quinta-feira, 26 de maio de 2011

Suspenso o Kit gay - blogay travez, mas foi sem querer

Comentário que publiquei no Blog do Luis Nassif cujo texto não está revistado.

Tenham dó, agora até Toni Reis quer jogar sua credibilidade na lama, junto à bancada evangélica e ao Governo. Vão pedir o que na próxima vez? Que acreditemos no Papai Noel e que ele seja petista com suas cores vermelha e branca?

Tudo bem que a Presidente não conhecesse o vídeo, mas alguém do Governo ligado ao projeto deveria apresentá-lo e explicando qual é a ótica e o intuito das mensagens, para depois sim ela receber uma gente que embora evangélica, nem de longe é confiável.

Mas nada disso é uma surpresa, era previsto. O Governo mostra que está disposto a jogar a causa LGBT para o escanteio quando coloca em sua equipe alguém que pode até ser inocente, mas que não conseguiu prová-la e é a carniça dos urubus da grande imprensa, e quando faz um termo com evangélicos para por panos quentes e quem sabe assim ganhar as eleições.

O que lamento é que ainda tem LGBT acreditando nisso e outras, que embora heterossexuais, sejam progressista relativizar a questão para justificar algo que não é justificável. O Governo Dilma Rousseff cedeu às chantagens de um grupo que de tão moralmente correto prefere ignorar um possivel caso de corrupção para impedir aquilo que eles no alto de seu senso comum e fundamentalismo não aceitam.

Caiam na real! Os argumentos dos evangélicos já são por si só frágeis. Por melhor que os nossos se tornem, tudo que acontecerá é um novo repertório batido de verdades bíblicas e achismos a respeito de natureza e comportamento para impedir que os homossexuais ganhem maiores direitos e políticas públicas.

O problema dos evangélicos não são as suas liberdades religiosa ou de expressão talvez serem ameaçadas e sim fato de nós, LGBT, existirmos! Eles só não nos matam porque, por enquanto, isto é considerado uma incivilidade. Mas para pastores do show business isto faz parte do jogo, quando dizem que somos pecadores e o nosso premio é a morte, quando dizem que gente pobre é mais importante do que nós, pois quando nos assassinam nada mais está acontecendo do que o cumprimento de suas sagradas escrituras e porque em nossa sociedade o que faz importância para se ter dignidade é a relevância que um grupo possui.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Nem só de STF se faz o Brasil, infelizmente.

No início deste mês, maio, os ministros do Supremo Tribunal Federal votaram unânimes e favoráveis à união civil entre pessoas do mesmo sexo. Levando em conta o fato de o Brasil ser um Estado laico, cujas leis e ações governamentais não podem ser orientadas tomando como pressupostos os dogmas religiosos, os nossos pomposos juízes sustentaram seus argumentos em profundos e técnicos conhecimentos e literatura a respeito do tema debatido. Assim, nosso país avançou na consolidação da liberdade, da pluralidade e da igualdade, estes que são alguns dos pressupostos que sustentam a nossa democracia.

Infelizmente o Judiciário, neste caso o STF, é apenas um “tira-dúvidas” sobre a constitucionalidade de leis e afins. Em outras palavras, ele apenas decide se um determinado texto ou decisão respeita o supremo e principal texto de nosso país, a Constituição Federal, embora alguns pensam ser a Bíblia cristã e a interpretação que uma parcela religiosa faz de seus versículos tal livro. Para a população LGBT avançar em novos direitos, muita coisa precisa passar pelas casas do Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, isto é inerente à nossa democracia e não haveria nada de mal nisto se boa parte, talvez a maior parte, de nossos legisladores não estivesse mais preocupada com as barganhas políticas, como votar favorável ou contra algo em função de apoio e outros interesses políticos. Tambéms se não tivesse conhecimentos tão rasos e tão tacanhos a respeito dos assuntos tratados e, principalmente, não estivesse ligada aos interesses umbicistas, quiçá desconhecidos e espúrios, de vários segmentos religiosos.

