe imprensa imparcial. Todo jornal e toda revista expressam pontos de vista determinados. O problema é quando um veículo de comunicação defende uma ideia dizendo defender outra. Isso, sim, é desonesto. Eu li a reportagem inteira e não sei onde você viu determinismos que a Veja quis impor ao falar dos jovens gays no Brasil. Será preciso que o repórter diga com todas as letras que aquela era uma visão sobre uma fração de um universo de comportamentos? Ora, ninguém aqui será tão ingênuo.
Se você acha que nada na sociedade deveria continuar como está, então poderei compreender o porquê de você não associar conservadorismo com coisas boas. Da mesma forma feito muitos que não conseguem pensar coisas boas para dizer sobre a polícia. O problema é que alguns desses acabam apoiandos bandidos declarados.
Encerro dizendo que eu não quis, não quero e nunca irei querer que você ou qualquer pessoa pense feito eu. Pois não se deve fazer aos outros o que não queiram que façam com você. Agora, se todo tipo de opinião diametralmente oposta à sua causar reações feito a do seu último post, receio que seja preciso reavaliar alguns conceitos seus.
E viva o dissenso!
Saudações.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
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Unknown disse...

Well, só para encerrar: se você não lida muito bem com comentários negativos, deveria repensar a ideia de ter um espaço para comentar os seus textos. Críticas a favor, muitas vezes, não passam de bajulação. E bajulação atrofia o senso crítico.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
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Unknown disse...

Mulher Asterisco, ao menos percebi que você leu meus comentários. Contudo, preciso dizer que ser de classe média não é mérito nem demérito para ninguém. Não temos o dinheiro dos ricos nem a comiseração de que são alvo os pobres. Resta-nos a ridicularização por parte de todos, inclusive do governo, pois somos pobres demais para nos impormos a ele e ricos demais para sermos paparicados com assistencialismo. Sobre telejornais, considero-os um mal necessário, pois são a coisa mais rasa que existe em toda imprensa. Mas daí a desconsiderar tudo o que dizem, parece coisa daquele personagem do Mel Gibson em "Teoria da Conspiração".
Sobre o que penso de imparcialidade de revistas semanais, leia o comentário acima.
No mais, você acertou em cheio numa coisa: poderia desqualificar meus argumentos (de preferência com outros argumentos) em vez de tentar atingir a minha pessoa.

Unknown disse...

Aos demais comentadores deste post, uma pergunta: vocês leram os meus comentários no post sobre a reportagem da Veja ou vocês se basearam unicamente na resposta do Well? Parece besta isso, mas quando eu vejo alguém respondendo a uma crítica e penso em comentar, eu vou atrás da origm dessa resposta, ou seja, a própria crítica. O que acham?