terça-feira, 13 de julho de 2010

Minha experiência na Igreja Inclusiva

Eu fiquei curioso quando ouvi dizer pela primeira vez em igrejas inclusivas. Um dia eu estava navegando na página de uma revista gay e encontrei um artigo de um pastor homossexual pertencente a uma dessas igrejas. Escrevi um e-mail a esse pastor perguntando sobre alguma igreja inclusiva em Goiânia e desde já me identificando como ateu. O pastor respondeu orando a Deus em agradecimento pela minha mensagem, mas respeitando a minha crença ou falta dela, e indicou-me a outro pastor, porém de Brasília, que pudesse me dar informações melhores. Entrei em contato com o pastor de Brasília sem dizer que sou ateu e ele me falou sobre um grupo de homossexuais que estava começando aqui na minha cidade. Entrei em contato com o líder e fiquei aguardando pelas reuniões que não aconteceram.

Esperar esse tempo todo para mim não foi um problema, a curiosidade em conhecer uma igreja inclusiva nunca foi uma demanda de primeira importância e sim algo que eu pudesse esperar. Durante esse tempo conheci virtualmente algumas pessoas e fui convidado para participar de um grupo distinto do indicado pelo pastor de Brasília. Foi o culto desse grupo distinto a minha primeira experiência com protestantes homossexuais que acreditam que Deus não os rejeitam por serem e viverem o que de peculiar essa sexualidade tem.

No culto em que fui conheci pessoas novas como é de se esperar e fui bem tratado. No entanto tive alguns constrangimentos, um deles é o fato de mim não ter falado em hora alguma, previamente de preferência, que sou ateu e que estava ali naquele lugar para conhecê-los, saber em que se orientam e o que têm como objetivo, não sendo meu interesse, até onde sei, me tornar crente. O segundo é o minha falta de costume com cultos protestantes e só fui notar isso quando estava lá. Sempre me senti muito a vontade em missas católicas, mesmo depois de "assumir" o meu ceticismo.

Com relação ao que pude notar, não sei até que ponto estou certo e fica suspeito eu fazer juízos a respeito do que aqueles homossexuais acreditam. Se eu não estiver enganado, e acho que não mesmo, para eles Deus pode abençoar as uniões homossexuais e por isso a igreja deles casam religiosamente pessoas de mesmo sexo. Além do casamento, eles participam daquela denominação pois acreditam em Deus e vê na congregação, ou melhor, na reunião de pessoas em nome dele, uma forma de cumprir com as obrigações para com ele e de se sentirem felizes. Entre as outras coisas em que acreditam um para mim se saí extremamente equivocada, a utilização da Bíblia como parâmetro moral.

Tudo bem que é a fé deles, mas penso que, mesmo se eu fosse crente, eu não tomaria a Bíblia como parâmetro moral, seja pela idéia que tenho a respeito da moral e da sua relativa serventia - o que não depende de fé, seja porque a Bíblia tem inúmeras passagens cujas interpretações literais hoje são absurdas, mas no passado mais que aceitáveis, triviais. Bem, o que quero dizer com isso é que acho a Bíblia algo nada confiável para estabelecer o que é certo ou errado sendo nesse caso mais cauteloso ignorá-la para tal função. Sendo assim acho insensato rever naquele livro somente a interpretação dominante a respeito dos trechos que acusam aos homossexuais por serem homossexuais e permanecer com a mesma visão moralista a respeito do sexo, do corpo, do prazer, do amor, entre vários outros - não que a homossexualidade esteja intrínseca ao o que eles acham moralmente errado.

Bem, é mais ou menos isso por enquanto, não sei se irei dar sequência ao meu conhecimento, se der quero ir como ateu a quem interessar saber. Além do mais, se o grupo me aceitar lá como um ouvinte apenas espero cultivar por lá amizades. Quando católico, participava do grupo de jovens e uma moça adventistas que era muito querida por nós participava conosco. Tudo bem, católicos, adventistas, testemunhas de Jeová e protestantes têm coisas em comum, acreditam em Deus e no mesmo aliás, diferente de ateu que com relação a fé não compartilha nada em comum com eles. Mas deixa o tempo dar um jeito e eu saber como serão minhas vontades.

7 comentários:

Unknown disse...

Tem algo de muito correto nos ensinamentos espíritas: pense por si mesmo. Nem todos os Espíritas o seguem e infelizmente muitos parecem querer dotar qualquer livro ditado pelo além como verdade - se não absoluta, pelo menos maior à própria. Acho que isso vai contra os seus próprios ensinamentos principais e por isso me afastei. Mas continuo a acreditar: cada um carrega sua verdade e deve procurar melhorar, no seu ritmo e de acordo com suas experiências. Até ficar parado é permitido. Deus, se existe, não dá bola pra isso. E se não existe, tanto faz de qualquer forma, né?

Wans disse...

Se continuar frequentando pode de repente lhe responder a algo que vc não conhece, acho válido. No mais, ficar em casa coma dúvida tb não te ajudárá. Aporveite esse momento e faça amigos.

O Gato de Cheshire disse...

Você que pensa...

Na cabeça maluca dessa gente é mais facil vc n acreditar em nada e ser persoadido a acreditar no Deus deles do q já está seguindo um "falso Deus".. E acredite, são Deuses completamente diferentes, por isso vc se sentia a vontade na igreja católica mesmo sendo ateu e na evangélica n... Eles são infinitamente mais agressivos... Mas enfim...

Achei bacana a experiencia e super interessante a ideia, fiquei até afim de fazer contato com algum pasto das igrejas inclusivistas do Rio pra saber se existe algum trabalho acontecendo pelo interior para, assim como vc, ver uma reunião...

E gostei de sua leitura sobre os aspectos morais da biblia.. Falando nisso, já viu "Assim me diz a Biblia" ???

É brilhante, lá no blog tem uma opnião breve e o link.. Vai lá dar uma olhada no que se trata... Se curtir c baixa..

Beijos!!!

Visão disse...

Passei 23 anos de minah vida orando a deus, jejuando, buscando libertação para meu homossexualismo, mesmo sem ter relações alguma com homens. só desejei. Via como pecado, pois a bíblia assim o diz. Nenhum sinal de deus. Eu? Deixei de acreditar na oração e que existe um deus que ouve e atende nosso clamor.
Hoje eu vivo a minha vida, essa que eu tenho aqui, e já não me preocupo com o que acontecerá quando eu morrer ou qdo esse cristo voltar.
Cada um com a sua fé. Mas as pessoas acreditam e veem o que querem.
Beijos

Lobo disse...

É estranho isso ao meu ver... de buscar libertação em uma coisa que estritamente condena. É basicamente fazer uma releitura da parte que interessa da forma que agrada, como diversos cultos fazem. Não sei, acho estranho...

Unknown disse...

Cadê o post novo que devia estar aqui? Chegou inteirinho da viagem? Bj

Anônimo disse...

Olha, não sou ateu, sou cristão, acredito em Cristo, como digo na minha história no meu blog ternura e intimidade, ja fui seminarista, mas depois de 3 anos saí, boa parte das igrejas pregam algo maravilhoso, paz, amor ao próximo compaixão, misericórdia, no entanto apenas pregam, não estão preparados para literalmente viver o que falam ou tentam ensinar, ou convencer as vezes. Se queres conhecer gente hipócrita, falsa, fingida, vá para uma igreja.