Políticos com estes perfis tornam o nosso Congresso Nacional frágil diante de uma massa nada crítica e que repete os sofismos e as palavras de efeito a respeito dos LGBT’s. Esta massa é orientada por líderes religiosos e formadores de opinião conservadores que insistem em dizer que as demandas LGBT’s são uma questão de menor importância em vista da segurança pública, da pobreza, da saúde, da educação, entre outros. Ideias absurdas, pois ignoram que esse público social também sofre com os gargalos destas áreas, afinal de contas ser homossexual não é exclusividade de determinado sexo cromossômico, classe social, escolaridade, credo ou cor.

Além disso, tais líderes ignoram que em nossa sociedade as leis, a publicidade, os nossos símbolos sociais, as rotinas dos programas de saúde e educação formal dão percepção apenas, salvo raras exceções, à orientação heterossexual. Sendo assim, a despeito dessa realidade, repercutem a teoria de uma ditadura homossexual, dando a entender, em suas entrelinhas, que não existe equiparação de direitos e políticas, e sim a sobreposição de um sobre o outro que, enquanto dominante, nunca lhes causaram a mesma indignação em função de suas concepções religiosas, da orientação sexual que possuem e da pseudo-justificativa da representação social que a mesma tem na sociedade.

Isto para não dizer de outros chavões, como os de que o homossexualismo (termo que, além de errado, demonstra a pouca profundidade do conhecimento que estes reacionários possuem a respeito do tema) se trata de uma escolha, rompe com a ordem natural das coisas e é nocivo à família e à sociedade. Pergunto, portanto, qual família? A proposta pelos cristãos como único modelo válido e que nunca se provou eficiente? Ora! Quem destrói a família não são e não serão os homossexuais e sim as diferenças sociais, as longas jornadas de trabalho, a nossa inrefletida e inadvertida programação de TV e publicidade, os nossos padrões de consumo e demais referências, cujas vanguardas são tomadas por declarados cidadãos de bem heterossexuais. Ordem natural? Em qual conhecimento está baseado o conceito de ordem natural? No senso comum que tanto usam para tipificar aos outros que não aceitam os determinismos religiosos! Desconstruindo este mito tem Joan Roughgarden no livro Evolução do Gênero e da Sexualidade.

O irônico, que embora essas pessoas desconheçam em profundidade e sejam aversas ao que é reconhecido como homossexual, elas ainda se sentem injustiçadas do título de homofóbicas. Talvez sejam porque também não sabem o que a palavra significa, assim como o termo “senso comum” que disparam contra os outros, sempre que seus versículos bíblicos demonstram a profundidade dos pires.

Resta a nós a crítica e a ação ética, da maneira que encontrarmos e entendermos por bem, para que não precisemos mais recorrer ao STF, pois teremos como certa a aprovação de nossas demandas em um Congresso coerente com as definições de nossa Constituição Federal e com o principal fator nos quais as leis devem tirar o seu bom senso, nos fatos sociais.

Bem, é isto! Peixos, me liga.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Memórias do vigésimo segundo

Resolvi que irei começar um exercício de postar neste blog uma vez por semana. Sinto falta dele e relendo o que eu escrevo concluo que é um desperdício deixar um espaço em que verbalizo sem ser interrompido o que quero falar. Por enquanto não irei me propor ler aos outros blogs, pois este é um exercício que posso começar assim que conseguir cumprir pelo menos esse aqui.

Este é o segundo post que escrevo no dia do meu aniversário, que vai acabar em menos de uma hora. Muitas coisas mudaram nestes dois anos, desde o primeiro post de aniversário, e melhorou para melhor. Muitas coisas não estão como eu queria, é verdade, mas espero que não dure muito mais.

Conforme alguns já sabem hoje estou formado, tenho emprego público, porém não gosto da área em que trabalho. Eu sabia que era ruim a vida de professor, porém não tanto degradante. Talvez nem seja, mas eu definitivamente não gosto. Pretendo mudar de área, a menos que eu consigo no futuro lecionar para adultos, que é um público que está interessado em aprender ao invés de ficar tirando com a cara do professor.

