Eu fiquei curioso quando ouvi dizer pela primeira vez em igrejas inclusivas. Um dia eu estava navegando na página de uma revista gay e encontrei um artigo de um pastor homossexual pertencente a uma dessas igrejas. Escrevi um e-mail a esse pastor perguntando sobre alguma igreja inclusiva em Goiânia e desde já me identificando como ateu. O pastor respondeu orando a Deus em agradecimento pela minha mensagem, mas respeitando a minha crença ou falta dela, e indicou-me a outro pastor, porém de Brasília, que pudesse me dar informações melhores. Entrei em contato com o pastor de Brasília sem dizer que sou ateu e ele me falou sobre um grupo de homossexuais que estava começando aqui na minha cidade. Entrei em contato com o líder e fiquei aguardando pelas reuniões que não aconteceram.
Esperar esse tempo todo para mim não foi um problema, a curiosidade em conhecer uma igreja inclusiva nunca foi uma demanda de primeira importância e sim algo que eu pudesse esperar. Durante esse tempo conheci virtualmente algumas pessoas e fui convidado para participar de um grupo distinto do indicado pelo pastor de Brasília. Foi o culto desse grupo distinto a minha primeira experiência com protestantes homossexuais que acreditam que Deus não os rejeitam por serem e viverem o que de peculiar essa sexualidade tem.
No culto em que fui conheci pessoas novas como é de se esperar e fui bem tratado. No entanto tive alguns constrangimentos, um deles é o fato de mim não ter falado em hora alguma, previamente de preferência, que sou ateu e que estava ali naquele lugar para conhecê-los, saber em que se orientam e o que têm como objetivo, não sendo meu interesse, até onde sei, me tornar crente. O segundo é o minha falta de costume com cultos protestantes e só fui notar isso quando estava lá. Sempre me senti muito a vontade em missas católicas, mesmo depois de "assumir" o meu ceticismo.
Com relação ao que pude notar, não sei até que ponto estou certo e fica suspeito eu fazer juízos a respeito do que aqueles homossexuais acreditam. Se eu não estiver enganado, e acho que não mesmo, para eles Deus pode abençoar as uniões homossexuais e por isso a igreja deles casam religiosamente pessoas de mesmo sexo. Além do casamento, eles participam daquela denominação pois acreditam em Deus e vê na congregação, ou melhor, na reunião de pessoas em nome dele, uma forma de cumprir com as obrigações para com ele e de se sentirem felizes. Entre as outras coisas em que acreditam um para mim se saí extremamente equivocada, a utilização da Bíblia como parâmetro moral.
Tudo bem que é a fé deles, mas penso que, mesmo se eu fosse crente, eu não tomaria a Bíblia como parâmetro moral, seja pela idéia que tenho a respeito da moral e da sua relativa serventia - o que não depende de fé, seja porque a Bíblia tem inúmeras passagens cujas interpretações literais hoje são absurdas, mas no passado mais que aceitáveis, triviais. Bem, o que quero dizer com isso é que acho a Bíblia algo nada confiável para estabelecer o que é certo ou errado sendo nesse caso mais cauteloso ignorá-la para tal função. Sendo assim acho insensato rever naquele livro somente a interpretação dominante a respeito dos trechos que acusam aos homossexuais por serem homossexuais e permanecer com a mesma visão moralista a respeito do sexo, do corpo, do prazer, do amor, entre vários outros - não que a homossexualidade esteja intrínseca ao o que eles acham moralmente errado.
Bem, é mais ou menos isso por enquanto, não sei se irei dar sequência ao meu conhecimento, se der quero ir como ateu a quem interessar saber. Além do mais, se o grupo me aceitar lá como um ouvinte apenas espero cultivar por lá amizades. Quando católico, participava do grupo de jovens e uma moça adventistas que era muito querida por nós participava conosco. Tudo bem, católicos, adventistas, testemunhas de Jeová e protestantes têm coisas em comum, acreditam em Deus e no mesmo aliás, diferente de ateu que com relação a fé não compartilha nada em comum com eles. Mas deixa o tempo dar um jeito e eu saber como serão minhas vontades.
7 comentários:
Tem algo de muito correto nos ensinamentos espíritas: pense por si mesmo. Nem todos os Espíritas o seguem e infelizmente muitos parecem querer dotar qualquer livro ditado pelo além como verdade - se não absoluta, pelo menos maior à própria. Acho que isso vai contra os seus próprios ensinamentos principais e por isso me afastei. Mas continuo a acreditar: cada um carrega sua verdade e deve procurar melhorar, no seu ritmo e de acordo com suas experiências. Até ficar parado é permitido. Deus, se existe, não dá bola pra isso. E se não existe, tanto faz de qualquer forma, né?
Se continuar frequentando pode de repente lhe responder a algo que vc não conhece, acho válido. No mais, ficar em casa coma dúvida tb não te ajudárá. Aporveite esse momento e faça amigos.
Você que pensa...
Na cabeça maluca dessa gente é mais facil vc n acreditar em nada e ser persoadido a acreditar no Deus deles do q já está seguindo um "falso Deus".. E acredite, são Deuses completamente diferentes, por isso vc se sentia a vontade na igreja católica mesmo sendo ateu e na evangélica n... Eles são infinitamente mais agressivos... Mas enfim...
Achei bacana a experiencia e super interessante a ideia, fiquei até afim de fazer contato com algum pasto das igrejas inclusivistas do Rio pra saber se existe algum trabalho acontecendo pelo interior para, assim como vc, ver uma reunião...
E gostei de sua leitura sobre os aspectos morais da biblia.. Falando nisso, já viu "Assim me diz a Biblia" ???
É brilhante, lá no blog tem uma opnião breve e o link.. Vai lá dar uma olhada no que se trata... Se curtir c baixa..
Beijos!!!
Passei 23 anos de minah vida orando a deus, jejuando, buscando libertação para meu homossexualismo, mesmo sem ter relações alguma com homens. só desejei. Via como pecado, pois a bíblia assim o diz. Nenhum sinal de deus. Eu? Deixei de acreditar na oração e que existe um deus que ouve e atende nosso clamor.
Hoje eu vivo a minha vida, essa que eu tenho aqui, e já não me preocupo com o que acontecerá quando eu morrer ou qdo esse cristo voltar.
Cada um com a sua fé. Mas as pessoas acreditam e veem o que querem.
Beijos
É estranho isso ao meu ver... de buscar libertação em uma coisa que estritamente condena. É basicamente fazer uma releitura da parte que interessa da forma que agrada, como diversos cultos fazem. Não sei, acho estranho...
Cadê o post novo que devia estar aqui? Chegou inteirinho da viagem? Bj
Olha, não sou ateu, sou cristão, acredito em Cristo, como digo na minha história no meu blog ternura e intimidade, ja fui seminarista, mas depois de 3 anos saí, boa parte das igrejas pregam algo maravilhoso, paz, amor ao próximo compaixão, misericórdia, no entanto apenas pregam, não estão preparados para literalmente viver o que falam ou tentam ensinar, ou convencer as vezes. Se queres conhecer gente hipócrita, falsa, fingida, vá para uma igreja.
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