Amigos, hoje fui a pizzaria, na melhor do meu bairro, cuja dona é minha amiga. Conversa vai, conversa vem e vieram muitas lembranças da nossa adolescência. Eu formado com meu emprego público, ela casada, com o próprio negócio e com um lindinho pequerruxo. Estavam outros amigos, que cantaram parabéns para mim. Legal, fiquei com vergonha, mas eu gostei mesmo.

O assunto da felicidade, da sexualidade vem a tona e ela diz que acha que todo mundo que é gay precisa ter coragem de se assumir. Ai que bom! Ela é super de boa, eu conto e ela diz que já desconfiava. Pelo visto que está ficando passado sou eu, frequento bar gay, ouço omegahitz.com e ainda acho que existem pessoas para quem eu não preciso comprar.

Foram poucas pessoas na comemoração do aniversário, tenho arrumado novos amigos, porém ainda assim são novos. Não sei se eles viriam para uma comemoração no meio da semana até minha casa. Com medo não convidei ninguém e continuo sem saber se eles viriam.

Ainda assim tenho muito que comemorar, principalmente quando me olho no espelho, são quase dois meses e quase cinco 5 Kg a menos. Os músculos começam a ficar durinho e eu mais gostosinho. O rosto em no máximo dois meses estará diferente, mais redondo e eu poderei exibir um lindo sorriso. Comemoro isto comprando camiseta de bitch, dessas apertadinhas. Mais na frente eu coloco um transversal na orelha, no meio tempo tomo um Sol e eita Jesus maravilhoso. Vou me sensualizar na noite.

Tudo muito lindo, tudo muito bom, pena o salário e a leitura num acompanhar estas futilidades. Mas enfim, é que temos hoje, porque Paulo Braccini sempre inspira.

Só para constar hoje é o meu dia de me sentir assim:


sábado, 14 de maio de 2011

Saudades daqui

Ando meio sumido da blogosfera, não posto e não leio ninguém. Pretendo mudar isso, mas preciso saber o que será de mim com esta vida nova em que pensar nas crianças para as quais leciono me causa certa depressão. O lado bom da história é que estou lecionando também para adultos e deles eu gosto, dar aula para quem está interessado é muito melhor.

Não me tem sobrado muito tempo para algumas coisas, portanto. Estou trabalhando muito e ainda assim meu salário não serve para tudo que eu quero fazer. Tudo bem que não são importantes um relógio comprado na Vivara, um par de óculos da Chilli Beans e um iPod touch screen de 64 GB. Isso tudo aí é apenas consumismo e o essencial eu não consegui, apenas a agonia de saber que estou trabalhando em uma área que está na UTI e cada governo, e suas promessas esdrúxulas de campanha, e a própria ignorância do povo dão um jeito de colocar mais veneno no soro.

Não ando namorando ninguém, continuo solteiro, tive neste tempo apenas umas aventuras de tuda semana que nunca deram certo, talvez porque eu vou com a mentalidade de que provavelmente não vai dar certo. Minha vida social, por outro lado, anda no acostamento, bem melhor assim, antes andava aos trancos após apagar uma dúzia de metros mais a frente.

Bem, como eu havia esperado, 2011 é um ano de realizações, não tão grandes e não tantas quanto pensei, mas tem aí sua graça e vou gostar de me recordar dele. E tomara que tudo isso seja apenas medo da minha própria ignorância. Um dia eu aprendo e finalmente consigo ficar abaixo dos 73 Kg. Há um mês eu pesava 76 Kg e com custo puxava 15 Kg e hoje nem acho difícil levantar 20 Kg. Algumas coisas estão mudando, só espero virar um objeto de desejo e consumo o quanto antes. Maldita Matrix.

Então é isto, peixos, me liga e deixa os erros de português para lá, já estão pegando o boi por eu estar escrevendo essas poucas palavras.